Devemos ser 100% de Deus.

 


TESTEMUNHO DE MYRIAN RIOS

Durante a Santa Missa na parte da manhã com o Padre Fábio o Evangelho nos falava que não é possível servir a dois senhores, não é possível servir a Deus e o dinheiro, a Deus e a riqueza. A maioria dos artistas começa a carreira pensando em dinheiro. Eu comecei minha carreira com 16 anos e nunca havia pensado em ser artista e a primeira coisa em que me preocupava era quanto eu ia ganhar. Minha meta era ganhar dinheiro, era ficar conhecida e embora minha família fosse católica, eu segui por estes caminhos.

O que falta a você para ser 100% católico?

Eu passei dos meus limites, aceitei assinar um contrato com uma grande emissora e queria ficar famosa e ganhar muito dinheiro, fiz algumas fotos sensuais com a finalidade de ter mais dinheiro para pagar minhas contas. Eu pensava comigo que aquela oportunidade havia caído do céu, mas na verdade não caiu do céu, veio foi do inferno! Eu me lembro que cheguei no estúdio para fazer este trabalho constrangedor e estava com muita vergonha, mas precisava estar ali para pagar minhas contas.

Mas Deus às vezes nos permite “enfiar o pé na lama” para que possamos provar de que na verdade Ele quer nos dar uma vida de paz e prosperidade. Os trabalhos que convidaram para que eu fizesse falavam sobre adultério, sobre roubo, sobre passar as pessoas para trás. Lembro que na época em que começou a AIDS, eu tive que fazer um pedido para um diretor meu de não me filmar numa cena beijando um colega de trabalho que era homossexual e tinha AIDS, pois eu tinha medo de pegar AIDS dele, porém depois fui perceber que eu não tinha que me preocupar se eu ia pegar AIDS ou não, mas sim me preocupar com aquela pessoa que tinha se desviado em seus caminhos e tentar ajudá-la de alguma forma.

Enquanto eu estava com meus pais, eles impunham os meus limites, eu ia numa festa e meu pai ia me levar e tinha que olhar o ambiente, se era bem iluminado, quem estava lá, mas depois que eu passei a morar no Rio de Janeiro, foi Deus quem me segurou, pois tive que “enfiar o pé na jaca” para hoje poder dar este testemunho aqui. Imagine, você vai fazer um trabalho e todos os seus amigos fumam maconha, pois muitos no meio artístico e não somente neste meio mas em muitos outros, buscam estes meios para estarem vivendo em seus trabalhos. E eu convivia com pessoas assim, com 18 anos cansei de pegar meu carro e dar carona aos meus colegas para comprar maconha e eu não sabia que eu estava levando eles para o caminho do inferno.

Com quase 20 anos eu fui para os Estados Unidos, pois queria falar Inglês fluentemente e tinha acabado de me separar do Roberto Carlos, então fui morar na Califórnia e vi que era tudo muito descartável, tinha que andar na moda e vivi esta cultura do descartável. Comecei a notar que aqueles que viviam naquelas festas, que davam uma de conquistadores, quando chegavam em casa ficavam com um “buraco” e um vazio que não tem o que os poderia preencher, eles não tinham alegria, brilho no olhar. Estas pessoas ficam tão tristes, tão vazias, tão secas e elas são de Deus, porém elas não sabem, então dependem de nós, do padre Fábio, do monsenhor Jonas que apresente este Deus a eles.

Alguns pensam que eu fiquei louca, porém eu não ligo, pois sei que meu lugar é o céu. Há cinco anos que estou na Canção Nova e comecei prestando serviços e hoje sou da Comunidade como aliança. Eu chamava uns amigos meus nos programas e eles achavam estranho, falavam que havia alguma coisa diferente, pois nas emissoras seculares nas gravações ouvíamos xingamentos, gritos e aqui todos os tratavam muito bem.

O artista de Deus tem que se despojar de títulos, ele tem que ser simplesmente um evangelizador, no dia em que eu marquei com o Eto para me colocar a disposição da Canção Nova, eu cheguei e falei: “estou aqui, eu sou atriz, eu falo Inglês e estou a disposição para fazer qualquer coisa aqui como voluntária”. Se você abre o seu coração com docilidade, com obediência, com docilidade, Deus agirá em você, agora se você disser, “eu quero ser um artista de Deus”, mas continuar fumando maconha, vivendo um namoro no pecado, você não será ajudado por Deus.

‘Deus às vezes nos permite “enfiar o pé na lama’, diz Myrian Rios.

Se você se envergonhar de Deus, de ser um cristão, de ser um artista de Deus, também Deus se envergonhará de você, imagine se Deus chegar e nos pegar assistindo um programa desqualificado como estes que temos hoje ou se estivermos na paróquia dançando mas quando saímos de lá, temos um namoro que não é santo.

Uma vez eu estava no aeroporto via uns irmãos muçulmanos e em um determinado momento eles faziam as orações deles, e não se envergonhavam, nós também não devemos nos envergonhar, devemos ser católicos que fazem a diferença. Numa semi-final de futebol vi o goleiro de um dos times rezando o terço e ao final da partida depois de uma série de pênaltis o time saiu vencedor, eu vibrei pois vi que aquele rapaz rezava o terço antes das cobranças de pênalti e Maria intercedeu por aquele time, se aquele goleiro rezava o terço para todos verem, porque nós temos vergonha de rezar o terço onde trabalhamos, no lugar em que tivermos.

Um dia fui a uma feira de livros com meu filho, eu estava com meu terço e fui ver os livros que eles colocavam a disposição das crianças, os títulos dos livros só falavam coisas ruins, chamei o rapaz e perguntei quem era o responsável pela escolha de títulos dos livros e me coloquei a disposição para poder escolher os títulos, sei que fui só eu entre muitos outros pais, mas se a gente não fizer nossa parte quem fará? Se nossos filhos não forem formados em casa direito vão sair de casa e fazer o que todos os outros fazem, é preciso pedir esta graça a Deus, pedir que estejamos sempre atentos, sempre vigiando dentro daquele projeto que Deus tem para nós. Como artista eu preciso ter a sensibilidade de saber que se componho uma música, devo fazer a pergunta a mim mesmo, será que esta musica tocaria no céu? As mulheres quando colocarem uma roupa, por exemplo, devem perguntar a si mesmas, será que Nossa Senhora se vestiria deste jeito?

Padre Léo dizia que Jesus foi o primeiro artista, pois Ele veio interpretar o Evangelho para nós e nós não devemos ter vergonha ou ter duas caras na paróquia sou uma coisa e fora de lá sou outra. Se formos diferentes em Deus, as pessoas que estão tão secas, tão desesperadas vão querer saber porque trazemos em nós estas diferenças. Você tem que colocar o maior dom que você tem, o dom da vida, 100% a serviço do Senhor. Uma vez recebi um email de uma menina de 16 anos que mora no nordeste e ela me perguntou o que eu achava de ela frequentar os forrós que acontecem lá no nordeste e eu parei, rezei um pouco e pensei, a dança foi feita para louvar ao Senhor, preciso saber se estou dançando para Deus ou para seduzir alguém, assim saberemos se realmente poderemos dançar aonde for.

Comece a evangelizar com os dons que Deus te deu que Ele mesmo proverá aquilo que você precisa, há seis anos atrás eu vivi esta experiência, passei minhas necessidades e a providência de Deus agiu em minha vida. Precisamos confiar em Deus e para confiar em Deus você precisa tirar do seu coração todos os lixos, todas as misérias e isso podemos fazer através do sacramento da confissão.

 
Se você se coloca inteiro nas mãos de Deus, Ele terá como agir e é maravilhoso experimentar a providência de Deus, não busque salários. Eu não sei hoje o que falta a você para se entregar ao Senhor de maneira plena, 100%, mas peça ao Senhor a graça de ser inteiro Dele.

O que falta a você para ser 100% católico? Peça ao Espírito Santo que te dê esta sabedoria para entender o que te falta para ser este 100%.

Fonte: http://www.cancaonova.com

http://www.jesusobompastor.com.br/noticia/33.htm#.UiOjCza1E1t


Quero ser Batizado

No Teu Espírito Santo Senhor!

RCC ANÁPOLIS
https://presentepravoce.files.wordpress.com/2008/05/terco.jpg?w=130&h=120 http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/eucaristia.jpg?w=130&h=120

A questão de fé e ciência !


Bento XVI e a teoria da evolução


Evolução.


Augusto Pasquoto

Em abril deste ano de 2007, o Papa Bento XVI lançou na Alemanha o livro Schöpfung und Evolution (Criação e Evolução), onde expõe as suas idéias e as orientações da Igreja sobre a teoria da evolução. O livro causou grande repercussão na imprensa do mundo inteiro, talvez por conta da discussão acalorada que existe atualmente sobre as teorias da  evolução darwinista cega e da evolução planejada (teoria do projeto inteligente).

Durante anos, o cardeal Joseph Ratzinger manifestou-se a respeito da evolução em livros, artigos, conferências e entrevistas. Pesquisando esse acervo de documentos, conseguimos fazer um apanhado das idéias do Papa sobre o assunto, que podem ser assim esquematizadas:


Jesus_é_a_Verdade


1 – A questão de fé e ciência


“Quaisquer que sejam as descobertas das ciências naturais, elas nunca contradirão a fé, já que no final das contas a verdade é uma só”.

Com esse conceito, o Papa reafirma o princípio já enunciado pelo Concílio Vaticano I (1869-1870): “As verdades da fé e as verdades da ciência não podem nunca se contradizer. Ou, explicitando melhor, podemos dizer: “As verdades verdadeiras da fé e as verdades verdadeiras da ciência nunca se contradizem”.

Por que “verdades verdadeiras”? Porque houve “verdades” que não eram verdadeiras. Da parte da ciência temos como exemplo a “verdade” – que durou séculos – segundo a qual a terra era o centro do universo e o sol girava em redor dela e não o contrário. Da parte da fé, acreditou-se – por muitos séculos – que o mundo fora criado em 6 dias e que a terra tinha apenas 6 mil anos, com base em cálculos derivados de uma interpretação ao pé da letra do livro do Gênesis.

O fundamento desse princípio é simples: tanto as verdades da fé como as verdades da ciência têm um único autor – Deus – que nunca se contradiz. Daí resulta uma conclusão importante tanto para o cientista como para o teólogo: ninguém deve ter medo da verdade, porque a verdade é de Deus, ou melhor dizendo, Deus é a verdade. Então, tanto o cientista como o teólogo podem prosseguir tranqüilos nas suas pesquisas, um respeitando o campo do outro, sem nunca ter medo de se “trombarem”.


2 – As competências da ciência e da fé


“Compete às ciências naturais explicar como a árvore da vida em particular continua crescendo, e como novos ramos brotam dela. Esta não é uma questão para a fé”.

Este conceito o Papa expressou-o  no seu livro “No princípio: Uma Compreensão Católica da História da Criação e da Queda”, de 1990, quando ainda era o cardeal Ratzinger. E fez uma distinção importante ao afirmar que não se deve dizer “criação ou evolução” – como se os dois conceitos se excluíssem mutuamente – mas, sim, “criação e evolução”, porque são duas realidades distintas e complementares que não se excluem. A evolução busca entender e descrever os desenvolvimentos biológicos, ao passo que a criação tenta explicar de onde vem o “projeto” do ser humano, a origem e a natureza particular dele. A evolução situa-se no campo da ciência experimental ou empírica; a criação, no campo da filosofia ou da metafísica e da religião.

O papa defende em seu último livro que Deus criou a vida por meio da evolução, e que religião e ciência não devem se enfrentar por esse motivo. A criação de um mundo em evolução não tira nada da causalidade divina, antes pode até manifestar a sua riqueza e força.


3 – Micro-evolução e Macro-evolução


O Papa concorda com os cientistas que admitem que a micro-evolução é uma realidade inquestionável. Mas, tem dúvidas a respeito da macro-evolução.

A micro-evolução refere-se a mudanças desenvolvidas dentro de uma espécie, enquanto que a macro-evolução é a transição de uma espécie para outra, na base de mutação e de seleção natural. Os comentários do Papa a esse respeito datam de 1999, num trabalho entregue à Sorbonne com o título “A Verdade do Cristianismo”. O intelectual católico alemão Alma von Stockhausen, que é o fundador da academia alemã de ciências “Gustav Siewarth” e grande amigo de Ratzinger, afirmou que a opinião do então cardeal era de que a macro-evolução é impossível.

A ciência não consegue explicar exatamente como se dá a transição de uma espécie ou de uma classe de seres vivos para outra. Os elos de ligação que provariam a transição não foram encontrados. Existem, por exemplo, milhões de fósseis de peixes e milhões de fosseis de répteis. Deveria existir também milhões de fósseis de intermediários entre peixes e répteis, mas não existem.

Há dois mil anos atrás Cícero já dizia que era impossível formar um só verso de Ênio pescando ao acaso as letras do alfabeto. No entanto, vinte séculos depois Darwin diria que a evolução faz coisas muito mais espantosas. Hoje em dia nós sabemos – o que Darwin não sabia nem poderia saber na sua época – que as mutações são variações do DNA e das 30 milhões de maneiras pelas quais ele se propaga. As mutações acontecem quando as letras que representam os blocos de armar dos cromossomos – os nucleotídeos – são trocadas acidentalmente, ao acaso. Dizer que as trocas ao acaso dessas letras em um réptil, por exemplo, conseguiram mudar o réptil em um mamífero, seria tão incrível como dizer que as trocas ao acaso das letras na Divina Comédia, de Dante, poderiam transformar a Divina Comédia em Os Lusíadas, de Camões.

No seu último livro Criação e Evolução, o Papa afirma que a teoria de Darwin não é completamente comprovada porque “nós não podemos reproduzir 10 mil gerações em laboratório”. Há muitas vozes de cientistas em uníssono com as idéias do Papa. Algumas dessas opiniões já vimos no estudo sobre o evolucionismo darwinista e a teoria do projeto inteligente. Na Internet encontra-se um endereço (www.dissentfromdarwin.org) no qual mais de 700 cientistas – pertencentes às mais afamadas academias de ciências dos EEUU e da Rússia –  assinam uma petição onde exprimem publicamente seu ceticismo com respeito à teoria da evolução de Darwin. Eles depõem:

Não cremos de modo nenhum na hipótese segundo a qual as mutações ao acaso e a seleção natural são capazes de realizar a complexidade da vida biológica. A teoria darwiniana precisa passar por um cuidadoso exame.

Um dos primeiros a assinar a lista, o Dr.David Berlinski, matemático e filósofo da ciência, afirma que “a teoria da evolução de Darwin é o grande elefante branco do pensamento contemporâneo… É massuda, quase completamente inútil e objeto de supersticioso temor reverencial”.

Esse “supersticioso temor reverencial” tem sua origem nos programas de ensino das escolas, nos livros de ciência, nas revistas e nos programas de TV que insistentemente ficam “martelando” que a teoria da evolução de Darwin explica toda a complexidade dos seres vivos, e que todos os cientistas estão de acordo com ela, e que os que não estão de acordo são retrógrados.

Mas, isso não é verdade. Hoje em dia muitos cientistas se dão conta que, depois que foi aberta a “caixa preta de Darwin” – a célula – e descoberta a tremenda complexidade que ela contem, a teoria darwinista que tentava explicar as grandes transformações dos seres vivos através de “numerosas, sucessivas e ligeiras modificações” foi posta em séria dúvida e não é mais assim tão digna de temor reverencial.

O leitor pode encontrar mais sobre micro e macro-evolução no endereço Discovery


4 – Evolução sim, evolucionismo não


“Nós não somos o produto casual e sem sentido da evolução. Cada um de nós é um fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um é amado, cada um é necessário”.

Esta afirmação o Papa fez na homilia do início do seu pontificado, em 24 de abril de 2005. É uma crítica aos cientistas que tentam baralhar as coisas, saltando do campo científico para o campo da filosofia e da religião. É necessário fazer distinção entre evolução e evolucionismo, que não são a mesma coisa. A evolução pode ser considerada uma teoria científica, baseada em fatos. O evolucionismo, ao contrário, é baseado em conjecturas e invade o campo da filosofia ou da ideologia quando nega o finalismo e admite que tudo é produto do acaso. Os adeptos do evolucionismo afirmam isto sem ter apoio científico, sem nenhuma prova com base em fatos concretos. Por isso é que se diz que é filosofia e não ciência. Tal evolucionismo não é sustentável nem como verdade científica nem como conseqüência necessária da teoria da evolução.

Bento XVI mostra uma grande preocupação com essa filosofia e afirma que o evolucionismo darwinista (como ideologia) promove o positivismo científico, que ensina que só a experiência e o método científico podem produzir certeza e, conseqüentemente, que a religião, se sobreviver, só servirá para uma consolação subjetiva e emocional diante da indiferença fria do universo. Em resposta, o Papa argumenta que o Cristianismo confia em verdades mais profundas, que estão além da simples observação empírica. A principal dessas verdades é que a vida não acontece ao acaso, mas tem propósito. Neste sentido, ele acredita num “projeto inteligente” do Criador.

O Papa disse: “Nós não somos o produto casual e sem sentido da evolução”. Esta afirmação não agrada aos cientistas materialistas e ateus, os quais afirmam com veemência que “nós somos”. No livro Evolution after Darwin, Julian Huxley mostra como o darwinismo se impõe e deve tornar-se o fundamento do relativismo moderno:

No pensamento evolucionista não há lugar para seres sobrenaturais (espirituais) capazes de afetar o curso dos acontecimentos humanos, nem há necessidades deles. A terra não foi criada, formou-se por evolução. O corpo humano, a mente, a alma e tudo o que se produziu, incluindo as leis, a moral, as religiões, os deuses, etc., é inteiramente resultado da evolução, mediante a seleção natural.

Afirmações desse tipo mostram que o evolucionismo pretende ser o dogma fundamental do relativismo moderno. Os que depositam fé nesse dogma podem ser levados a dar declarações despudoradas como esta de Richard Lewontin, um eminente geneticista da Universidade de Harvard e ardoroso defensor do evolucionismo:

Somos forçados, por nossa prévia adesão à concepção materialista do universo, a criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explicações materialistas, não importa quão contraditórias, quão enganosas e quão mitificadas para os não iniciados. Além disso, para nós o materialismo é absoluto, não podemos permitir que o “Pé Divino” entre por nossa porta.

Lewontin diz também que o evolucionismo não é propriamente uma ciência, mas uma ideologia, um conjunto de idéias às quais a realidade deve se adaptar. Em outras palavras, a realidade em si não importa, o que importa é a ideologia. O Papa e o magistério da Igreja, pelo contrário, querem que a ciência seja “científica” (empírica) e não ideológica nem filosófica.

O paleontólogo jesuíta Teilhard de Chardin parece também ter se contaminado com o evolucionismo, quando diz que tudo deve girar em torno dele. No seu livro “O Fenômeno Humano” ele faz a pergunta: “A evolução é uma teoria, um sistema, ou uma hipótese?”. E responde:

É muito mais do que isso. É uma condição geral à qual se devem dobrar todas as teorias, todas as hipóteses, todos os sistemas; uma condição à qual (tudo isso) deve prestar satisfação, doravante, para que possa ser tomado em consideração e para que possa ser considerado certo.

Por isso, muitos vêem no evolucionismo (como ideologia) uma das causas do relativismo triunfante dos tempos modernos, segundo o qual não existe nem verdade, nem moral, nem religião, tudo é relativo, tudo em evolução. Tudo gira em redor do evolucionismo que seria, então, o dogma básico. E aí está uma contradição: tudo é relativo, exceto o evolucionismo que é absoluto.


5 – Uma evolução teísta


O católico pode admitir uma “evolução teísta”, isto é, aquela que afirma que a fé e a explicação evolucionista da origem do corpo do homem não estão em conflito, mas que é exigida a intervenção de Deus para explicar a origem do componente espiritual do homem.

A ciência pode investigar legitimamente a origem do corpo do homem como proveniente da evolução de algum animal preexistente. Os católicos são livres para formar as suas próprias opiniões a esse respeito; mas devem ser prudentes e cautelosos, sem confundir fato com conjectura, e devem respeitar o direito da Igreja de definir os assuntos referentes à Revelação. Porém, devem acreditar que a alma humana foi criada imediatamente por Deus, considerando que a alma é uma substância espiritual que não pode provir da matéria por evolução.

Os católicos podem também admitir a idéia do “ancestral comum”, que afirma que todos os seres descendem de um único ser vivo primordial. Bento XVI, quando ainda era o cardeal Ratzinger, presidiu a Comissão Teológica Internacional, que estabeleceu o seguinte: “Uma vez que se demonstrou que todos os organismos na terra são relacionados entre si geneticamente, é virtualmente certo que todos os organismos vivos descendem de um único primeiro organismo”. A origem comum de todos os seres não é problema. O que a Igreja não aceita é a idéia de que todos os seres são produtos de uma criação cega, ao acaso e sem sentido. A Igreja não aceita isto, porque seria o mesmo que admitir o ateísmo.


6 – A predominância do mais forte


Uma ética evolutiva que inevitavelmente toma como seu conceito fundamental o modelo de seletividade, quer dizer, a luta pela sobrevivência, a vitória do mais forte, a adaptação bem sucedida, tem pouco conforto para oferecer

A afirmação acima foi feita pelo Papa em “Verdade e Tolerância”. Como vimos em evolucionismo darwinista, o darwinismo está baseado na lei da seleção natural: quando aparece em algum indivíduo uma mutação vantajosa, os seus descendentes que nascem com essa vantagem são mais fortes e sobrepõem-se aos demais, que tendem a desaparecer do mapa da vida. Sobre essa idéia da predominância do mais forte o Papa faz uma ressalva:

Mesmo quando as pessoas tentam de vários modos tornar essa idéia (do darwinismo) mais atraente, permanece no final das contas uma ética sanguinária… Isso não traz nenhuma ajuda no sentido de se ter uma ética de paz universal, de amor prático ao próximo e da superação necessária de si mesmo, que é o de que nós precisamos.

Alguns historiadores acham que a idéia da predominância do mais forte sugerida pelo darwinismo foi o que influenciou Adolph Hitler na sua demente aventura de tornar o povo alemão o mais forte e o dominador de todos os outros povos (Deutchland über Alles), aventura que culminou na sanguinária segunda guerra mundial.

A teoria do mais forte também levou ao racismo que dominou e ainda domina o modo de pensar e de agir de povos e de muitas pessoas. No livro “Darwin e a evolução”, Gilles Lepouge afirma: “Na verdade, Darwin traz em si boa parte das teorias racistas, se bem que ele tenha sido completamente avesso a qualquer espécie de racismo… O darwinismo, há um século, serve de justificativa teórica a muitos pensamentos racistas e elitistas”.

O próprio primo de Darwin, Galton, que era biólogo, propôs que a sociedade, através da aplicação de métodos científicos, fizesse “com previdência, rapidez e benevolência, aquilo que a natureza faz cega, lenta e impiedosamente”. Ele pretendia, justamente graças ao darwinismo, estender ao homem as leis do reino animal, o que faria da biologia a única verdadeira ciência do homem.

Outra conseqüência do princípio da dominância do mais forte é a teoria da eugenia, que foi bastante difundida no início do século XX. Principalmente na Europa e nos Estados Unidos, a eugenia foi praticada para esterilizar milhares de pessoas loucas, doentes ou indigentes. Ao todo foram 375.000 esterilizações na Alemanha nazista, e – pasmem – 30.000 nos Estados Unidos, entre 1927 e 1972, segundo pesquisa da Fundação F. Engels.

O prêmio Nobel de medicina de 1960, MacFarlane, chegou mesmo a defender a tese de que os progressos da medicina impedem que a natureza selecione as espécies, permitindo a sobrevivência dos fracos. E acusa o espírito democrático de dificultar a eliminação dos inferiores. E conclui que “esta repressão da função de triagem própria da seleção natural deve levar a um acúmulo de indivíduos que podemos chamar inferiores, de acordo com as normas correntes relativas à saúde, inteligência e agressividade”.

A história do século XX mostra que as filosofias baseadas no evolucionismo ideológico, tais como o nazismo, a eugenia, o comunismo, o darwinismo social, causaram os piores e mais desastrados comportamentos humanos em toda a história da humanidade.


7 – Concluindo


A teoria da evolução parece ser um dos temas preferidos de Joseph Ratzinger, desde o tempo em que era cardeal, como também agora como Papa. Ele não vê dificuldade em admitir que a diversidade de vida na terra possa ser explicada pela teoria da evolução darwiniana, ao menos no que se refere à micro-evolução. Mas, a teoria não explica tudo sobre a vida. O espírito humano não pode se originar da matéria por evolução. Por isso, é necessário admitir a intervenção divina.

Essa doutrina é geralmente conhecida como “evolução teísta”. Pode-se dizer que é a teoria seguida por Bento XVI, pois ele admite que a mão de Deus opera através da evolução e, ocasionalmente, em paralelo com a evolução. Por isso, o conceito de criação não se opõe ao de evolução. Ele não se diz diretamente adepto da teoria do Projeto Inteligente – que afirma que algum projetista inteligente age em lugar da evolução – embora mostre simpatia por essa teoria.

Mas, a grande preocupação do Papa está na tentativa de certos cientistas de querer explicar tudo pela evolução, inclusive as questões filosóficas, sociais e religiosas, fazendo da evolução o centro de tudo. Ele vê nisto um grande perigo para a fé e a moral, e insiste na convicção fundamental da fé cristã: “In principio erat Verbum – no começo de todas as coisas está o poder criativo da razão”.

O Papa não deseja repetir o caso de Galileu. Ele quer que tanto o cientista como o teólogo sigam tranqüilamente nas pesquisas, cada um em seu campo específico, sem ter medo um ao outro, pois as verdades (verdadeiras) da ciência e as verdades (verdadeiras) da fé nunca se contradizem. Por outro lado, não quer se render a Auguste Comte, que no século XIX anunciava a chegada de uma “física do homem” que tornaria a religião obsoleta.

Augusto Pasquoto: josemary@terra.com.br

Fonte:  Bendo 16 não é defensor do projeto inteligente, mas tem simpatia …


O Livro da capa Preta . PPT

Confissões de Fé de grandes Cientistas.PPT


Leia a Bíblia NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/dons-do-espirito.jpg?w=130&h=120&h=120 Miguél Arcanjo


Resposta de Padre Fábio de Melo.

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Logo após à polêmica entrevista de Padre Fabio de Melo no Jô Soares, houve uma enchurrada de comentários maldosos sobre a conduta de Pe. Fábio em vários Blog’s deste País, principalmente nos intitulados defensores da Fé Católica ligados ao Ultra-conservadorismo, os mesmos que na sua maioria nem sequer aceitaram até hoje o Concílio Vaticano II.

O artigo mais grave que encontrei foi escrito por Gustavo Souza e foi copiado em diversos outros Blog’s com comentários ainda mais ofensívos à pessoa de um Sacerdote da Igreja Católica.

Fiquei muito feliz ao encontrar esta Resposta à Carta Aberta – Pe. Fábio de Melo no blog Deus Lo Vult  e sei que também deve estar agora em vários outros Blog’s.

Link da fonte:

http://exsurge.wordpress.com/2009/07/20/resposta-a-carta-aberta-pe-fabio-de-melo/

Porém, Fiquei um pouco triste, exatamente porque foi destacado frases sem nada comentar e ao mesmo tempo ressaltando de que as resposta de Padre Fábio continuam sendo um erro de seus ensinamentos, principalmente afirmando indiretamente que estão em desacordo com os ensinamentos da Santa e amada Igreja Católica, que eu acho cinceramente não ser verdade.

Link da Fonte:http://www.deuslovult.org/2009/07/20/resposta-do-pe-fabio-de-melo/

NESTE CASO, TAMBÉM NÃO EMITIREI MINHA OPINIÃO PESSOAL SOBRE O ASSUNTO, ME ATENHO APENAS ÀS RESPOSTAS DE PADRE FÁBIO DE MELO.

http://exsurge.wordpress.com/2009/07/20/resposta-a-carta-aberta-pe-fabio-de-melo/

Segue o texto com fonte no Blog de Gustavo Souza.

………

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Querido Gustavo,

Respondo, finalmente, as questões que me foram apresentadas por você.  Se puder, publique a resposta em seu blog.  Resolvi recortar as questões e respondê-las uma a uma.

“Uma das suas primeiras assertivas, que a mim causou muito espanto e preocupação, foi a de que “precisamos nos despir dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema”. De fato, “donos” da verdade nós não somos. Mas nós a conhecemos! A Verdade é Cristo, e não há outra”.

Gustavo, a Teologia nos ensina que a Plenitude da Revelação é Cristo, mas esta plenitude não significa esgotamento da verdade.  Os desdobramentos desta verdade estão em todos os lugares do mundo. Deus continua se revelando. Plenitude não significa finalização.
O que sabemos do Cristo é processual. É assim que o Espírito Santo trabalha na vida da Igreja. A Teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois é verdade santa. Tudo o que é santo, movimenta, porque é vivo. O que alimentou o passado precisa continuar alimentando o presente, e o futuro. Não significa modificar a verdade, mas sim, à luz do Espírito e da autoridade da Igreja, buscar a interpretação que favoreça o conhecimento da verdade que o dogma resguarda. Este exercício eclesial manifesta ao mundo o zelo pela verdade que nos foi confiado cuidar e administrar.
Deus continua se revelando ao mundo. O limite da Revelação é a inteligência humana. Nós o vitimamos constantemente com nossas reflexões, mas mesmo assim, Ele não deixa de se manifestar. Onde houver uma brecha, lá Deus acontecerá. Não podemos nos esquecer que a salvação é oferecida a todos. É interesse amoroso de Deus que a humanidade o conheça.
Nós, enquanto proprietários desta verdade que é Jesus, cuidamos do que recebemos. O cuidado da verdade recebida está sustentado sobre dois pilares. Anúncio e Reconhecimento. Nós anunciamos o Cristo. Nisso consiste a ação evangelizadora da Igreja. Mas nós também reconhecemos a sua presença, indícios do sagrado, em outras religiões. Como reconhecemos? Através dos frutos que produzem.
O amor que temos ao Cristo deve ser suficiente para que saibamos respeitar tudo o que é cristão, mesmo que as pessoas não se reconheçam cristãs. É dialética, meu caro.  É a tensão escatológica que também esbarra na hermenêutica cristã. Já, mas ainda não. É neste ainda não que nos abrimos com humildade para compreender que outras religiões também vivem e perseguem os rastros do sagrado, e que mesmo oculto, lá o Cristo já está sendo vivido. É uma questão de tempo.
Recordo-me de uma frase muito sábia, que um grande professor jesuíta costumava repetir em nossas aulas de mestrado. Ele dizia: “todo mundo tem o direito de viver o seu antigo testamento.” A administração desta verdade só pode ser responsável, à medida que reconhecemos que ela já ultrapassou os limites dos muros, que estão sob nossa custódia.

“E como explicar que, ao falar da condição adâmica do homem, o senhor tenha adotado a interpretação modernista segundo a qual a historicidade das escrituras fica reduzida ao nível das histórias da carochinha?! Dizer que Adão é uma imagem simbólica, metafórica, “fabulesca”, não faz parte da Doutrina Católica! O fato de a linguagem empregada no livro de Gênesis ser recheada de simbolismo não elimina o fato de que os acontecimentos nele narrados tenham se dado no tempo e no espaço tal como foram escritos. A interpretação literal complementa e enriquece a hermenêutica que se pode fazer a partir dos símbolos. Não é assim que ensina a Igreja?”

Não, não é isso que ensina a Igreja. Se você freqüentasse os meios teológicos saberia muito bem que a linguagem metafórica nem sempre está a serviço de um fato concreto, pontuado no tempo e no espaço. Por isso é metáfora.

A linguagem metafórica não é mentirosa. Sou professor universitário e ensinei Antropologia Teológica. É uma clareza que não posso perder de vista. Ao falar da condição adâmica nós precisamos pensar na humanidade como um todo. Não temos a certidão de nascimento de Adão. O que temos é a fé de que Deus criou a humanidade. Não posso pontuar a existência do primeiro homem. A sagrada escritura só que nos ensinar que somos filhos Dele.

Gustavo, toda a Antropologia teológica é construída na perspectiva da Cristologia. A narração das origens está diretamente ligada ao evento crístico. A Teologia da Criação não é uma ciência exata. O que precisa ser assegurado é o fato de que Deus é o criador do Universo. A maneira como tudo isso se deu é metáfora. Isso não significa meia verdade, nem tampouco conto da carochinha. O que não pode ser relativizado é a entrada de Jesus na história.

Há um destino Crístico que nos foi oferecido (Soteriologia).  Jesus é histórico. Está situado no tempo e no espaço. Isso sim é fundamental para a fé. Quando a Sagrada Escritura narra o nascimento do primeiro homem, o grande objetivo não é pontuar o início da vida humana, mesmo porque o escritor sagrado não escrevia com essa finalidade. Volto a dizer. A exegese nos ensina que o escrito tem como principal objetivo salvaguardar que o princípio de todas as realidades criadas está em Deus (Criacionismo). É por isso que a fé não se opõe à ciência no que diz respeito à evolução (Evolucionismo). É simples. O primeiro homem criado não pode ter tido a experiência que a sagrada escritura relata. Ou você pode desconsiderar todos os conhecimentos a respeito da origem do ser humano?

Gustavo, a fé não é um conjunto de certezas, meu caro. Não temos provas concretas para muitos aspectos da fé que professamos. Se as tivéssemos não precisaríamos ter fé. Acreditamos no que não vemos. Nem por isso é “conto da carochinha”, como você sugere.

Não sei se você a conhece, mas se não conhecer, sugiro que tenha contato com a obra do americano Joseph Campbell, que de maneira brilhante e pertinente, fez uma análise da linguagem mitológica nas culturas. Na primeira parte da obra “O poder do mito”, ele fala justamente deste grande equívoco que costuma ser muito comum entre as pessoas que não transcendem a linguagem. Campbell é uma das maiores autoridades no campo da mitologia, pois faz uma abordagem semiótica destas narrações. O mito não é uma mentira, mas também não precisa ser verdade, diz ele. O importante é a fé que ele sugere. O importante é reconhecer que ele está a serviço de uma verdade superior, porque não cabe no tempo. Foi mais ou menos isso que desejou Guimarães Rosa, ao escrever o conto “ A terceira margem do rio”. Onde fica a terceira margem?

O mesmo não se dá com as nossas convicções religiosas? O discurso religioso é o discurso da terceira margem. Guimarães Rosa compreendeu bem esta linguagem. E nós precisamos compreendê-la também.“Depois o senhor falou que durante muito tempo “nós (subentenda-se: Igreja) fomos omissos”. Parece-me que essa omissão se referia às questões ecológicas. Pelo amor de Deus, padre! A missão da Igreja é salvar a Amazônia ou salvar as almas? Que conversa é essa de “cristificação do universo ”? Por que dar atenção a isso quando tantas almas se perdem na imoralidade, na heresia, na inércia espiritual?”

Gustavo, sua visão soteriológica é muito estreita. Salvar almas, somente? Essa visão compartimentada do ser humano é herética. Precisamos salvar a totalidade do humano, meu caro. Esqueceu o postulado fundamental da Antropologia cristã? Somos corpo e alma. Unidade. É só ler Tomás de Aquino, Santo Agostinho.

Fazer uma pregação desencarnada? A alma que quero salvar tem corpo, sente frio, tem fome, medo. A alma que quero salvar está num corpo que morre antes da hora, porque sofre as conseqüências de um meio ambiente marcado pelo pecado da omissão.

Se você fala da inércia espiritual, a Igreja fala da inércia espiritual e corporal. Cuidar do mundo é dar continuidade ao milagre da criação. Somos “co-criadores”. Deus continua criando, e nós correspondemos com a experiência do cuidado. Criar é atributo divino, mas cuidar é atributo humano. A horizontalidade da fé é real, concreta. Isso é Teologia da Criação. Está nos livros fundamentais, no catecismo da Igreja e também nos ensaios teológicos mais arrojados.

Quanto à  essa conversa de “Cristificação do universo”, que você pareceu banalizar, fazer menor, é apenas uma interpretação belíssima da presença de Cristo no mundo, tomando posse de todos os lugares, mediante o movimento sacramental que Igreja celebra e propaga.

Todos os sacramentos que a Igreja celebra nos cristificam. O nosso comprometimento com o Cristo, mediante o processo de conversão, nos cristifica. O gesto de caridade nos cristifica. A oração nos cristifica. Ser cristão é ao Cristo estar configurado. É boba essa conversa?

“Em seguida, veio aquela colocação, esdrúxula e totalmente non sense, de que a Igreja – que se considerava barca de Pedro – após o Concílio Vaticano II passou a se enxergar como Povo de Deus. Devo informar-lhe que a Igreja permanece sendo barca de Pedro, e o povo de Deus é – por assim dizer – a tripulação desta barca. Onde é que houve mudança na compreensão da eclesiologia”?

A colocação esdrúxula não tem outro objetivo senão ensinar a busca que a Igreja tem feito de ser “Católica”. Você bem sabe que o significado de ser católica é ser “universal”.  A expressão “barca de Pedro” não foi banida, Gustavo. Eu falei de superação conceitual. O problema não é a expressão, mas a interpretação que podemos fazer dela. É uma questão hermenêutica. A expressão “Povo de Deus” sugere a universalidade que a Igreja quer e precisa ter.  O concílio Vaticano II compreendeu assim. É orientação da Igreja. Eu não inventei isso. Toda essa aversão que você tem ao Ecumenismo expõe uma fragilidade na sua reflexão. Não é bla, bla, bla, como você costuma dizer. A Igreja trata com muito cuidado esta questão, pois sabe que as questões religiosas estão sendo causas de muito conflito no mundo. Banalizar a dimensão ecumênica da Igreja é, no mínimo, irresponsável.

Há uma vasta literatura na área da Eclesiologia refletindo sobre esse tema. Sugiro que você a conheça. Só vai lhe enriquecer.

Meu filho, o importante é a gente não esquecer, que mesmo estando na barca de Pedro, é sempre cordial e cristão, acenarmos com carinho e respeito aos que estão em barcas diferentes. As grandes guerras atuais são movidas por essa incapacidade de aceno.

“Entre as críticas feitas pelos blogueiros, salientava-se a sua posição – no mínimo, omissa – quando o apresentador Jô Soares comentou que achava um absurdo que a Igreja considerasse que o matrimônio servia apenas à procriação. Pergunto: por que o senhor não afirmou, como ensina a Igreja, que o matrimônio tem duas finalidades: a unitiva e a procriativa? Por que não disse que , sim, o amor dos esposos importa e ele é – ou, pelo menos, deve ser – expresso pela unidade (de pensamento e de vontade) que os cônjuges demonstram em todas e cada uma de suas ações? Era tão simples desfazer a argumentação errônea do entrevistador e, ao mesmo tempo, aproveitar para instruir as pessoas segundo a Sã Doutrina!”

Concordo com você. Eu errei ao não ter usado os termos técnicos. Quis levar a discussão através de outros recursos e acabei não sendo claro como deveria.

Pior que não ter ensinado no momento oportuno, foi o senhor afirmar que “o nosso discurso já mudou”! Diga-me, Pe. Fábio, acaso a doutrina imutável da Igreja perdeu a sua imutabilidade? O senhor crê, convictamente, que a Igreja está, dia após dia, se amoldando à mentalidade atual? Não seria missão da Esposa de Cristo formar na sociedade uma mentalidade cristã, isto é, fomentar um novo modo de pensar e de viver que esteja impregnado do perfume de Cristo? Ou é o contrário: o mundo é que deve catequizar a Igreja?”

Não, não é a Igreja que precisa ser moldada aos formatos do mundo. Em nenhum momento alguém me viu pregar sobre isso. Quando eu disse que o discurso já mudou, eu me referia justamente à visão antiga que ele tinha do “sexo no casamento”. O apresentador desconhecia a reflexão a dimensão unitiva do sexo na vida do casal.

“Em outro momento da entrevista o senhor afirmou que não “conseguia” celebrar a missa todos os dias? Não lhe parece estranho, e prejudicial, que a sua “agenda” não permita que o senhor celebre todos os dias a Eucaristia? Qual deve ser o centro da vida do sacerdote: o altar ou o palco? E quanto ao breviário? A sua “agenda” permite que o senhor o reze diariamente (considerando que não fazê-lo é pecado grave para o sacerdote)?”

Gustavo, quanto ao zelo que tenho pela minha vida de padre, gostaria de lhe tranqüilizar. Não sou um aventureiro. Sou um homem responsável, e se tem uma coisa que não perco de vista é a maturidade humana. Se me conhecesse, talvez não incorreria no julgamento velado de suas palavras.

Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos. Busco cumprir todas as obrigações que a Igreja me pede, mas não coloco nisso a certeza da minha salvação. Não sou rubricista, nem pretendo me tornar. A Igreja nos recomenda muitas coisas. Lutamos para cumprir tudo. O que não conseguimos, deixamos nas mãos de Deus. Só Ele poderá nos julgar.

“Depois veio a pergunta: “o senhor teve experiências sexuais antes de ser padre?” Creio um homem que consagrou (frise-se o termo: consagrou) sua sexualidade a Deus não deveria expor sua intimidade diante do público. Mas, já que a pergunta indecorosa foi feita, a resposta que esperei foi algo no sentido de fazer o interlocutor entender que aquela questão era de ordem privada; que não convinha ser tratada em público. Em resumo: algo como “não é da sua conta!”. Porém, que fez o senhor? Respondeu que teve, sim, experiências sexuais precedentes, mas “às escondidas”! Caro Pe. Fábio, o senhor acha que convém dar uma resposta deste tipo? Isso não induziria as pessoas a pensar que não existem padres castos (considerando que muitos confundem castidade com virgindade)? Isso não estimularia as pessoas a crer na falácia segundo a qual todo jovem já teve, tem ou deve ter experiências sexuais que precedam a sua decisão vocacional?”

Gustavo, a vida é o testemunho que temos.  Não tenho dificuldade alguma de responder às perguntas que me expõem como homem. Não fiquei padre por acaso. Tenho uma história e dela não fujo.  São Paulo não fez o mesmo? Leia as cartas que ele escreveu. Ele sempre fez referência à vida vivida. Em nenhum momento se esquivou de contar sua história, mas fez dela um instrumental para orientar e sugerir vida nova em Cristo. Não gosto da expressão “não é da sua conta”. Se eu me disponho a ser entrevistado por alguém, tenho que saber que a minha vida será a pauta. Só não admitiria o desrespeito, mas isso não ocorreu. Não vou mentir para o povo. Nas minhas pregações eu falo o tempo todo da minha vida.  Não quero bancar o santo. Eu quero é ser santo.

“O senhor comentou, ainda, que “para a gente ser padre, a gente tem que ter amado na vida. É impossível (grifos meus) fazer uma opção pelo celibato, pela vida consagrada, se eu não tiver tido uma experiência de amar alguém de verdade”. O senhor acha, realmente, que o homem que nunca amou uma mulher não sabe amar? Baseado em que o senhor diz isso? Que dizer então do meu pároco que, tendo ido para o seminário aos 11 anos, nunca namorou? Ele é menos feliz por causa disso? Menos decidido pelo sacerdócio? Não creio que isso proceda.”

Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras.  Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço.  Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.

O que se viu nessa malfadada entrevista à rede globo foi a apresentação de um comunicador, um cantor, um filósofo, um homem qualquer. Pudemos enxergar Fábio de Melo. E só. O padre passou desapercebidamente. De comunicadores, cantores e filósofos, já basta: nós os temos em número suficiente! Precisamos de padres! Padres que são, sim, homens por natureza; mas que tiveram sua dignidade elevada pelo caráter impresso no sacramento da Ordem. Homens que não são “como quaisquer outros” porque receberam a graça e a missão de agir in persona Christi. Temos carência de ver padres que ajam, falem e – até mesmo – se vistam, em conformidade com a sua dignidade sacerdotal.”

Gustavo, se os seus olhos me enxergaram como um “homem qualquer”,perdoe-me. Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos. Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.  Tenho consciência que ninguém precisa ser unanimidade. O que sei é que na Igreja de Cristo há um lugar para um padre com o meu perfil. Eu vejo a obra que Deus tem realizado na minha vida e na vida de tantas pessoas que se identificam com meu trabalho.

Meu filho, eu tenho encontrado pela vida as dores do mundo, e com elas tenho me ocupado. Demorei responder a sua carta justamente por isso. Tenho gastado o meu sangue nesta proeza de ser e agir “ in persona Christi”. Não tenho outro objetivo senão tentar atualizar a presença de Jesus na vida das pessoas.  Eu o faço como posso. Evangelizo a partir da teologia que amo, mas também a partir da experiência que me guia. Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.

O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome. Adentrei a morada de Deus assim, na condição de homem qualquer, mas o surpreendente é que Ele não me recebeu como homem qualquer. Recebeu-me com festa, com carinho, com misericórdia, pois é capaz de me enxergar para além de minha aparência. É isso que tenho feito, meu caro. Tenho me esmerado para convencer as pessoas de que o mesmo pode acontecer com elas.
Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.

“Creio que muitos destes desdobramentos que eu estou expondo não foram sequer imaginados pelo senhor no momento em que concedeu a entrevista, e enquanto respondia às perguntas. Contudo, o ônus de quem se expõe à opinião pública é, exatamente, suportar os possíveis mal-entendidos que se geram quando as palavras são compreendidas de modo diverso da intenção e da mentalidade de quem as proferiu.  Espero que tudo que eu falei aqui tenha sido realmente um grande mal-entendido… Sempre cabe, contudo, esclarecer os desentendimentos mais graves que possam prejudicar não só a sua imagem, mas a da Igreja como um todo. Um ensino errado pode levar uma alma à perdição.”

Querido Gustavo, como professor de Hermenêutica eu não tenho dificuldade com os que pensam diferente de mim. Não é nenhum crime termos diferenças. O problema é quando nós fazemos da diferença um motivo de  pré julgamento e acusação.

“Perdoe-me, sinceramente, a franqueza e, talvez, a dureza em alguns momentos. Mas eu precisava lhe expor as minhas dúvidas, impressões e inquietudes com relação a essa entrevista. Se o senhor se dignar me responder esta carta, ainda que de modo breve, sucinto, ficaria imensamente grato. Despeço-me rogando mais uma vez a sua bênção e garantindo-lhe as minhas orações em favor de seu sacerdócio e de sua alma.
Gustavo Souza,
Indigno filho da Santa Igreja Católica”

Perdôo, é claro que perdôo, afinal, este o meu ofício. Como padre eu sou ministro da reconciliação. Confesso que a ira de seus seguidores, blogueiros que acompanham os seus escritos, me feriu muito mais que suas indignações. E é sobre isso gostaria de dizer, ao final desta resposta.  Não sei quem é você.  Vi a sua foto, aquela em que você diz estar embriagado de Coca Cola, e nada mais. O pouco que sei de você está revelado nos textos do seu blog.  Tenho acompanhado seus constantes combates, esforços para diminuir as heresias e afrontas à Igreja. Admiro o seu zelo. Ele expressa o amor que você tem a Deus. Mas confesso que sinto falta de “misericórdia” em suas falas, meu caro.

Gustavo, não faça do seu amor à Igreja um obstáculo ao seu amor pelos mais fracos, pelos diferentes. Defenda tudo o que quiser defender, mas não permita que o seu discurso seja causa de contenda e inimizades. Há sempre um jeito de discordar sem precisar ofender. A ofensa faz crescer o que é diabólico.

Cuidado com as generalizações. Você tem combatido as CEBS. Cuidado. Há muita gente honesta nestes movimentos. Eu as conheço. Vi de perto o trabalho frutuoso, espiritual, humano, salvação total acontecendo em muitos lugares deste grande Brasil. Vi nomes sendo citados de forma banal, irresponsável.   Irmã Dorothy Stang morreu defendendo o evangelho, meu filho. Gostando você, ou não, ela é foi uma mulher comprometida com as causas de Jesus. É muito triste ver o nome dela citado no seu espaço, como se fosse uma “mulher qualquer”. Chico Mendes foi um homem que defendeu questões nobres. Só por isso já merece o nosso respeito. Frei Beto é um homem fabuloso. Já fez muita gente se aproximar de Deus, por meio de sua inteligência e sabedoria aguçada.

Não limite o seu blog a um lugar de combates. Que seja um lugar de discussões, mas que sejam feitas à luz do princípio fundamental que o evangelho nos sugere: o amor ágape.

Gustavo, aproxime-se cada vez mais do Coração de Jesus. Ele é a interpretação da verdade que tanto buscamos compreender. Deus está inteiro em Jesus. O grande desafio da conversão é aproximar a nossa humanidade de sua divindade.

Do Adão que há em nós ao Cristo que nos foi oferecido.  Mesmo estando em estágios diferentes, uns mais à frente, outros mais atrasados, não importa. O importante é que saibamos ir juntos.  Nossa salvação depende disso. Uma coisa é certa, meu caro. Todos nós estamos desejosos de acertar. Sigamos juntos nesta busca.

Com meu carinho e benção,

Pe. Fabio de Melo.

Querido Gustavo,

Respondo, finalmente, as questões que me foram apresentadas por você.  Se puder, publique a resposta em seu blog.  Resolvi recortar as questões e respondê-las uma a uma.

“Uma das suas primeiras assertivas, que a mim causou muito espanto e preocupação, foi a de que “precisamos nos despir dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema”. De fato, “donos” da verdade nós não somos. Mas nós a conhecemos! A Verdade é Cristo, e não há outra”.

Gustavo, a Teologia nos ensina que a Plenitude da Revelação é Cristo, mas esta plenitude não significa esgotamento da verdade.  Os desdobramentos desta verdade estão em todos os lugares do mundo. Deus continua se revelando. Plenitude não significa finalização.
O que sabemos do Cristo é processual. É assim que o Espírito Santo trabalha na vida da Igreja. A Teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois é verdade santa. Tudo o que é santo, movimenta, porque é vivo. O que alimentou o passado precisa continuar alimentando o presente, e o futuro. Não significa modificar a verdade, mas sim, à luz do Espírito e da autoridade da Igreja, buscar a interpretação que favoreça o conhecimento da verdade que o dogma resguarda. Este exercício eclesial manifesta ao mundo o zelo pela verdade que nos foi confiado cuidar e administrar.
Deus continua se revelando ao mundo. O limite da Revelação é a inteligência humana. Nós o vitimamos constantemente com nossas reflexões, mas mesmo assim, Ele não deixa de se manifestar. Onde houver uma brecha, lá Deus acontecerá. Não podemos nos esquecer que a salvação é oferecida a todos. É interesse amoroso de Deus que a humanidade o conheça.
Nós, enquanto proprietários desta verdade que é Jesus, cuidamos do que recebemos. O cuidado da verdade recebida está sustentado sobre dois pilares. Anúncio e Reconhecimento. Nós anunciamos o Cristo. Nisso consiste a ação evangelizadora da Igreja. Mas nós também reconhecemos a sua presença, indícios do sagrado, em outras religiões. Como reconhecemos? Através dos frutos que produzem.
O amor que temos ao Cristo deve ser suficiente para que saibamos respeitar tudo o que é cristão, mesmo que as pessoas não se reconheçam cristãs. É dialética, meu caro.  É a tensão escatológica que também esbarra na hermenêutica cristã. Já, mas ainda não. É neste ainda não que nos abrimos com humildade para compreender que outras religiões também vivem e perseguem os rastros do sagrado, e que mesmo oculto, lá o Cristo já está sendo vivido. É uma questão de tempo.
Recordo-me de uma frase muito sábia, que um grande professor jesuíta costumava repetir em nossas aulas de mestrado. Ele dizia: “todo mundo tem o direito de viver o seu antigo testamento.” A administração desta verdade só pode ser responsável, à medida que reconhecemos que ela já ultrapassou os limites dos muros, que estão sob nossa custódia.

“E como explicar que, ao falar da condição adâmica do homem, o senhor tenha adotado a interpretação modernista segundo a qual a historicidade das escrituras fica reduzida ao nível das histórias da carochinha?! Dizer que Adão é uma imagem simbólica, metafórica, “fabulesca”, não faz parte da Doutrina Católica! O fato de a linguagem empregada no livro de Gênesis ser recheada de simbolismo não elimina o fato de que os acontecimentos nele narrados tenham se dado no tempo e no espaço tal como foram escritos. A interpretação literal complementa e enriquece a hermenêutica que se pode fazer a partir dos símbolos. Não é assim que ensina a Igreja?”

Não, não é isso que ensina a Igreja. Se você freqüentasse os meios teológicos saberia muito bem que a linguagem metafórica nem sempre está a serviço de um fato concreto, pontuado no tempo e no espaço. Por isso é metáfora.
A linguagem metafórica não é mentirosa. Sou professor universitário e ensinei Antropologia Teológica. É uma clareza que não posso perder de vista. Ao falar da condição adâmica nós precisamos pensar na humanidade como um todo. Não temos a certidão de nascimento de Adão. O que temos é a fé de que Deus criou a humanidade. Não posso pontuar a existência do primeiro homem. A sagrada escritura só que nos ensinar que somos filhos Dele.
Gustavo, toda a Antropologia teológica é construída na perspectiva da Cristologia. A narração das origens está diretamente ligada ao evento crístico. A Teologia da Criação não é uma ciência exata. O que precisa ser assegurado é o fato de que Deus é o criador do Universo. A maneira como tudo isso se deu é metáfora. Isso não significa meia verdade, nem tampouco conto da carochinha. O que não pode ser relativizado é a entrada de Jesus na história.
Há um destino Crístico que nos foi oferecido (Soteriologia).  Jesus é histórico. Está situado no tempo e no espaço. Isso sim é fundamental para a fé. Quando a Sagrada Escritura narra o nascimento do primeiro homem, o grande objetivo não é pontuar o início da vida humana, mesmo porque o escritor sagrado não escrevia com essa finalidade. Volto a dizer. A exegese nos ensina que o escrito tem como principal objetivo salvaguardar que o princípio de todas as realidades criadas está em Deus (Criacionismo). É por isso que a fé não se opõe à ciência no que diz respeito à evolução (Evolucionismo). É simples. O primeiro homem criado não pode ter tido a experiência que a sagrada escritura relata. Ou você pode desconsiderar todos os conhecimentos a respeito da origem do ser humano?
Gustavo, a fé não é um conjunto de certezas, meu caro. Não temos provas concretas para muitos aspectos da fé que professamos. Se as tivéssemos não precisaríamos ter fé. Acreditamos no que não vemos. Nem por isso é “conto da carochinha”, como você sugere.
Não sei se você a conhece, mas se não conhecer, sugiro que tenha contato com a obra do americano Joseph Campbell, que de maneira brilhante e pertinente, fez uma análise da linguagem mitológica nas culturas. Na primeira parte da obra “O poder do mito”, ele fala justamente deste grande equívoco que costuma ser muito comum entre as pessoas que não transcendem a linguagem. Campbell é uma das maiores autoridades no campo da mitologia, pois faz uma abordagem semiótica destas narrações. O mito não é uma mentira, mas também não precisa ser verdade, diz ele. O importante é a fé que ele sugere. O importante é reconhecer que ele está a serviço de uma verdade superior, porque não cabe no tempo. Foi mais ou menos isso que desejou Guimarães Rosa, ao escrever o conto “ A terceira margem do rio”. Onde fica a terceira margem?
O mesmo não se dá com as nossas convicções religiosas? O discurso religioso é o discurso da terceira margem. Guimarães Rosa compreendeu bem esta linguagem. E nós precisamos compreendê-la também.

“Depois o senhor falou que durante muito tempo “nós (subentenda-se: Igreja) fomos omissos”. Parece-me que essa omissão se referia às questões ecológicas. Pelo amor de Deus, padre! A missão da Igreja é salvar a Amazônia ou salvar as almas? Que conversa é essa de “cristificação do universo ”? Por que dar atenção a isso quando tantas almas se perdem na imoralidade, na heresia, na inércia espiritual?”

Gustavo, sua visão soteriológica é muito estreita. Salvar almas, somente? Essa visão compartimentada do ser humano é herética. Precisamos salvar a totalidade do humano, meu caro. Esqueceu o postulado fundamental da Antropologia cristã? Somos corpo e alma. Unidade. É só ler Tomás de Aquino, Santo Agostinho.
Fazer uma pregação desencarnada? A alma que quero salvar tem corpo, sente frio, tem fome, medo. A alma que quero salvar está num corpo que morre antes da hora, porque sofre as conseqüências de um meio ambiente marcado pelo pecado da omissão.
Se você fala da inércia espiritual, a Igreja fala da inércia espiritual e corporal. Cuidar do mundo é dar continuidade ao milagre da criação. Somos “co-criadores”. Deus continua criando, e nós correspondemos com a experiência do cuidado. Criar é atributo divino, mas cuidar é atributo humano. A horizontalidade da fé é real, concreta. Isso é Teologia da Criação. Está nos livros fundamentais, no catecismo da Igreja e também nos ensaios teológicos mais arrojados.
Quanto à  essa conversa de “Cristificação do universo”, que você pareceu banalizar, fazer menor, é apenas uma interpretação belíssima da presença de Cristo no mundo, tomando posse de todos os lugares, mediante o movimento sacramental que Igreja celebra e propaga.
Todos os sacramentos que a Igreja celebra nos cristificam. O nosso comprometimento com o Cristo, mediante o processo de conversão, nos cristifica. O gesto de caridade nos cristifica. A oração nos cristifica. Ser cristão é ao Cristo estar configurado. É boba essa conversa?

“Em seguida, veio aquela colocação, esdrúxula e totalmente “non sense”, de que a Igreja – que se considerava barca de Pedro – após o Concílio Vaticano II passou a se enxergar como Povo de Deus. Devo informar-lhe que a Igreja permanece sendo barca de Pedro, e o povo de Deus é – por assim dizer – a tripulação desta barca. Onde é que houve mudança na compreensão da eclesiologia”?

A colocação esdrúxula não tem outro objetivo senão ensinar a busca que a Igreja tem feito de ser “Católica”. Você bem sabe que o significado de ser católica é ser “universal”.  A expressão “barca de Pedro” não foi banida, Gustavo. Eu falei de superação conceitual. O problema não é a expressão, mas a interpretação que podemos fazer dela. É uma questão hermenêutica. A expressão “Povo de Deus” sugere a universalidade que a Igreja quer e precisa ter.  O concílio Vaticano II compreendeu assim. É orientação da Igreja. Eu não inventei isso. Toda essa aversão que você tem ao Ecumenismo expõe uma fragilidade na sua reflexão. Não é bla, bla, bla, como você costuma dizer. A Igreja trata com muito cuidado esta questão, pois sabe que as questões religiosas estão sendo causas de muito conflito no mundo. Banalizar a dimensão ecumênica da Igreja é, no mínimo, irresponsável.
Há uma vasta literatura na área da Eclesiologia refletindo sobre esse tema. Sugiro que você a conheça. Só vai lhe enriquecer.
Meu filho, o importante é a gente não esquecer, que mesmo estando na barca de Pedro, é sempre cordial e cristão, acenarmos com carinho e respeito aos que estão em barcas diferentes. As grandes guerras atuais são movidas por essa incapacidade de aceno.

“Entre as críticas feitas pelos blogueiros, salientava-se a sua posição – no mínimo, omissa – quando o apresentador Jô Soares comentou que achava um absurdo que a Igreja considerasse que o matrimônio servia apenas à procriação. Pergunto: por que o senhor não afirmou, como ensina a Igreja, que o matrimônio tem duas finalidades: a unitiva e a procriativa? Por que não disse que , sim, o amor dos esposos importa e ele é – ou, pelo menos, deve ser – expresso pela unidade (de pensamento e de vontade) que os cônjuges demonstram em todas e cada uma de suas ações? Era tão simples desfazer a argumentação errônea do entrevistador e, ao mesmo tempo, aproveitar para instruir as pessoas segundo a Sã Doutrina!”

Concordo com você. Eu errei ao não ter usado os termos técnicos. Quis levar a discussão através de outros recursos e acabei não sendo claro como deveria.

Pior que não ter ensinado no momento oportuno, foi o senhor afirmar que “o nosso discurso já mudou”! Diga-me, Pe. Fábio, acaso a doutrina imutável da Igreja perdeu a sua imutabilidade? O senhor crê, convictamente, que a Igreja está, dia após dia, se amoldando à mentalidade atual? Não seria missão da Esposa de Cristo formar na sociedade uma mentalidade cristã, isto é, fomentar um novo modo de pensar e de viver que esteja impregnado do perfume de Cristo? Ou é o contrário: o mundo é que deve catequizar a Igreja?”

Não, não é a Igreja que precisa ser moldada aos formatos do mundo. Em nenhum momento alguém me viu pregar sobre isso. Quando eu disse que o discurso já mudou, eu me referia justamente à visão antiga que ele tinha do “sexo no casamento”. O apresentador desconhecia a reflexão a dimensão unitiva do sexo na vida do casal.

“Em outro momento da entrevista o senhor afirmou que não “conseguia” celebrar a missa todos os dias? Não lhe parece estranho, e prejudicial, que a sua “agenda” não permita que o senhor celebre todos os dias a Eucaristia? Qual deve ser o centro da vida do sacerdote: o altar ou o palco? E quanto ao breviário? A sua “agenda” permite que o senhor o reze diariamente (considerando que não fazê-lo é pecado grave para o sacerdote)?”

Gustavo, quanto ao zelo que tenho pela minha vida de padre, gostaria de lhe tranqüilizar. Não sou um aventureiro. Sou um homem responsável, e se tem uma coisa que não perco de vista é a maturidade humana. Se me conhecesse, talvez não incorreria no julgamento velado de suas palavras.
Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos. Busco cumprir todas as obrigações que a Igreja me pede, mas não coloco nisso a certeza da minha salvação. Não sou rubricista, nem pretendo me tornar. A Igreja nos recomenda muitas coisas. Lutamos para cumprir tudo. O que não conseguimos, deixamos nas mãos de Deus. Só Ele poderá nos julgar.

“Depois veio a pergunta: “o senhor teve experiências sexuais antes de ser padre?” Creio um homem que consagrou (frise-se o termo: consagrou) sua sexualidade a Deus não deveria expor sua intimidade diante do público. Mas, já que a pergunta indecorosa foi feita, a resposta que esperei foi algo no sentido de fazer o interlocutor entender que aquela questão era de ordem privada; que não convinha ser tratada em público. Em resumo: algo como “não é da sua conta!”. Porém, que fez o senhor? Respondeu que teve, sim, experiências sexuais precedentes, mas “às escondidas”! Caro Pe. Fábio, o senhor acha que convém dar uma resposta deste tipo? Isso não induziria as pessoas a pensar que não existem padres castos (considerando que muitos confundem castidade com virgindade)? Isso não estimularia as pessoas a crer na falácia segundo a qual todo jovem já teve, tem ou deve ter experiências sexuais que precedam a sua decisão vocacional?”

Gustavo, a vida é o testemunho que temos.  Não tenho dificuldade alguma de responder às perguntas que me expõem como homem. Não fiquei padre por acaso. Tenho uma história e dela não fujo.  São Paulo não fez o mesmo? Leia as cartas que ele escreveu. Ele sempre fez referência à vida vivida. Em nenhum momento se esquivou de contar sua história, mas fez dela um instrumental para orientar e sugerir vida nova em Cristo. Não gosto da expressão “não é da sua conta”. Se eu me disponho a ser entrevistado por alguém, tenho que saber que a minha vida será a pauta. Só não admitiria o desrespeito, mas isso não ocorreu. Não vou mentir para o povo. Nas minhas pregações eu falo o tempo todo da minha vida.  Não quero bancar o santo. Eu quero é ser santo.

“O senhor comentou, ainda, que “para a gente ser padre, a gente tem que ter amado na vida. É impossível (grifos meus) fazer uma opção pelo celibato, pela vida consagrada, se eu não tiver tido uma experiência de amar alguém de verdade”. O senhor acha, realmente, que o homem que nunca amou uma mulher não sabe amar? Baseado em que o senhor diz isso? Que dizer então do meu pároco que, tendo ido para o seminário aos 11 anos, nunca namorou? Ele é menos feliz por causa disso? Menos decidido pelo sacerdócio? Não creio que isso proceda.”

Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras.  Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço.  Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.

O que se viu nessa malfadada entrevista à rede globo foi a apresentação de um comunicador, um cantor, um filósofo, um homem qualquer. Pudemos enxergar Fábio de Melo. E só. O padre passou desapercebidamente. De comunicadores, cantores e filósofos, já basta: nós os temos em número suficiente! Precisamos de padres! Padres que são, sim, homens por natureza; mas que tiveram sua dignidade elevada pelo caráter impresso no sacramento da Ordem. Homens que não são “como quaisquer outros” porque receberam a graça e a missão de agir in persona Christi. Temos carência de ver padres que ajam, falem e – até mesmo – se vistam, em conformidade com a sua dignidade sacerdotal.”

Gustavo, se os seus olhos me enxergaram como um “homem qualquer”,perdoe-me. Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos. Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.  Tenho consciência que ninguém precisa ser unanimidade. O que sei é que na Igreja de Cristo há um lugar para um padre com o meu perfil. Eu vejo a obra que Deus tem realizado na minha vida e na vida de tantas pessoas que se identificam com meu trabalho.
Meu filho, eu tenho encontrado pela vida as dores do mundo, e com elas tenho me ocupado. Demorei responder a sua carta justamente por isso. Tenho gastado o meu sangue nesta proeza de ser e agir “ in persona Christi”. Não tenho outro objetivo senão tentar atualizar a presença de Jesus na vida das pessoas.  Eu o faço como posso. Evangelizo a partir da teologia que amo, mas também a partir da experiência que me guia. Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.
O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome. Adentrei a morada de Deus assim, na condição de homem qualquer, mas o surpreendente é que Ele não me recebeu como homem qualquer. Recebeu-me com festa, com carinho, com misericórdia, pois é capaz de me enxergar para além de minha aparência. É isso que tenho feito, meu caro. Tenho me esmerado para convencer as pessoas de que o mesmo pode acontecer com elas.
Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.

“Creio que muitos destes desdobramentos que eu estou expondo não foram sequer imaginados pelo senhor no momento em que concedeu a entrevista, e enquanto respondia às perguntas. Contudo, o ônus de quem se expõe à opinião pública é, exatamente, suportar os possíveis mal-entendidos que se geram quando as palavras são compreendidas de modo diverso da intenção e da mentalidade de quem as proferiu.  Espero que tudo que eu falei aqui tenha sido realmente um grande mal-entendido… Sempre cabe, contudo, esclarecer os desentendimentos mais graves que possam prejudicar não só a sua imagem, mas a da Igreja como um todo. Um ensino errado pode levar uma alma à perdição.”

Querido Gustavo, como professor de Hermenêutica eu não tenho dificuldade com os que pensam diferente de mim. Não é nenhum crime termos diferenças. O problema é quando nós fazemos da diferença um motivo de  pré julgamento e acusação.

“Perdoe-me, sinceramente, a franqueza e, talvez, a dureza em alguns momentos. Mas eu precisava lhe expor as minhas dúvidas, impressões e inquietudes com relação a essa entrevista. Se o senhor se dignar me responder esta carta, ainda que de modo breve, sucinto, ficaria imensamente grato. Despeço-me rogando mais uma vez a sua bênção e garantindo-lhe as minhas orações em favor de seu sacerdócio e de sua alma.
Gustavo Souza,
Indigno filho da Santa Igreja Católica”

Perdôo, é claro que perdôo, afinal, este o meu ofício. Como padre eu sou ministro da reconciliação. Confesso que a ira de seus seguidores, blogueiros que acompanham os seus escritos, me feriu muito mais que suas indignações. E é sobre isso gostaria de dizer, ao final desta resposta.  Não sei quem é você.  Vi a sua foto, aquela em que você diz estar embriagado de Coca Cola, e nada mais. O pouco que sei de você está revelado nos textos do seu blog.  Tenho acompanhado seus constantes combates, esforços para diminuir as heresias e afrontas à Igreja. Admiro o seu zelo. Ele expressa o amor que você tem a Deus. Mas confesso que sinto falta de “misericórdia” em suas falas, meu caro.
Gustavo, não faça do seu amor à Igreja um obstáculo ao seu amor pelos mais fracos, pelos diferentes. Defenda tudo o que quiser defender, mas não permita que o seu discurso seja causa de contenda e inimizades. Há sempre um jeito de discordar sem precisar ofender. A ofensa faz crescer o que é diabólico.
Cuidado com as generalizações. Você tem combatido as CEBS. Cuidado. Há muita gente honesta nestes movimentos. Eu as conheço. Vi de perto o trabalho frutuoso, espiritual, humano, salvação total acontecendo em muitos lugares deste grande Brasil. Vi nomes sendo citados de forma banal, irresponsável. irmã Dorothy Stang morreu defendendo o evangelho, meu filho. Gostando você, ou não, ela é foi uma mulher comprometida com as causas de Jesus. É muito triste ver o nome dela citado no seu espaço, como se fosse uma “mulher qualquer”. Chico Mendes foi um homem que defendeu questões nobres. Só por isso já merece o nosso respeito. Frei Beto é um homem fabuloso. Já fez muita gente se aproximar de Deus, por meio de sua inteligência e sabedoria aguçada.
Não limite o seu blog a um lugar de combates. Que seja um lugar de discussões, mas que sejam feitas à luz do princípio fundamental que o evangelho nos sugere: o amor ágape.
Gustavo aproxime-se cada vez mais do Coração de Jesus. Ele é a interpretação da verdade que tanto buscamos compreender. Deus está inteiro em Jesus. O grande desafio da conversão é aproximar a nossa humanidade de sua divindade.
Do Adão que há em nós ao Cristo que nos foi oferecido.  Mesmo estando em estágios diferentes, uns mais à frente, outros mais atrasados, não importa. O importante é que saibamos ir juntos.  Nossa salvação depende disso. Uma coisa é certa, meu caro. Todos nós estamos desejosos de acertar. Sigamos juntos nesta busca.
Com meu carinho e benção,
Pe. Fabio de Melo.

Maisa Fora do ar e do SBT.

Pelo menos por alguns dias…

.08_MHG_maisasilvio[1].

A garota prodígio e líder de audiência no SBT que vinha alavancando a audiência até mesmo do programa do grande comunicador Sílvio Santos, teve seu alvará de autorização suspenso pela Vara de Infância e Juventude de Osasco, na tarde desta sexta-feira 22/05/09, o alvará que autorizava o trabalho da menina Maísa no SBT.

A decisão atendeu a um pedido da promotora de Justiça Suzana Carota Muller e acontece depois de muita discussão sobre as brincadeiras entre Silvio Santos e Maísa e os episódios onde a garota chorou no palco. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Maísa foi submetida no “Programa Silvio Santos” a situações de humilhação, que ferem o que está contido no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A decisão foi tomada em primeiro grau e ainda cabe recurso. O SBT diz que até às 20h de sexta-feira não havia recebido a documentação da Justiça e, por isso, a participação de Maísa no “Programa Silvio Santos” e na linha infantil será mantida neste fim de semana.

A partir do início das atividades de Maísa no SBT, muitas outras crianças passaram também a fazer parte do quadro de trabalho nas telas da TV, falta saber agora, se a TV por acaso teve ter privilégios em relação às outras empresas neste país e uma legislação trabalhista diferenciada, já que a Menina Maísa e outras crianças na TV estão exercendo efetivamente posição de trabalho e não apenas uma mera visita a um estúdio de TV.

Por outro lado os concorrentes agradecem a ação da justiça neste caso e os adultos também, porque estavam perdendo emprego de apresentadores e assumindo o posto de babá de bebe chorão, teimoso e birrento em pleno horário nobre da TV.

Pasmem todos, porque são as cenas de birras, choros, erros e idiotices que mais fazem sucesso nos vídeos no Youtube, todos gravados de programas ao vivo da SBT.

Como decaiu a nossa programação de TV e a preferência do telespectador, já que, o que mais nos faz rir é a birra de uma criança porque queria estar brincando com suas bonequinhas e não trabalhando e ralando em horário nobre da TV.

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O ALPINISTA EXTRAORDINÁRIO. COMO UMA BOMBA

http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/dons-do-espirito.jpg http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/frutos-do-espirito.jpg

Fabio de Melo no Jô Soares.

Padre Fábio de Melo faz

uma esplendida entrevista no

programa Jô Soares.

Espere carregar, porque está congestionado.

Portal Católico

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Completo – Parte 1

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Parte 2

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Parte 3

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Parte 4

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Musica apresentada

no Show do Jô.

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VEJA A RESPOSTA

DE PADRE FABIO DE MELO

PARA A REVISTA VEJA.

click

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Fábio de Melo - Eu e o Tempo.

PRESENTEPRAVOCE

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Padre Fabio de Melo no Faustão.

Padre Joãozinho comenta a segunda visita de

Padre Fábio de Melo no Domingão do Faustão.

Domingo, 20/12/09 – categoria Padre Fábio de Melo

[…] – Pe. Fábio de Melo no Faustão

padrejoaozinho on dezembro 21st, 2009

Neste domingo tive a oportunidade de acompanhar com atenção o desempenho do meu irmão, Pe. Fábio de Melo, no programa do Fausto Silva, por ocasião do que deveria ser o lançamento do seu CD ILUMINAR. Fiquei feliz em ver que ele estava tranquilo e respondeu às perguntas (muito repetitivas e recorrentes) com tranquilidade, sabedoria e originalidade. Todos comentaram que finalmente o Fausto Silva deixou alguém falar sem aquelas interrupções inoportunas. Não ouve cinismo. Senti o apresentador respeitoso, apesar de chamar o Padre, simplesmente de “Fábio”. Sei que os dois já construiram uma relação de amizade para além dos palcos, mas ele “pisou na bola” quando disse que “Fábio” estava ali simplesmente como artista. Rapidamente ele mesmo percebeu a besteira que havia dito ao vivo e a cores e tentou remediar. Pe. Fábio calma e respeitosamente respondeu que é artista sim… não nega… mas em primeiro lugar é padre. Pela reação no twitter este foi o ponto X de toda a fala de Pe. Fábio. Todos o querem como padre. Ele sabe disso. Cantar ou escrever é apenas mais um instrumento de evangelização. Como nem tudo é perfeito, achei que o novo CD poderia ser mais valorizado. Não entendi terminar tudo com a música VIDA, que é do CD antigo. Mais lógico teria sido entrar com esta e depois mostrar algo do CD novo. Se fosse ao vivo e com banda, melhor ainda. Pela pergunta inicial do Fausto Silva, sobre como o padre administra sua vida financeira, parece que realmente o apresentador já conhece o Pe. Fábio muito melhor do que a maioria dos seus admiradores. Por mais chato e temperamental que ele seja para alguns, não podemos negar que é um dos apresentadores mais inteligentes da TV brasileira. Ele pegou no ponto. Pe. Fábio deu uma resposta mais completa que das outras vezes. Muitos me perguntam por que ele deixou a Congregação. Ontem, no Faustão, ele mesmo disse com cristalina sinceridade: “porque na Congregação não era possível destinar as finanças para ajudar os familiares que passam por graves dificuldades”. De fato, um religioso, pelo voto de pobreza, entrega tudo o que recebe para a Congregação”. No fundo é um voto de partilha. Utilizo um carro. Para comprá-lo tive que pedir autorização aos meus superiores. Escolhi viver assim. Os padres diocesanos não fazem este voto. Devem viver uma vida sóbria, mas podem administrar seus próprios bens. Por isso, não vivem também a vida comunitária como os religiosos. Sua comunidade é o povo de Deus. Mas eles devem receber um salário e têm que dar um jeito no tempo da aposentadoria e da idade avançada. O religioso recebe tudo da congregação. Parabéns ao meu irmão, Pe. Fábio, por dizer as coisas com tanta clareza.

Padre Fábio de Melo canta

“Incendeia a minha alma”


Parte 1/2

Parte 2/2


ILUMINAR

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Primeira entrevista no Faustão

Padre Fábio de Melo canta “Vida”

Padre Fábio de Melo conta seu testemunho no programa do Faustão.

Padre Fábio de Melo canta

“Incendeia a minha alma”



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MILAGRE DE LANCIANO

Rosa de Saron – Acústico.

Foto Codimuc

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Trailer – Rosa de Saron

Acústico e ao vivo.

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» Lista de Músicas

01. Noite Fria
02. No Meu Coração
03. Angústia Suprema – Part. Especial Eugênio Jorge
04. Linda Menina
05. Logo Após o Temporal
06. Mesmo Assim
07. Rara Calma
08. Apenas Uma Canção de Amor
09. As Dores Do Silêncio
10. Te Louvo Em Verdade – Te Alabo En Verdad
11. Chance
12. Anjo Das Ruas – Part. Especial Aura Lyris
13. Muitos Choram
14. Amor Sincero
15. Como Eu Te Vejo
16. Sem Você – Part. Especial Demian Tigues
17. Obrigado Por Estar Aqui
18. Do Alto Da Pedra – Part. Especial Rafael Almeida
19. Monte Inverno

Apenas Uma Canção de Amor

Rosa de Saron

Ao Vivo & Acústico

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Primeira Versão – com Letra.

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Sem você

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Linda Menina

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Noite Fria

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Chance

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Rosa de Saron

(Acústico ao vivo)

“Anjos das Ruas”

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As dores do silêncio

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Uma trilha sem dor

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Rosa de Saron - Ao Vivo & Acústico.

Rosa de Saron - Ao Vivo & Acústico.

 

Salve uma Vida !

Procedimento abortivo realizado em Recife.

Creia na verdade !

Abaixo várias manchetes

Sobre o caso de Alagoinha – Pe.

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Conheça o quadro Clínico da menina de nove anos que estava grávida de gêmeos e teve que abortar seus filhos para salvar sua própria vida.  ,<= Leia mais, click aqui.

Deus lo vult! – Recife Pe.

Parecer dos médicos que não haviam optado pelo aborto na menina recifense, parecer este, que não entrou em consideração pela mídia abortista deste país. O que foi divulgado é a desculpa de médicos que foram contratados exclusivamente para lhe fazer o aborto e nada mais, já que esta é a especialidade dos mesmos.

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A vida é o maior milagre de Deus, a ciência desvendou o código genético, mas não encontrou o gene responsável pela vida do novo ser.      O Milagre de um Embrião.

O Espírito Repousará Sobre Ti…

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Imagen

Campanha da Rede Globo contra a posição anti-aborto da Igreja Católica, ganha espaço na mídia intenacional, usam o caso da menina estuprada com nove anos para inverterem os valores morais dos telespectadores, colocando um crime sexual como superior ao assassinto de dois bebes de quatro meses de idade.

Deus lo vult! – Recife Pe.

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Dom José Cardoso Sobrinho não excomungou ninguém, já que cada pessoa é responsável pelo seu próprio pecado e a excomunhão seria automática neste caso.

Deus lo vult! – Recife Pe.

Existe direito ao aborto no Brasil?

Como uma criança de nove anos poderia decidir sobre o que seria melhor para sua vida?

Decidir no lugar do interessado também é considerado direito de decidir?

O Possível e O Extraordinário

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Hipocrisia do CDD –  Católicas pelo Direito de Decidir, tentam defender o indefensável, os profissionais da equipe de atenção à saúde do CISAM que realizaram a interrupção da gravidez da menina de Alagoinha, já que não abrem espaço para comentários em seu Blog.

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A MENTIRA TEM PERNA CURTA.

Alagoinha não foi o primeiro caso de criança de 9 anos grávida, no Peru isto já havia acontecido em 2006, mas lá o final foi diferente e as crianças estão vivas e com saúde. Porque acusar a Igreja de retrograda já que a medicina é perfeitamente capaz de salvar bebes em casos de riscos extremos na gravidez?

Parabens ao Ministro da Saúde Peruano, Carlos Vallejos.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm

Blog da Julie Maria

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Deputado no Pará Luiz Antonio Sefer é acusado de pedofilia – O Estadao.com, noticia o fato, que agora ganha grande destaque com a grande repercussão do aborto “legal” em Recife.

Aborte este crime caro Presidente Lula ou irás mais uma vês distribuir uma Pizza abrasileirada comemorativa aos nobres deputados “PEDÓFILOS” E FECHANDO OS OLHOS SOBRE O ASSUNTO ?

CONDENAM Toda a Igreja por um crime cometido por alguns Padres dos EEUU, mas continuam votando e elegendo Deputados, Vereadores, Senadores, Governadores e Presidentes com um ilibado e insuspeito Curriculum Vitae.

Isto é que é a hipocrisia do famoso jeitinho Brasileiro.

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Menino de 13 anos na Inglaterra, esconde de seus Pais a gravidéz de sua namorada até ultrapassar o prazo máximo para se conceder o aborto automático pela Lei Inglesa.  Disse ele: Porque eu Abortaria meu filho ?

Posso excomungar este bispo da minha igreja?

Opiniões são opiniões, cada um tem a sua, encontrei 751 comentários no blog de:

Ricardo Kotscho, ex Secretário de Imprensa do governo “LULA”, ele tem a sua própria igreja e seu próprio deus, que lhe serve como lhe convém na hora que ele precise, mas mesmo assim não confia em si mesmo e prefere nos perguntar, porque não saberia a melhor resposta, preferindo não correr o risco de dizer um absurdo.

Triste é saber que a grande maioria das pesoas apoia o crime e condena um homem inocente que nada ganhou por tentar salvar tres vidas agredidas e inocentes.

Pena que o resultado final tenha sido (1 x 2) e não (3 x 0) se dependesse apenas da Igreja, que já estava no caso antes dos médicos  aparecerem por encomenda. Porque foi atraves do auxílio imparcial da Igreja que a menina foi atendida no Recife.

Quem cometeu o crime, não foi o Arcebispo de Recife.

O estupro foi cometido pelo padrasto que esta preso, e a Igreja não o perdoou, no caso deste delinquente, o mesmo não se arrependeu e nem pediu perdão a Deus!

Eu também acho que a Justiça humana deveria ser muito mais eficiente  e mais rigorosa nestes casos, quem sabe eles até deixassem de acontecer?

Rachel - 9 anos, Vítima do pedófilo da mala de Curitiba - Paraná

Rachel - 9 anos, Vítima do pedófilo da mala de Curitiba - Paraná

Esperemos que a Justiça que foi tão eficiente em condenar as duas crianças a morte, que seja tão eficiente também, condenando os vagabundos que costumam a soltar nas ruas para continuarem sua saga de estupros, dizendo que são primários ou então que já estão recuperados, como foi o caso do bandido da luz vermelha e aquele outro recentemente no Paraná que matou duas meninas e as deixou dentro de uma mala.

Em Goias, um “riquinho”, matou mãe e filho para se livrar da Paternidade responsável e mesmo indo à delegacia de outra cidade mentir que seria inocente da acusação, saiu livre com permissão da Polícia e desapareceu  sem deixar vestígio, não podendo nem ser acusado de foragido da justiça.

Estes poderiam estar presos, mas foram perdoados e soltos nas ruas.

Vamos condenar a Igreja e deixar que o mundo continue em seus erros e desmandos.