Resposta de Padre Fábio de Melo.

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Logo após à polêmica entrevista de Padre Fabio de Melo no Jô Soares, houve uma enchurrada de comentários maldosos sobre a conduta de Pe. Fábio em vários Blog’s deste País, principalmente nos intitulados defensores da Fé Católica ligados ao Ultra-conservadorismo, os mesmos que na sua maioria nem sequer aceitaram até hoje o Concílio Vaticano II.

O artigo mais grave que encontrei foi escrito por Gustavo Souza e foi copiado em diversos outros Blog’s com comentários ainda mais ofensívos à pessoa de um Sacerdote da Igreja Católica.

Fiquei muito feliz ao encontrar esta Resposta à Carta Aberta – Pe. Fábio de Melo no blog Deus Lo Vult  e sei que também deve estar agora em vários outros Blog’s.

Link da fonte:

http://exsurge.wordpress.com/2009/07/20/resposta-a-carta-aberta-pe-fabio-de-melo/

Porém, Fiquei um pouco triste, exatamente porque foi destacado frases sem nada comentar e ao mesmo tempo ressaltando de que as resposta de Padre Fábio continuam sendo um erro de seus ensinamentos, principalmente afirmando indiretamente que estão em desacordo com os ensinamentos da Santa e amada Igreja Católica, que eu acho cinceramente não ser verdade.

Link da Fonte:http://www.deuslovult.org/2009/07/20/resposta-do-pe-fabio-de-melo/

NESTE CASO, TAMBÉM NÃO EMITIREI MINHA OPINIÃO PESSOAL SOBRE O ASSUNTO, ME ATENHO APENAS ÀS RESPOSTAS DE PADRE FÁBIO DE MELO.

http://exsurge.wordpress.com/2009/07/20/resposta-a-carta-aberta-pe-fabio-de-melo/

Segue o texto com fonte no Blog de Gustavo Souza.

………

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Querido Gustavo,

Respondo, finalmente, as questões que me foram apresentadas por você.  Se puder, publique a resposta em seu blog.  Resolvi recortar as questões e respondê-las uma a uma.

“Uma das suas primeiras assertivas, que a mim causou muito espanto e preocupação, foi a de que “precisamos nos despir dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema”. De fato, “donos” da verdade nós não somos. Mas nós a conhecemos! A Verdade é Cristo, e não há outra”.

Gustavo, a Teologia nos ensina que a Plenitude da Revelação é Cristo, mas esta plenitude não significa esgotamento da verdade.  Os desdobramentos desta verdade estão em todos os lugares do mundo. Deus continua se revelando. Plenitude não significa finalização.
O que sabemos do Cristo é processual. É assim que o Espírito Santo trabalha na vida da Igreja. A Teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois é verdade santa. Tudo o que é santo, movimenta, porque é vivo. O que alimentou o passado precisa continuar alimentando o presente, e o futuro. Não significa modificar a verdade, mas sim, à luz do Espírito e da autoridade da Igreja, buscar a interpretação que favoreça o conhecimento da verdade que o dogma resguarda. Este exercício eclesial manifesta ao mundo o zelo pela verdade que nos foi confiado cuidar e administrar.
Deus continua se revelando ao mundo. O limite da Revelação é a inteligência humana. Nós o vitimamos constantemente com nossas reflexões, mas mesmo assim, Ele não deixa de se manifestar. Onde houver uma brecha, lá Deus acontecerá. Não podemos nos esquecer que a salvação é oferecida a todos. É interesse amoroso de Deus que a humanidade o conheça.
Nós, enquanto proprietários desta verdade que é Jesus, cuidamos do que recebemos. O cuidado da verdade recebida está sustentado sobre dois pilares. Anúncio e Reconhecimento. Nós anunciamos o Cristo. Nisso consiste a ação evangelizadora da Igreja. Mas nós também reconhecemos a sua presença, indícios do sagrado, em outras religiões. Como reconhecemos? Através dos frutos que produzem.
O amor que temos ao Cristo deve ser suficiente para que saibamos respeitar tudo o que é cristão, mesmo que as pessoas não se reconheçam cristãs. É dialética, meu caro.  É a tensão escatológica que também esbarra na hermenêutica cristã. Já, mas ainda não. É neste ainda não que nos abrimos com humildade para compreender que outras religiões também vivem e perseguem os rastros do sagrado, e que mesmo oculto, lá o Cristo já está sendo vivido. É uma questão de tempo.
Recordo-me de uma frase muito sábia, que um grande professor jesuíta costumava repetir em nossas aulas de mestrado. Ele dizia: “todo mundo tem o direito de viver o seu antigo testamento.” A administração desta verdade só pode ser responsável, à medida que reconhecemos que ela já ultrapassou os limites dos muros, que estão sob nossa custódia.

“E como explicar que, ao falar da condição adâmica do homem, o senhor tenha adotado a interpretação modernista segundo a qual a historicidade das escrituras fica reduzida ao nível das histórias da carochinha?! Dizer que Adão é uma imagem simbólica, metafórica, “fabulesca”, não faz parte da Doutrina Católica! O fato de a linguagem empregada no livro de Gênesis ser recheada de simbolismo não elimina o fato de que os acontecimentos nele narrados tenham se dado no tempo e no espaço tal como foram escritos. A interpretação literal complementa e enriquece a hermenêutica que se pode fazer a partir dos símbolos. Não é assim que ensina a Igreja?”

Não, não é isso que ensina a Igreja. Se você freqüentasse os meios teológicos saberia muito bem que a linguagem metafórica nem sempre está a serviço de um fato concreto, pontuado no tempo e no espaço. Por isso é metáfora.

A linguagem metafórica não é mentirosa. Sou professor universitário e ensinei Antropologia Teológica. É uma clareza que não posso perder de vista. Ao falar da condição adâmica nós precisamos pensar na humanidade como um todo. Não temos a certidão de nascimento de Adão. O que temos é a fé de que Deus criou a humanidade. Não posso pontuar a existência do primeiro homem. A sagrada escritura só que nos ensinar que somos filhos Dele.

Gustavo, toda a Antropologia teológica é construída na perspectiva da Cristologia. A narração das origens está diretamente ligada ao evento crístico. A Teologia da Criação não é uma ciência exata. O que precisa ser assegurado é o fato de que Deus é o criador do Universo. A maneira como tudo isso se deu é metáfora. Isso não significa meia verdade, nem tampouco conto da carochinha. O que não pode ser relativizado é a entrada de Jesus na história.

Há um destino Crístico que nos foi oferecido (Soteriologia).  Jesus é histórico. Está situado no tempo e no espaço. Isso sim é fundamental para a fé. Quando a Sagrada Escritura narra o nascimento do primeiro homem, o grande objetivo não é pontuar o início da vida humana, mesmo porque o escritor sagrado não escrevia com essa finalidade. Volto a dizer. A exegese nos ensina que o escrito tem como principal objetivo salvaguardar que o princípio de todas as realidades criadas está em Deus (Criacionismo). É por isso que a fé não se opõe à ciência no que diz respeito à evolução (Evolucionismo). É simples. O primeiro homem criado não pode ter tido a experiência que a sagrada escritura relata. Ou você pode desconsiderar todos os conhecimentos a respeito da origem do ser humano?

Gustavo, a fé não é um conjunto de certezas, meu caro. Não temos provas concretas para muitos aspectos da fé que professamos. Se as tivéssemos não precisaríamos ter fé. Acreditamos no que não vemos. Nem por isso é “conto da carochinha”, como você sugere.

Não sei se você a conhece, mas se não conhecer, sugiro que tenha contato com a obra do americano Joseph Campbell, que de maneira brilhante e pertinente, fez uma análise da linguagem mitológica nas culturas. Na primeira parte da obra “O poder do mito”, ele fala justamente deste grande equívoco que costuma ser muito comum entre as pessoas que não transcendem a linguagem. Campbell é uma das maiores autoridades no campo da mitologia, pois faz uma abordagem semiótica destas narrações. O mito não é uma mentira, mas também não precisa ser verdade, diz ele. O importante é a fé que ele sugere. O importante é reconhecer que ele está a serviço de uma verdade superior, porque não cabe no tempo. Foi mais ou menos isso que desejou Guimarães Rosa, ao escrever o conto “ A terceira margem do rio”. Onde fica a terceira margem?

O mesmo não se dá com as nossas convicções religiosas? O discurso religioso é o discurso da terceira margem. Guimarães Rosa compreendeu bem esta linguagem. E nós precisamos compreendê-la também.“Depois o senhor falou que durante muito tempo “nós (subentenda-se: Igreja) fomos omissos”. Parece-me que essa omissão se referia às questões ecológicas. Pelo amor de Deus, padre! A missão da Igreja é salvar a Amazônia ou salvar as almas? Que conversa é essa de “cristificação do universo ”? Por que dar atenção a isso quando tantas almas se perdem na imoralidade, na heresia, na inércia espiritual?”

Gustavo, sua visão soteriológica é muito estreita. Salvar almas, somente? Essa visão compartimentada do ser humano é herética. Precisamos salvar a totalidade do humano, meu caro. Esqueceu o postulado fundamental da Antropologia cristã? Somos corpo e alma. Unidade. É só ler Tomás de Aquino, Santo Agostinho.

Fazer uma pregação desencarnada? A alma que quero salvar tem corpo, sente frio, tem fome, medo. A alma que quero salvar está num corpo que morre antes da hora, porque sofre as conseqüências de um meio ambiente marcado pelo pecado da omissão.

Se você fala da inércia espiritual, a Igreja fala da inércia espiritual e corporal. Cuidar do mundo é dar continuidade ao milagre da criação. Somos “co-criadores”. Deus continua criando, e nós correspondemos com a experiência do cuidado. Criar é atributo divino, mas cuidar é atributo humano. A horizontalidade da fé é real, concreta. Isso é Teologia da Criação. Está nos livros fundamentais, no catecismo da Igreja e também nos ensaios teológicos mais arrojados.

Quanto à  essa conversa de “Cristificação do universo”, que você pareceu banalizar, fazer menor, é apenas uma interpretação belíssima da presença de Cristo no mundo, tomando posse de todos os lugares, mediante o movimento sacramental que Igreja celebra e propaga.

Todos os sacramentos que a Igreja celebra nos cristificam. O nosso comprometimento com o Cristo, mediante o processo de conversão, nos cristifica. O gesto de caridade nos cristifica. A oração nos cristifica. Ser cristão é ao Cristo estar configurado. É boba essa conversa?

“Em seguida, veio aquela colocação, esdrúxula e totalmente non sense, de que a Igreja – que se considerava barca de Pedro – após o Concílio Vaticano II passou a se enxergar como Povo de Deus. Devo informar-lhe que a Igreja permanece sendo barca de Pedro, e o povo de Deus é – por assim dizer – a tripulação desta barca. Onde é que houve mudança na compreensão da eclesiologia”?

A colocação esdrúxula não tem outro objetivo senão ensinar a busca que a Igreja tem feito de ser “Católica”. Você bem sabe que o significado de ser católica é ser “universal”.  A expressão “barca de Pedro” não foi banida, Gustavo. Eu falei de superação conceitual. O problema não é a expressão, mas a interpretação que podemos fazer dela. É uma questão hermenêutica. A expressão “Povo de Deus” sugere a universalidade que a Igreja quer e precisa ter.  O concílio Vaticano II compreendeu assim. É orientação da Igreja. Eu não inventei isso. Toda essa aversão que você tem ao Ecumenismo expõe uma fragilidade na sua reflexão. Não é bla, bla, bla, como você costuma dizer. A Igreja trata com muito cuidado esta questão, pois sabe que as questões religiosas estão sendo causas de muito conflito no mundo. Banalizar a dimensão ecumênica da Igreja é, no mínimo, irresponsável.

Há uma vasta literatura na área da Eclesiologia refletindo sobre esse tema. Sugiro que você a conheça. Só vai lhe enriquecer.

Meu filho, o importante é a gente não esquecer, que mesmo estando na barca de Pedro, é sempre cordial e cristão, acenarmos com carinho e respeito aos que estão em barcas diferentes. As grandes guerras atuais são movidas por essa incapacidade de aceno.

“Entre as críticas feitas pelos blogueiros, salientava-se a sua posição – no mínimo, omissa – quando o apresentador Jô Soares comentou que achava um absurdo que a Igreja considerasse que o matrimônio servia apenas à procriação. Pergunto: por que o senhor não afirmou, como ensina a Igreja, que o matrimônio tem duas finalidades: a unitiva e a procriativa? Por que não disse que , sim, o amor dos esposos importa e ele é – ou, pelo menos, deve ser – expresso pela unidade (de pensamento e de vontade) que os cônjuges demonstram em todas e cada uma de suas ações? Era tão simples desfazer a argumentação errônea do entrevistador e, ao mesmo tempo, aproveitar para instruir as pessoas segundo a Sã Doutrina!”

Concordo com você. Eu errei ao não ter usado os termos técnicos. Quis levar a discussão através de outros recursos e acabei não sendo claro como deveria.

Pior que não ter ensinado no momento oportuno, foi o senhor afirmar que “o nosso discurso já mudou”! Diga-me, Pe. Fábio, acaso a doutrina imutável da Igreja perdeu a sua imutabilidade? O senhor crê, convictamente, que a Igreja está, dia após dia, se amoldando à mentalidade atual? Não seria missão da Esposa de Cristo formar na sociedade uma mentalidade cristã, isto é, fomentar um novo modo de pensar e de viver que esteja impregnado do perfume de Cristo? Ou é o contrário: o mundo é que deve catequizar a Igreja?”

Não, não é a Igreja que precisa ser moldada aos formatos do mundo. Em nenhum momento alguém me viu pregar sobre isso. Quando eu disse que o discurso já mudou, eu me referia justamente à visão antiga que ele tinha do “sexo no casamento”. O apresentador desconhecia a reflexão a dimensão unitiva do sexo na vida do casal.

“Em outro momento da entrevista o senhor afirmou que não “conseguia” celebrar a missa todos os dias? Não lhe parece estranho, e prejudicial, que a sua “agenda” não permita que o senhor celebre todos os dias a Eucaristia? Qual deve ser o centro da vida do sacerdote: o altar ou o palco? E quanto ao breviário? A sua “agenda” permite que o senhor o reze diariamente (considerando que não fazê-lo é pecado grave para o sacerdote)?”

Gustavo, quanto ao zelo que tenho pela minha vida de padre, gostaria de lhe tranqüilizar. Não sou um aventureiro. Sou um homem responsável, e se tem uma coisa que não perco de vista é a maturidade humana. Se me conhecesse, talvez não incorreria no julgamento velado de suas palavras.

Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos. Busco cumprir todas as obrigações que a Igreja me pede, mas não coloco nisso a certeza da minha salvação. Não sou rubricista, nem pretendo me tornar. A Igreja nos recomenda muitas coisas. Lutamos para cumprir tudo. O que não conseguimos, deixamos nas mãos de Deus. Só Ele poderá nos julgar.

“Depois veio a pergunta: “o senhor teve experiências sexuais antes de ser padre?” Creio um homem que consagrou (frise-se o termo: consagrou) sua sexualidade a Deus não deveria expor sua intimidade diante do público. Mas, já que a pergunta indecorosa foi feita, a resposta que esperei foi algo no sentido de fazer o interlocutor entender que aquela questão era de ordem privada; que não convinha ser tratada em público. Em resumo: algo como “não é da sua conta!”. Porém, que fez o senhor? Respondeu que teve, sim, experiências sexuais precedentes, mas “às escondidas”! Caro Pe. Fábio, o senhor acha que convém dar uma resposta deste tipo? Isso não induziria as pessoas a pensar que não existem padres castos (considerando que muitos confundem castidade com virgindade)? Isso não estimularia as pessoas a crer na falácia segundo a qual todo jovem já teve, tem ou deve ter experiências sexuais que precedam a sua decisão vocacional?”

Gustavo, a vida é o testemunho que temos.  Não tenho dificuldade alguma de responder às perguntas que me expõem como homem. Não fiquei padre por acaso. Tenho uma história e dela não fujo.  São Paulo não fez o mesmo? Leia as cartas que ele escreveu. Ele sempre fez referência à vida vivida. Em nenhum momento se esquivou de contar sua história, mas fez dela um instrumental para orientar e sugerir vida nova em Cristo. Não gosto da expressão “não é da sua conta”. Se eu me disponho a ser entrevistado por alguém, tenho que saber que a minha vida será a pauta. Só não admitiria o desrespeito, mas isso não ocorreu. Não vou mentir para o povo. Nas minhas pregações eu falo o tempo todo da minha vida.  Não quero bancar o santo. Eu quero é ser santo.

“O senhor comentou, ainda, que “para a gente ser padre, a gente tem que ter amado na vida. É impossível (grifos meus) fazer uma opção pelo celibato, pela vida consagrada, se eu não tiver tido uma experiência de amar alguém de verdade”. O senhor acha, realmente, que o homem que nunca amou uma mulher não sabe amar? Baseado em que o senhor diz isso? Que dizer então do meu pároco que, tendo ido para o seminário aos 11 anos, nunca namorou? Ele é menos feliz por causa disso? Menos decidido pelo sacerdócio? Não creio que isso proceda.”

Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras.  Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço.  Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.

O que se viu nessa malfadada entrevista à rede globo foi a apresentação de um comunicador, um cantor, um filósofo, um homem qualquer. Pudemos enxergar Fábio de Melo. E só. O padre passou desapercebidamente. De comunicadores, cantores e filósofos, já basta: nós os temos em número suficiente! Precisamos de padres! Padres que são, sim, homens por natureza; mas que tiveram sua dignidade elevada pelo caráter impresso no sacramento da Ordem. Homens que não são “como quaisquer outros” porque receberam a graça e a missão de agir in persona Christi. Temos carência de ver padres que ajam, falem e – até mesmo – se vistam, em conformidade com a sua dignidade sacerdotal.”

Gustavo, se os seus olhos me enxergaram como um “homem qualquer”,perdoe-me. Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos. Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.  Tenho consciência que ninguém precisa ser unanimidade. O que sei é que na Igreja de Cristo há um lugar para um padre com o meu perfil. Eu vejo a obra que Deus tem realizado na minha vida e na vida de tantas pessoas que se identificam com meu trabalho.

Meu filho, eu tenho encontrado pela vida as dores do mundo, e com elas tenho me ocupado. Demorei responder a sua carta justamente por isso. Tenho gastado o meu sangue nesta proeza de ser e agir “ in persona Christi”. Não tenho outro objetivo senão tentar atualizar a presença de Jesus na vida das pessoas.  Eu o faço como posso. Evangelizo a partir da teologia que amo, mas também a partir da experiência que me guia. Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.

O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome. Adentrei a morada de Deus assim, na condição de homem qualquer, mas o surpreendente é que Ele não me recebeu como homem qualquer. Recebeu-me com festa, com carinho, com misericórdia, pois é capaz de me enxergar para além de minha aparência. É isso que tenho feito, meu caro. Tenho me esmerado para convencer as pessoas de que o mesmo pode acontecer com elas.
Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.

“Creio que muitos destes desdobramentos que eu estou expondo não foram sequer imaginados pelo senhor no momento em que concedeu a entrevista, e enquanto respondia às perguntas. Contudo, o ônus de quem se expõe à opinião pública é, exatamente, suportar os possíveis mal-entendidos que se geram quando as palavras são compreendidas de modo diverso da intenção e da mentalidade de quem as proferiu.  Espero que tudo que eu falei aqui tenha sido realmente um grande mal-entendido… Sempre cabe, contudo, esclarecer os desentendimentos mais graves que possam prejudicar não só a sua imagem, mas a da Igreja como um todo. Um ensino errado pode levar uma alma à perdição.”

Querido Gustavo, como professor de Hermenêutica eu não tenho dificuldade com os que pensam diferente de mim. Não é nenhum crime termos diferenças. O problema é quando nós fazemos da diferença um motivo de  pré julgamento e acusação.

“Perdoe-me, sinceramente, a franqueza e, talvez, a dureza em alguns momentos. Mas eu precisava lhe expor as minhas dúvidas, impressões e inquietudes com relação a essa entrevista. Se o senhor se dignar me responder esta carta, ainda que de modo breve, sucinto, ficaria imensamente grato. Despeço-me rogando mais uma vez a sua bênção e garantindo-lhe as minhas orações em favor de seu sacerdócio e de sua alma.
Gustavo Souza,
Indigno filho da Santa Igreja Católica”

Perdôo, é claro que perdôo, afinal, este o meu ofício. Como padre eu sou ministro da reconciliação. Confesso que a ira de seus seguidores, blogueiros que acompanham os seus escritos, me feriu muito mais que suas indignações. E é sobre isso gostaria de dizer, ao final desta resposta.  Não sei quem é você.  Vi a sua foto, aquela em que você diz estar embriagado de Coca Cola, e nada mais. O pouco que sei de você está revelado nos textos do seu blog.  Tenho acompanhado seus constantes combates, esforços para diminuir as heresias e afrontas à Igreja. Admiro o seu zelo. Ele expressa o amor que você tem a Deus. Mas confesso que sinto falta de “misericórdia” em suas falas, meu caro.

Gustavo, não faça do seu amor à Igreja um obstáculo ao seu amor pelos mais fracos, pelos diferentes. Defenda tudo o que quiser defender, mas não permita que o seu discurso seja causa de contenda e inimizades. Há sempre um jeito de discordar sem precisar ofender. A ofensa faz crescer o que é diabólico.

Cuidado com as generalizações. Você tem combatido as CEBS. Cuidado. Há muita gente honesta nestes movimentos. Eu as conheço. Vi de perto o trabalho frutuoso, espiritual, humano, salvação total acontecendo em muitos lugares deste grande Brasil. Vi nomes sendo citados de forma banal, irresponsável.   Irmã Dorothy Stang morreu defendendo o evangelho, meu filho. Gostando você, ou não, ela é foi uma mulher comprometida com as causas de Jesus. É muito triste ver o nome dela citado no seu espaço, como se fosse uma “mulher qualquer”. Chico Mendes foi um homem que defendeu questões nobres. Só por isso já merece o nosso respeito. Frei Beto é um homem fabuloso. Já fez muita gente se aproximar de Deus, por meio de sua inteligência e sabedoria aguçada.

Não limite o seu blog a um lugar de combates. Que seja um lugar de discussões, mas que sejam feitas à luz do princípio fundamental que o evangelho nos sugere: o amor ágape.

Gustavo, aproxime-se cada vez mais do Coração de Jesus. Ele é a interpretação da verdade que tanto buscamos compreender. Deus está inteiro em Jesus. O grande desafio da conversão é aproximar a nossa humanidade de sua divindade.

Do Adão que há em nós ao Cristo que nos foi oferecido.  Mesmo estando em estágios diferentes, uns mais à frente, outros mais atrasados, não importa. O importante é que saibamos ir juntos.  Nossa salvação depende disso. Uma coisa é certa, meu caro. Todos nós estamos desejosos de acertar. Sigamos juntos nesta busca.

Com meu carinho e benção,

Pe. Fabio de Melo.

Querido Gustavo,

Respondo, finalmente, as questões que me foram apresentadas por você.  Se puder, publique a resposta em seu blog.  Resolvi recortar as questões e respondê-las uma a uma.

“Uma das suas primeiras assertivas, que a mim causou muito espanto e preocupação, foi a de que “precisamos nos despir dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema”. De fato, “donos” da verdade nós não somos. Mas nós a conhecemos! A Verdade é Cristo, e não há outra”.

Gustavo, a Teologia nos ensina que a Plenitude da Revelação é Cristo, mas esta plenitude não significa esgotamento da verdade.  Os desdobramentos desta verdade estão em todos os lugares do mundo. Deus continua se revelando. Plenitude não significa finalização.
O que sabemos do Cristo é processual. É assim que o Espírito Santo trabalha na vida da Igreja. A Teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois é verdade santa. Tudo o que é santo, movimenta, porque é vivo. O que alimentou o passado precisa continuar alimentando o presente, e o futuro. Não significa modificar a verdade, mas sim, à luz do Espírito e da autoridade da Igreja, buscar a interpretação que favoreça o conhecimento da verdade que o dogma resguarda. Este exercício eclesial manifesta ao mundo o zelo pela verdade que nos foi confiado cuidar e administrar.
Deus continua se revelando ao mundo. O limite da Revelação é a inteligência humana. Nós o vitimamos constantemente com nossas reflexões, mas mesmo assim, Ele não deixa de se manifestar. Onde houver uma brecha, lá Deus acontecerá. Não podemos nos esquecer que a salvação é oferecida a todos. É interesse amoroso de Deus que a humanidade o conheça.
Nós, enquanto proprietários desta verdade que é Jesus, cuidamos do que recebemos. O cuidado da verdade recebida está sustentado sobre dois pilares. Anúncio e Reconhecimento. Nós anunciamos o Cristo. Nisso consiste a ação evangelizadora da Igreja. Mas nós também reconhecemos a sua presença, indícios do sagrado, em outras religiões. Como reconhecemos? Através dos frutos que produzem.
O amor que temos ao Cristo deve ser suficiente para que saibamos respeitar tudo o que é cristão, mesmo que as pessoas não se reconheçam cristãs. É dialética, meu caro.  É a tensão escatológica que também esbarra na hermenêutica cristã. Já, mas ainda não. É neste ainda não que nos abrimos com humildade para compreender que outras religiões também vivem e perseguem os rastros do sagrado, e que mesmo oculto, lá o Cristo já está sendo vivido. É uma questão de tempo.
Recordo-me de uma frase muito sábia, que um grande professor jesuíta costumava repetir em nossas aulas de mestrado. Ele dizia: “todo mundo tem o direito de viver o seu antigo testamento.” A administração desta verdade só pode ser responsável, à medida que reconhecemos que ela já ultrapassou os limites dos muros, que estão sob nossa custódia.

“E como explicar que, ao falar da condição adâmica do homem, o senhor tenha adotado a interpretação modernista segundo a qual a historicidade das escrituras fica reduzida ao nível das histórias da carochinha?! Dizer que Adão é uma imagem simbólica, metafórica, “fabulesca”, não faz parte da Doutrina Católica! O fato de a linguagem empregada no livro de Gênesis ser recheada de simbolismo não elimina o fato de que os acontecimentos nele narrados tenham se dado no tempo e no espaço tal como foram escritos. A interpretação literal complementa e enriquece a hermenêutica que se pode fazer a partir dos símbolos. Não é assim que ensina a Igreja?”

Não, não é isso que ensina a Igreja. Se você freqüentasse os meios teológicos saberia muito bem que a linguagem metafórica nem sempre está a serviço de um fato concreto, pontuado no tempo e no espaço. Por isso é metáfora.
A linguagem metafórica não é mentirosa. Sou professor universitário e ensinei Antropologia Teológica. É uma clareza que não posso perder de vista. Ao falar da condição adâmica nós precisamos pensar na humanidade como um todo. Não temos a certidão de nascimento de Adão. O que temos é a fé de que Deus criou a humanidade. Não posso pontuar a existência do primeiro homem. A sagrada escritura só que nos ensinar que somos filhos Dele.
Gustavo, toda a Antropologia teológica é construída na perspectiva da Cristologia. A narração das origens está diretamente ligada ao evento crístico. A Teologia da Criação não é uma ciência exata. O que precisa ser assegurado é o fato de que Deus é o criador do Universo. A maneira como tudo isso se deu é metáfora. Isso não significa meia verdade, nem tampouco conto da carochinha. O que não pode ser relativizado é a entrada de Jesus na história.
Há um destino Crístico que nos foi oferecido (Soteriologia).  Jesus é histórico. Está situado no tempo e no espaço. Isso sim é fundamental para a fé. Quando a Sagrada Escritura narra o nascimento do primeiro homem, o grande objetivo não é pontuar o início da vida humana, mesmo porque o escritor sagrado não escrevia com essa finalidade. Volto a dizer. A exegese nos ensina que o escrito tem como principal objetivo salvaguardar que o princípio de todas as realidades criadas está em Deus (Criacionismo). É por isso que a fé não se opõe à ciência no que diz respeito à evolução (Evolucionismo). É simples. O primeiro homem criado não pode ter tido a experiência que a sagrada escritura relata. Ou você pode desconsiderar todos os conhecimentos a respeito da origem do ser humano?
Gustavo, a fé não é um conjunto de certezas, meu caro. Não temos provas concretas para muitos aspectos da fé que professamos. Se as tivéssemos não precisaríamos ter fé. Acreditamos no que não vemos. Nem por isso é “conto da carochinha”, como você sugere.
Não sei se você a conhece, mas se não conhecer, sugiro que tenha contato com a obra do americano Joseph Campbell, que de maneira brilhante e pertinente, fez uma análise da linguagem mitológica nas culturas. Na primeira parte da obra “O poder do mito”, ele fala justamente deste grande equívoco que costuma ser muito comum entre as pessoas que não transcendem a linguagem. Campbell é uma das maiores autoridades no campo da mitologia, pois faz uma abordagem semiótica destas narrações. O mito não é uma mentira, mas também não precisa ser verdade, diz ele. O importante é a fé que ele sugere. O importante é reconhecer que ele está a serviço de uma verdade superior, porque não cabe no tempo. Foi mais ou menos isso que desejou Guimarães Rosa, ao escrever o conto “ A terceira margem do rio”. Onde fica a terceira margem?
O mesmo não se dá com as nossas convicções religiosas? O discurso religioso é o discurso da terceira margem. Guimarães Rosa compreendeu bem esta linguagem. E nós precisamos compreendê-la também.

“Depois o senhor falou que durante muito tempo “nós (subentenda-se: Igreja) fomos omissos”. Parece-me que essa omissão se referia às questões ecológicas. Pelo amor de Deus, padre! A missão da Igreja é salvar a Amazônia ou salvar as almas? Que conversa é essa de “cristificação do universo ”? Por que dar atenção a isso quando tantas almas se perdem na imoralidade, na heresia, na inércia espiritual?”

Gustavo, sua visão soteriológica é muito estreita. Salvar almas, somente? Essa visão compartimentada do ser humano é herética. Precisamos salvar a totalidade do humano, meu caro. Esqueceu o postulado fundamental da Antropologia cristã? Somos corpo e alma. Unidade. É só ler Tomás de Aquino, Santo Agostinho.
Fazer uma pregação desencarnada? A alma que quero salvar tem corpo, sente frio, tem fome, medo. A alma que quero salvar está num corpo que morre antes da hora, porque sofre as conseqüências de um meio ambiente marcado pelo pecado da omissão.
Se você fala da inércia espiritual, a Igreja fala da inércia espiritual e corporal. Cuidar do mundo é dar continuidade ao milagre da criação. Somos “co-criadores”. Deus continua criando, e nós correspondemos com a experiência do cuidado. Criar é atributo divino, mas cuidar é atributo humano. A horizontalidade da fé é real, concreta. Isso é Teologia da Criação. Está nos livros fundamentais, no catecismo da Igreja e também nos ensaios teológicos mais arrojados.
Quanto à  essa conversa de “Cristificação do universo”, que você pareceu banalizar, fazer menor, é apenas uma interpretação belíssima da presença de Cristo no mundo, tomando posse de todos os lugares, mediante o movimento sacramental que Igreja celebra e propaga.
Todos os sacramentos que a Igreja celebra nos cristificam. O nosso comprometimento com o Cristo, mediante o processo de conversão, nos cristifica. O gesto de caridade nos cristifica. A oração nos cristifica. Ser cristão é ao Cristo estar configurado. É boba essa conversa?

“Em seguida, veio aquela colocação, esdrúxula e totalmente “non sense”, de que a Igreja – que se considerava barca de Pedro – após o Concílio Vaticano II passou a se enxergar como Povo de Deus. Devo informar-lhe que a Igreja permanece sendo barca de Pedro, e o povo de Deus é – por assim dizer – a tripulação desta barca. Onde é que houve mudança na compreensão da eclesiologia”?

A colocação esdrúxula não tem outro objetivo senão ensinar a busca que a Igreja tem feito de ser “Católica”. Você bem sabe que o significado de ser católica é ser “universal”.  A expressão “barca de Pedro” não foi banida, Gustavo. Eu falei de superação conceitual. O problema não é a expressão, mas a interpretação que podemos fazer dela. É uma questão hermenêutica. A expressão “Povo de Deus” sugere a universalidade que a Igreja quer e precisa ter.  O concílio Vaticano II compreendeu assim. É orientação da Igreja. Eu não inventei isso. Toda essa aversão que você tem ao Ecumenismo expõe uma fragilidade na sua reflexão. Não é bla, bla, bla, como você costuma dizer. A Igreja trata com muito cuidado esta questão, pois sabe que as questões religiosas estão sendo causas de muito conflito no mundo. Banalizar a dimensão ecumênica da Igreja é, no mínimo, irresponsável.
Há uma vasta literatura na área da Eclesiologia refletindo sobre esse tema. Sugiro que você a conheça. Só vai lhe enriquecer.
Meu filho, o importante é a gente não esquecer, que mesmo estando na barca de Pedro, é sempre cordial e cristão, acenarmos com carinho e respeito aos que estão em barcas diferentes. As grandes guerras atuais são movidas por essa incapacidade de aceno.

“Entre as críticas feitas pelos blogueiros, salientava-se a sua posição – no mínimo, omissa – quando o apresentador Jô Soares comentou que achava um absurdo que a Igreja considerasse que o matrimônio servia apenas à procriação. Pergunto: por que o senhor não afirmou, como ensina a Igreja, que o matrimônio tem duas finalidades: a unitiva e a procriativa? Por que não disse que , sim, o amor dos esposos importa e ele é – ou, pelo menos, deve ser – expresso pela unidade (de pensamento e de vontade) que os cônjuges demonstram em todas e cada uma de suas ações? Era tão simples desfazer a argumentação errônea do entrevistador e, ao mesmo tempo, aproveitar para instruir as pessoas segundo a Sã Doutrina!”

Concordo com você. Eu errei ao não ter usado os termos técnicos. Quis levar a discussão através de outros recursos e acabei não sendo claro como deveria.

Pior que não ter ensinado no momento oportuno, foi o senhor afirmar que “o nosso discurso já mudou”! Diga-me, Pe. Fábio, acaso a doutrina imutável da Igreja perdeu a sua imutabilidade? O senhor crê, convictamente, que a Igreja está, dia após dia, se amoldando à mentalidade atual? Não seria missão da Esposa de Cristo formar na sociedade uma mentalidade cristã, isto é, fomentar um novo modo de pensar e de viver que esteja impregnado do perfume de Cristo? Ou é o contrário: o mundo é que deve catequizar a Igreja?”

Não, não é a Igreja que precisa ser moldada aos formatos do mundo. Em nenhum momento alguém me viu pregar sobre isso. Quando eu disse que o discurso já mudou, eu me referia justamente à visão antiga que ele tinha do “sexo no casamento”. O apresentador desconhecia a reflexão a dimensão unitiva do sexo na vida do casal.

“Em outro momento da entrevista o senhor afirmou que não “conseguia” celebrar a missa todos os dias? Não lhe parece estranho, e prejudicial, que a sua “agenda” não permita que o senhor celebre todos os dias a Eucaristia? Qual deve ser o centro da vida do sacerdote: o altar ou o palco? E quanto ao breviário? A sua “agenda” permite que o senhor o reze diariamente (considerando que não fazê-lo é pecado grave para o sacerdote)?”

Gustavo, quanto ao zelo que tenho pela minha vida de padre, gostaria de lhe tranqüilizar. Não sou um aventureiro. Sou um homem responsável, e se tem uma coisa que não perco de vista é a maturidade humana. Se me conhecesse, talvez não incorreria no julgamento velado de suas palavras.
Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos. Busco cumprir todas as obrigações que a Igreja me pede, mas não coloco nisso a certeza da minha salvação. Não sou rubricista, nem pretendo me tornar. A Igreja nos recomenda muitas coisas. Lutamos para cumprir tudo. O que não conseguimos, deixamos nas mãos de Deus. Só Ele poderá nos julgar.

“Depois veio a pergunta: “o senhor teve experiências sexuais antes de ser padre?” Creio um homem que consagrou (frise-se o termo: consagrou) sua sexualidade a Deus não deveria expor sua intimidade diante do público. Mas, já que a pergunta indecorosa foi feita, a resposta que esperei foi algo no sentido de fazer o interlocutor entender que aquela questão era de ordem privada; que não convinha ser tratada em público. Em resumo: algo como “não é da sua conta!”. Porém, que fez o senhor? Respondeu que teve, sim, experiências sexuais precedentes, mas “às escondidas”! Caro Pe. Fábio, o senhor acha que convém dar uma resposta deste tipo? Isso não induziria as pessoas a pensar que não existem padres castos (considerando que muitos confundem castidade com virgindade)? Isso não estimularia as pessoas a crer na falácia segundo a qual todo jovem já teve, tem ou deve ter experiências sexuais que precedam a sua decisão vocacional?”

Gustavo, a vida é o testemunho que temos.  Não tenho dificuldade alguma de responder às perguntas que me expõem como homem. Não fiquei padre por acaso. Tenho uma história e dela não fujo.  São Paulo não fez o mesmo? Leia as cartas que ele escreveu. Ele sempre fez referência à vida vivida. Em nenhum momento se esquivou de contar sua história, mas fez dela um instrumental para orientar e sugerir vida nova em Cristo. Não gosto da expressão “não é da sua conta”. Se eu me disponho a ser entrevistado por alguém, tenho que saber que a minha vida será a pauta. Só não admitiria o desrespeito, mas isso não ocorreu. Não vou mentir para o povo. Nas minhas pregações eu falo o tempo todo da minha vida.  Não quero bancar o santo. Eu quero é ser santo.

“O senhor comentou, ainda, que “para a gente ser padre, a gente tem que ter amado na vida. É impossível (grifos meus) fazer uma opção pelo celibato, pela vida consagrada, se eu não tiver tido uma experiência de amar alguém de verdade”. O senhor acha, realmente, que o homem que nunca amou uma mulher não sabe amar? Baseado em que o senhor diz isso? Que dizer então do meu pároco que, tendo ido para o seminário aos 11 anos, nunca namorou? Ele é menos feliz por causa disso? Menos decidido pelo sacerdócio? Não creio que isso proceda.”

Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras.  Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço.  Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.

O que se viu nessa malfadada entrevista à rede globo foi a apresentação de um comunicador, um cantor, um filósofo, um homem qualquer. Pudemos enxergar Fábio de Melo. E só. O padre passou desapercebidamente. De comunicadores, cantores e filósofos, já basta: nós os temos em número suficiente! Precisamos de padres! Padres que são, sim, homens por natureza; mas que tiveram sua dignidade elevada pelo caráter impresso no sacramento da Ordem. Homens que não são “como quaisquer outros” porque receberam a graça e a missão de agir in persona Christi. Temos carência de ver padres que ajam, falem e – até mesmo – se vistam, em conformidade com a sua dignidade sacerdotal.”

Gustavo, se os seus olhos me enxergaram como um “homem qualquer”,perdoe-me. Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos. Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.  Tenho consciência que ninguém precisa ser unanimidade. O que sei é que na Igreja de Cristo há um lugar para um padre com o meu perfil. Eu vejo a obra que Deus tem realizado na minha vida e na vida de tantas pessoas que se identificam com meu trabalho.
Meu filho, eu tenho encontrado pela vida as dores do mundo, e com elas tenho me ocupado. Demorei responder a sua carta justamente por isso. Tenho gastado o meu sangue nesta proeza de ser e agir “ in persona Christi”. Não tenho outro objetivo senão tentar atualizar a presença de Jesus na vida das pessoas.  Eu o faço como posso. Evangelizo a partir da teologia que amo, mas também a partir da experiência que me guia. Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.
O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome. Adentrei a morada de Deus assim, na condição de homem qualquer, mas o surpreendente é que Ele não me recebeu como homem qualquer. Recebeu-me com festa, com carinho, com misericórdia, pois é capaz de me enxergar para além de minha aparência. É isso que tenho feito, meu caro. Tenho me esmerado para convencer as pessoas de que o mesmo pode acontecer com elas.
Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.

“Creio que muitos destes desdobramentos que eu estou expondo não foram sequer imaginados pelo senhor no momento em que concedeu a entrevista, e enquanto respondia às perguntas. Contudo, o ônus de quem se expõe à opinião pública é, exatamente, suportar os possíveis mal-entendidos que se geram quando as palavras são compreendidas de modo diverso da intenção e da mentalidade de quem as proferiu.  Espero que tudo que eu falei aqui tenha sido realmente um grande mal-entendido… Sempre cabe, contudo, esclarecer os desentendimentos mais graves que possam prejudicar não só a sua imagem, mas a da Igreja como um todo. Um ensino errado pode levar uma alma à perdição.”

Querido Gustavo, como professor de Hermenêutica eu não tenho dificuldade com os que pensam diferente de mim. Não é nenhum crime termos diferenças. O problema é quando nós fazemos da diferença um motivo de  pré julgamento e acusação.

“Perdoe-me, sinceramente, a franqueza e, talvez, a dureza em alguns momentos. Mas eu precisava lhe expor as minhas dúvidas, impressões e inquietudes com relação a essa entrevista. Se o senhor se dignar me responder esta carta, ainda que de modo breve, sucinto, ficaria imensamente grato. Despeço-me rogando mais uma vez a sua bênção e garantindo-lhe as minhas orações em favor de seu sacerdócio e de sua alma.
Gustavo Souza,
Indigno filho da Santa Igreja Católica”

Perdôo, é claro que perdôo, afinal, este o meu ofício. Como padre eu sou ministro da reconciliação. Confesso que a ira de seus seguidores, blogueiros que acompanham os seus escritos, me feriu muito mais que suas indignações. E é sobre isso gostaria de dizer, ao final desta resposta.  Não sei quem é você.  Vi a sua foto, aquela em que você diz estar embriagado de Coca Cola, e nada mais. O pouco que sei de você está revelado nos textos do seu blog.  Tenho acompanhado seus constantes combates, esforços para diminuir as heresias e afrontas à Igreja. Admiro o seu zelo. Ele expressa o amor que você tem a Deus. Mas confesso que sinto falta de “misericórdia” em suas falas, meu caro.
Gustavo, não faça do seu amor à Igreja um obstáculo ao seu amor pelos mais fracos, pelos diferentes. Defenda tudo o que quiser defender, mas não permita que o seu discurso seja causa de contenda e inimizades. Há sempre um jeito de discordar sem precisar ofender. A ofensa faz crescer o que é diabólico.
Cuidado com as generalizações. Você tem combatido as CEBS. Cuidado. Há muita gente honesta nestes movimentos. Eu as conheço. Vi de perto o trabalho frutuoso, espiritual, humano, salvação total acontecendo em muitos lugares deste grande Brasil. Vi nomes sendo citados de forma banal, irresponsável. irmã Dorothy Stang morreu defendendo o evangelho, meu filho. Gostando você, ou não, ela é foi uma mulher comprometida com as causas de Jesus. É muito triste ver o nome dela citado no seu espaço, como se fosse uma “mulher qualquer”. Chico Mendes foi um homem que defendeu questões nobres. Só por isso já merece o nosso respeito. Frei Beto é um homem fabuloso. Já fez muita gente se aproximar de Deus, por meio de sua inteligência e sabedoria aguçada.
Não limite o seu blog a um lugar de combates. Que seja um lugar de discussões, mas que sejam feitas à luz do princípio fundamental que o evangelho nos sugere: o amor ágape.
Gustavo aproxime-se cada vez mais do Coração de Jesus. Ele é a interpretação da verdade que tanto buscamos compreender. Deus está inteiro em Jesus. O grande desafio da conversão é aproximar a nossa humanidade de sua divindade.
Do Adão que há em nós ao Cristo que nos foi oferecido.  Mesmo estando em estágios diferentes, uns mais à frente, outros mais atrasados, não importa. O importante é que saibamos ir juntos.  Nossa salvação depende disso. Uma coisa é certa, meu caro. Todos nós estamos desejosos de acertar. Sigamos juntos nesta busca.
Com meu carinho e benção,
Pe. Fabio de Melo.

25 Respostas

  1. SÓ QUERIA DIZER POUCO. AS COISAS QUE SE FAZEM FORA DO CONTEXTO DA BÍBLIA SAGRADA DE DEUS PAI
    PENSO QUE NÃO SER ESMIUÇADAS MAS LIDAS, ESTUDADAS E ACEITES OU NÃO, MAS NUNCA SEREM MOTIVO DE ARREMESSO DE PEDRAS A QUEM QUER QUE SEJA E PELO QUE QUER QUE SEJA. DEUS É QUE NOS JULGARÁ E PODEREI AQUÍ DIZER QUE TODOS TEMOS TELHADOS DE VIDRO? NÃO NOS DIVIDAMOS, UNAMO-NOS PELO AMOR, FRATERNIDADE, PELA PAZ E NÃO PELAS GUERRAS QUE OS FILHOS DE DEUS ORIGINAM. ÁMEN.

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  2. Greeeeeeeeat Blog Love the Infomation you have provided me .

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  3. Padre Fabio como o senhor diz: Naõ importa o que os outros pensem de mim, mas sim o que DEUS sabe a meu respeito. Que sua vida seja cada vez mais iluminada.
    Sua Bênção…..

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  4. […] Um Raio co…Cristiane Luciano da… on Ruah ! O Vento do Espírit…celia on Resposta de Padre Fábio de…Thece Jeri on Um encontro com o Senhor …A Cultura de Penteco… on Orações ao […]

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  5. PE. FABIO, O GUSTAVO ESTÁ MUITO PREOCUPADO COM OS FRUTOS Q. TEM DADO EM SEU TRABALHO ,
    VAMOS DEISXA-LO FALAR……………………….. , O SR. TEM TANTAS COISAS PRA PENSAR , COMPROMISSOS, SUA SAUDE SEU TRABALHO É JA UMA UMA GRANDE BATALHA ; SUA SAUDE.
    JESUS É NOSSO ADVOGADO .F.C.D.

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  6. Padre Fabio continue sendo este evangelizador não mude. O senhor esta sendo uma benção na vida de meu filho com suas palestras que ele acompanha pela canção nova e as que ele fica procurando na internet e as canções ele graças a Deus atraves destas palestras ele esta participando do grupo Maranata e esta deixando o vicio da droga e tenho certeza que tem muitas outras pessoas que atraves da sua evangelização estão voltando a se erguer, muito obrigada por o senhor existir, continue a ser esse evangelizador sabio que sabe tocar com palavras sabias.
    Sua Benção fique com Deus . Há foi lindo em Mangaratiba RJ eu estava lá.

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  7. bom dia padre fabio , tudo bem com o senhor ?
    saiba que esses comentarios , seus problemas , suas tristezas , sua angutia , nada disso é maior que deus e nao a nada a temer pois deus esta sempre conosco . deus conta conosco entao vamos contar com ele tanbem . se esses comentarios maldodos foi um sofrimento para vc , perode ! pois todos os sofrimentos que deus nos da , é para que nos aprendemos a ser hulmildes , nao de bens materiais mas sim de espirito !
    que deus lhe abençoe os anjos te protejam e SALVE MARIA !
    caridosamente :ana vitoria

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  8. O meu comentário não é uma crítica ao trabalho do Padre, disse e repito acompanho o seu trabalho nos meios de comunicações e até fui num de seus shows. O que digo é o perigo do glomour. Da sofisticação em exagero. De levar as pessoas a seguir o padre, não o Cristo que ele representa. Esse glamour, oloforte, assedio. Não que o padre tem culpa nisso, já ouvi ele pedir para que as pessoas se comporte de acordo com aquilo que ele representa. Mas é impossível que isso aconteça. Deveria ter um jeito. Acredito que o jovem rico, olhou para Jesus e imaginou um pop starda época, e quiz seguí-lo, talvez até mesmo imitá-lo. Quantos jovem por esse Brasil a fora não despertam a vontade de ser um padre pop, se espelhando no padre Fábio, as vezes mesmo sem vocação. Tenho certeza que ele deve arientá-lo assim como Jesus orientou o “jovem rico”. Vender todo o seu bem e dar aos pobres. Quais são esses bens? Não é nem preciso especificá-los.Nem sei porque estou postando esse comentário, mas queria entender como cristão, como é evangelizar de acordo com Mt 10,5-10, nos dias de hoje. Grato por me responder. PAZ DE CRISTO.

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    • RESPOSTA:

      Temos que ver os pontos positivos e não os negativos.

      Pelo fato de ser Padre.

      Padre Fábio não é o único Padre da face da terra, existem muitos padres que nexecutam suas funções normalmente e ninguém os valoriza e nem sequer os procura para confessar seus pecados e buscar uma vida nova.

      Muitos nem sequer vão a Igreja e nem sabe o que significa ser Padre.

      Padre Fábio é um Padre diferente, ele é aquele que leva uma primeira visão de Jesus ao mundo, apenas um flash, se alguém gostar e quiser conhecer melhor esta Igreja e este Jesus ele terá que se aproximar, porque a visão de longe é mesmo deficiênte.

      Esta era a função dos milagres que Jesus fazia, era como uma propaganda a distância para que as pesoas viessem ao encontro do Mestre, tem muita gente que difunde por aí que Deus não faz mais milagres e que o Espírito Santo não concede Dons aos homens, “Pura Balela”, mas se os homens de hoje não se abrem mais aos dons de curar, profetizar, falar em línguas, pelo menos se abrem ao Dom de cantar e fazer show r estes shows se tornaram a melhor maneira de atrair novatos para a Igreja, se tornou a melhor maneira de falar de Deus em uma quadra de samba onde as pessoas jamais foram a uma Igreja, se tronou uma maneira de levar Jesus ao publico das madrugadas no programa do Jó Soares e dos dorminhocos de sofá do p´rograma do Faustão e ainda muita gente reclama deste trabalho árduo.

      Enquanto ele anuncia, faz a primeira entrada, nós deveríamos encaminhar as pessoas que se interessam por Jesus para ir a Igreja depois de um show.

      Padre fábio seria apenas a ponta da lança, aquela que vence a primeira barreira mais resistente, depóis o resto da lança entra mais facilmente, no caso a mensagem de Jesus pode penetrar no coração das pessoas mais facilmente, neste caso ele faz a parte dele e nós estamos fazendo a nossa ?

      VAMOS EVANGELIZAR O MUNDO !!!!!

      Paz de Cristo.

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      • Bom dia…
        Meu irmão, pelo contrário, devemos fazer uma retrospectiva daquilo que fizemos e verificar se o que fizemos poderia ser melhor… Em minhas pregações tento sempre observar o que poderia sair melhor… não o conteúdo, pois este vem de Deus, mas aquilo que é do humano, por exemplo, minha postura, minha dicção, movimento das mãos, do corpo, ou seja, o que um pregador deve fazer para que a palavra do Senhor apareça de forma clara e concisa… Devemos, sim, tentar fazer com que o que fazemos sempre seja melhor… pois é para Deus… Por isso, penso que em sua evangelização que é d+, mostrar o homem sacerdote por completo (a roupa não faz o sacerdote, mas mostra CLARAMENTE quem ele é) ajudaria muito mais… O ser humano precisa de heróis, e talvez não tenhamos tantos padres por não tê-los visto agir com tanta heroicidade assim, em suas ações e super roupas… vc vê a imagem de um homem com cueca por cima da calça (vermelho e azul) e rápidamente sabe que ele é e o que ele vem nos trazer… E ainda sonha em ser como ele, ou agir com seus preceitos…
        Mais uma vez, não é a roupa que faz o homem, mas é através dela que MUITO MAIS pessoas adeririam à causa…
        Paz e Bem!!!

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  9. Padre, as suas respostas aos inimigos de Cristo (anticristos?) são muito esclarecedoras e me deixam com a sensação de que não errei ao passar a admirá-lo, pois em suas palestras ao olhar em seus olhos eu sinto que a verdade está sendo dita, agrade ou não, mas são sinceras.
    Há dois anos atrás ganhei em meu aniversário um CD (vida) que me faz sentir a presença de Deus em minha vida.
    Continue evangelizando através da música, shows ou em qualquer movimento que o Sr. participe pois a sua presença com certeza nos faz sermos pessoas melhores e não perca tempo com os Anti Cristos que insistem em persegui-lo, pois não seremos bons cristão se não formos perseguidos.

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  10. Padre, as suas respostas aos inimigos de Cristo (anticristos?) são muito esclarecedoras e me deixam com a sensação de que não errei ao passar a admirá-lo, pois em suas palestras ao olhar em seus olhos eu sinto que a verdade está sendo dita, agrade ou não, mas são sinceras.
    Há dois anos atrás ganhei em meu aniversário um CD (vida) que me faz sentir a presença de Deus em minha vida.
    Continue evangelizando através da música, shows ou em qualquer movimento que o Sr. participe pois a sua presença com certeza nos faz sermos pessoas melhores e não perca tempo com os Anti Crsitos que insistem em persegui-lo, pis não seremos bons cristão se não formos perseguidos.

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  11. Padre Fabio,deixe que alguns falem,isto faz parte…..continue evangelizando,so nao pode esquecer de pedir ao Espirito Santo para conduzir sua vida,tem q ser forte e sabio e so ele nos da,se nao vier do E.Santo,caira por terra,como diz a escritura.Entao nao temas,tenhas serenidade,humildade,para com todos,com certeza ira cumprir a vontade,o desejo de Nosso Senhor Jesus Cristo(PERSEVERANÇA)Q o E.Santo o Ilumine em toda sua tragetoria.Tudo com Jesus,nada sem Maria!! AMEM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  12. Querido Padre Fábio de Melo,
    Mesmo com esses adversários, NÂO desista de nós. O senhor me aproxima de Jesus, continuamente. Já deixei de pecar muitas vezes por ouvir seus ensinamentos, e sempre tenho um dia produtivo, como ser humano quando lhe escuto no rádio. Nós te adoramos. Que Jesus te dê muita sabedoria nesses momentos onde o inimigo tenta destruir. Mas o amor de Cristo por nós é maior. Um grande abraço.

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  13. Não posso omitir em falar que as falas, as palestra e até mesmo a presença do Padre Fábio, fazem muito bem a muita gente, mas por Deus gostaria de saber como Jesus se apresentasse no meio de nós hoje nesses tempos tão moderno com tanta necessidade de ser visto e admirado e aplaudido por multidões. Olhando para o Cristo que a história nos apresenta podemos ver as multidões que os acompanhavam mas, em um outro sentido. Talvéz está aí um novo jeito da gente pecar, querendo entender as diferencias do Cristo santo, com os Cristos escolhido para levar o evangelho adiante nos dias de hoje. Perdão Senhor pela minha ignorância.
    Nercilio Cambé Pr

    Resposta:

    Caro Nercilio

    Não que eu esteja defendendo o Padre Fábio de Melo de seu estrelismo “Super Star”, mas quem nos torna um “Super Star” é exatamente a maneira de como o povo nos vê e nos trata.

    Quem grita e arranca os cabelos em um Show, seja do Padre Fábio de Melo ou do Fábio Junior, não é o cantor que está no palco e sim as pessoas que o escutam.

    Jesus não cantava, mas atraia multidões e se você me disser que a entrada de Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de o entregarem a morte não foi um ato de uma multidão desvairada que estava adorando um homem que passava pelas ruas, bem se vê que foi a mesma coisa que acontece em um Show com Fábio de Melo.

    É certo que Jesus era o filho de Deus e digno de toda adoração, mas quase ninguém na verdade acreditava nesta história, eles queriam memso era um Rei que enfrentasse o Imperador Romano e os liderasse em uma guerra de libertação, outros estavam ali, somente para fazer algazarra na multidão e nem seguer sabiam o que estava acontecendo.

    Neste caso a culpa não foi de Jesus e no caso do Show, a culpa também não é do Padre e sim do povo, são eles é que são os pecadores, por não saber se comportar diante de um representante de Cristo na terra.

    Eu te garanto, não tem como controlar este povo e eu não acho justo uma pessoa deixar de cantar e falar de Deus só porque seus ouvintes não sabem se comportar em sua presença, afinal de contas se o Padre Fábio não cantar uma música Cristã adentrando em varios lares que nem seguer se interessam por Deus, o tcham e o Bonde do Tigrão irão continuar vendendo horrores, porque ninguém critica este tipo de música e lá no palco as mulheres rebolam sem dó e nem piedade.

    Pense da seguinte maneira, enguanto Padre Fábio está em primeiro lugar nas paradas, ele venderá uma música Cristã para os lares brasileiros tirando assim a oportunidade dos concorrentes de música mundana, neste natal mais uma vez o Padre Fábio irá vender horrores em Cd’s para serem ofertados como presente de Natal, logicamente alguém irá deixar de vender, e assim Deus leva vantagem, não acha ?

    Padre Fábio é um instrumento de Deus para levar o evangelho onde eu não tenho como levar, se o estrelismo o corromperá tornando-o orgulhoso, levando-o a pecar, cair e perder sua Salvação, isto é um problema particular dele e a culpa será nossa que não oramos por ele, para que ele se mantenha fiel e humilde em seu ministério de levar o evamgelho a toda criatura.

    A culpa não será dele e sim de todos aqueles que o criticam ao invés de dobrar os joelhos e interceder para que ele continue derrubando a música mundana e valorizando a música que leva uma mensagem aos corações, pense sim no benefício que as pessoas ganham em se afastar de um show de pornografia para ir em um Show que se fala de Deus.

    Paz de Jesus

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  14. […] Resposta de Padre Fábio de Melo às Críticas da entrevista no Jô Soares. […]

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  15. Fico bobo como ele fala tanta besteira! Esse padre é realmente uma lástima na Igreja Católica. Depois do Concílio Vaticano II, o que devemos esperar agora dos sacerdotes? Isso que acabamos de ver!

    Dominus Vobiscum.

    Salve Maria!

    Resposta:

    Salve Maria Puríssima.

    Sabia que a sua opinião é compartilhada por apenas trezentas pessoas no Brasil e coincidentemente todas as trezentas são Fedelistas.

    Isto é um motim realizado, combinado e insuflado pelo site Montfort, vindo de pessoas que nem seguer aprovam os documentos da Igreja, esta opinião realmente não tem o mínimo valor, porque não passa de papagaios repetindo o que o mestre diz sem saber como e nem porque.

    As besteiras que seu Professor Orlando Fedeli fala e escreve não tem nem cabimento, principalmente o fato de ficar profetizando em nome de Bento XVI e de ficar desmerecendo a ação do Espírito Santo na Igreja Católica.

    Ins Corde Jesu, Semper.

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  16. Querido Pe Fábio de Melo, Paz e Bem!

    Sou monja da Ordem das irmãs pobres de Santa Clara, atualmente sou responsável por uma comunidade missionária na cidade de Araputanga-MT.
    Acabo de ler na integra o texto ao Sr. dirigido pelo Sr.Gustavo.
    Bem acompanho a sua trajetória como homem sacerdote, como me é possível, pois tem algumas coisas do meu estado que não me permite mais.

    Creio que a verdade está onde estamos, é difícil transpor nossos limites, como ser humano que somos, temos que aceitar que somos esses seres limitados, e me parece que esse sr. Gustavo já todo divinizado quedou-se nos limites da palavra. Isso prova Pe. que o sr. como sacerdote da mãe IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA, ainda tem que trabalhar muito, para nos esclarecer que somos “filhos do céu”, e não de um conjunto de leis que Jesus não aboliu, mas levou ao pleno cumprimento. Nos mostre o caminho, a verdade e a vida da Palavra e isso nos basta.
    Quanto ao sr. Gustavo rezemos por ele, é nosso irmão, mas vamos em frente vivendo essa misteriosa e profunda ventura de ser humano, quem sabe um dia conseguiremos alçançar a estatura de Cristo, verdadeiro homem, concebido no seio da virgem mãe, a quem ele mesmo chamou de mulher.

    Grande abraço, e minhas pobres mais continuas preces,

    Abraço Fraterno em Clara e Francisco de Assis,

    Irmã Chiara Letícia, OSC

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  17. Na minha opinião, indiferente do Sr. clodoaldo ser padre ou não, graças a ele, com a resposta do Pe. Fábio de Melo, ele mostrou a obra que nosso DEUS, esta fazendo, monstrando um homem de DEUS, preparado para o que der e vier.
    Pe. continue respondendo os comentarios feito pelos nossos irmãos, monstrando assim, em minha opinião, que a igreja catolica, prega a verdade, o que realmente estar escrito nas escrituras sagradas.
    DEUS, continue fazendo no senhor essa obra, nova, e maravilhosa, também nos passando a verdade de Cristo. DEUS o abençõe!

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  18. padre Fabio,não deixe que comentarios maldosos lhe aflija á alma,esta forma diferente que o senhor prega mostra o verdadeiro sentido cristão,que antes não existia na igreja,suas pregações ,suas musicas tem sido um balsamo para o sofrimento que mim encontro;como creio que Deus é um só em todas as religiões,sou espirita,mais não perco um programa seu,fique com Deus sua irmã em cristo.

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  19. Nossa que absurdo, desde que conheci padre Fabio, comecei a ver a igreja catolica bem diferente, porque ele traz mensagens maravilhosas de amor, luz, esperança, de um ideal, que antes eu nao via nos catolicos, sou espirita, para nós nao há salvação fora da caridade, e o padre Fabio, só faz caridade, ajudando tanta gente a sair de suas misérias interiores falando de amor e compreensão. Amo padre Fabio de Melo, nao ligo para mais nada.

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  20. Um Sacerdote merece todo respeito nosso,principalmente quando segue pelos caminhos da vida evangelizando, não importa se é através da música…quem já teve a oportunidade de olhar o padre Fábio em seus olhos assim como eu tive, só tem a dizer que ele é um enviado do çéu…quando ele nos olha nos olhos, sua alma fica transparente…é um olhar de luz de consolo, passa-nos uma paz tão grande!Ah, padre Fábio!Se o senhor soubesse como nossa vida toma outro rumo apóz nosso encontro!… estou contando as horas para o próximo encontro dia 25 de setembro…Londrina te espera com carinho! Abraços da sempre;Olívia

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  21. Padre, as falas desse tal Gustavo, despertaram em mim uma certa indignação. Como alguém pode ser tão ousado, ao se referir a um sacerdote, alguém que deixou sua casa, sua família para seguir ao Senhor.
    Para mim padre, suas ações, seus escritos, sua literatura, sua vida resumem-se em poucas palavras: “A fé sem obras, é uma fé morta.”
    Por isso, desejo que o senhor siga, evangelizando sempreee. Que o senhor continue percorrendo todos os caminhos levando o nome de Jesus por gesto e ação. Que o senhor, Pe. Fábio de Melo, possa ser, cada vez mais, um evangelho vivo.

    Gostei do Comentário !!!!

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  22. PADRE, SEU TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA TODO O MUNDO.NÃO DÊ OUVIDOS PARA OS COMENTARIOS MALDOSOS QUE ESTE POVO FAZ.TUDO QUE O INIMIGO QUER É ACABAR COM OS PREGADORES DE DEUS PORQUE SÓ ASSIM ELE IRA CONSEGUIR LEVAR O POVO PARA COM ELE. INFELIZMENTE ELE CONSEGUE. NÃO DÊ CORDAS PARA O INIMIGO MOSTRE A ELE QUE DEUS É MAIOR QUE TODOS E O SENHOR É ALVO DO INIMIGO. AGARRE COM AS FORÇAS DE DEUS PORQUE ELE SIM PODE COMENTAR ALGUMA COISA SE HOUVER O QUE COMENTAR.

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  23. bom gostei, mas padre conheça um pouco mais do que esta acontecendo no mundo atual um ex. acesse. http://www.ceifadores.com.br, e va ter com o sr Pedro segundo uma conversa de verdade e veja o que realmente jesus pede nestes ultimos tempos..sera q o sr tem coragem de ir adiante… clodoaldo m. o. sorriso mt.

    Resposta:

    Desculpe-me a curiosidade…
    Por acaso o Sr. Clodoaldo é Padre Também ?
    Tem evangelizado plateias superiores a 30.000 pessoas por Show ?
    Tem a humildade de aceitar correções e opiniões diversas de todos os lados ?
    Tem Programa na televisão ?
    Já fez curso de Teologia, Pisicologia e outros ?
    Conhece a verdade do coração das pessoas que se abrem em um confecionário ?

    Avalie um pouco estas perguntas e depois leia o que São João Batista disse a seus discípulos logo após ter batizado Jesus.

    As palavras de João nos ensinam que independentemente de quem seja nosso irmão devemos sempre respeitar aquele que como nós também somos filhos de Deus e trabalhamos neste mundo pela mesma causa.

    Jesus te ama.

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