Semana Nacional da Família – CNPF – 2021.



Hora da Família 25 – 2021

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“Alegria do Amor na Família” 


De 08 a 14 de Agosto de 2021

NA SUA PARÓQUIA




SUBSÍDIO DE ENCONTROS PARA A SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA COMPLETA 25 ANOS E CELEBRA A “ALEGRIA DO AMOR NA FAMÍLIA”



A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) lançou o subsídio Hora da Família Especial para a Semana Nacional da Família de 2021. O tema escolhido para esta edição é “Alegria do amor na família”, em referência à exortação apostólica Amoris Laetitia, que completou cinco anos e  é a motivação de um ano especial convocado pelo Papa Francisco.

No contexto do Mês Vocacional, celebrado em agosto pela Igreja no Brasil, a Semana Nacional da Família é realizada na segunda semana, com início no Dia dos Pais. Neste ano, portanto, será de 8 a 14 de agosto. “De norte a sul do Brasil, as paróquias, as famílias refletem, aprofundam e se catequizam através do Hora da Família”, disse a coordenadora nacional da Pastoral Familiar, Káthia Stolf.

Família Amoris Laetitia

Com a escolha do tema “Alegria do amor na família“, a intenção é celebrar o Ano Família Amoris Laetitia, iniciado no dia de São José (19 de março), convocado com o objetivo de marcar os cinco anos da exortação apostólica do Papa Francisco fruto de dois sínodos sobre a família. O casal Hermelinda de Sá e Arturo Zamperlini, que fez parte dos convocados brasileiros em 2014, ilustra a capa do livreto, acompanhados do Papa Francisco.

De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e secretário executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), padre Crispim Guimarães, a Semana Nacional da Família será um instrumento valioso e colaborativo para fazer as pessoas experimentarem “que o Evangelho da família é alegria que enche o coração e a vida inteira”, assim como a proposta do Papa Francisco para o Ano Família Amoris Laetitia, que pretende chegar a todas as famílias do mundo, por meio de várias atividades de caráter espiritual, pastoral e cultural, a serem realizadas nas dioceses, paróquias, universidades, no contexto dos movimentos eclesiais e das associações familiares.

O material contém sete encontros, um para cada dia da semana, além de um roteiro de celebração para o Dia dos Pais. E foi desenvolvido em parceria da Pastoral Familiar com diversos serviços e movimentos eclesiais que trabalham com a espiritualidade familiar.

O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, ressalta a alegria presente no tema, “Alegria do amor na família” e no lema, “Dá e recebe, e alegra a ti mesmo”: “Queremos falar de uma alegria que brota do coração de cada lar cristão, como fruto do fortalecimento dos vínculos conjugais que unem os filhos e vencem juntos obstáculos e as crises porque foram sustentados pela fé. Somente um verdadeiro amor pode trazer a alegria  que vem de Deus“.


25 anos


O subsídio Hora da Família completa, em 2021, 25 anos de publicação. Em 1996, quando o Brasil se preparava para receber o Papa João Paulo II por ocasião do II Encontro Mundial das Famílias, marcado para o ano seguinte, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)  dom Rafael Llano Cifuentes preparou um material para ajudar as famílias na preparação para o encontro.

“Durante os doze meses que antecederam a visita de João Paulo II, dezenas de milhares de famílias se reuniram, em seus lares ou nas suas comunidades, para fazerem a ‘Hora da Família’. Foi uma experiência tão bem sucedida que o Setor Família da CNBB pensou em difundi-la em todo o Brasil, para que mais e mais famílias pudessem se beneficiar desses momentos de meditação e convívio”, lê-se na apresentação do primeiro material publicado pelo então Setor Família da CNBB, atual Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência.

O Hora da Família é um material com roteiros de reflexão e oração para fortalecer o trabalho de evangelização das famílias. Com suas propostas de aprofundamento dos ensinamentos da Igreja e testemunhos, o material também tem o intuito de fazer com que todas as pessoas compreendam o valor único e próprio da família; que sejam fortalecidos os laços familiares; e que cresça a espiritualidade familiar.

Incentivada pelo desejo do idealizador do Hora da Família, a Pastoral Familiar mantém a tradição de ter sempre a comunhão da Igreja Católica estampada na capa da publicação, por meio da imagem do Papa.



Adquira

O Hora da Família do mês de agosto, que será vivenciado na Semana Nacional da Família, pode ser adquirido pelo aplicativo Estante Pastoral Familiar ou pelo link: http://www.lojacnpf.org.br/hora-da-familia-snf-2021-pr-385-337337.htm.


  • Os sete encontros do Hora da Família Especial:

    1. A Beleza e os desafios da vida em Família

    2. Matrimônio: O sacramento do Amor.

    3. O Amor no Matrimônio.

    4. Viver o Amor no cotidiano da Família.

    5. O Amor verdadeiro ama mais do que o Amado.

    6. O Amor Perdoa Sempre. (I Cor. 13)

    7. O Estudo do Documento “Patris Cordi”.

    Ao final do livro, é oferecido um boletim de apoio para a prevenção do suicídio, além de indicação de quatro passos para ajudar uma pessoa com este tipo de ideação.

    O Hora da Família Especial da Semana Nacional da Família está disponível na loja da Pastoral Familiar e, em breve, estará disponível em aplicativo exclusivo.

    Ouça o podcast com padre Crispim Guimarães sobre o Hora da Família Especial:

    Pastoral Familiar



    http://site.cnpf.org.br/noticias/familia/semana-nacional-da-familia-2020-chegou-o-hora-da-familia-especial/


    Celebração do Dia dos Pais  “Amados e Chamados por Deus:”



Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

FOTOMENSAGENS NO PINTEREST PRESENTEPRAVOCE



Semana Nacional da Família – CNPF – 2020.



Hora da Família 24 – 2020

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“Eu e minha casa Serviremos ao Senhor” 


De 09 a 15 de Agosto de 2020

NA SUA PARÓQUIA




A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB apresentam a edição 2020 do subsídio “Hora da Família”, disponível para aquisição na Loja Virtual da Pastoral Familiar, com preço exclusivo. Adquira agora!

  • O Hora da Família orienta a vivência da Semana Nacional da Família que ocorre de 11 a 17 de agosto de 2019

    Edição Especial da Semana Nacional da Família 2020, com o tema “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24, 15). O livreto com roteiro de celebrações está em sintonia com o Mês Vocacional e pretende celebrar a vocação de ser família.

    “Na alegria do Evangelho queremos viver plenamente a vontade do Senhor em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas casas. Neste ano, o subsídio Hora da Família convoca todos os grupos de reflexão para vivenciarem a dimensão do serviço. O Hora da Família se coloca a serviço da Igreja e da construção do Reino de Deus começando em nossas casas”, escreveu o bispo de Rio Grande e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, na apresentação do material. A sugestão é a vivência dos encontros como um “itinerário de aprofundamento da fé em família a serviço da comunidade”.

  • A Semana Nacional da Família neste ano de 2020 ocorre de 9 a 15 de agosto, tendo início no Dia dos Pais, data à qual é dedicado o primeiro dos sete encontros do livreto. No roteiro, sugestões de preces e uma oração que as finaliza, que poderão ser rezadas nas missas daquele domingo, aproveitando para destacar a abertura da Semana Nacional da Família. A proposta é que os encontros seguintes ocorram nas casas, se possível antes do almoço ou do jantar.

  • Para a quinta-feira, a proposta do 5º encontro é um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, se for possível, realizado nas paróquias. Como muitas comunidades e grupos talvez não tenham essa possibilidade, sugere-se que faça um momento com a Palavra de Deus. O assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB e secretário-executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães, recorda o exemplo do Papa Francisco que celebrou neste ano o Domingo da Palavra, entronizando a Bíblia com “um belo gesto nessa direção”. O assessor explica que o roteiro ajudará a realizar a celebração “de modo sóbrio e bonito”.

  • Também com dimensão celebrativa e favorecendo a participação das crianças, os demais encontros buscam aprofundar a vocação da família como Igreja Doméstica. Nesse sentido, no contexto do mês vocacional, o material contou com a “colaboração generosa” da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.



  • Os sete encontros do Hora da Família Especial:

    1. Família e Matrimônio

    2. Família e Educação

    3. Hora Santa da Família

    4. Família e Compromisso com a Vida

    5. Eu e minha casa serviremos ao Senhor   <=   Link para tema

    Ao final do livro, é oferecido um boletim de apoio para a prevenção do suicídio, além de indicação de quatro passos para ajudar uma pessoa com este tipo de ideação.

    O Hora da Família Especial da Semana Nacional da Família está disponível na loja da Pastoral Familiar e, em breve, estará disponível em aplicativo exclusivo.

    Ouça o podcast com padre Crispim Guimarães sobre o Hora da Família Especial:

    Pastoral Familiar



    http://site.cnpf.org.br/noticias/familia/semana-nacional-da-familia-2020-chegou-o-hora-da-familia-especial/


    Celebração do Dia dos Pais  “Amados e Chamados por Deus:”



Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

FOTOMENSAGENS NO PINTEREST PRESENTEPRAVOCE



Semana Nacional da Família – 2019.



Hora da Família 23 – 2019

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“A Família, Como Vai?” 


De 11 a 17 de Agosto de 2019

NA SUA PARÓQUIA




A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB apresentam a edição 2019 do subsídio “Hora da Família”, disponível para aquisição na Loja Virtual da Pastoral Familiar, com preço exclusivo. Adquira agora!

  • O Hora da Família orienta a vivência da Semana Nacional da Família que ocorre de 11 a 17 de agosto de 2019

    Nesta edição procuramos distribuir a reflexão do Hora da Família sobre a pergunta: ‘A Família, como vai?’, através dos sete encontros, que, esperamos, consigam nos fazer caminhar pelas várias possibilidades de respostas que poderemos dar. Aliás, talvez, ao final da Semana Nacional da Família 2019 não chegaremos a uma resposta adequada dentro do que o próprio Deus pensou sobre essa instituição divina chamada família, mas teremos tentado ao menos nos aproximar do pensamento de Deus.

    O tema deste ano é uma retomada da reflexão que marcou a Campanha da Fraternidade de 1994. Ao voltar ao passado e ver o quanto a Pastoral Familiar já cresceu, percebe-se que a família busca e precisa aprofundar cada vez mais a sua missão na Igreja e na sociedade para conquistar um papel decisivo e central.

    Esse desejo de estar no centro das ações eclesiais aparece neste Hora da Família, ligando-o à Iniciação à Vida Cristã, às Políticas Públicas, ao envolvimento com as questões contemporâneas da vida urbana e à missão em meio a outras famílias.

    O subsídio vem com os tradicionais encontros celebrativos da Semana Nacional da Família e refletem os seguintes temas: Família, vocação e juventude; Família e Políticas Públicas; Família, defensora da vida; Matrimônio e Família no plano de Deus, e por fim, o tema central: A família, como vai?

    Além dos encontros, o material traz três celebrações temáticas para realizar no Dia das Mães, Dia dos Pais e uma celebração e consagração à Sagrada Família.



Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Semana Nacional da Família – 2017.



Hora da Família 21 – 2017

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“Família, uma luz para a vida em sociedade” 


De 13 a 19 de Agosto de 2017

NA SUA PARÓQUIA



 - Pastoral Familiar CNBB


A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB apresentam a edição 2016 do subsídio “Hora da Família”, disponível para aquisição na Loja Virtual da Pastoral Familiar, com preço exclusivo.Adquira agora!

  • Neste ano, a reflexão está em sintonia com o impulso da Igreja no Brasil para que seja percebida a importância das ações dos cristãos leigos e leigas na sociedade. O material, preparado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), propõe os sete encontros da Semana Nacional da Família, Leitura Orante da Palavra e celebrações em família. “Desejamos que, ao refletir sobre os sete temas propostos, nossas famílias cresçam na harmonia e na disposição de Servir melhor a Deus sendo realmente uma luz para a sociedade”, espera o assessor nacional da Comissão para a Vida e Família da CNBB e secretário executivo da CNPF, padre Jorge Alves Filho.
  • Os encontros para a Semana Nacional da Família, que neste ano será de 13 a 19 de agosto, são compostos de orações, cantos, momentos de escuta da Palavra de Deus e de partilha. Em cada um destes, a reflexão da temática é direcionada a partir de textos bíblicos, de trechos de documentos do Magistério da Igreja e de pequenas histórias.

    “Família, uma luz para vida em sociedade” – Hora da Família 2017

    Entre os documentos da Igreja dos quais os trechos foram extraídos, estão as exortações apostólicas Amoris Laetitia – sobre o amor na família, do papa Francisco, e Familiaris Consortio, de São João Paulo II; o Documento de Aparecida; o Catecismo; e o Documento 105 da CNBB “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – sal da terra e luz do mundo”.

    A intenção, de acordo com padre Jorge, é que as famílias tornem-se promotoras da transformação da sociedade em lugar de justiça, fraternidade e paz.
    Este ano, como compromisso de fé, amor e missão, as famílias poderão consagrar sua casa à Sagrada Família de Nazaré.

    Novidades

    Neste ano, além dos tradicionais encontros celebrativos para o Dia das Mães e o Dia dos Pais, o Hora da Família apresenta uma sugestão de Leitura Orante com o tema “Valor e virtude do amor”, a partir do texto bíblico contido em I Coríntios, capítulo 13. Outra novidade é a Consagração à Sagrada Família, ao final da celebração da Sagrada Família, que deve ser feita no dia 31 de dezembro. Para este momento, as famílias poderão utilizar o encarte com a imagem da Sagrada Família para consagração da casa como compromisso de fé, amor e missão.

    Encontros

    Obs: Para mais detalhes sobre o tema Click nos Link’s:

    1º Encontro: O perfil mariano da Igreja; (Link)
    2º Encontro: A família;
    3º Encontro: A necessária mudança de mentalidade e de estrutura;
    4º Encontro: Igreja, comunhão na diversidade;
    5º Encontro: O perdão na Família – Fonte de reconciliação e libertação;
    6º Encontro: Serviço cristão no mundo;
    7º Encontro: A família promotora da misericórdia na sociedade.

    Como adquirir

    O subsídio “Hora da Família” é distribuído pela Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar (Secren). Encomendas podem ser feitas pela Loja virtual, pelo telefone (61) 3443-2900 ou ainda pelo e-mail vendas@cnpf.org.br O material também é distribuído pelos casais coordenadores e agentes da Pastoral Familiar nos regionais e dioceses.

    CD Hora da Família 2017

    Download do material de divulgação:

    Fonte: https://portalkairos.org/hora-da-familia-2017/#ixzz4mLzfsWrK



Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Jubileu das Famílias – Anápolis – Go.



Finalizando a 

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

2017

A Diocese de Anápolis estará promovendo o:


“Jubileu das Famílias”



Que se realizará no rincão da Comunidade Naiot na Fazenda Poções Próximo a Ouro Verde de Goiás segundo o mapa no final deste Post.

DOMINGO DIA  20/08/2017




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Semana Nacional da Família – 2016.




Hora da Família 20 – 2016

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“Misericórdia na Família: Dom e Missão”,


De 14 a 21 de Agosto de 2016

NA SUA PARÓQUIA



Hora da Família 2016


A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB apresentam a edição 2016 do subsídio “Hora da Família”, disponível para aquisição na Loja Virtual da Pastoral Familiar, com preço exclusivo.Adquira agora!

Com o tema “Misericórdia na Família: Dom e Missão”, o subsídio oferece sete encontros, além de celebrações como Via-Sacra em família, celebração para o Dia dos Pais, Dia dos Avós e Dia das Mães.

Com uma proposta moderna e explicativa, o material é organizado de forma interativa, propondo encontros participativos e celebrativos, buscando envolver a comunidade, famílias, lideranças, crianças, jovens e adultos.

“O ‘Hora da Família’, neste ano, quer nos envolver nesse clima da misericórdia divina, com vistas à missão. Não pode ficar unicamente entre os grupos de Pastoral Familiar. A nossa criatividade pastoral deve nos inspirar para que esse conteúdo seja partilhado, multiplicado, servido, também, em muitos outros ambientes onde nem sempre a Palavra está presente: escolas, centros de saúde, meios de comunicação, prédios, associações de moradores, periferias”, sugere o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom João Bosco Barbosa.

O assessor nacional da Comissão para a Vida e a Família, padre Moacir Arantes, orienta que as equipes da Pastoral Familiar e agentes repassagem o “Hora da Família” 2016, com o valor de venda indicado de R$ 3,00. Desta forma, o material chegará a muitas famílias por um preço acessível, gerando assim um amplo processo de evangelização neste Ano da Misericórdia.

Para padre Moacir, o “Hora da Família” quer ajudar a todos a fazerem a experiência com a misericórdia de Deus. “Este subsídio precioso de estudo, reflexão e oração, nos convida a realizar nos grupos pastorais, de vizinhos, de amigos, ou na intimidade do nosso lar, importante reflexão a respeito das obras de misericórdia. Queremos conhecer um pouco melhor o jeito de Deus ser e agir com seus filhos e filhas, para que possamos transformar o nosso ser e nosso agir para com os outros”, explica o sacerdote.

Confira os encontros:  

Obs: Click no título para ver o texto base do livrinho em PDF fornecido pela Arquidiocese de Campinas.

1º Encontro – Criados por um Pai Misericordioso

2º Encontro – Criados na Misericórdia e para Misericórdia

3º Encontro – Procurados pela Misericórdia

4º Encontro –

Família e Igreja, lugares da Misericórdia

5º Encontro –

O perdão na Família– Fonte de reconciliação e libertação

6º Encontro – As obras de misericórdia na família e da família

7º Encontro – A família promotora da misericórdia na sociedade

Semana Nacional

O “Hora da Família” 2016 está em sintonia com a Semana Nacional da Família, que acontece de 14 a 21 de agosto, em todas as comunidades do Brasil. O subsídio apresenta reflexão sobre temas familiares, oferecendo roteiros de orações e cantos para motivar a atividade.

Como adquirir

O subsídio “Hora da Família” é distribuído pela Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar – SECREN. Encomendas podem ser feitas pelo telefone (61) 3443-2900, ou pelo e-mail vendas@cnpf.org.br O material também é distribuído pelos casais coordenadores e agentes da Pastoral Familiar nos regionais e dioceses.

Material de apoio.

Confira os detalhes no site: www.cnpf.org.br

Temas para pesquisa Link’s neste site:

Família – primeira escola de misericórdia.


 Baixe a capa e o cartaz da campanha de 2016:

Semana_familia_2015


Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

O Papagaio na Gaiola de luxo – Padre Leo.



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Uma estória de Padre Léo que ele contava sempre em seus encontros para casais a fim de mostrar o valor da dedicação ao conjuge e os demais familiares, pois muitas preocupações secundárias tomam frente ao que é indispensável e por isso muitos matrimônios fracassam.



O Papagaio na Gaiola de luxo:


Certa vez uma senhora ficou viúva e seus filhos já casados moravam longe e ela ficava praticamente sozinha o dia todo e como já estava habituada a conversar começou a se sentir deprimida assistindo TV o dia todo.  

Um dia quando assistia um documentário sobre animais de estimação teve uma ideia e procurou um Pet shop para adquirir um animal de estimação:

– Boa tarde cumprimentou-lhe o dono da loja de animais.  O que a Senhora deseja.

– Caro Sr, eu procuro um animal para me fazer companhia, pois fiquei viúva a pouco tempo e estou me sentindo muito sozinha, o que o Sr, sugere.

– Tenho aqui um cãozinho da raça Shih Tzu que é muito dócil, mansinho, não solta pelo e etc.

– Não, disse ela, não quero um cachorrinho, pois faz chichi pra todo lado e já tive um e não gostei.

– Sugiro então um gatinho…. angorá…

– Não, interrompeu ela ainda no meio da frase, não suporto gatos, solta muito pelo e uma prima minha ficou até doente por causa de um gato … e etc.

– Tenho também um passarinho, Curió. – Não, não quero um passarinho, esse bicho faz muito barulho …

– Sendo assim tenho aqui este “Ferreti” um tipo de lagarto, ele é quetinho e dorme o dia todo,

– Não!… que dorme o dia todo? Não, eu quero um que me faça companhia, pois um assim já tive um a vida toda.  

Dizendo isso ia saindo da loja quando viu na vitrine de saída um Papagaio muito bonito, voltou-se para o vendedor e perguntou:   E este Papagaio aqui está a venda?  Ele fala alguma coisa?

– Esta a venda sim e ele fala não só o português como, francês, inglês e algumas palavrinhas em alemão, é uma raça muito nobre de Papagaios faladores e foi importado recentemente. e etc.

– Gostei do bichinho, acho que irá me servir, quanto custa?

– Por  ser muito raro seria muito caro, mas estamos vendendo este na promoção por apenas R$ 2000,00.

– O que?  Muito caro, se eu comprar por esse preço é capaz do falecido revirar dentro do caixão e foi-se embora, mas ficou pensando naquela possibilidade, pensou, pensou e dois dias depois retornou até a loja para buscar aquela ave.

Bom dia – Bom dia:

– Vim buscar o meu Papagaio.

– Entusiasmada com a nova aquisição, levou-o para casa arrumou um local para que ele ficasse e no dia seguinte acordou cedinho e puxou conversa com o Papagaio, mas notou que ele estava um pouquinho triste e não disse nenhuma palavra.

– Ela ligou para o Pet shop e narrou o episódio, onde o vendedor lhe disse que era preciso que ele se ambientasse em seu novo lar primeiro para depois começar a falar.

2º dia – Achando que o Papagaio já estava acostumado com o novo lar a Sra. chegou e disse:

  • Bom dia Papagaio… e não ouviu resposta.
  • Bonjour… Good Morning … e ele permanecia com a cabeça baixa e não dizia nada.
  • – Ela ligou de novo para o Pet shop e informou o ocorrido dizendo que falou português, Francês e Inglês e o Papagaio não respondeu, Por Que seria isso?
  • – Ele respondeu perguntando se o Papagaio estava bem colocado no receptáculo “papagaiolístico”?
  • – Como? O que?  ? Papagaiolístico? O que é isso meu filho!
  • – É um ambiente apropriado para um papagaio desta nobre raça, com barras de titânio que não enferrujam, um poleiro de mogno que não contamina a ave e etc. fez a maior propaganda do objeto.
  • – E a mulher então perguntou, onde eu consigo um negócio deste?
  • – Temos um aqui em nossa loja, podemos lhe entregar e instalar por apenas R$ 800,00 .
  • –  Ela relutou um pouco, regateou o preço e por fim concordou e pediu que a levassem imediatamente.
  • 3º dia, o Papagaio não falo e ela recorreu mais uma vez à loja que o vendeu.
  • Desta vez ele lhe vendeu um balanço.
  • 4º dia – Agora a causa do problema era a falta de uma escada para que o papagaio subisse imitando os galhos de uma árvore.
  • 5º Dia – Desta vez ela precisava de um espelho para se sentir acompanhado e desinibisse a sua fala.
  • – A Senhora foi seguindo as instruções do vendedor e foi comprando tudo de bom para o Papagaio e até aquele momento não ouvira uma só palavra.
  • 6º ao amanhecer do dia a mulher ouviu uma vozinha fraca vindo do palácio Papagaiolístico e correu lá para falar com o bichinho no que ouviu suas ultimas palavras e morreu sem explicação.
  • Ela foi na loja muito nervosa, pois havia gasto muito dinheiro sem obter nenhum resultado e no final das contas o bichinho ainda morreu  sem motivo, pois vivia com todo aquele luxo.
  • – O vendedor então perguntou, mas ele morreu mesmo sem dizer nenhuma palavra?
  • – Não! ele falou assim bem baixinho…
  • – Não tinha nenhum tipo de comida para papagaio naquela loja? e foi ficando fraquinho e morreu!

MORAL DA HISTÓRIA

Aquele vendedor ofereceu tudo de bom para a Senhora comprar para o Papagaio e se esqueceu do principal, de oferecer a comida de papagaio para a ave e que a Senhora nem sequer sabia o que oferecer.

De que adianta uma enorme e espaçosa Gaiola de Titânio luxuosa que não enferruja, um balanço para descansar, uma escada para se ambientar  um espelho para se apreciar e não ter nem sequer um grão de alpiste para se alimentar? A morte viria mais cedo ou mais tarde e apesar dos sinais de tristeza, mudez, fraqueza ninguém notou do que realmente lhe fazia falta para viver!


APLICAÇÃO NA VIDA REAL


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Outras Mensagens de

PADRE LÉO


Mensagens de Padre Leo

Semeando a cultura de Pentecostes


padre-leo-lk Jesus_disfarçado Padre_Bambu
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Os 10 mandamentos do casal.



Na vida a dois, tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas.


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Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou “Os Dez Mandamentos do Casal”. Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.

1. Nunca se irritar ao mesmo tempo

A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, tanto mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. Dom Hélder Câmara tem um belo pensamento que diz:

“Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura…”.

2. Nunca gritar um com o outro

A não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, tanto menos é ouvido. Alguém me disse, certa vez, que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria. Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém tiver de ganhar na discussão, deixar que seja o outro

Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro “vença”, para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de “guerra”; uma luta inglória.

“A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral”,

dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer de que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Muitas vezes, uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.

4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor

A outra parte tem de entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.

Discussion Between Guy And Girl Over Gray Background

Discussion Between Guy And Girl Over Gray Background

5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado

A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda as vezes em que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isso que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isso não ocorra nos momentos de discussão. Nessas horas o melhor é manter a boca fechada.

Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deverá ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta e tudo de mau pode acontecer em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.

Nos tempos horríveis da “Guerra Fria”, quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: “A paz se impõe” somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade. Ora, se isso é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo: Primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros. E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: “Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz”. Portanto, para haver vida no casamento é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.

6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge

Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.

7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo

Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.

8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa

Muitos têm reservas enormes de ternura, mas se esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isso também com palavras. Especialmente para as mulheres, isso tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem-estar. Muitos homens têm dificuldade nesse ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: “Eu te amo!”; “Você é muito importante para mim”; “Sem você eu não teria conseguido vencer este problema”; “A sua presença é importante para mim”; “Suas palavras me ajudam a viver”… Diga isso ao outro com toda sinceridade, todas as vezes em que experimentar o auxílio edificante dele.

9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas

Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isso é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!

10. Quando um não quer, dois não brigam

É a sabedoria popular que ensina isso. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar essa iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será não “pôr lenha na fogueira”, isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes, será por um abraço carinhoso ou por uma palavra amiga.

Todos nós temos a necessidade de um “bode expiatório” quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, “pegar alguém para Cristo” a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isso é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam “pagando o pato” as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Algumas vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.

Temos que nos vigiar e policiar nessas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc., mas, em casa, onde somos “familiares”, o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isso não aconteça.

Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo. É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o “alimento” e o “oxigênio” mais importante para os filhos.

Na Encíclica Redemptor Hominis, o saudoso Papa João Paulo II afirma algo marcante: “O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente” (RH,10). Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.

O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o autor do Cântico dos Cânticos: “O amor é forte como a morte… Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir.” (Ct 8,6-7).

Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade? Seria mais coerente dizer que o “verdadeiro” amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor-próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: “Nós matamos o nosso amor?”

O poeta cristão Paul Claudel resumiu, de maneira bela, a grandeza da vida do casal: “O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento.”


PALESTRA MINISTRADA EM ANÁPOLIS – GOIÁS





(Trecho extraído do livro: “Família, santuário da vida”). 

Bibliografia: AQUINO, Felipe. Família, Santuário da vida. Canção Nova, 2006 – Teologia do Matrimônio. Santuário, 2009.

BENTO XVI, Papa. Carta Encíclica: Deus Caritas Est. Paulus, 2009.

PAULO II, Papa João. Encíclica: Sexualidade, Verdade e Significado. Paulinas, 1998.

Catecismo da Igreja Católica. Paulinas, 1998.


Felipe Aquino


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.

Página do professor: www.cleofas.com.br  Twitter: @pfelipeaquino 

Conheça mais em: Blog do Professor Felipe


CHÁCARA JEUS CURA



Sugestão de programação para encontro de casais.


Saiba como programar um encontro para casais?


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SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO PARA ENCONTRO DE CASAIS 3 DIAS OU UM DIA APENAS.

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SUGESTÃO DE TEMAS CLICK ABAIXO


Encontro de casais com Cristo ECC


Palestras_para_encontro_de_casais Semana_da_Familia Família_Rezando_3

ECC_Encontro_de_casais-_com_Cristo_Catolico

SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO

Obs: a programação pode e deve ser modificada para atender as necessidades locais de cada encontro em particular, como horário de missa, início, final e etc. alguns temas também podem ser modificados, abreviados e outros incluídos, nos encontros de um só dia não tem como abranger os principais temas e assim então se faz um encontro com um certo objetivo ou apenas se toca de leve em cada palestra.


OS TEXTOS ABAIXO ESTÃO EM DOCUMENTO WORLD É SÓ CLICAR NO TEXTO E BAIXAR.


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Esquema Básico para Encontro Casais Ágape


Apostila ministério para as Famílias RCC

Manual Secretaria Agape RCC – 2002


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PEC_Abadiânia_Preparação_Matrimônio__111030


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ROTEIRO Enc. Goiânia – 130407


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Semana da Família – 2015.



Hora da Família 19 – 2015

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

O tema deste ano é:


“O amor é a nossa missão:

a família plenamente viva”.


De 09 a 15 de Agosto de 2015

NA SUA PARÓQUIA



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Hora da Família 2015

Banner e Capa do Livrinho Hora da Família 2015


A edição 2015 do “Hora da Família” está em sintonia com o tema do Encontro Mundial das Famílias, que ocorrerá no mês de setembro, na Filadélfia, com a presença do papa Francisco. Propõe para reflexão “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”.


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Uma cartilha sobre o Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia


“O Encontro Mundial das Famílias é mais do que um evento educacional. Ele é também uma celebração da vida familiar, das famílias e de suas contribuições para o mundo. Os católicos gostam de festa, e as famílias católicas de todo o mundo se reunirão na Filadélfia, nos Estados Unidos, para comemorar com seus estilos distintos e costumes próprios, porém ainda assim como membros de uma mesma família católica, a qual chamamos de Igreja”.

A análise é do jesuíta norte-americano Thomas Reese, jornalista. O artigo foi publicado no sítio National Catholic Reporter, 21-11-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.

Eis o texto:

É oficial. O papa irá participar do Encontro Mundial das Famílias, que será realizado de 22 a 27 setembro de 2015, na Filadélfia. Esta será a primeira visita do Papa Francisco aos Estados Unidos. As cidades de Nova York e Washington também esperam receber o papa, assim como as Nações Unidas, mas nenhuma decisão foi tomada, além da cidade da Filadélfia.

A visita foi amplamente antecipada. Os papas têm frequentemente ido ao Encontro Mundial das Famílias, que tem acontecido em todo o mundo a cada três anos desde 1994. As reuniões são organizadas pela diocese local juntamente com o Pontifício Conselho para a Família. A última foi em Milão, em 2012, e contou com 1 milhão de pessoas na celebração da missa papal.

A reunião também se encaixa bem no desejo do Papa Francisco de ter uma conversação de um ano na Igreja sobre a família em preparação para o Sínodo dos Bispos, em outubro de 2015.

Com base na experiência do passado, a reunião terá um caráter tríplice: catequese, celebração e oração.


Catequese


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A preparação para a parte catequética ou ensinamento do Encontro Mundial das Famílias já está em pleno andamento. A arquidiocese da Filadélfia encomendou um catecismo preparatório, O amor é a nossa missão: A família plenamente viva, que está disponível em inglês e espanhol, com planos de aula do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.

De acordo com o site do encontro, o catecismo é “uma coleção sobre aquilo que os católicos acreditam sobre o propósito humano, matrimônio e família. A catequese, como o Encontro Mundial das Famílias, é para pessoas de todas as idades em todas as fases da vida”.

Ela apresenta “o que a Igreja Católica ensina tradicionalmente, então não é algo novo”, mas enfatiza que “o amor é a nossa missão, e é através do amor a Deus e aos outros que seremos plenamente vivos”.

Os tópicos do catecismo, conforme descrito no site do encontro, serão refletidos nos temas da reunião:


I. Criados para a alegria   | Imprimir | Email

Familia[1]Somos mais do que um acidente da evolução. Somos maiores do que a soma de nossa biologia. Deus existe. Ele é bom. Ele nos ama. Ele nos fez à sua imagem para compartilharmos de sua alegria. Ele tem uma participação ativa em nossas vidas. Ele enviou seu único Filho para restaurar nossa dignidade e nos levar para casa com ele.  

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II. A missão do amor

Família Reunida

Deus trabalha através de nós. Temos uma missão. Estamos no mundo para um propósito – para receber o amor de Deus e para mostrar o amor de Deus aos outros. Deus busca curar o universo fragilizado. Ele nos pede para sermos suas testemunhas e seus ajudantes nesse trabalho. 

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 III. O significado da sexualidade humana


Masculino_ou_Feminino_genero_nãoO mundo corpóreo, terreno e tangível é mais do que uma matéria inerte ou uma massa de modelar para a vontade humana. A Criação é sagrada. Tem significado sacramental. Ela reflete a glória de Deus. Isso inclui os nossos corpos. Nossa sexualidade tem o poder de procriar e tem a dignidade de ter sido criada à imagem de Deus. Precisamos viver em conformidade.  

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 IV. Dois que se tornam um

http://www.aascj.org.br/home/2011/02/16/catolico-pode-casar-com-protestante/Não fomos feitos para vivermos sozinhos. Os seres humanos necessitam uns dos outros e se completam. A amizade e a comunidade satisfazem esse anseio com laços de interesse comum e de amor. O casamento é uma forma excepcionalmente íntima de amizade que chama um homem e uma mulher para amarem-se na forma da aliança de Deus. O casamento é um sacramento. O amor conjugal é fecundo e oferecido sem reserva. Este amor é a imagem da fidelidade de Jesus à Igreja. 

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 V. Criando o futuro  

V. Criando o futuroO casamento deve ser fértil e acolher novas vidas. As crianças moldam o futuro, assim como elas mesmas estão sendo moldadas em suas famílias. Sem crianças, não pode haver futuro. Filhos criados com amor e orientação são a base para um futuro amoroso. Crianças feridas pressagiam um futuro ferido. As famílias são a base para todas as comunidades maiores. As famílias são igrejas domésticas, lugares onde os pais ajudam as crianças a descobrir que Deus as ama e tem um plano para a vida de cada um.

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 VI. Todo amor dá fruto  

VI. Todo amor dá frutoNem todos são chamados ao matrimônio. Mas cada vida é chamada a ser fértil. Toda vida tem o poder e a necessidade de nutrir uma vida nova – se não for através de gerar e criar os filhos, então, através de outras formas vitais de auto-doação, construção e serviço. A Igreja é uma família de vocações diferentes, distintas, mas que necessitam e apoiam umas às outras. O sacerdócio, a vida religiosa e a vocação laical celibatária enriquecem e são enriquecidos pelo testemunho do estado matrimonial. Os diferentes modos de ser casto e celibatário fora do casamento são formas de doar a própria vida ao serviço de Deus e à comunidade humana.

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 VII. Luz num mundo de trevas   

VII. Luz num mundo de trevasNa melhor das hipóteses, a família é uma escola de amor, justiça, compaixão, perdão, respeito mútuo, paciência e humildade em meio a um mundo escurecido pelo egoísmo e pelo conflito. Dessa forma, a família ensina o que significa ser humano. No entanto, muitas tentações surgem de forma a tentar nos convencer a esquecer que homem e mulher são criados para aliança e comunhão. Por exemplo, a pobreza, a riqueza, a pornografia, a contracepção, os erros intelectuais filosóficos, entre outros podem criar contextos que desafiam ou ameaçam a vida familiar saudável. A Igreja resiste a essas coisas a fim de proteger a família.

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 VIII. Um lar para o coração ferido   

VIII. Um lar para o coração feridoMuitas pessoas, especialmente hoje, enfrentam situações dolorosas resultantes da pobreza, deficiência, doença e vícios, desemprego e a solidão da idade avançada. Mas o divórcio e a atração pelo mesmo sexo impactam a vida da família de diferentes mas poderosas maneiras. Famílias e redes de famílias cristãs devem ser fontes de misericórdia, segurança, amizade e apoio para aqueles que lutam com essas questões.

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 IX. Mãe, mestra, família: a natureza e o papel da Igreja

IX. Mãe, mestra, família: a natureza e o papel da IgrejaA Igreja tem formas institucionais, porque ela precisa trabalhar no mundo. Mas isso não esgota a sua essência. A Igreja é a Noiva de Cristo, um “ela”, não um “isso”. Nas palavras de São João XXIII, ela é nossa mãe e mestra, nossa consoladora e guia, a nossa família da fé. Mesmo quando o seu povo e os líderes pecam, ainda precisamos da sabedoria da Igreja, dos seus sacramentos, apoio e proclamação da verdade, porque ela é o corpo de Jesus no mundo; a família do povo de Deus em larga escala.

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10. Escolhendo a vida.

Escolher_a_vidaDeus nos fez por uma razão. Seu amor é a nossa missão de vida. Esta missão nos permite encontrar a nossa verdadeira identidade. Se escolhermos abraçar esta missão, vamos ter uma nova perspectiva sobre muitas questões, não apenas sobre a família. Para viver a missão da Igreja doméstica significa que as famílias católicas, às vezes, vivem como minorias, com valores diferentes de sua cultura circundante. Nossa missão de amor vai exigir coragem e força. Jesus está chamando, e podemos responder, escolhendo uma vida de fé, esperança, caridade, alegria, serviço e missão.

8836df04d428903f901fe9a769c1c97a_kak-redaktirovat-pdf-dokument-411-414-c[1]Leia o texto completo:    | Imprimir |


Durante o encontro, também haverá catequese. Importantes palestrantes irão definir um tema seguido por sessões lideradas por outros palestrantes. A agenda preliminar inclui a participação dos seguintes palestrantes:

Pe. Robert Barron, “Vivendo como a imagem de Deus: Criados para a alegria e o amor”
Cardeal Sean O’Malley, “A Luz da Família em um Mundo das Trevas”
Helen Alvaré, “Criando o Futuro: A fertilidade do amor cristão”
Juan Francisco de la Guardia Brin e Gabriela N. de la Guardia, “Um dom de Deus: o significado da sexualidade humana”
Cardeal Luis Antonio Tagle, “A Família: Lar dos Corações Feridos”
Cardeal Robert Sarah, “A Alegria do Evangelho da Vida”

Não parece haver qualquer espaço no programa para uma discussão aberta de questões familiares no espírito incentivado pelo Papa Francisco durante o sínodo do mês passado. Nenhum dos líderes das sessões estão na vanguarda das discussões teológicas de hoje. Nenhum teólogo local, seja da St. Joseph University ou da Villanova University, foi convidado a falar. A Doutrina Social da Igreja também não parece ser um dos principais componentes da catequese.

Celebração e oração

O Encontro Mundial das Famílias é mais do que um evento educacional. Ele é também uma celebração da vida familiar, das famílias e de suas contribuições para o mundo. Os católicos gostam de festa, e as famílias católicas de todo o mundo se reunirão na Filadélfia para comemorar com seus estilos distintos e costumes próprios, porém ainda assim como membros de uma mesma família católica, a qual chamamos de Igreja.

Parte dessa celebração será em oração e liturgia, com a celebração da missa todos os dias. Presume-se que o papa vai celebrar a missa final no dia 25 de setembro de 2015.


Fonte: Uma cartilha sobre o Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia



Encontro de Casais com Cristo_ECC
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Nossa Senhora na Vida da Família.


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Palestra:


  MARIA   NOSSA FAMÍLIA MISSÃO:
Vocação E A Nossa Vocação?  Ter fé
Espiritualidade E A nossa Vivência da fé? Viver a fé
Solidariedade  Como exercemos o amor? Expandir a fé
Discipulado  Somos discípulos? Profética
Família Sagrada   Em que nos espelhamos? Sacerdotal
Ma.–Rainha da Família  Devoção: amar Real-Pastoral

ABERTURA


Falar em Maria e seu envolvimento com a família é algo muito especial.Cada ação que conhecemos da nossa querida Mãe é um ensinamento. São exemplos perfeitos sobre os quais devemos refletir mais para podermos conduzir melhor nossas famílias.

A nossa devoção a Ela se baseia no amor. E amar a Maria é fazer o que Ela deseja e evitar o que lhe desagrada. Quem ama se volta para a pessoa amada, alegra-se e está disposto a tudo por quem ama. E amar Maria faz com que cresçamos na humildade e na confiança em Deus.


ANUNCIACION DE MARIA


  1. O MISTÉRIO DA ANUNCIAÇÃO

Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”(Lc.1,38). Partindo do “SIM” confiante de Maria, relativamente à encarnação de Jesus Cristo, contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa fé.

“Não temas Maria, pois encontrastes graças diante de Deus!” Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação. Eis o elemento essencial da vocação, não temer, seja para o sacerdócio, para a vida, para uma missão, para uma profissão, para o matrimônio, ou para a maternidade, porque o temor que sempre acompanha o ser humano precisa ser superado, e nisto seremos ajudados como aconteceu com Maria.


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  1.  FÉ E ESPIRITUALIDADE 

Seguindo os passos de Maria na visita a sua prima Isabel, percebemos o modo de sua espiritualidade rica e prática. É sentimento puro e verdadeiro. É algo que vem de Deus.

Com essa espiritualidade, a pessoa se torna sensível, positiva, otimista, encantadora, hospitaleira e ama incondicionalmente. Sai de si, vai ao encontro, provoca o encontro.

 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E com grande grito exclamou:

Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar. Bem aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu”.

Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas pelo Espírito Santo (Lc 1,41) e focalizam a virtude principal de Maria: A FÉ, vivida numa profunda espiritualidade.

 A situação de mãe não beneficiaria em nada se não tivesse gerado Cristo no coração mais que no corpo. Não era fácil acreditar que Deus pudesse assumir a forma humana e morar entre nós(Jo.1,14). Maria acreditou neste projeto de Deus, que parecia impossível.

Nós, casais cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos. E que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.

Naquela visita, da parte de Maria, ocorre a exaltação do belo cântico conhecido como Magnificat. (Lc. 1,39-56). “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador; porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão Bem – aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E Santo é o Seu Nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente. Dissipou os soberbos no pensamento dos seus corações. Depôs do trono os poderosos, e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu vazio os ricos. Auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se de sua misericórdia, como falou a nossos pais, para com Abraão e sua posteridade, para sempre.”

 Com o Magnificat Maria mostra que tinha uma verdadeira e bela espiritualidade. A consciência social de Maria é impressionante. Ela sabia que “Deus ouve os gemidos dos humilhados e os temores dos angustiados”. Para ela, tais pessoas serão exaltadas em tempo oportuno, enquanto os poderosos serão derrubados do seu trono.

 Os que pisam e oprimem perderão seu domínio. Não se sustentarão.Maria é consciente das injustiças humanas, mas não instiga a violência, não encoraja o ser humano a fazer justiça com as próprias mãos. Ela entrega essa tarefa a Deus.

A mulher que iria educar o filho que se tornaria uma fonte de luz para os povos não podia ter uma espiritualidade dogmática, radical, rígida. Era uma religiosidade diferente da religiosidade de sua época, inclusive de espiritualidades de gerações futuras.

Na grande experiência de Maria vale a sensação de doação, da compreensão, da oração, até do martírio. Não tem espaço para o egoísmo, para ao individualismo, para o relativismo, para os interesses pessoais, que são chagas destruidoras da harmonia familiar nos tempos atuais.

 Maria nos mostra os alicerces de uma autêntica espiritualidade libertadora, dentro dos valores do evangelho. Numa vida conjugal que respeita, que é sensível, que é fiel, que perdoa, onde existe o diálogo, a oração, a meditação,  a reflexão sobre a palavra de Deus, a comunhão de vida totalmente tomada pelo amor  incondicional.

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3. MARIA – MODELO DE AMOR E SOLIDARIEDADE

O comportamento de Maria na festa de casamento de Caná da Galiléia, quando ela se preocupou com a família dos noivos com a falta de vinho, e, ao procurar seu filho Jesus, provoca a ocorrência do primeiro milagre, a transformação de água em vinho, quando determina: ”Fazei tudo o que Ele vos mandar”, nos diz muito.

Bem como já vimos na visita a Isabel, porque ela estava grávida de seis meses e precisava de ajuda, vem nos mostrar que da fé e da esperança nasce o amor para com o próximo. Toda a existência humana tem seu valor pela qualidade deste amor.

Maria é nosso modelo na solidariedade que deve nos comprometer no engajamento em favor do próximo, seja envolvendo familiares, vizinhos, amigos e todos os que passam necessidades, pois a caridade não tem limites


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  1.  MARIA – PRIMEIRA DISCÍPULA DE JESUS

Na vida de Maria em plena obediência ao plano de Deus, conforme ela mesma falou: “Faça-se  em mim conforme a tua palavra”, Maria apresenta-se como a primeira discípula, a primeira seguidora de Cristo.

O próprio Jesus confirma isto quando é informado da presença de sua mãe e outros parentes que estão a sua procura. Ele exclama: Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos, e Ele mesmo responde: Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.(Mt.12, 46-50). Quem mais do que Maria fez a vontade do Pai?

Outra passagem contida em Lucas cap. 11, 27-28, apresenta uma mulher que diz em alta voz: “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram”. Ao que Jesus responde: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Quem mais do que Maria ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática?

Certamente não foi fácil para Maria ser Discípula de Jesus. Basta pensar que este caminho passa pela morte do Calvário. E Maria acompanhou seu Filho no caminho do Gólgota, e esteve como Mãe dolorosa, junto a Ele ao pé de sua cruz.

Estava certo Simeão quando afirmou a Maria no Templo quando da consagração de Jesus no Templo em Jerusalém: “Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será sinal de contradição. Quanto a você, Maria, uma espada há de atravessar-lhe a alma (Lc.2,34-35).


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  1.  A SAGRADA FAMÍLIA E A NOSSA FAMÍLIA

A sagrada família é proposta pela Igreja como modelo de toda família cristã. Primeiramente, pela supremacia de Deus profundamente reconhecida na casa de Nazaré.

Deus está sempre em primeiro lugar, tudo lhe é subordinado! O sofrimento é abraçado com profundo espírito de fé. Vêem em cada circunstância a manifestação de um plano divino, embora muitas vezes envolto em mistério.

Quando a vida de uma família é inspirada em semelhantes princípios, tudo corre em perfeita ordem. A obediência a Deus e às suas leis leva os filhos a honrarem os pais, estes a amarem-se e compreenderem-se mutuamente e a quererem bem aos filhos, educando-os em um clima de amor e confiança.

 O Evangelho põe em relevo a inconfundível fisionomia espiritual da Sagrada Família. Maria e José ao apresentarem Jesus no Templo, mais do que cumprir uma formalidade segundo a lei judaica, renovaram a Deus a oferta de sua submissão.

Em nossos dias são muitos os fatores que condicionam a vida familiar, podendo eventualmente distorcer a educação e formação dos filhos.Vemos o materialismo que tenta afogar a fé, tornando ídolos o poder, o dinheiro e o prazer. Corrompendo as pessoas e destruindo progressivamente a fortaleza das famílias.

As famílias católicas são chamadas assim, a transmitir aos seus membros mais novos uma fé eclesial que os diferencie como cristãos católicos. Os casais têm, por isso, uma particular responsabilidade perante a Igreja.

 Responsabilidade cada vez mais difícil de levar a diante, num contexto social e cultural que promove a indiferença religiosa ou apresenta o ateísmo como atitudes “sensatas” e “esclarecidas”


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  1.  MARIA – RAINHA DA FAMÍLIA

Deus quis entrar na história por meio de uma família. Maria só pode ser considerada Rainha por que deu à luz o Rei dos reis. E a Virgem Maria, sendo a Mãe da Igreja, seja também a Mãe da “Igreja doméstica”.

 Ser Igreja-Família significa viver no lar as três grandes características do todo batizado: ser profeta, sacerdote e pastor.

Ser profeta no lar significa cultivar a Palavra de Deus. A Igreja-família lê, medita, partilha e pratica a palavra. Não basta ter devoção à Palavra, deixando a bíblia aberta em um Salmo qualquer. É preciso ler.

Ser Profeta no Lar é educar os filhos na fé. Os esposos prometem isso no dia do seu casamento. Não basta mandar os filhos para a catequese. É preciso, desde pequenos, ensinar-lhes as primeiras orações, levar o filho à Igreja, rezar em casa.

Ser Sacerdote no lar é torná-lo um lugar de orações.  Há momentos mais fortes de oração em família. A noite de Natal é um deles. Não basta trocar presentes. É preciso sentir Deus presente. Se a família é cristã, como o Natal pode ser pagão? Em algumas famílias a ceia de Natal em peru e árvore… Tem até Papai Noel. Nem sempre tem presépio e, pior, às vezes falta uma breve oração.

Em nossas casas se reza antes das refeições? E quando morre um familiar, o que se faz no velório? Famílias que são Igreja tiram um tempo para rezar algumas dezenas do Rosário.

Ser Pastor – Servidor no lar é tornar a Igreja Família num espaço da Pratica do Amor. Um espaço da prática do serviço entre seus membros. Pai e mãe são pastores deste pequeno rebanho. A primeira e principal Pastoral de todo marido e mulher é em sua própria casa.    

Ser profeta – significa cultivar a palavra de Deus no Lar – Educar os filhos na fé;

Ser sacerdote –  torna o lar local de orações – diariamente e momentos fortes;

Ser pastor –  torna o lar local de amor e serviço – primeira pastoral

Fonte: Severino Alves

http://severinoalves.blogspot.com.br/

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OUTRAS INDICAÇÕES:


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Vitória para a Família Brasileira.


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Quem observou a eleição no Congresso Nacional dia 17/04/16 contra ou a favor do Impeachment de Dilma Rousef deve ter observado a enorme quantidade de homenagens e dedicações de voto à FAMÍLIA.

Houve quem criticasse e acusasse de cinismo ou hipocrisia dos Srs. Deputados, outros também pronunciaram que este não seria o local e nem o momento propício para se homenagear a Família em particular pois se tratava de um assunto político fundamental para o futuro da nação.

Constatamos então que: queira ou não queira, quando a coisa aperta mesmo prá valer, seja em qualquer área de sua vida, recorreremos sempre ao socorro Familiar e por assim dizer também a Família estará sempre em prioridade quando se tratar de socorre-la nas dificuldades do dia a dia. Por isso a Família foi tão lembrada naquele instante decisivo.   Será dentro de sua casa que você sofrerá as maiores dificuldades do desemprego e será também com a sua Família que você comemorará um bom aumento de salário e uma boa colocação no emprego.

Seja na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, será na Família que você passará os dias mais felizes e ou será socorrido nos dias de maior tristeza.

A Família nunca foi tão desvalorizada e menosprezada como neste ultimo governo do PT e talvez seja por este motivo que mesmo sem querer os nossos deputados acabaram por homenagear as suas Famílias na hora de fazer uma escolha que fosse melhor para o futuro do Brasil.

Por incrível que pareça, aqueles que reclamaram das homenagens familiares na sua maioria votaram contra o “GOLPE”, que na verdade não é um “GOLPE” e sim um instrumento de defesa da democracia contra a autocracia e o populismo que engana principalmente os mais pobres oferecendo-lhes um pedaço de pão com a mão direita enquanto lhes tomam com a mão esquerda o trabalho e o direito de se produzir o seu próprio sustento .



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CHÁCARA JEUS CURA

Valorize os tesouros de sua Família.



Pais, vocês precisam ter postura, assumir o lugar de vocês na família, pois nela você tem de ser como São José.


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Quem não olha nos olhos não sabe os sinais, porque, muitas vezes, os olhares são semáforos. Às vezes, são sinais que sua esposa está lhe emitindo para você ficar mais em casa, sair da internet; às vezes, é o seu filho que está lhe mostrando um sinal amarelo, pedindo atenção. Cuidado com os sinais que sua família está passando para você! 

Em uma viagem, o pai precisa ser o motorista para guiar a família, mas quando o pai erra esse caminho, leva a família inteira para o lugar errado. Então, saiba para onde você está indo.

É preciso ter direção defensiva. Às vezes, você está certo, mas vem um carro na contramão. Um bom motorista defende seu veículo do mal que pode acontecer. Por isso, livre sua família do mal, não a coloque em risco. Tenha paciência.

A família deve exaltar um ao outro e não humilhar-se. Não exponha quem você ama na frente dos outros, mas corrija-os na intimidade.

A mulher de Deus torce a favor do marido, porque estão no mesmo carro. Filhos, não queiram estar no lugar do seu pai. Mulher, ocupe seu lugar ao lado do seu marido, porque há muitas querendo ocupar o seu lugar. Faça uma avaliação: como você tem sido esposa, esposo e filho? A família, muitas vezes, precisa deixar Jesus conduzir o carro dela.

Buscai, em primeiro lugar, o reino do céu e sua justiça.

Confira um trecho desta pregação:



OUTRAS INDICAÇÕES:


Familia_tesouro Qual o Melhor presente de Natal
UM GRANDE TESOURO! perola[1]

Um lar para o coração ferido. SNF – 2015.


– VIII tema da Semana Nacional da Família – 2015.



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Atualmente muitos enfrentam situações de sofrimento resultantes da pobreza, das deficiências, das doenças, das drogas, do desemprego e da solidão vivenciada pelos idosos. Além disso, o divórcio e as questões dos indivíduos com atração por pessoas do mesmo sexo impactam a vida das famílias de distintas e intensas formas. As famílias cristãs e os grupos familiares deveriam ser fontes de misericórdia, segurança, amizade e apoio para aqueles que lutam com estas questões.

Ouvir as palavras incisivas de Jesus

  1. Ao cumprimentar a Sagrada Família no Templo, Simeão declara que o menino Jesus é destinado “a ser sinal de contradição” (Lc 2, 34). Os evangelhos provam a verdade destas palavras na reação ao ministério de Jesus por parte dos seus contemporâneos. Jesus ofende, até mesmo, muitos dos seus seguidores.132 Uma razão são as “falas duras” encontrados em suas palavras.
  2. Algumas das palavras mais duras referem-se ao matrimônio, ao desejo sexual e à família. Os ensinamentos de Jesus sobre a indissolubilidade do casamento não só chocam os fariseus, mas também os seus próprios seguidores: “Se a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar” disseram os discípulos. (Mt 19, 10) No Sermão da montanha, Jesus não só aprofunda os dez mandamentos, mas como o novo Moisés, ele chama os seus seguidores para uma transformação radical dos seus corações: “Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Ora, eu vos digo: todo aquele olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração.” (Mt 5, 27-28)
  3. Os discípulos do Senhor formam uma nova família messiânica que transcende e assume prioridade no que concerne às tradicionais relações familiares.133 Para os seguidores de Cristo, a água do batismo é mais densa do que o sangue. A Aliança do Senhor dá um novo contexto para a compreensão de nossos corpos e nossas relações.
  4. A Igreja continua a missão de Cristo no mundo. “Quem vos escuta, a mim escuta”, Jesus afirma aos discípulos, que Ele envia em Seu nome (Lc 10, 16). Os bispos, em comunhão com o Santo Padre, sucedem os apóstolos no seu ministério.134 Portanto, ninguém deve se surpreender sobre o fato de alguns ensinamentos da Igreja também serem percebidos como “falas duras” fora de sintonia com a cultura atual, sobretudo com relação ao casamento, à expressão sexual e à família.

A Igreja é um hospital de campanha

  1. Para entender corretamente o ministério de ensinar da Igreja, também precisamos considerar a sua natureza pastoral. O Papa Francisco uma vez criou o vínculo entre a Igreja e “um hospital de campanha depois de uma batalha.” Ele disse: “É inútil perguntar a uma pessoa seriamente ferida se ela tem colesterol alto e sobre o seu nível de açúcar no sangue! É preciso curar as suas feridas. Então poderemos falar sobre outras coisas. Cure as feridas, cure as feridas….É preciso começar debaixo para cima.”135
  2. A sexualidade é particularmente vulnerável a tais feridas. Homens, mulheres e crianças podem ser feridos pelo comportamento sexual promíscuo (o seu próprio ou de outros), pela pornografia e outras formas de objetificação, estupro, prostituição, tráfico humano, divórcio e o medo do compromisso criado por uma cultura cada vez mais anti-matrimonial.136 Porque a família molda os seus membros tão profundamente – incluindo a “genealogia da pessoa” biológica, social e relacionalmente – relações quebradas dentro da família deixam feridas amargamente dolorosas.137
  3. O Papa nos ajuda a ver as “firmes palavras” da Igreja como palavras que nos curam. Mas devemos nos dedicar a uma sorte de triagem, tratando cada ferida segundo sua gravidade.
  4. Os evangelhos estão cheios de relatos de curas de Jesus. Cristo, o médico, é uma imagem freqüente nas obras de Santo Agostinho. Em uma homilia de Páscoa, escreve: “O Senhor, [assim como] um médico experiente, sabia melhor o que estava acontecendo no homem doente do que ele mesmo. O que os médicos fazem pelas indisposições dos corpos é o que o Senhor também pode fazer pelas indisposições das almas”.138 Com base na parábola do Bom Samaritano, Agostinho vê a Igreja como uma pousada onde o viajante ferido é levado para se recuperar: “Vamos, ferido, suplica o médico, vamos levá-lo para a pousada para ser curado…Por isso, irmãos, a Igreja também, neste tempo no qual o homem ferido é curado, é a pousada do viajante.”139
  5. Na Igreja, a primeira prioridade é levar as pessoas a um encontro com o Médico Divino. Qualquer encontro com Cristo traz cura para a humanidade decaída, e o Espírito Santo sempre pode ser invocado aos nossos corações para permitir penitência e conversão. Nas palavras do Papa Francisco: “Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que ‘da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído’.”140
  6. Quando o Papa Francisco insistiu num encontro pessoal com Jesus, ele reafirmou o trabalho dos seus predecessores. O Papa Bento XVI disse: “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.”141 E o Papa João Paulo II sublinhou que: “para que os homens possam realizar este ‘encontro’ com Cristo, Deus quis a sua Igreja. Ela, de fato, ‘deseja servir esta única finalidade: que cada homem possa encontrar Cristo, a fim de que Cristo possa percorrer juntamente com cada homem o caminho da vida’.”142
  7. A nova evangelização pode ser entendida como levar os feridos do campo de batalha do mundo para conhecer o Médico Divino, e a cura que Ele oferece dentro da comunidade da Igreja. O Papa Francisco vê esta tarefa como o desafio de ser uma “Igreja missionária” ou “uma Igreja em saída.”143

Com paciência e perdão, a Igreja nos ajuda a curar e a crescer

  1. Dentro da Igreja, o poder de cura da graça de Deus é comunicado pelo Espírito Santo. O Espírito Santo faz Jesus presente no culto litúrgico, na leitura orante da Escritura, à luz da tradição sagrada, e no seu ofício de ensinar, que está a serviço de Deus.144 Cristo, o Médico, manifesta-se, particularmente, nos sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, que são os dois sacramentos da cura.145
  2. A participação na vida sacramental, o desenvolvimento de uma vida de oração, a prática de caridade, a disciplina espiritual, a responsabilidade e o apoio de amigos da Igreja oferecem ao ferido um caminho de conversão para um cristão em recuperação. Mas a conversão não se completa num instante. Continua como um chamado constante para todos os membros da Igreja: “o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que ‘contém pecadores no seu seio’ e que é, ‘ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação’.”146
  3. A natureza progressiva da conversão molda a nossa capacidade de entender e viver os ensinamentos da Igreja. Falando sobre o progresso moral dos cristãos casados, o Papa João Paulo II distinguiu entre “a lei da gradualidade” e “a gradualidade da lei.”147 A “lei da gradualidade” refere-se à natureza progressiva da conversão. Recuperado das feridas do pecado, os cristãos crescem em santidade em todas áreas de suas vidas, incluindo a sua sexualidade. Quando ficam aquém disso, precisam voltar para a misericórdia de Deus, acessível nos sacramentos da Igreja.
  4. A “gradualidade da lei”, por outro lado, é a ideia equivocada de que há “vários graus e várias formas de preceito na lei divina para homens em situações diversas.”148 Por exemplo, alguns argumentam, erroneamente, que os casais que sentem o ensinamento católico sobre a paternidade responsável como um peso deveriam ser incentivados a seguir a sua própria consciência na escolha da contracepção. Esta é uma forma errada de gradualismo. De fato, disfarça uma forma de paternalismo, negando a capacidade de alguns membros da Igreja em responder a plenitude do amor de Deus, e visando “diminuir à força” a moral cristã ensinada a eles.
  5. Em um espírito de verdadeira gradualidade, o Papa Francisco recentemente elogiou a coragem do seu predecessor Paulo VI na sua encíclica Humanae vitae. Ao resistir a uma crescente pressão social para o controle da população, o Papa Francisco disse (sobre Paulo VI) que o seu “gênio foi profético, ele teve a coragem de escolher o lado oposto da maioria, defender a disciplina moral, frear a cultura, e se opor ao neo-malthusianismo, presente e futuro.”149
  6. Mas, ao mesmo tempo, o Papa Francisco observou que Paulo VI disse aos seus confessores para interpretarem a sua encíclica com “muita misericórdia e atenção com as situações concretas… A questão não é mudar a doutrina, porém ir além disso, e certificar-se que o cuida do pastoral leva em conta as situações e o que cada pessoa é capaz de fazer”.150 Portanto, a Igreja chama os seus membros à plenitude da verdade e os encoraja a beneficiar-se da piedade de Deus à medida que crescem em sua capacidade de viver.

O ensinamento católico depende da comunidade católica

  1. Muitos dos ensinos morais de Cristo e, portanto, a ética católica, são exigentes. Mas presumem que os cristãos tenham um espírito de discipulado, uma vida de oração, e o compromisso para o desenvolvimento social e o testemunho cristão econômico. Sobretudo, pressupõem uma vida numa comunidade cristã – ou seja, uma família de outros homens e mulheres que encontram Jesus, e juntos confessam que ele é o Senhor, desejando que a sua graça molde as suas vidas e ajudando uns aos outros a responder o seu chamado.
  2. A Doutrina católica sobre a homossexualidade deve ser entendida sob essa ótica. Os mesmos ensinamentos que convidam as pessoas atraídas pelo mesmo sexo a viverem vidas de castidade em forma de continência, convidam a todos os católicos a abandonar os seus próprios medos, e a evitar a discriminação injusta, a fim de receber os seus irmãos e irmãs homossexuais à comunhão de amor e verdade dentro da Igreja.151 Todos os cristãos são chamados a enfrentar as suas inclinações sexuais desordenadas e a crescer na castidade – ninguém é isento deste chamado – e, conseqüentemente, na sua capacidade de doar e receber amor de uma maneira consoante com o seu estado de vida.152 Porém, a resposta para este apelo à conversão é inevitavelmente uma obra em progresso em nós, pecadores recuperados, que constituímos a Igreja, como membros seus. A chave é criar, dentro da família, da paróquia e da comunidade cristã, um ambiente de apoio mútuo, onde crescimento moral e mudança possam ocorrer.
  3. Parte da urgência em aprovar e outorgar o estatuto legal de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e a coabitação de pessoas do sexo oposto provem de um medo compreensível da solidão. Mais e mais na cultura dominante secular, ter um parceiro erótico é percebido como uma clara necessidade, e assim se pensa que o posicionamento da Igreja é cruel, pois estaria condenando homens e mulheres a uma vida de solidão.
  4. Mas se paroquianos comuns entenderem a razão por trás do celibato como uma prática de comunidade, e se mais igrejas domésticas levassem o apostolado da hospitalidade mais a sério, então a antiga doutrina católica sobre a castidade vivida em continência fora do matrimônio talvez parecesse mais plausível aos olhos modernos. Em outras palavras, se as nossas paróquias realmente fossem lugares onde “solteiro” não significasse “solitário,” onde redes estendidas de amigos e famílias realmente compartilhassem a alegria e a tristeza de cada um, então, talvez, algumas das objeções do mundo aos ensinamentos católicos poderiam ser desarmados. Os católicos podem abraçar os apostolados da hospitalidade, não importa o quão hostil ou indiferente a cultura ao entorno possa ser. Ninguém está limitando leigos ou ordenados católicos na amizade que se pode oferecer aos que passam provações.
  5. No seu cuidado pastoral dos divorciados ou novamente casados, a Igreja tem buscado combinar fidelidade ao ensinamento de Jesus sobre a indissolubilidade do matrimônio – que consternou os seus discípulos – com a misericórdia no centro do seu ministério. Considerem, por exemplo, os ensinamentos de Bento XVI sobre a situação pastoral de homens e mulheres divorciados:

Considero grande tarefa duma paróquia, duma comunidade católica, fazer todo o possível para que elas sintam que são amadas, acolhidas, que não estão “fora” […]. Devem ver que mesmo assim vivem plenamente na Igreja. […] Este sofrimento não é só um tormento físico e psíquico, mas também um sofrer na comunidade da Igreja pelos grandes valores da nossa fé. Penso que o seu sofrimento, se realmente aceite interiormente, seja um dom para a Igreja. Devem saber que precisamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja.153

  1. Em outras palavras, Bento XVI pressupôs a verdade do ensino de Cristo, mas não simplesmente descartou os divorciados que voltaram a se casar, dizendo-lhes para ranger os dentes ou sofrer em solidão. Esse não é o caminho da Igreja, e qualquer católico que age como se fosse assim deveria lembrar que um dos crimes dos fariseus era sobrecarregar os outros com as leis, mesmo sem “levantar um dedo” para ajudar as pessoas com os seus fardos (cf. Mt 23, 4). Em vez disso, Bento XVI recorda o Catecismo da Igreja Católica, que diz que “padres e toda a comunidade devem manifestar uma solicitude atenta” para com os católicos divorciados, para que eles não se sintam excluídos.154
  2. Os laços da amizade fazem suportáveis as exigências do discipulado.155 “Carregando os fardos uns dos outros”,156 dentro da comunidade cristã, possibilita-se que os seus membros caminhem um trajeto de cura e conversão. A caridade fraterna faz a fidelidade possível. Também oferece um testemunho e incentivo para toda a Igreja. O Catecismo da Igreja Católica tem algo parecido em mente quando diz que cônjuges, que perseveram em casamentos difíceis, “merecem a gratidão e o amparo da comunidade eclesial.”157

O mesmo pode ser dito para todos que se encontram em situações familiares desafiantes.

  1. Em uma cultura que vacila entre anonimato por um lado e curiosidade voyeurística “sobre os detalhes das vidas de outras pessoas”, por outro, o Papa Francisco nos chama para acompanhar uns aos outros no obra de crescimento espiritual.158 Ele diz: “um válido acompanhante não transige com os fatalismos nem com a pusilanimidade. Convida sempre a querer curar-se, a pegar no catre (cf. Mt 9, 6), a abraça a cruz, a deixar tudo e partir sem anunciar o Evangelho.”159 Os que são curados são capazes de estender o convite de cura a outros.
  2. A fé cristã e a salvação não são individualistas; são profundamente comunhonal: “A fé tem uma forma necessariamente eclesial, é professada partindo do corpo de Cristo, como comunhão concreta dos crentes. A partir deste lugar eclesial, ela abre o indivíduo cristão a todos os homens. Uma vez escutada, a palavra de Cristo, quando ouvida, pelo seu próprio dinamismo, transforma-se em resposta no cristão, tornando-se ela mesma palavra pronunciada, confissão de fé.”160
  3. Jesus ensinou muitas coisas sobre sexo e casamento que eram difíceis de se viver, tanto nos tempo antigos como hoje em dia. Mas não estamos sozinhos quando enfrentamos estas dificuldades. A vida no Corpo de Cristo é destinada para ser vivida como membros interdependentes, que constroem uns aos outros no amor.161 O ensinamento, os sacramentos e a comunidade da Igreja existem para ajudar no caminho. Com paciência, perdão e confiança, no Corpo de Cristo, juntos podemos curar e viver de tal forma que poderia parecer impossível.

Questões para partilha.

  1. a) A Igreja é um hospital de campanha. Como a Igreja ajuda as pessoas que estão feridas? Como podemos melhorar?
  2. b) Por que os católicos não são individualistas morais? Por que enfatizamos o apoio da comunidade? Como você tem percebido a graça de Deus trabalhando por meio de uma comunidade?
  3. c) Quais são os obstáculos para se criar amizades espirituais na sua cultura? O que a sua paróquia ou diocese pode fazer para encorajar amizades católicas?
  4. d) Qual apoio existe na sua paróquia ou diocese para se fazer progresso na castidade? Existem grupos de apoio ou oportunidades para a educação? Com qual freqüência é oferecido o sacramento da Penitência? Há oportunidades para uma direção espiritual?

VIII. Um lar para o coração ferido   

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Fonte em PDF: http://www.worldmeeting2015.org/

Observações Notas Finais do texto:

  1. 132. Cf. Jo 6, 60-66. 133. Mc 3,13-35 e Lc 8,19-21. 134. Cf. CIgC, 77, 85. Cf. Dei Verbum (DV), 7. 135. Papa Francisco, Entrevista Artigo “Um grande coração aberto para Deus” America (Setembro 30, 2013). 136. Cf. CIgC, 2351-56 e FC, 24. 137. Cf. Papa João Paulo II, Carta às famílias Gratissimam Sane (GrS) (1994), 9. 138. Santo Agostinho, Sermões III/6 (184- 229Z), trans. Edmund Hill, O.P., ed. John Rotelle, O.S.A. (New York, 1993), 323. Para outras referências nas quais Agostinho descreve a salvação em termos de cura vejase Serm. 229E (ibid., p. 283); Confissões VII, xx, 26; X, xxx, 42; De doctrina christiana 1, 27; 4, 95; Enchiridion 3.11; 22.81; 23. 92; 32.121; De nuptiis, Bk. 2, 9. III; 38. XXIII. 139. Santo Agostinho, Tractates on the Gospel of John (Tratado sobre o Evangelho de João), 41.13.2. Saint Augustine Tractates on the Gospel of John 28-54, trans. John W. Rettig (Washington: CUA Press, 1993), 148-49. 140. EG, 3 141. DCE, 1. 142. Papa João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor (VS) (1993), 7. 143. Cf. EG, 19-24. 144. Cf. DV, 10. 145. CIgC, 1421. 146. CIgC, 1428. 147. Cf. FC, 34. O amor é a nossa missão (Portuguese).indd 125 1/6/15 10:37 AM O AMOR É A NOSSA MISSÃO 126 148. FC, 34. 149. Francisco X. Rocca, “Pope, in interview, suggests church could tolerate some civil unions” (Papa, em entrevista, sugere que a Igreja poderia tolerar algumas uniões civis) Catholic News Service, Março 5, 2014. 150. Francisco X. Rocca, “Pope, in interview, suggests church could tolerate some civil unions” (Papa, em entrevista, sugere que a Igreja poderia tolerar algumas uniões civis) Catholic News Service, Março 5, 2014. 151. Cf. CIgC, 2358-59. 152. Cf. CIgC, 2337, 2348. 153. Papa Bento XVI, Discurso “Festa dos testemunhos”, Milão (2 de junho de 2012). 154. CIgC, 1651. 155. Cf. DCE, 1. 156. Cf. Gl 6, 2. Veja-se acima n. 88. 157. CIgC, 1648. 158. Cf. EG, 169-173. 159. EG, 172. 160. LF, 22. 161. Cf. 1Cor 12, 26-27 e CIgC, 521, 953.

Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

MÃE, MESTRA, FAMÍLIA: A NATUREZA E O PAPEL DA IGREJA. SNF – 2015.


– IV tema da Semana Nacional da Família – 2015.



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A Igreja possui suas instâncias institucionais, pois deve atuar no mundo. Contudo esse aspecto não contempla toda a sua essência. A Igreja é a Esposa de Cristo, ela não é algo neutro. Nas palavras de São João XXIII, Ela é nossa mãe e mestra, nosso conforto e guia, nossa família de fé. Mesmo quando seus membros e líderes pecam, ainda precisamos da sabedoria da Igreja, dos sacramentos, do apoio e da proclamação da verdade, pois ela é o próprio Corpo de Jesus no mundo; a família do povo de Deus em larga escala. A Igreja é nossa mãe; nós somos seus filhos e filhas

  1. A Igreja é a Jerusalém celeste,“a Jerusalém do alto […] é a nossa mãe.” (162) (Gl 4, 26) A Igreja é a “mãe do nosso novo nascimento”.163 A Igreja, como noiva virginal de Cristo, faz nascer filhos e filhas que vão “nascer do alto […] nascer da água e do Espírito” (Jo 3, 3, 5). 175. O que significa “nascer do alto”? Quer dizer que não possuímos identidade terrena após o batismo? Não, mas quer dizer que “das fontes batismais nasce o único povo de Deus da Nova Aliança, que ultrapassa todos os limites naturais ou humanos das nações, das culturas, das raças e dos sexos: “Por isso é que todos nós fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo.” (164) Significa que como filhos e filhas da Igreja, temos uma nova identidade que não destrói, mas transcende todas as maneiras que os seres humanos, naturalmente, constroem suas identidades.
  2. Como membros da Igreja, somos membros de “um só corpo” que não é definido por nenhuma classificação humana, tal como idade, nacionalidade, inteligência ou qualquer feito humano tal como eficiência, organização ou virtude moral. Se a Igreja fosse definida por qualquer uma dessas qualidades humanas, não teríamos renascido “do alto”, mas somente da Terra, de nós mesmos e de nossas capacidades limitadas. Não importa quão inteligente ou virtuoso sejamos, isso não é nada comparado ao amor perfeito de Cristo e de sua esposa, a Jerusalém do alto, nossa mãe, a Igreja. Ao tornarmo-nos seu filho ou filha, recebemos um dom, uma nova identidade em Cristo, que, por nossos méritos, não podemos nos conceder.

Como e por que a Igreja é santa

  1. Quando dizemos que a Igreja é “imaculada” não ignoramos o fato de que todos os seus membros são pecadores, pois a Igreja é “santa e sempre necessitada de purificação”.165 Sua santidade é a santidade de Cristo, seu esposo. É o amor de Cristo, o esposo, que cria inicialmente a Igreja: “Mas a Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. […] Assim como Eva foi formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo, morto na cruz.” (166)
  2. Podemos dizer que a “constituição” da Igreja não é uma virtude, santificação ou feito que tenhamos obtido, mas o dom total de Cristo. Quando nascemos da Igreja como mãe, nascemos do amor de Cristo. Esse amor dá à Igreja identidade, não como uma nação, agremiação ou clube humanamente constituído entre pares, mas como a “noiva”, a “esposa”, que é “uma só carne”, e um só corpo, com Cristo.
  3. Esse amor pelo qual nascemos em Cristo é um amor que não podemos dar a nós mesmos. Uma vez recebido, é purificador, de modo que a Igreja, na pessoa de cada um dos filhos e filhas, sempre é transformada no amor de Cristo até que Cristo se forme plenamente em todos. Esse é o sentido da imagem da Igreja peregrina, uma Igreja “a caminho” rumo à perfeição última, perfeição no, e pelo, próprio amor que acima de tudo a define.
  4. Até que isso se realize, a Igreja verá que a peregrinação é exercitar “continuamente a penitência e a renovação”, (167) e que não pode e não pretenderá perfeição exceto naquilo que é seu dote, o sangue de Cristo, ou seja, seu amor.

Quando os católicos pecam, a santidade não é suprimida da Igreja

  1. O fundamento da Igreja em Cristo significa que o pecado na Igreja, mesmo o pecado nos sacerdotes ordenados, não pode invalidar a identidade da Igreja ou sua santidade porque a identidade da Igreja não provém de nenhum de nós. Deriva de Cristo. No Antigo Testamento, o povo de Deus, Israel, era definido por sua aliança com Deus e nenhuma porção de pecado por sua parte poderia invalidar tal “eleição” ou a identidade que essa aliança concedeu-lhes como povo de Deus. Onde quer que fossem, Deus não os abandonava. Quem quer que os encontrasse, sempre encontrava o povo de Deus, não importando quão pecadores fossem quaisquer dos membros.
  2. A fidelidade da Aliança de Deus também se aplica à Igreja. O milagre da Igreja é que o amor de Deus que a define não pode ser suprimido por pecado algum de seus membros. É uma sociedade visível no mundo, mas que não é definida por nada que seja “deste mundo”. Eis o que é tão belo na Igreja. Não temos de esperar pela criação da sociedade de doze perfeitos para que declaremos que nossa Igreja é digna de crédito. Não depositamos nossas esperanças em virtudes ou perfeições humanas, mas acreditamos em Jesus Cristo, que morreu por nós e por seu sangue nos tornou “gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que ele adquiriu, a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1Pd 2, 9). A autoridade magisterial e a responsabilidade da Igreja
  3. A Igreja, como mãe, nos comunica uma nova identidade no amor e na santidade em que ela mesma foi formada, tendo também a responsabilidade de nos ensinar e formar, de modo ainda mais perfeito, na nova identidade que recebemos, não do mundo, mas do alto. Não há autoridade secular que possa destituí-la dessa função, porque a identidade que a Igreja recebe e, posteriormente, concede, não vem dos feitos deste mundo, como vimos, mas ela os transcende e aperfeiçoa. Antes, “o múnus pastoral do Magistério está, assim, ordenado a velar para que o povo de Deus permaneça na verdade que liberta.” (168)
  4. A autoridade magisterial da Igreja serve à totalidade do povo de Deus por preservar intacta a verdade do Evangelho, juntamente com todos os ensinamentos morais revelados no Evangelho, que implícita ou explicitamente, sustentam a liberdade humana. Isso inclui verdades tais como a dignidade da pessoa humana, a bondade da criação, a nobreza do estado matrimonial e sua orientação intrínseca para uma comunhão de amor capaz de gerar vida. Essas verdades não podem ser anuladas pelos pecados cometidos contra a dignidade que proclamam. Antes, esses pecados levam a Igreja a proclamar tais verdades mais fielmente, mesmo quando busca renovação nessas mesmas verdades e no amor do qual derivam.

Como os casais unidos em matrimônio e as famílias dão testemunho da Igreja

  1. Cônjuges cristãos têm um papel-chave na proclamação dessas verdades, de modo que o mundo crê mais persuasivamente, através das vidas que são continuamente transformadas pelo amor que é participado aos casais no sacramento do Matrimônio e define tal comunhão como marido e mulher. O Papa Francisco descreveu de maneira tocante o testemunho da verdade que os esposos cristãos podem oferecer, com o apoio das graças do sacramento do Matrimônio:
    • Os esposos cristãos não são ingênuos, conhecem os problemas e os perigos da vida. Mas não têm medo de assumir a própria responsabilidade, diante de Deus e da sociedade. Sem fugir nem isolar-se, sem renunciar à missão de formar uma família e trazer ao mundo filhos. – Mas hoje, Padre, é difícil… Sem dúvida que é difícil! Por isso, é preciso a graça, a graça que nos dá o sacramento! Os sacramentos não servem para decorar a vida – mas que lindo matrimônio, que linda cerimônia, que linda festa!… Mas aquilo não é o sacramento, aquela não é a graça do sacramento. Aquela é uma decoração! E a graça não é para decorar a vida, é para nos fazer fortes na vida, para nos fazer corajosos, para podermos seguir em frente! Sem nos isolarmos, sempre juntos. Os cristãos casam-se sacramentalmente, porque estão cientes de precisarem do sacramento! (169)
  2. Ambos os papas, São João Paulo II e Bento XVI, tiveram a oportunidade de citar um trecho da exortação apostólica Evangelii nuntiandi: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, […] ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas” (170). O papa Francisco convoca o casal cristão a ser a espécie de mestre que as pessoas do mundo de hoje ouvirão, mestres que ensinem pelo testemunho e, portanto, sustentem a verdade e revelem essa capacidade de persuasão na abertura para uma nova vida, no calor do amor mútuo e na prontidão à hospitalidade, como oásis de amor e misericórdia numa cultura tantas vezes marcada pelo cinismo, pela dureza de coração e pelo desânimo.
  3. O testemunho dos esposos cristãos pode trazer luz a um mundo que valoriza eficiência às pessoas, e o “ter” ao “ser”, e, assim, esquece completamente os valores da “pessoa” e do “ser”. Que aqueles que são unidos pelo matrimônio em Cristo possam ser testemunhas fiéis do seu amor e se tornem mestres da verdade que, sempre e em todo o lugar, é intrinsecamente atrativa.
  4. A Igreja é uma instituição, mas é sempre mais que uma instituição. É mãe, esposa, corpo, família e aliança. Todos os batizados são seus filhos e filhas, o que confere aos cristãos a mais fundamental e autêntica das identidades. Assim como nosso pecado nunca apaga nossa conformidade à imagem de Deus e nossa condição de membros da família divina. Quando os católicos pecam, isso não suprime a santidade da Igreja. A essência da Igreja baseia-se em Jesus Cristo, um fundamento que nos chama à responsabilidade, mas que também é mais profundo e mais seguro que qualquer falha ou sucesso humanos. Apesar das muitas insuficiências, a Igreja não pode esquivar-se da responsabilidade de pregar o Evangelho e, assim, levar adiante sua missão de amor.

Questões para partilha.

  1. a) Como a Aliança de Deus nos protege, mesmo quando pecamos?
  2. b) Todos pecam, até os líderes católicos. Por que, afinal, dizemos que a Igreja é santa?
  3. c) O que Jesus quer que façamos quando a Igreja deixa de viver conforme sua vontade?
  4. d) Por que Jesus ama a Igreja? O que na Igreja lhe agrada? O que lhe causa desapontamento?

 IX. Mãe, mestra, família: a natureza e o papel da Igreja

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Observações Notas Finais do texto:

162. Cf. CIgC, 757. 163. CIgC, 169. 164. CIgC, 1267, citando 1Cor 12, 13. 165. LG, 8 e CIgC, 827. 166. CIgC, 766. 167. LG, 8 e CIgC, 827. 168. CIgC, 890. 169. Papa Francisco, Discurso “às famílias em peregrinação por ocasião do ano da fé”, Cidade do Vaticano (26 de outubro de 2013). 170. EN, 41

Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Luz num mundo de trevas. – SNF – 2015.


– VII tema da Semana Nacional da Família – 2015.



Lanterna_de_luz



Em seu ápice, a família é uma escola de amor, justiça, compaixão, perdão, respeito mútuo, paciência e humildade em meio a um mundo encoberto pelo egoísmo e o conflito. Neste sentido, as famílias ensinam o que significa ser humano. Contudo, são muitas as tentações que surgem procurando nos induzir a esquecer que o homem e a mulher foram criados para a aliança e a comunhão. A pobreza, a ostentação da riqueza, a pornografia, a contracepção, além dos erros de natureza filosófica e intelectual são exemplos de elementos que podem suscitar contextos de desafio ou ameaça para a vida saudável da família. A Igreja resiste a tudo isso em nome da proteção da família.

Os efeitos da queda original.

  1. Somos criaturas falhas. Nem sempre amamos como deveríamos. Mas se reconhecermos e nomearmos nossos pecados, podemos nos arrepender deles.
  2. Pode-se verificar a marca de nossa natureza enfraquecida pelo pecado em nossas ações cotidianas: em nosso coração dividido, bem como nos obstáculos à virtude, tão corriqueiros no mundo. O “regime do pecado” “faz-se sentir nas relações entre o homem e a mulher. Sua união sempre foi ameaçada pela discórdia, por um espírito de domina- ção, pela infidelidade, pelo ciúme e por conflitos que podem chegar ao ódio e à ruptura. Essa desordem pode manifestar-se de maneira mais ou menos grave e pode ser mais ou menos superada, segundo as culturas, as épocas e os indivíduos. Tais dificuldades, no entanto, parecem ter um caráter universal”.(108)
  3. O documento preparatório para o Sínodo Extraordinário dos Bispos de 2014, sobre os “Desafios Pastorais da Família no Contexto da Evangelização”, menciona uma vasta gama de questões globais:
  • Entre as numerosas novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será suficiente recordar: os matrimônios mistos ou interreligiosos; a família monoparental; a poligamia; os matrimônios combinados, com a conseqüente problemática do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher; o sistema das castas; a cultura do não comprometimento e da presumível instabilidade do vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenômenos migratórios e reformulação da própria idéia de família; o pluralismo relativista na noção de matrimônio; a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na compreensão do matrimônio e da vida familiar; as tendências de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto matrimonial; o difundir-se do fenômeno das mães de substituição (“barriga de aluguel”); e as novas interpretações dos direitos humanos. (109)

Questões econômicas e contextos

  1. A pobreza e as dificuldades econômicas debilitam o matrimônio e a vida familiar em todo o mundo. Certo dia, na Oração do Ângelus, o Santo Padre, apontando para um grande cartaz no meio da multidão disse:
  • Leio ali, escrito grande: “Os pobres não podem esperar”. É bonito! E isto faz-me pensar que Jesus nasceu numa manjedoura, não nasceu numa casa. Depois teve que fugir, ir ao Egito para salvar a vida. Por fim, voltou para a própria casa, em Nazaré.
  • E penso hoje, também lendo aquela escrita, nas numerosas famílias sem casa, quer porque nunca a possuíram, quer porque a perderam por vários motivos. Família e casa caminham juntas. É muito difícil levar em frente uma família sem morar numa casa… Convido a todos — pessoas, entidades sociais, autoridades — a fazer todo o possível para que cada família possa ter uma casa. (110)
  1. Ao mesmo tempo, dados das ciências sociais mostram que os casamentos estáveis e as famílias auxiliam na superação da pobreza, da mesma forma que a pobreza age contra os casamentos estáveis e as famílias. Os casamentos bem alicerçados e as famílias geram esperança, e a esperança conduz a propósitos e a realizações. Esses dados sugerem o modo como a fé cristã vigorosa possui conseqüências práticas e espirituais. Uma das razões pelas quais a Igreja dá grande atenção às circunstâncias econômicas em nossas vidas, bem como as de ordem espiritual, é auxiliar as famílias a quebrarem círculos viciosos e transformá-los em círculos virtuosos.
  2. A última encíclica do Papa Bento XVI, Caritas in veritate, insiste na “forte ligação entre a ética da vida e a ética social”. (111) O Papa Bento observou que “a família tem necessidade da casa, do emprego, ou do justo reconhecimento da atividade doméstica dos pais, da escola para os filhos, de assistência sanitária básica para todos”. (112) Jesus preocupase com a pessoa integral. Ele mesmo conheceu a pobreza e veio de uma família que viveu como refugiada.113 Ele agora convoca sua Igreja para se levantar em solidariedade às famílias em situações semelhantes.(114)
  3. Em outras palavras, se dizemos que nos preocupamos com a família, precisamos cuidar dos pobres. Se cuidarmos dos pobres estaremos servindo à família.
  4. A atual economia global, hipercapitalista, também prejudica a classe média e os ricos. A cultura de massa, por exemplo, mercantiliza o sexo. O marketing corporativo cria um apetite insaciável por novas experiências, um clima de contínuo perambular e insatisfeito desejo. A vida nas culturas do mercado moderno torna-se uma luta contra a cacofonia da alienação, do barulho, dos insaciáveis desejos, elementos estes que rompem a estabilidade da família e alimentam um sentimento de permissão. A vida numa perpétua situação de mercado pode nos fazer pensar que, se desejamos alguma coisa, se se está de acordo com isso e se há condições financeiras para tanto, então temos direito a ter. Esse sentimento de permissão é uma ilusão destrutiva, um tipo de escravidão aos apetites que enfraquece nossa liberdade para uma vida virtuosa. Nosso fracasso em acolher os limites, nossa insistência obstinada em satisfazer nossos impulsos abastece muitos problemas espirituais e materiais no mundo contemporâneo.

Por que a pornografia e a masturbação são moralmente erradas

  1. O mercantilismo do sexo sempre comporta o mercantilismo das pessoas. A pornografia – freqüentemente ligada e alimentada pela crueldade do tráfico humano – tornou-se pandêmica, e não somente entre os homens, mas também em número ascendente entre as mulheres. Esta lucrativa indústria global pode invadir qualquer lar que tenha um computador ou TV a cabo. A pornografia catequiza seus consumidores para verem as outras pessoas como objetos para a satisfação de seus apetites.
  2. Para todos nós, é realmente difícil a tarefa de aprender a paciência, a generosidade, a tolerância, a grandeza e outros aspectos do amor cruciforme. A pornografia torna a doação de nós mesmos aos outros e à aliança divina ainda mais penosa, até mesmo para o usuário casual. A masturbação é moralmente errônea por razões análogas. Quando um indivíduo “curte” ou justifica o uso da pornografia e da masturbação, ele ou ela suprime a capacidade de abnegação, de uma sexualidade madura e a intimidade genuína com o cônjuge. Não é de se espantar que a pornografia ocupe um papel preponderante na ruptura de muitos casamentos na atualidade. A pornografia e a masturbação também podem agredir a vocação dos celibatários precisamente pelo dado ilusoriamente privado dessas práticas.

Por que o uso dos contraceptivos é moralmente errado?

  1. De certa forma, os contraceptivos também nos levam a considerar o desejo sexual como uma prerrogativa para o uso. Permitem os usuários tratar o desejo pela intimidade sexual como autojustificante. Separando a procriação da comunhão, os contraceptivos obscurecem e, finalmente, prejudicam as razões do matrimônio.
  2. Os casais que evitam ter filhos devem fazê-lo com boas intenções. Muitos casais experimentam e acreditam que o sexo com o uso de contraceptivos é essencial para manter os laços do matrimônio, ou que esta modalidade seja inofensiva, pois não haveria vítimas. Muitos casais estão tão acostumados aos contraceptivos que o ensinamento da Igreja pode parecer retrógrado.
  3. Mas se um casal procura verdadeiramente a liberdade interior, o dom mútuo de si mesmo, e o amor sacrificial a que a aliança de Deus chama-nos, então é difícil imaginar em que sentido os contraceptivos seriam necessários e essenciais. A Igreja acredita que a insistência para o uso dos contraceptivos tem como origem vários mitos sobre o matrimônio que não são verdadeiros. Como o Papa Pio XII explicou:
  • Há aqueles que alegariam que a felicidade no casamento está em proporção direta ao gozo recíproco nas relações conjugais. Não é bem assim. De fato, a felicidade no casamento está em proporção direta ao respeito mútuo dos cônjuges, mesmo em sua vida íntima. (115)
  1. Em outras palavras, ao pensar nos contraceptivos como necessários ou úteis estabelece-se uma premissa errada. Em seu fundamento, um matrimônio feliz – o matrimônio que persiste durante a vida – tem mais em comum com a força generosa e paciente do celibato do que O amor é a nossa missão com o chamado pelo Papa Pio XII de “hedonismo refinado”. (116) Recentemente, o Papa Francisco referiu-se à Sagrada Família enfatizando as qualidades da generosidade e da liberdade interior que facilitam e possibilitam um bom matrimônio:
  • José era um homem que ouvia sempre a voz de Deus, profundamente sensível ao seu desejo secreto, um homem atento às mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e das alturas. Não se obstinou em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma, mas esteve pronto para se pôr à disposição da novidade que, de forma desconcertante, lhe se apresentava. Era um homem bom. Não odiava. E assim, José tornou-se ainda mais livre e grande. Aceitando-se segundo o desígnio do Senhor, José encontra-se plenamente a si mesmo, para além de si. Esta sua liberdade de renunciar ao que é seu, à posse da sua própria existência, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho. (117)
  1. Os contraceptivos obscurecem a liberdade e a força interior. À medida que os desejos sexuais são tratados como prerrogativas ou desejos que não podem ficar sem satisfação imediata, manifesta-se a necessidade de se crescer na liberdade interior. Como uma “solução técnica” ao que é um problema moral, os contraceptivos escondem “a questão fundamental, que diz respeito ao sentido da sexualidade humana e à necessidade de um controle responsável, para que o seu exercício possa tornar-se expressão de amor pessoal.” (118)

Os benefícios do planejamento natural da família.

  1. Com certeza a “paternidade responsável” inclui o discernimento sobre quando ter filhos. Sérias razões, emergindo das “condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais”, podem levar os cônjuges a decidirem não ter filhos por algum tempo definido ou indefinido. (119)
  2. Maridos e esposas católicos que se encontram nesta situação precisam de mestres, conselheiros e amigos que possam preparar e apoiar o casal no planejamento natural da família (PNF). Paróquias e dioceses devem fazer deste apoio uma prioridade pastoral e de fácil acesso. É realmente mais provável que o casal exerça o ensinamento católico se houver uma direção espiritual, instrução prática e amigos solidários. Leigos, padres e bispos, todos têm responsabilidade de criar estas condições facilitadoras.
  3. Se um casal, com corações generosos, e depois de um período de oração e reflexão verdadeira, discernir que não seja o tempo na vida conjugal em que Deus os chama para ter mais filhos, então, por vezes, o planejamento natural da família poderá requerer deles a abstenção das relações sexuais. Praticando assim o PNF, o casal subordina ou oferece os desejos sexuais imediatos ao sentido maior da vocação de Deus na vida do casal. Esta subordinação da vontade e do desejo é uma das várias maneiras em que o PNF e os contraceptivos são tão diferentes um do outro: objetivamente e experiencialmente. O PNF é uma forma intima e exigente, e, desta forma, potencialmente linda e intensa de seguir o Senhor no matrimônio.
  4. O PNF é estabelecido sobre a beleza e a necessidade da intimidade sexual conjugal. Por depender da abstinência ocasional para espaçar os nascimentos de filhos, o PNF convoca os casais à comunicação e ao autodomínio. Como o vínculo matrimonial, o PNF modela e disciplina o desejo sexual. A ideia própria da monogamia pressupõe que a humanidade caída pode disciplinar os desejos perambulantes e aprender a tratar um esposo com generosidade e fidelidade. Desta maneira, a abstinência periódica, requerida pelo PNF, ajuda a aprofundar e desenvolver um compromisso que as pessoas casadas já fizeram. Embora o PNF não garanta um matrimônio feliz, nem isente o casal dos sofrimentos normais do matrimônio, este é uma tentativa de construir uma casa sobre a rocha e não sobre a areia.

Os contraceptivos ampliam a confusão sobre as questões do matrimônio

  1. Como a Igreja predisse há quase 50 anos, os contraceptivos não só arruínam os matrimônios, mas também possuem outros efeitos colaterais.120 O acesso extremamente fácil dos contraceptivos induz a que poucas pessoas tenham o hábito da abstinência e o do autodomínio sexual. Desta forma, os contraceptivos fizeram o celibato muito menos plausível para a sociedade moderna e, desta forma também fizeram com que o matrimônio e outros tipos de românticos casais parecessem virtualmente impossíveis. Quando isso acontece, toda a vida social de uma comunidade é distorcida. E, à medida que os contraceptivos diminuem a plausibilidade do celibato, contribuem à escassez de sacerdotes e religiosos jovens. Os contraceptivos também fazem o sexo fora do matrimônio (tanto o pré-matrimonial quanto o extramatrimonial) parecer superficialmente mais plausíveis, como se a intimidade sexual pudesse existir sem conseqüências. E, certamente, muitos dos mesmos argumentos pelo sexo sem abertura à procriação, que procuram justificar os contraceptivos, também se aplicam a justificar o aborto permissivo – ainda mais horrendo e brutal.
  2. Separando assim o sexo e a procriação, os contraceptivos encorajam uma cultura que supõe o matrimônio como um companheirismo emocional e erótico. Esta perspectiva reducionista e desordenada alimenta a confusão atual sobre a verdadeira natureza do matrimônio, tornando o divórcio mais corriqueiro e comum, como se o matrimônio fosse um contrato que pudesse ser quebrado e renegociado. Recentemente escreveu o Papa Francisco:
  • A família atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. […] O matrimônio tende a ser visto como mera forma de gratificação afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a contribuição indispensável do matrimônio à sociedade supera o nível da afetividade e o das O amor é a nossa missão necessidades ocasionais do casal. Como ensinam os Bispos franceses, não provém do sentimento amoroso, efêmero por definição, mas da profundidade do compromisso assumido pelos esposos que aceitam entrar numa união de vida total. (121)

Por que a Igreja não apóia o denominado matrimônio entre pessoas do mesmo sexo?

  1. A orientação do matrimônio como satisfação erótica ou emocional, a qual é um movimento facilitado pela separação entre sexo e procriação, corroborou a hipótese das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Em alguns países, atualmente, há articulações que visam redefinir o matrimônio como sendo qualquer relação de caráter sexual ou afetivo estabelecida entre dois adultos. Esta revisada visão do matrimônio tem se firmado onde o divórcio e os contraceptivos constituem uma prática estabelecida. Desta forma, a redefinição do matrimônio para incluir os do mesmo sexo surge, logo em seguida, como algo válido.
  2. Com respeito à hipótese do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, como já bem se sabe, a Igreja se recusa a dar sua bênção ou sancioná-lo. Não se trata de um fechamento ou falta de reconhecimento da intensidade do amor e das amizades entre pessoas do mesmo sexo. Como deve estar claro neste ponto desta catequese, a Igreja Católica sustenta que todos são chamados a doar e receber amor. Amizades do mesmo sexo comprometidas, sacrificiais e castas devem ser apreciadas e estimadas. Visto que os católicos têm um compromisso ao amor, à hospitalidade, à interdependência e à atitude de “carregar os fardos uns dos outros” (122), a Igreja, em todos os níveis, quer apoiar e fomentar as oportunidades de amizade casta, sempre procurando a solidariedade para com aqueles que, por qualquer razão, não podem se casar.
  3. A verdadeira amizade é uma vocação antiga e honrável. São Aelred de Rievaulx observou que o desejo por um amigo nasce do âmago da alma. (123) Amigos verdadeiros produzem um “fruto” e uma “suavidade”, enquanto ajudam um ao outro a dar uma resposta a Deus e a viver o Evangelho. (124) Quer se desenvolva entre pessoas do mesmo sexo ou do oposto, a amizade representa um grande benefício para todos e conduz à comunhão espiritual.” (125)
  4. Como provavelmente já deve ter ficado claro, quando os católicos falam de matrimônio, referem-se a algo distinto das outras relações de amor particularmente intensas, mesmo se esse amor é profundo, resiste penosamente e por um longo período. Uma intimidade afetiva intensa de longo prazo não é o suficiente para o matrimônio. O matrimônio, como de fato foi universalmente reconhecido até muito recentemente no Ocidente, é estabelecido nos deveres que emergem das possibilidades e desafios apresentados pelo potencial de procriação dado pela anatomia sexual diferenciada dos homens e das mulheres.
  5. A Igreja convida os homens e as mulheres a verem em sua sexualidade a possibilidade de uma vocação. Alcançar a maturidade enquanto homem e mulher significa assumir determinadas questões para si: Como Deus me chama a integrar minha sexualidade em Seu plano para a minha vida? Criados à imagem de Deus, nosso destino é sempre a comunhão, o sacrifício, o serviço e o amor. A pergunta para todos nós é como doar os aspectos sexuais das nossas vidas no matrimônio ou na comunhão vivida através do celibato. Em nenhum dos casos, o nosso desejo erótico ou romântico é soberano ou autônomo. Seremos chamados inevitavelmente a fazermos sacrifícios que não escolheríamos se escrevêssemos os nossos próprios roteiros de vida.

O contexto filosófico, legal e político do matrimônio na contemporaneidade

  1. Os debates sobre a redefinição do matrimônio, inclusive as questões do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, levantam questões legais e políticas. Na teoria política e na teologia, os católicos falam da família como uma instituição pré-política.126 Em outras palavras, a família é legalmente “anterior” à sociedade civil, à comunidade e ao Estado político, já que a família é “fundada diretamente na natureza”. (127) A sociedade não inventou nem fundou a família; ao contrário, a família é a fundação da sociedade: “A família – na qual se congregam as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social – constitui, assim, o fundamento da sociedade.” (128) Assim as autoridades públicas possuem a obrigação de proteger e servir à família.
  2. Até recentemente, esta perspectiva da família era também amplamente aceitada pelos não católicos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, de 1948 insiste que “a família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.” (129) Contudo, haja vista que mais jurisdições repensam o matrimônio como uma questão de preferência individual, subtraindo qualquer conexão orgânica à diferença sexual e à procriação, e promovendo uma perspectiva contratual daquele, esse consenso desaparece. Atualmente, o Estado pretende cada vez mais inventar o matrimônio e redefini-lo segundo seu querer. (130) Supostamente, a família já não constrói a sociedade e o Estado, ao contrário, o Estado agora presume supervisionar e autorizar a família.
  3. Alguns legisladores pretendem então codificar esta inversão filosófica em novas leis matrimoniais. No lugar de acolher o matrimônio como uma instituição fundada na natureza, a nova perspectiva considera o matrimônio infinitamente plástico, subordinado e maleável à vontade política. Em prol da proteção das famílias, dos matrimônios e das crianças, a Igreja não tem outra opção a não ser resistir a este revisionismo.
  4. Uma sociedade que acredita erroneamente ser o matrimônio sempre renegociável, percebido somente a partir de um acordo humano autorreferencial, verá o matrimônio unicamente como um contrato, como um acordo voluntário entre duas pessoas com direitos individuas. Mas estes meros contratos não são iguais ao matrimônio fundado sobre uma aliança de misericórdia. A lógica de tais contratos não é a lógica paulina de Efésios 5, em que o esposo e a esposa se amam ao modo da cruz. O raciocínio que subjaz estes contratos defectivos se opõe ao dom do matrimônio como sacramento da aliança.
  5. A Igreja é obrigada a resistir à propagação de falsas lógicas para o matrimônio. O Papa Francisco assim observou:
  • Em repetidas ocasiões, ela (a Igreja) serviu de medianeira na solução de problemas que afetam a paz, a concórdia, o meio ambiente, a defesa da vida, os direitos humanos e civis, etc. E como é grande a contribuição das escolas e das universidades católicas no mundo inteiro! E é muito bom que assim seja. Mas, quando levantamos outras questões que suscitam menor acolhimento público, custa-nos a demonstrar que o fazemos por fidelidade às mesmas convicções sobre a dignidade da pessoa humana e do bem comum. (131)
  1. Como dissemos ao início desta catequese, todos os ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio, a família e a sexualidade têm sua fonte em Jesus. A teologia moral católica é uma narrativa coerente capaz de satisfazer os questionamentos humanos mais profundos. Uma narrativa singular e unificante proveniente das convicções cristãs fundamentais sobre a criação divina e a aliança, sobre a queda original da humanidade e sobre a encarnação de Cristo, sua vida, crucifixão e ressurreição. Estes ensinamentos envolvem sacrifícios e sofrimentos para todos os que desejam ser discípulos de Jesus, porém eles também proporcionam novas oportunidades para a beleza e o florescer humano.
  2. Quando a verdadeira natureza do matrimônio é debilitada ou compreendida de forma irrisória, a família torna-se enfraquecida. Quando a família está enfraquecida, todos nós tendemos a certo tipo de individualismo brutal. Perdemos de forma muito fácil o hábito da suavidade de Cristo e a disciplina de sua aliança. Quando a família está fortalecida – quando cria espaço para os esposos, esposas e seus filhos para realizar a arte da doação aos moldes da aliança divina – então a luz entra num mundo de trevas. Nesta luz, a verdadeira natureza da família pode ser vista. E é por isso que a Igreja resiste às sombras que ameaçam a família. 146. Todos nós experimentamos a queda. A desordem em cada coração humano possui um contexto e conseqüências sociais. A comunhão para a qual fomos criados é ameaçada por nossos desejos desregrados, por nossa situação financeira, pela pornografia, pela contracepção, pelo divórcio e por confusões legais ou intelectuais. Mas o amor é a nossa missão, e a Igreja procura uma alternativa para a vida social, uma comunidade cuja diretriz é a misericórdia de Jesus, sua generosidade, liberdade e fidelidade. Os diversos ministérios da Igreja promovem a cultura da vida, a ajuda aos pobres, o apoio ao planejamento natural da família e a articulação de uma filosofia do direito mais coerente. Quando os católicos resistem ao divórcio, ao casamento de pessoas do mesmo sexo ou às revisões indistintas do direito matrimonial, estes também assumem a responsabilidade de fomentar comunidades de amparo e amor.

Questões para partilha.

  1. a) Explique as conexões entre o cuidado da Igreja pelos pobres e seu ensinamento sobre sexo e castidade.
  2. b) Qual é a diferença entre contracepção e planejamento natural da família?
  3. c) Qual o denominador comum entre divórcio, contracepção e casamento entre pessoas do mesmo sexo?
  4. d) Quais desafios à castidade existem em sua comunidade, e aonde as pessoas de sua paróquia podem ir para aprender sobre a perspectiva da Igreja? Como sua paróquia pode apoiar as pessoas que querem viver de acordo com os ensinamentos da Igreja?

VII. Luz num mundo de trevas   

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Observações Notas Finais do texto:

108. CIgC, 1606. 109. Sínodo dos Bispos, Assembleia Geral Extraordinária, Documento Preparatório: “Desafios Pastorais da família no contexto da evangelização”, Cidade do Vaticano (2013). 110. Papa Francisco, Angelus, Cidade do Vaticano (22 de dezembro, 2013). 111. Papa Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate (CV) (2009), 15. 112. Papa Bento XVI, Messagem “Para a Celebração do Dia Mundial da Paz” (1 de janeiro de 2008). 113. Cf. Mt 2, 13-23. 114. Papa Francisco, “Papa fala sobre a Sagrada Família enquanto refugiados e reza pelo Sínodo,” (29 de dezembro, 2013). 115. Papa Pio XII, “Alocução às parteiras” (29 de outubro de 1951). 116. Papa Pio XII, “Alocução às parteiras” (29 de outubro de 1951). 117. Papa Francisco, Angelus, Cidade do Vaticano (22 de dezembro de 2013). O amor é a nossa missão (Portuguese).indd 124 1/6/15 10:37 AM n o Ta s f I n a I s 125 118. Papa Bento XVI, Mensagem do Papa Bento XVI ao congresso internacional no 40º aniversário da “Humanae vitae” de Paulo VI (2 de outubro de 2008). 119. Cf. HV, 10 e CIgC, 2368. 120. Cf. HV, 17. 121. EG, 66. 122. Veja-se acima n. 88. 123. Santo Aelred de Rievaulx, De Spirituali Amicitia, 1: 51. 124. Santo Aelred de Rievaulx, De Spirituali Amicitia, 1: 45-46. 125. CIgC, 2347. Veja-se acima, 102. 126. CDSI, 21 127. Papa Leão XIII, Encíclica Rerum novarum (RN) (1891), 13 128. GS, 52 129. Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 16. 130. Cf. EG, 66 131. EG, 65.

Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Todo amor dá fruto. – SNF – 2015.


– VI tema da Semana Nacional da Família – 2015.



Todo_amor_da_fruto



Nem todos são chamados ao matrimônio. Mas toda vida é destinada a ser fecunda. Toda vida tem o poder e a necessidade de nutrir nova vida –se não for por meio da geração e criação de filhos, então por outros meios vitais de doação, realização de obras e de serviços. A Igreja é uma família com diferentes vocações, cada uma distinta, mas cada uma necessita das outras e se apoiam mutuamente. O sacerdócio, a vida religiosa e a vocação do celibato laical enriquecem e são enriquecidos pelo testemunho do estado matrimonial. As diferentes maneiras de ser casto ou celibatário fora do matrimônio são formas de doar a vida ao serviço de Deus e da comunidade humana.

  1. Dois sacramentos da Igreja são os únicos dedicados “à salvação dos outros.” A Ordem e o Matrimônio “conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus”. (91)
  2. Em outras palavras, nem todos homens e mulheres precisam ser pais biológicos para irradiar o amor de Deus ou para fazer parte da “família de famílias” que conhecemos como sendo Igreja. A vocação para o sacerdócio, ou voto de vida religiosa, tem a sua própria integridade e honra. A Igreja sempre precisa de padres e religiosos, e os pais devem ajudar todos os seus filhos e filhas a estar atentos à possibilidade de que Deus possa estar chamando-os para oferecer a sua vida dessa forma.
  3. Além disso, há muitos leigos celibatários que têm o seu próprio papel insubstituível na Igreja. A Igreja conhece muitas distintas maneiras de se viver o celibato, mas todas são, de uma forma ou outra, um chamado para servir a Igreja e fomentar a comunhão de modo a serem análogas à paternidade.
  4. O celibato autêntico – seja leigo, ordenado ou consagrado – é orientado para a vida social e comunitária. Ser um “pai espiritual” ou “mãe espiritual” – talvez como membro do clero ou religioso, mas também como padrinho, um parente adotado, ou um catequista ou professor, ou simplesmente como mentor e amigo – é uma vocação estimada, algo essencial para uma comunidade cristã saudável e próspera.
  5. São João Paulo II uma vez refletiu sobre as qualidades maternas de Madre Teresa, e, por extensão, sobre a fecundidade e a fertilidade espirituais da vida celibatária em geral:
    • É muito habitual chamar “madre” a uma religiosa. Mas em Madre Teresa este apelativo assumiu uma intensidade especial. Uma mãe conhece-se pela capacidade de se dar. Observar Madre Teresa no trato, nas atitudes, no modo de ser, ajudava a compreender o que significava para ela, além da dimensão puramente física, ser mãe; ajudava-a a chegar à raiz espiritual da maternidade. Sabemos bem qual era o seu segredo:  ela estava cheia de Cristo e, por isso, olhava para todos com os olhos e o coração de Cristo. Tinha tomado a sério a sua palavra “Tive fome e destes-me de comer…” (Mt  25, 35) Por isso, não se cansava de “adotar” como filhos os seus pobres. O seu amor era concreto, empreendedor; levava-a onde poucos tinham coragem de chegar, onde a miséria era tão grande que provocava medo. Não me admira que os homens do nosso tempo sejam atraídos e fascinados por ela. Pois encarnou aquele amor que Jesus indicou como distintivo para os seus discípulos:  “Assim, todos saberão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). (92)

    Vidas radiantes como a da Beata Teresa de Calcutá e São João Paulo II mostram que o celibato nas suas diversas variações pode ser uma maneira interessante, um belo caminho de vida. A lógica e as possibilidades do celibato

  6. Anteriormente nesta catequese, citando Santo Agostinho, vimos que a proposta de ter filhos não era apenas continuar a espécie ou construir uma sociedade civil, porém, cumular a cidade celestial com a alegria de uma nova vida. Esta distinção – entre a meta natural de procriação e a vocação teológica para se preparar para o Reino de Deus em plena realização – permite a Igreja fazer mais uma afirmação: para cumprir o seu destino como homens e mulheres, todas pessoas podem ser fecundas, mas nem todos precisam se casar.
  7. A Igreja oferece o casamento como uma vocação, uma possibilidade; por isso não pode ser uma lei ou um requisito para uma realizada vida católica. (93) Segue-se, então, que o celibato precisa existir na vida social da Igreja para que o casamento seja uma questão de liberdade em vez de impulso. Se existe de fato mais de uma maneira de ordenar a própria vida sexual, a masculinidade ou a feminilidade em relação à vida eterna, o celibato é esta alternativa. “A família é a vocação que Deus inscreveu na natureza do homem e da mulher, mas existe outra vocação complementar ao matrimônio: o chamamento ao celibato e à virgindade pelo Reino dos céus. Foi a vocação que o próprio Jesus viveu.”(94)
  8. Celibato e casamento não competem um com o outro. Mais uma vez, como Santo Ambrósio ensinou: “nós não louvamos nenhum para a exclusão dos outros… Isto é o que faz a riqueza da disciplina da Igreja”. (95) Celibato e matrimônio são vocações complementares, pois ambos proclamam que a intimidade sexual não pode ser testada. (96) Tanto celibatários como pessoas casadas respeitam a estrutura do amor da aliança e evitam o “teste” ou a intimidade condicional. (97) Tanto o celibato como o casamento rejeitam o sexo no contexto chamado pelo Papa Francisco de “cultura do descartável.” (98) Tanto o celibato como o casamento rejeitam relações sexuais condicionadas meramente na satisfação de desejos eróticos.
  9. Observar a disciplina do celibato ou a do casamento são dois caminhos para homens e mulheres estarem em solidariedade um com o outro e evitarem servir só aos desejos sexuais. Celibato e casamento são as únicas duas maneiras de vida que convergem com a conclusão de que o casamento é a forma plenamente humana para atos da procriação, à luz da imagem de Deus que habita em nós e molda as nossas vidas. O celibato – que não só inclui padres e religiosos consagrados, porém todos que são castos fora do matrimônio – é o modo de vida de pessoas que não são casadas, mas que honram com as alianças.
  10. Tudo o que a Igreja tem ensinado sobre ser criado para a felicidade, sobre ser criado à imagem de Deus, sobre precisar amar e ser amado serve tanto para as pessoas celibatárias quanto para as que são casadas. O celibato pode ser confirmado e permanente, como no caso da vida religiosa consagrada, ou no caso de alguém incapaz de se casar por causa de deficiência ou outra circunstância, ou pode ser só potencialmente permanente, como no caso de uma pessoa jovem discernindo sua vocação. Em todos estes casos, o celibatário segue os passos de Jesus, amadurecendo, oferecendo o seu “eu” a Deus, confiando no seu plano e construindo uma vida baseada no amor para com os outros com piedade, paciência generosidade e serviço.
  11. Em qualquer sociedade, muitos serão marginalizados se o casamento é visto como obrigatório, como se fosse preciso ter um parceiro romântico para ser completo. O celibato na Igreja rebela-se contra esta idéia enganosa. Por exemplo, viúvas muitas vezes são deixadas de lado em sociedades tradicionais, e pessoas solteiras em sociedades modernas freqüentemente socializam-se em clubes, pubs e bares onde a promiscuidade é comum. Criar espaço alternativo, onde as pessoas que não são casados possam experimentar a felicidade e ter uma missão, é uma significativa hospitalidade, algo que cristãos precisam empreender uns para com os outros como forma de libertação e acolhimento.
  12. Algumas pessoas querem se casar, mas não conseguem achar um cônjuge, devido a circunstâncias alheias à sua vontade. Uma vida de esperança e espera não significa abandono a uma existência estéril. Quando se vive em prontidão ativa à vontade de Deus ao modo como esta vontade se desenvolve na história pessoal de cada um, fazendo do “faça-se” de Maria o seu próprio, bênçãos poderão advir. (99) Assim como todos são chamados a dar e receber amor, como o amor cristão é voltado para fora, o celibato é uma prática de comunhão. Quando nos amamos uns aos outros castamente fora do casamento, o fruto é a amizade: “A  virtude da castidade expande-se na  amizade […]. A castidade exprime-se especialmente na amizade para com o próximo. Desenvolvida entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes, a amizade representa um grande bem para todos. Conduz à comunhão espiritual.” (100)
  13. Celibatários – e de forma limitada, mas análoga, os casais inférteis – também desfrutam de uma liberdade única, uma liberdade atrativa para certos tipos de serviço, amizade e comunidade. Celibatários e sem filhos são relativamente mais disponíveis para a experiência casta na vida em comunidade, para carreiras que exigem flexibilidade, para oração e contemplação. Os celibatários, casais sem filhos, pessoas idosas, mesmo saudáveis (talvez com filhos adultos) têm benefícios relacionados ao tempo que muitos pais normalmente não têm. Essas pessoas podem se dedicar ao trabalho catequético e a outros ministérios paroquiais, e até apostolados e testemunhar em situações perigosas o que seria impossível para famílias com filhos. Os solteiros ou os casais sem filhos desfrutam de uma disposição que lhes dá mais discrição e criatividade com relação às possibilidades de hospitalidade e amizade. Quando São Paulo aconselha o celibato, pensa estar propondo uma possibilidade que tem os seus desafios, mas também tem os seus benefícios e liberdades: “Se, porém, casares, não estarás pecando. E, se a virgem se casar, não peca. Mas as pessoas casadas terão as tribulações da vida matrimonial, e eu gostaria de poupar-vos isso. Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. Gostaria de vê-los livres de preocupações.” (1Cor 7, 28 e 32a) A aliança espiritual e social entre celibato e casamento
  14. O Catecismo da Igreja Católica diz que “todos os fiéis de Cristo são chamados a viver uma vida casta de acordo com seus estados particulares de vida. No momento do seu Batismo, o cristão se compromete a viver a sua vida afetiva em castidade”. (101) O celibato, portanto, é aliado ao casamento, fazendo semelhante oferecimento interno de si mesmo ao Senhor. Tanto pessoas celibatárias como casadas comprometem a sua vida por meio da aliança com Deus de acordo com as suas respectivas vocações. Existem diferenças práticas na vocação de cada indivíduo particular, mas o movimento interno da alma, o próprio oferecimento do coração, é semelhante em seu núcleo. Celibatários e cônjuges maduros estão familiarizados, de modo sábio, com muitas das mesmas habilidades espirituais.
  15. No caso do casamento, quando esposos e esposas se doam um ao outro, com um amor que imita Jesus, o dom mútuo de si mesmo é parte da obra de Cristo, se unindo ao mesmo espírito de doação do próprio Jesus à Igreja. Quando os cônjuges trocam os seus juramentos na Igreja, na sua liturgia de casamento, Cristo recebe o seu amor nupcial e faz com que seja parte do seu próprio dom eucarístico de si para a Igreja e para o Pai que, glorificado com o sacrifício do Filho, concede o Espírito Santo aos cônjuges para selar a sua união. (102) A nupcial fecundidade, assim, é antes de tudo o dom e a tarefa do vínculo sacramental. É exatamente por isso que São João Paulo II disse, de modo belo, que o vínculo nupcial que aos cônjuges foi dado para desfrutar e viver faz deles “a lembrança permanente para a Igreja do que aconteceu na Cruz; são para eles mesmos e para os filhos testemunhas da salvação da qual o sacramento os faz participar”. (103)
  16. No caso de celibato, um raciocínio semelhante é possível. O amor de Cristo é continente porque faz dele mesmo uma doação total; uma afirmação incondicional do outro “o que o homem poderá dar em troca da sua vida?” (Mt 16, 26) O amor de Cristo é expresso no seu desejo de compartilhar tudo de si com os seus discípulos (cf. Lc 22, 15), para dar-se totalmente a eles e trazer a todos de volta ao Pai e compartilhar a própria glória de Deus. (104) O amor matrimonial é a lógica da aliança que define o modo como procriamos; amor celibatário é a lógica da aliança vitalizada na comunidade inteira.
  17. Como casamento e celibato são vocações complementares para adultos católicos, deveríamos criar os nossos jovens para perceber que um parceiro romântico não é essencial para a felicidade humana. Se o casamento em si toma forma de aliança de Jesus conosco, e se esta aliança também cria a possibilidade, então a vida de jovens que não são casados é melhor compreendida, não em termos de namoro ou relacionamentos esporádicos, mas como um tempo de discernimento e cultivo de amizades. Os hábitos e habilidades de verdadeira amizade são básicos para a vida, tanto no casamento como em comunidades celibatárias. A questão sobre a vocação que adolescentes e outros jovens enfrentam hoje em dia precisa envolver mais do que preferência romântica. Os jovens precisam adquirir certas habilidades internas espirituais, independentemente do que sua vida futura lhes reserva.
  18. Por esta razão, as paróquias deveriam prestar muita atenção à dimensão social da castidade e do celibato. O celibato impõe desafios únicos, e, como o Catecismo da Igreja Católica observa, aprender o autodomínio sexual implica um aspecto cultural: somos pessoas independentes, e viver a castidade pode tanto ser facilitado como impedido pela nossa situação social. (105) As possibilidades de vida que os jovens pensam ser imagináveis dependem dos exemplos que veem e das histórias que ouvem.
  19. Como o celibato é tão “contracultura”, existe ainda o risco de que, mesmo nas paróquias, não seja completamente entendido. Pessoas solteiras “merecem, portanto, a estima e a solicitude atenta da Igreja, particularmente dos pastores.” (106) Não só os pastores, mas também a família e as pessoas solteiras deveriam dar passos concretos para garantir que “solteiro”, no contexto católico, claramente não é o mesmo que solitário ou isolado. Pessoas solteiras precisam de comunhão para compartilhar os seus fardos e tristezas, bem como a responsabilidade e a oportunidade de serviço. “Mas a todas é necessário abrir as portas dos lares, ‘igrejas domésticas’, e da grande família que é a Igreja devem estar abertas” para os não casados.” (107)
  20. Esta visão sugere uma necessidade para todos examinarem como se contribui para a atmosfera e a essência da vida paroquial. Se os pais desencorajam os filhos ao sacerdócio, à vida religiosa consagrada, ou a outras vocações celibatárias, então a comunidade inteira deveria examinar a sua consciência. O celibato autêntico sempre é ricamente social, e se o celibatário é visto como unicamente solitário ou alienado, então algo na prática ou na estrutura da vida da comunidade está errado. Os celibatários devem tomar iniciativas para servir e envolver-se, e as famílias devem tomar medidas para ser hospitaleiras, para adotar “tias” e “tios” e para ser inclusivos na construção de famílias ampliadas ou comunidades intencionais.
  21. Uma rica vida social faz todo tipo de celibato mais plausível para o mundo, porque enfraquece a crítica do celibato que diz que semelhante vida é inevitavelmente solitária. Para assumir esta visão, para superar a inércia dos hábitos sociais que segregam solteiros e negligenciam as oportunidades do celibato, exige-se um compromisso criativo, tanto por parte de leigos como do clero. Jesus é o nosso Senhor, e o Senhor diz que “através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13, 35). O amor deve visivelmente animar a vida paroquial para todos.
  22. O Celibato não é estéril, nem é “solteiro” no sentido de isolado ou autônomo. Na Igreja, todos somos interdependentes, criados para a comunhão, criados para dar e receber amor. Esta visão da vida humana gera inesgotável variedade de vocações criativas. O celibato possui exigências únicas para aqueles que o adotam, mas celibatários também têm privilégios e oportunidades únicas. Celibatários respeitam o potencial sexual ou biológico do casamento, e agem a partir de uma semelhante lógica e doação espiritual. Os celibatários e casais casados precisam um do outro para sustentar e crescer a “ família de famílias” que é chamada Igreja.

Questões para partilha

  1. a) O que o celibato e o casamento têm em comum?
  2. b) Quais são alguns dos desafios e fardos que pessoas solteiras enfrentam na sua comunidade? Como podem amigos, famílias e paró- quias as ajudar? Quais são alguns dos benefícios do celibato? Como as pessoas solteiras podem servir à comunidade?
  3. c) As crianças na sua paróquia chegam a conhecer uma variedade de padres, monges, freiras, e outras irmãs religiosas? Pode pensar em maneiras de introduzir exemplos de celibato na sua comunidade? Você tem encorajado crianças que você conhece para ser padre ou religioso consagrado? Por que sim ou por que não?
  4. d) Que boas razões para se escolher o casamento ou o celibato? Quais são as razões desfavoráveis? Como uma pessoa deve discernir a sua vocação?

  1. VI. Todo amor dá fruto  

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Observações Notas Finais do texto:

  1. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIgC) (2005), 321. 92. Papa João Paulo II, Discurso “Encontro das famílias adotivas organizado pelas Missionárias da Caridade” (5 de setembro de 2000) 93. Cf. 1Cor 7,25-40. 94. Papa Francisco, Discurso “Encontro com os jovens da Região da Úmbria” Assis (4 de outubro de 2013). 95. CIgC, 2349, citando St. Ambrósio, De viduis 4.23 96. Cf. CIgC, 1646. Veja-se acima n. 58. 97. Cf. CIgC, 2391. Veja-se acima n. 58. 98. Veja-se acima n. 60. 99. Cf. Lc 1, 38. 100. CIgC, 2347. 101. CIgC, 2348. 102. CIgC, 1624. 103. FC, 13 104. Cf. Jo 1,14; 17, 24. 105. CIgC, 2344. 106. CIgC, 1658. 107. CIgC, 1658.

Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Criando o Futuro. SNF – 2015.


– V tema da Semana Nacional da Família – 2015.



Homenagem_mães_presentepravoce2



O casamento deve ser fecundo e aberto às novas vidas. As crianças modelam o futuro, da mesma forma que elas mesmas são formadas em suas famílias. Sem as crianças não pode haver o futuro. Crianças criadas com amor e orientação são a base para um futuro de amor. Crianças feridas prenunciam um futuro ferido. As famílias constituem o fundamento para todas as outras formas de comunidade. As famílias são igrejas domésticas, lugares no quais os pais auxiliam os filhos a descobrirem que Deus os ama e tem um plano para a vida de cada um.

O casamento fornece o contexto espiritual para as possibilidades criadas pela biologia

  1. O casamento inclui amor, lealdade e compromisso. Mas assim é o caso de muitas outras relações dignas. O casamento é algo distinto. O casamento é a aliança construída no poder de procriação do homem e da mulher. A nossa biologia coloca certas limitações e possibilidades, e o casamento é uma resposta para viver esta situação em santidade.
  2. Trataremos a outra resposta ao chamado de Deus – o celibato – no próximo capítulo. No capítulo sete, refletiremos sobre os desafios à ideia de fecundidade no casamento, desafios que surgem das questões do casamento fechado à concepção e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nesta seção, precisamos discutir como o amor conjugal integra a fecundidade de homens e mulheres com o sacramento da aliança de Deus.
  3. O casamento é uma resposta à possibilidade da procriação entre homens e mulheres. Quando um homem e uma mulher se casam, dando o passo adicional de livremente consentir em promessas de mútua fidelidade e permanência, (61) o casamento coloca a procriação no contexto da dignidade humana e da liberdade. As promessas matrimoniais são análogas à aliança de Deus com Israel e a Igreja. O casamento, como a Igreja ensina, é “o pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio íntimo de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educa- ção da prole, entre os batizados foi elevado por Cristo nosso Senhor à dignidade de sacramento.” (62) Em síntese, o casamento é uma comunidade de vida e de amor.(63)
  4. O sacramento do Matrimônio torna fiel a força da aliança de Deus, bem como a sua comunhão trina com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, disponível ao esposo e à esposa. Este fundamento espiritual dá uma nova e mais profunda razão à fecundidade biológica, porque se abrir à geração de filhos é uma extensão da generosidade divina. Desse modo, podemos ver como os clássicos “três bens do casamento” (filhos, fidelidade e sacramento), segundo Santo Agostinho, são enraizados no plano divino. (64)

A vocação espiritual da paternidade

  1. Como acontece com qualquer questão vocacional, a questão de saber se e quando ter filhos não é algo a ser decidido simplesmente de acordo com critérios humanos autorreferencias. Existem reais e legítimas condições humanas “físicas, econômicas, psicológicas e sociais”, que esposos e esposas deveriam considerar no seu discernimento. (65) Mas, ao final, a questão sobre se tornar pais repousa sobre a mesma justificativa que o próprio matrimônio sacramental: amor na forma de serviço, sacrifício, confiança e abertura à generosidade de Deus. O casamento católico tem como perspectiva os sacramentos e o apoio da comunidade cristã e, assim, quando cônjuges católicos consideram a possibilidade de se tornarem pais continuam no mesmo contexto espiritual e comunitário.
  2. Quando cônjuges tornam-se pais, a dinâmica interna da criação de Deus e o sacramento do Matrimônio aparecem de forma bonita e particularmente clara. Quando o casal têm filhos de acordo com o padrão de amor que Cristo tem para conosco, o mesmo amor também orienta os novos pais na educação e na formação espiritual dos seus filhos.66 “Estas crianças são elos de uma corrente”, disse o Papa Francisco quando recentemente batizou 32 bebês. “Vocês, pais, apresentam hoje seus filhos para serem batizados. Amanhã, serão eles a apresentarem seus filhos ou netos. Eis a corrente da fé!” (67)
  3. Esta corrente de filhos e pais estende-se por milênios. Duas vezes ao dia, – e ainda hoje – orações judaicas começam com a antiga Sh´ma (Shema), uma oração encontrada em Deuteronômio:

Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E trarás gravadas no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás com insistência a teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em casa ou andando a caminho, quando te deitares ou te levantares. (68)

  1. Repetimos: Tu as repetirás com insistência a teus filhos. No coração deste mandamento, esta responsabilidade fundamental, está a reafirmação cotidiana entre Deus e Israel. Os pais devem incentivar e guiar os seus filhos na sua relação comunitária com Deus. Assim o Deuteronômio diz: ensine e compartilhe as glórias de Deus com as suas crianças. Jesus diz o mesmo aos seus discípulos: deixem-nos vir a mim (cf. Mt 19, 14). Tanto o Deuteronômio quanto Jesus estão falando para nós. Ambos estão dizendo: Certifiquem-se de que as crianças sob sua responsabilidade tenham uma relação com Deus e com o povo de Deus. Ensinem às crianças a orar e contemplar o Senhor. Motivem isso cotidianamente na sua casa, e não criem obstáculos para isso.
  2. Esta vocação confere um propósito à paternidade dos pais católicos. O mesmo amor que preenche homens e mulheres, ensinando-lhes o caminho da aliança e trazendo-os ao sacramento do Matrimônio, faz com que um casal se torne uma família. (69) Um esposo e uma esposa tornam-se pai e mãe: “Desta união origina-se a família, na qual nascem novos cidadãos da sociedade humana, os quais, para perpetuar o Povo de Deus através dos tempos, se tornam filhos de Deus pela graça do Espírito Santo, no Batismo”. (70) Cristãos não só têm filhos para continuar a espécie e construir a sociedade, mas para que toda a família possa ser formada para a comunhão dos santos. De acordo com as palavras de Santo Agostinho, o amor sexual entre homem e mulher “é a sementeira, por assim dizer, de uma cidade”, (71) e ele tem em mente não só a cidade terrena ou a sociedade civil, mas também a cidade celestial, onde a Igreja chegará à plenitude.

A vida na Igreja doméstica

  1. O Vaticano II chamou a família de “igreja doméstica,” uma Ecclesia domestica:

Na família, como numa igreja doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da fé e favorecer a vocação própria de cada um, especialmente a vocação sagrada. (72)

A natureza vocacional da vida familiar requer viver com atenção. “Cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação.” (73) Mas, construir um matrimônio, discernir uma vocação não “vem do nada.”(74) Os hábitos de discernimento podem ser ensinados e cultivados. É responsabilidade de um pai e de uma mãe estar com as crianças em casa e na Igreja e rezar regularmente. Não vão aprender como fazê-lo, se não são ensinados. Os pais podem buscar ajuda de padrinhos, avós, professores, clérigos e religiosos para cumprir com as suas responsabilidades e para que os filhos também possam crescer e aprender sobre a oração. O Papa Francisco, um jesuíta com anos de formação na arte do discernimento, descreve como a oração e a vocação caminham juntas: “É importante ter uma relação cotidiana com Ele [Deus], ouvi-lo em silêncio diante do Tabernáculo e no íntimo de nós mesmos, falar-lhe, receber os sacramentos. Manter esta relação familiar com o Senhor é como deixar aberta a janela da nossa vida, a fim de que Ele nos faça ouvir a sua voz, o que Ele deseja de nós”.(75)

  1. Praticar e ensinar o discernimento à família implica paciência e oração, um desejo constante para purificar motivos, para confessar e fazer penitência, para ser paciente no lento trabalho de crescer na virtude, para abrir a sua imaginação para as Escrituras e o testemunho da Igreja, e para entender a sua vida interior. Aprender a discernir para nós mesmos e transmiti-lo às nossas crianças implica humildade, uma abertura a críticas construtivas e diálogo sobre como Deus pode estar influenciando a nossa vida. Uma abordagem vocacional para a vida implica uma disposição em ser honesto sobre os nossos próprios desejos, mas, sobretudo, oferecer a nossa vida a Deus, ser aberto para as aventuras e novos planos que possam se apresentar quando dizemos “ não seja feito como eu quero, mas como tu queres.” (76) (Mt 26, 39; cf. 26, 42) Santa Teresa de Lisieux rezou desta maneira quando era criança, dizendo: “Meu Deus, eu escolho tudo. Eu não quero ser uma santa pela metade. Eu não tenho medo de sofrer por Vós. Eu só temo uma coisa: fazer a minha vontade própria. Então recebei-a, porque eu escolho tudo que Vós quiserdes.” (77)
  2. Especialmente quando uma família tem muitos filhos, os pais enfrentam uma ampla gama de tensões. Paternidade é exigente. Não obstante, se a meta da vida familiar cristã é abrir as janelas da casa à graça de Deus na vida cotidiana, então mesmo em meio à fadiga e ao caos doméstico, os pais podem manter-se abertos ao Espírito. Ninguém quer sobrecarregar os pais. Porém, “amor de Deus […]não se deve exercitar apenas nas coisas grandes, mas, antes de mais, nas circunstâncias ordinárias da vida.”(78) Na vulnerabilidade de tais momentos, os pais podem entender o que São Paulo pretendia quando disse: “pois quando sou fraco, então é que sou forte.” (2Cor 12, 10)
  3. A paternidade tem um modo de esvaziar pretextos; de fazer-nos ver que não somos autossuficientes, mas que precisamos da ajuda e força de Deus, família, paróquia e amigos. A maneira como uma família responde à adversidade e à doença, ou reúne para as refeições e devoções, ou toma decisões financeiras estabelecendo prioridades, ou a forma como faz escolhas sobre o lazer, o trabalho ou a carreira dos pais, a formação acadêmica dos filhos, e mesmo sobre os horários para dormir. Esses e muitos outros aspectos da “economia doméstica” formam as imaginações e horizontes das crianças. Rotinas internas podem ser espaços privilegiados onde a luz do Espírito penetra, onde uma atitude de gentileza e hospitalidade cristã fermenta toda vida.

O nosso contexto cultural requer que as famílias tenham discernimento.

  1. Papa Francisco expressa muitas destas idéias de uma maneira prática:

Penso que todos nós podemos melhorar um pouco neste aspecto, tornando-nos todos mais ouvintes da Palavra de Deus, para sermos menos ricos com as nossas palavras e mais ricos com as suas Palavras. […] Penso no pai e na mãe, que são os primeiros educadores: como podem educar, se a sua consciência não for iluminada pela Palavra de Deus, se o seu modo de pensar e de agir não se deixar orientar pela Palavra; que exemplo podem dar aos seus filhos? Isto é importante, porque depois o pai e a mãe queixam-se: “Este filho…”. Mas tu, que testemunho lhe ofereceste? Como lhe falaste? Da Palavra de Deus, ou da palavra do noticiário televisivo? O pai e a mãe devem falar da Palavra de Deus! E penso nos catequistas, em todos os educadores: se o seu coração não for aquecido pela Palavra, como podem sensibilizar os corações dos outros, das crianças, dos jovens e dos adultos? Não é suficiente ler as Sagradas Escrituras, mas é preciso ouvir Jesus que fala através delas: é precisamente Jesus quem fala nas Escrituras, é Jesus quem fala nelas. […] Interroguemo-nos […] que lugar ocupa a Palavra de Deus na minha existência, na vida de todos os dias? Estou sintonizado com Deus, ou com tantas palavras da moda ou ainda comigo mesmo? Uma pergunta que cada um de nós deve formular. (79)

  1. O Papa se referiu aos noticiários da TV, aos quais não deveríamos dar tanta atenção, ao levantar questões sobre as grandes mídias, incluindo as redes sociais da internet e outras formas de cultura popular. Relacionar-se com estas formas de cultura não é algo que deveria acontecer de modo automático; relacionar-se com estas formas de cultura de maneira construtiva também requer discernimento. O Catecismo da Igreja Católica, ao tratar da igreja doméstica, observa que o mundo de hoje “frequentemente é estranho e até hostil à fé.”80 Numa cultura fragmentada, o ambiente social e das mídias podem comprometer a autoridade dos pais em geral, e a paternidade católica em particular. Pais e filhos devem refletir sobre a maneira da sua família estar no mundo, sem pertencer ao mundo.(81)
  2. Quando qualquer um de nós – mas especialmente as crianças – encontra a cultura, nossas imaginações e ambições são moldadas. Em grande medida, todos nós – mas especialmente as crianças – adquirimos as nossas expectativas por uma boa vida, em parte por meio de imagens, filmes, músicas e histórias da nossa vida. Portanto, cabe aos pais, à toda família, padrinhos e mentores adultos e educadores, monitorar esta exposição, e garantir que as imaginações das crianças sejam fortalecidas e nutridas com alimentos saudáveis, com material que proteja a sua inocência, estimule o seu apetite pela aventura da vida cristã e evoque um sentido vocacional da vida. Beleza e contemplação devem ser parte do ambiente comum de uma criança, para que elas aprendam a perceber a dimensão sacramental da realidade. Pais, idosos, padrinhos, parentes, paroquianos, catequistas e professores precisam modelar estas atitudes para as crianças. A formação de jovens necessariamente implica “conhecimento do livro”. Alfabetização espiritual significa conhecimento sobre os fatos da fé. Mas é ainda mais essencial ensinar às crianças como orar, e sugerir-lhes modelos a seguir, exemplos de adultos para elas testemunharem e aspirarem.
  3. Crianças mais velhas podem tornar-se devidamente autoconscientes e reflexivas sobre a cultura do seu ambiente, e também começar a formar uma perspectiva madura sobre a oração e o discernimento vocacional. Estes temas importantes devem ser parte da preparação para se receber o sacramento da Confirmação, o qual concede a graça para possibilitar o fiel discipulado na vida. (82)

A família e a paróquia dependem uma da outra

  1. A Ecclesia domestica, evidentemente, não pode existir sem a Ecclesia. A Igreja doméstica implica uma relação com a Igreja universal: “A família, para ser uma ‘pequena igreja’ precisa ser bem integrada com a ‘grande igreja’, isto é, com a família de Deus da qual Cristo veio.”83 A participação regular na missa de domingo com toda a Igreja é um sine qua non (o meio através do qual) para a igreja doméstica realizar seu nome. A Igreja universal é portadora e mestra da aliança de Deus com o seu povo, a mesma aliança que possibilita e sustenta a vida conjugal e familiar.
  2. O Papa Bento XVI falou sobre a paróquia como uma “família de famílias”, que é “capaz de compartilhar umas com as outras, não só os prazeres, mas também as inevitáveis dificuldades de iniciar a vida familiar.” (84) Com certeza, sacramentos, e frequentemente as obras corporais de misericórdia, podem ser prestativamente facilitadas pela paróquia. As crianças precisam ver os seus pais e outros adultos em suas vidas demonstrando solidariedade com os pobres e fazendo coisas que os beneficiem. Paróquias e dioceses podem ajudar a suscitar estas ocasiões.85 A igreja doméstica serve a paróquia e é servida pela paróquia.
  3. A paróquia, a diocese e outras instituições católicas como escolas, movimentos e associações são especialmente essenciais para as crianças que só têm o pai ou só a mãe. As crianças podem estar sem um ou ambos os pais por uma série de razões, incluindo morte e doença, divórcio, migração, guerra, álcool e dependência de drogas, violência doméstica, abuso, perseguição política, desemprego ou itinerantes condições de trabalho devido à pobreza.86 Infelizmente, às vezes, esposos e esposas, mães e pais separam-se, muitas vezes por razões que exigem a nossa compaixão. “O abalo emocional sofrido por crianças de pais separados, que de repente se encontram com um pai ou mãe solteira ou em uma família ‘nova’, representa um desafio para Bispos, catequistas, professores e todos que são responsáveis pelos jovens. […] Não é uma questão de substituir os seus pais, porém, de colaborar com eles”. (87)
  4. Para uma paróquia efetivamente ser “uma família de famílias” é necessário que haja ações concretas de hospitalidade e generosidade. São João Paulo II disse que “abrir as portas da própria casa e ainda mais do próprio coração” é uma maneira de imitar a Cristo.88 Prestar e receber ajuda são coisas íntimas. Ninguém, especialmente uma criança, pais que lutam com crises inesperadas, idosos em situação vulnerável, ou toda pessoa que estiver sofrendo, deveria ser solitário no seio da família da paróquia. Nada comparado com a amizade e o servir uns aos outros entre simples paroquianos durante a semana, prolongando a vida da Igreja para além das celebrações dominicais. O modo como os leigos se tratam entre eles vai determinar se uma paróquia está cumprindo a sua missão. Esta visão de vida paroquial deve ser ensinada e modelada pelo clero, talvez especialmente em paróquias grandes onde haja a tentação para o anonimato. Mas, ao final, vitalizar uma paróquia desta forma não pode ser de modo clericalizado. Esta é uma versão da vida da Igreja que requer leigos. São Paulo disse aos Gálatas que se “carregue os fardos pesados uns dos outros e” assim ”cumpram a lei de Cristo” (Gl 6, 2). Assim, por conseguinte, se não carregamos os fardos uns dos outros, se deixamos famílias vulneráveis e pessoas solitárias por conta própria ao abandono, então não realizamos o que somos capazes de realizar. Se os nossos estilos de vida não estiverem baseados em comunhão e serviço, então não poderemos amadurecer. Fomos feitos uns para os outros, e viver como se isto não fosse verdade é uma tristeza, uma falta de realização da lei vivificante de Cristo.
  5. A hospitalidade para com as crianças solitárias naturalmente levantará a questão da adoção. João Paulo II, falando para uma assembléia de famílias adotivas, disse:

Adotar uma criança é uma grande obra de amor. Quando ela se realiza, dá-se muito, mas também se recebe muito. É uma verdadeira troca de bens. O nosso tempo conhece, infelizmente, também neste âmbito, não poucas contradições. Perante muitas crianças que, pela morte ou a inabilidade dos pais, ficam sem família, há muitos casais que decidem viver sem filhos por motivos não raro egoístas. Outros se deixam desencorajar por dificuldades econômicas, sociais ou burocráticas. Outros ainda, desejosos de ter um filho “próprio” custe o que custar, vão muito além da legítima ajuda que a ciência médica pode assegurar à procriação, utilizando práticas moralmente repreensíveis. Diante dessas tendências, é preciso reafirmar que as indicações da lei moral não se resolvem com princípios abstratos, mas tutelam o verdadeiro bem do homem, e neste caso o bem da criança, em relação dos interesses aos próprios pais. (89)

João Paulo II esperava que “famílias cristãs fossem capazes de mostrar maior disposição para adotar e criar crianças que têm perdidos os seus pais ou sido abandonados por eles.” (90) Ele tinha esta esperança porque o amor que anima um casamento cristão é a aliança de Deus, um amor que é eternamente hospitaleiro e pleno de vida.

  1. A intimidade sexual entre homens e mulheres aumenta a possibilidade de se ter filhos. Nenhum outro relacionamento leva a esta possibilidade básica, orgânica e biológica. O casamento entre um homem e uma mulher traz este potencial da fecundidade para um contexto espiritual. Ser pais é uma vocação espiritual, porque em última instância significa preparar os nossos filhos para serem santos. Esta ousada ambição implica humildes mas importantes práticas no lar, como a oração e o cultivo de uma disposição espiritual. Isso requer que pais tenham discernimento sobre como uma família se insere na ampla cultura. Conduzir as crianças para o Senhor significa que a igreja doméstica precisa de se integrar tanto com a paróquia como com o resto da Igreja universal. Os desafios da vida familiar exigem apoio. Nenhuma família consegue se desenvolver por sua própria conta. Para prosperar, as famílias precisam das suas paróquias, e as suas paróquias precisam delas. Os leigos são necessários para criar e servir nesses ministérios.

Questões para Partilha:

  1. a) Como o casamento entre um homem e uma mulher se difere de outras amizades íntimas?

  2. b) Você nunca orou com uma criança? Que tal ler a Bíblia com uma criança ou discutir outros aspectos da fé? Se você mesmo não é pai, há crianças na sua vida que poderiam precisar de um amigo ou um mentor?
  3. c) Quais são os hábitos de discernimento? Qual vocação você gostaria de ter?
  4. d) O que é uma igreja doméstica? Como a paróquia serve a família e como a família serve a paróquia? Como a família e a paróquia podem “cumprir a lei de Cristo” como descrito em Gálatas 6, 2?


Fonte em PDF: http://www.worldmeeting2015.org/

Observações Notas Finais do texto:

61. CDC, 1056-1057. 62. CDC, 1055. 63. GS, 47. 64. Santo Agostinho, De Bono Conjugali 32; De Genesi ad Litteram 9.7.12; De nuptiis et concupiscentia, 1.10.11, 17.19, e 21.23. 65. HV, 10. 66. CIgC, 1652-1653, citando GS 48 e 50. 67. Kerri Lanartowick, “‘Hand on the faith,’ Pope instructs parents at baptism,” Catholic News Agency, 12 January 2014. 68. Dt 6, 4-7. Com grifo nosso 69. FC, 14. 70. Vaticano II, Constituição dogmática Lumen gentium (LG) (1964), 11. 71. Santo Agostinho, The City of God Against the Pagans (Cambridge, Cambridge University Press, 1998), p. 667, §15.16. 72. LG, 11 e CIgC, 1655-1658. 73. Papa Paulo VI, Encíclica Populorum progressio (PP) (1967), 15. 74. HV, 10. 75. Papa Francisco, Discurso “Encontro com os jovens da Região da Úmbria” Assis (4 de outubro de 2013). 76. Cf. Mt 6, 10; 7, 21; 12, 50 e 21, 31. 77. Santa Teresa de Lisieux, Autobiografia de Santa Teresa de Lisieux: história de uma Alma – The Autobiography of Saint Therese of Lisieux: The Story of a Soul, tradução. John Beevers (Doubleday, 2001), 9. 78. GS, 38. 79. Papa Francisco, Discurso “´Encontro com o clero, os consagrados e os membros dos conselhos pastorais diocesanos” Assis, (04 de outubro de 2013). 80. CIgC, 1656. 81. Cf. Jn 15, 19 e Rm 12, 2. 82. Cf. CIgC 1303 e 1308. 83. Papa Francisco, Discurso “Famílias ensinam o sentido da vida” (04 de outubro de 2010). 84. Papa Bento, Discurso “Faça da paróquia uma família de famílias”. Paróquia de São Corbiano-Roma (21 de março 2011). 85. Cf. FC, 44. 86. Cf. FC, 71 e 77. 87. Pontifício Conselho para a Família, Enchiridion da Família (2004), 1303-1304. O amor é a nossa missão (Portuguese).indd 123 1/6/15 10:37 AM O AMOR É A NOSSA MISSÃO 124 88. Cf. FC, 44. 89. Papa Jõao Paulo II, Discurso “´Encontro das famílias adotivas organizado pelas Missionárias da Caridade” (5 de setembro de 2000). 90. FC, 41.


Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

Dois que se tornam Um. – SNF – 2015.


– IV tema da Semana Nacional da Família – 2015.



http://www.aascj.org.br/home/2011/02/16/catolico-pode-casar-com-protestante/

O Sacramento do Matrimônio – Uma só Carne



Não fomos feitos para ficar sozinhos. Os seres humanos precisam uns dos outros e se complementam. A amizade e a comunidade satisfazem aquele anseio por laços de interesse comum e amor. O matrimônio é uma forma íntima e singular de amizade que convida um homem e uma mulher a amar um ao outro aos moldes da Aliança Divina. O matrimônio é um sacramento. O amor matrimonial é frutífero e ofertado sem reservas. Este amor está abarcado na imagem de fidelidade de Jesus à Igreja.

Virtude, amor e bondade nos ajudarão a cumprir a missão

  1. O texto da 1Cor 13, 4-7 é uma escolha muito popular nos matrimônios cristãos: “O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.”
  2. O texto é belo. Tendo sido criados à imagem de Deus, amar dessa maneira está de acordo com nossa verdadeira natureza humana. No entanto, amar assim nunca é fácil. Requer humildade e paciência. Como disse recentemente o Papa Francisco: “A fé não é um refúgio para gente sem coragem”.(48) O amor conjugal deve ser construído sobre algo mais que romance. O romance é maravilhoso, mas, sozinho, não sobrevive às preocupações e desafios que, inevitavelmente, afligem todo casal. Para ser o que somos – para amar como fomos criados para amar certas virtudes são necessárias. Devemos estar abertos para essas virtudes, cultivá-las para cumprir nossa missão.
  3. A “Teologia do Corpo” de São João Paulo II fala de uma espécie de “liberdade interior” e de “autodomínio” que os cônjuges precisam para se tornarem, verdadeiramente, um dom para o outro.49 Uma pessoa muitíssimo atada a esperanças românticas, sem o fermento da liberdade interior e a capacidade de autossacrifício, perderá flexibilidade. Para viver a sacramentalidade do casamento e seguir a trilha das promessas divinas, maridos e mulheres necessitam da capacidade de transcender o ressentimento, de deixar de lado os direitos e precisam dar um passo rumo à generosidade. Sem essa liberdade e força interiores, problemas sérios seguramente surgirão, pois a vida coloca maridos e mulheres em situações que não são nada românticas.
  4. Nenhum casamento baseado na mera atração sexual perdura. Parceiros eróticos, concentrados principalmente em se possuírem, não têm a habilidade interior para retroceder e dar espaço à autocrítica, à reconciliação e ao crescimento. A promessa conjugal de amar incondicionalmente, como Deus, ajuda a criar e proteger esse espaço vital. O compromisso sacramental de levar a cabo a obra do amor, mesmo quando é difícil amar, é um ingrediente essencial da aliança de Deus.

Amor verdadeiro gera compromisso

  1. Nenhum ser mortal pode satisfazer todos os desejos. A verdadeira unidade conjugal está baseada na aliança de Deus, uma promessa que acolhe bem o desejo erótico, mas que, de modo cada vez mais profundo, compromete homem e mulher, um com o outro na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. O matrimônio cristão não é um teste romântico ou um arranjo condicional “até nova ordem”. (50) O assim chamado casamento “à experiência”, como tentativa de viver de modo íntimo, mas hipoteticamente testar o relacionamento e prosseguir enquanto o romance estiver fluindo, é uma contradição em si. (51) O Papa Francisco, recentemente, apresentou a seguinte idéia em um pronunciamento público:
  • “Mas vós sabeis que o matrimônio é para a vida inteira?” “Ah, nós amamo-nos muito, mas… permaneceremos juntos enquanto o amor durar. Quando terminar, cada qual toma o seu rumo”. É o egoísmo: quando eu não sinto, interrompo o matrimônio e esqueço aquela “uma só carne” que não se pode dividir. É arriscado casar: é arriscado! É aquele egoísmo que nos ameaça, porque dentro de nós todos temos a possibilidade de uma dupla personalidade: aquela que diz: “Eu, livre, eu quero isto…”, e a outra que diz: “Eu, me, mim, comigo, para mim…” Sempre o egoísmo, que volta e não sabe abrir-se ao próximo. (52)
  1. Em resposta à gama de possíveis preocupações e medos, a Igreja indica Jesus, oferece os sacramentos e o apoio de seus próprios membros em mútuo companheirismo, confiante que para todos os desafios, o modo cristão de amar é possível e revelará nossas verdadeiras identidades. A Igreja promete a seus filhos e filhas que o Matrimônio é um sacramento, que o enlace e a prática do casamento católico tornam real, presente e eficaz a graça que o sustenta. Em resposta às nossas ansiedades, a Igreja insiste que prometer amar à maneira da aliança não é algo hipotético para santos idealizados como perfeitos, mas para um compromisso possível para os pecadores de hoje que estão no caminho. Como o Papa Francisco afirma: “No sacramento do Matrimônio há um desígnio deveras maravilhoso! E realiza-se na simplicidade e até na fragilidade da condição humana. Bem sabemos quantas dificuldades e provas enfrenta a vida de dois esposos… O importante é manter viva a união com Deus, que está na base do vínculo conjugal.” (53)
  2. Amar as pessoas desta forma não é algo a ser adiado, dizendo-se que se tentará quando se tiver organizado determinadas questões prá- ticas. As questões práticas da vida são abordadas de forma adequada somente quando amamos desta forma. Amar nesses moldes não é um ideal ou um horizonte inalcançável, ao contrário, amar assim é algo que se escolhe no dia a dia; inicia-se no aqui e no agora, em meio às pressões diárias. Em outra ocasião, ensinou-nos o Papa Francisco:
  • O matrimônio é também um trabalho para realizar em cada dia, poderia dizer um trabalho artesanal, uma obra de ourivesaria, uma vez que o marido tem a tarefa de fazer com que a sua esposa seja mais mulher, e a esposa tem o dever de fazer com que o marido seja mais homem. É preciso crescer também em humanidade, como homem e como mulher. É isto que deveis fazer entre vós. E isto chama-se crescer juntos. Isto não provém do ar! É o Senhor que o abençoa, mas deriva das vossas mãos, das vossas atitudes, do vosso estilo de vida, do modo como vos amais um ao outro. Deveis fazer-vos crescer um ao outro! Fazer com que o outro prospere sempre. (54)

O Papa Francisco reconhece que muitas pessoas podem ter receio desse desafio, que as pessoas podem até evitar o matrimônio em função do ceticismo ou do medo:

  • Hoje em dia, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas. […] Parece impossível fazer escolhas para a vida inteira. […] E esta mentalidade leva muitas pessoas que se preparam para o matrimônio a afirmar: “permaneçamos juntos, enquanto o amor durar”; e depois? Muitas saudações e até à vista! E assim termina o matrimônio. Mas o que entendemos por “amor”? Apenas um sentimento, uma condição psicofísica? Sem dúvida, se for assim, não será possível construir sobre ele algo de sólido. Ao contrário, se o amor for uma relação, então será uma realidade que cresce, e como exemplo até podemos dizer que se constrói como uma casa. E a casa construísse juntos, não sozinhos! […] E não desejais alicerçá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e voltam, mas sobre a rocha do amor autêntico, do amor que provém de Deus. […] Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela “cultura do provisório”! Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura do provisório. Não pode ser assim! Portanto, como se cura este medo do “para sempre”? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum […] (55)

Bons casamentos são construídos sobre as virtudes, em especial a misericórdia e a castidade

  1. Aqueles que desejam construir seu matrimônio sobre a rocha haverão de cultivar determinadas virtudes. O Catecismo da Igreja Católica afirma que no sacramento do Matrimônio, Cristo habita com o casal e lhe ajuda a carregar sua cruz, “levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros”.56 O Papa Francisco faz uma correlação de forma sucinta quando afirma que a vida em comum é uma arte que pode ser resumida em três palavras: por favor, obrigado e desculpa. (57) Aprender a utilizar essas expressões pode ser difícil, mas, por outro lado, os casamentos podem se tornar muito penosos, de forma súbita, na falta delas.
  2. Todas as virtudes cardeais (prudência, temperança, justiça, fortaleza) juntamente com as virtudes teologais (fé, esperança e amor) são importantíssimas e relevantes para que o matrimônio floresça. A semente em particular que provê o crescimento do matrimônio é a castidade. Precisamos da prática da liberdade interior para treinarmos nossos corações para o matrimônio; a práxis de percebermos nossa sexualidade no contexto da comunhão e da santidade individual um do outro. A castidade forma o bom hábito da abnegação e do autocontrole, que são pré-requisitos para tratar os outros com misericórdia.
  3. A verdadeira união matrimonial jaz também na misericórdia, uma virtude que aprendemos de Jesus e observamos por toda a Aliança de Deus. Rezamos na liturgia: “Senhor, tende piedade”, e o Senhor nos concede sua misericórdia de modo que possamos ser misericordiosos.
  4. A misericórdia cresce à medida que amamos como Cristo nos ensinou. A “graça do matrimônio cristão é um fruto da Cruz de Cristo, fonte de toda a vida cristã”. (58) Os católicos creem que “é o próprio Cristo quem age” em cada um dos sete sacramentos, e que o Espírito Santo é como um fogo atuando, “transformando em vida divina” tudo o que alcança. (59) No sacramento do Matrimônio, a aliança divina torna-se visível, a graça da aliança é comunicada e compartilhada.60 Neste sacramento, a aliança de Deus adentra nossos lares e torna-se o alicerce de nossas famílias.
  5. O matrimônio cristão é uma questão de mútua oferta. É certo que há alternativas e outros modelos de “matrimônio” oferecidos à sociedade como um todo. Contudo à medida que o “matrimônio” torna-se uma espécie de premiação concedida a si mesmo e ao parceiro somente após uma longa seqüência de experiências eróticas, ou quando este se situa no simples nível do contrato, ou seja, uma divisão de direitos entre indivíduos que procuram proteger sua autonomia, estamos semeando, desta forma, as sementes do desapontamento e do conflito. O eros se esvai e declina. E uma situação de litígio por direitos não é terreno fértil para a misericórdia.
  6. Ao longo dos séculos, os seres humanos se casaram por inúmeras razões, algumas enobrecedoras e outras apenas pragmáticas. No matrimônio sacramental, a Igreja nos oferece abrigo, graça e um ensinamento diário sobre a natureza de Deus. Os compromissos matrimoniais no seio da Igreja convocam constantemente o esposo e a esposa a alcançar o melhor de suas naturezas e ainda situam o casamento num âmbito de relação aos outros sacramentos, em especial a Reconciliação e a Eucaristia. Esta economia sacramental pressupõe a reconciliação e a fidelidade como alicerces da vida conjugal, e, ao realizar isso, fomenta e protege a verdadeira comunhão entre os dois sexos. Para as pessoas nesta época pós-moderna, incertas no que e em quem podem confiar, tal empreendimento parece arriscado. Porém, a Igreja, que conhece o coração humano melhor do que nós mesmos, sabe também quem é Jesus: o Senhor digno de confiança. Sua forma de amar é indubitavelmente a única.
  7. Jesus cria uma nova possibilidade para nós, uma nova visão do casamento fundamentada em sua aliança com a Igreja, uma vida conjugal alicerçada na solidez, na castidade e na misericórdia. Pode-se perceber como o matrimônio sacramental integra-se com a inteireza da vida cristã, pois o cultivar das virtudes do amor, da liberdade interior, da fidelidade, da misericórdia e do perdão é um projeto para toda a vida que se constrói sobre o hábito da oração, participação nos sacramentos e familiaridade com a história da Aliança divina. O Senhor sabe que nem todos os casamentos demonstram todas as virtudes a todo tempo, entretanto em sua misericórdia, Ele nos oferece a Penitência e a Eucaristia de modo que possamos crescer em nossa capacidade de amar como Jesus ama. Orientar nossas vidas a este modo requer de nós sacrifício, contudo, no final das contas, como é bela esta vida. Jesus é o caminho para a verdade e a alegria.

Questões para partilha

  1. a) Qual é a espiritualidade católica do matrimônio? O que as famílias podem fazer para celebrar e proteger o matrimônio cristão?
  2. b) Sendo o matrimônio um sacramento, quais as implicações para o namoro? Quais qualidades deveríamos buscar em um possível futuro cônjuge?
  3. c) Como se relacionam os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia com o sacramento do Matrimônio?
  4. d) No Pai-Nosso, dizemos “perdoai-nos a nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Você considera isso fácil ou difícil de realizar? Como o perdão possibilita as relações?


Fonte em PDF: http://www.worldmeeting2015.org/

Observações Notas Finais do texto:

48. LF, 53 49. Cf. TdC (16 de Janeiro, 1980). 50. CIgC, 1646. 51. Cf. CIgC, 2391. 52. Papa Francisco, Mensagem, “Encontro com os Jovens da Região da Úmbria”, Assis (4 de outubro de 2013). 53. Papa Francisco, Audiência Geral, “Matrimônio: o coração do plano de amor de Deus para a humanidade ” (2 de abril de 2014). 54. Papa Francisco, Discurso aos noivos que se preparam para o matrimônio, Cidade do Vaticano (14 de fevereiro, 2014). 55. Papa Francisco, Discurso aos noivos que se preparam para o matrimônio, Cidade do Vaticano (14 de fevereiro, 2014). 56. CIgC, 1642. 57. Papa Francisco, Discurso aos noivos que se preparam para o matrimônio, Cidade do Vaticano (14 de fevereiro, 2014). 58. CIgC, 1615. 59. Cf. CIgC, 1127. 60. CIgC, 1617.


Encontro de Casais com Cristo_ECC Semana_da_Familia
Estatuto_destruição_da_Familia Familia_projeto_de_Deus Espiritualidade_Cristã_familia

O significado da sexualidade humana – SNF – 2015.


– III tema da Semana Nacional da Família – 2015.



Masculino_ou_Feminino_genero_não



O mundo tangível, terreno, corpóreo é mais do que matéria inerte ou maleável ao arbítrio humano. A criação é sagrada. Tem um significado sacramental. Reflete a glória de Deus. Inclui nosso corpo. Nossa sexualidade tem a capacidade de procriar e partilhar da dignidade de ser criada à imagem de Deus. Precisamos viver de acordo com isso.

O mundo físico da natureza está cheio de bondade espiritual

37. A fé católica sempre foi uma religião vigorosamente “física”. A Bíblia começa com um jardim e termina com um banquete. (33) Deus criou o mundo e disse que era bom e ingressou na história. Jesus Cristo, Filho de Deus, encarnou-se e tornou-se um de nós. Nos sacramentos, coisas materiais são consagradas e transformadas em sinais visíveis da graça. Os costumeiros pão e vinho, água, óleo e o toque das mãos humanas são modos tangíveis pelos quais a presença de Deus se torna efetiva e real.

38. Acreditamos nas obras materiais da caridade. Quando alimentamos os famintos, damos de beber a quem tem sede, vestimos o que está nu, abrigamos os estrangeiros, assistimos aos doentes, visitamos os encarcerados ou enterramos os mortos, verdadeiramente, servimos a Jesus (cf. Mt 25, 3540). Confiamos na bondade da criação de Deus (cf. Gn 1, 431). Essa confiança permeia a imaginação católica. Torna-se visível em nossa arte e arquitetura, na cadência das festas e jejuns do calendário litúrgico, na piedade popular e nos sacramentais.

A sexualidade masculina e feminina participa do propósito espiritual

39. A criação material tem um significado espiritual com consequências para o modo como vivemos como homem e mulher. Nossa sexualidade tem um propósito. Nossos corpos não são meros invólucros para a alma ou máquinas sensórias para o cérebro. Não são matéria-prima que possamos maltratar ou reprogramar à vontade. Para os cristãos, corpo e espírito estão profundamente integrados. Cada ser humano é uma unidade de corpo e alma. Santa Hildegarda de Bingen escreveu que “O corpo é, na verdade, o templo da alma, cooperando com a alma por meio dos sentidos como a roda de moinho é movida pela água.” (34) O corpo tem uma dignidade inerente como parte da criação de Deus. É parte íntima de nossa identidade e destino eterno. Os dois sexos, literalmente, encarnam o desígnio divino de interdependência humana, de comunidade e de abertura à nova vida. Não podemos degradar ou maltratar o corpo sem infligir um custo ao espírito.

40. Por certo, nem sempre amamos como deveríamos. O sexo é um fator extremamente poderoso nos assuntos humanos – tanto para o bem quanto para o mal. Assim, a sexualidade usada de maneira incorreta ou desordenada sempre foi uma grande fonte de confusão e pecado. Desejo sexual e auto-compreensão podem ser complexos, mas não são auto-interpretáveis. Nossa identidade é revelada em Jesus e no plano de Deus para nossas vidas, não em autoafirmações decaídas.

41. O casamento existe porque a procriação e a comunhão, a biologia e a promessa divina, o natural e o sobrenatural, juntos, fundamentam o que é ser “humano”. O matrimônio existe porque descobrimos e aceitamos, e não porque inventamos ou renegociamos a vocação para a oferta de si mesmo que é algo intrínseco a ser criado, na aliança, homem e mulher. O matrimônio é uma criação de Deus, porque somos criaturas de Deus, e porque Deus criou homem e mulher para comungar com ele de sua aliança.

42. Nossa origem, com dois sexos diferentes e complementares, e a vocação ao amor, à comunhão e à vida (35) são um único e mesmo momento. Nas palavras do papa Francisco: “Esta é a história do amor, a história da obra-prima da criação.” (36)

43. Essa vocação ao amor, à comunhão e à vida, envolve todo o ser do homem e da mulher, corpo e alma. A pessoa humana é, simultaneamente, um ser físico e espiritual. (37) O corpo, de certo modo, revela a pessoa. (38) Consequentemente, a sexualidade humana nunca é simplesmente funcional. A diferença sexual, visível no corpo, favorece diretamente o caráter esponsal do corpo e a capacidade de amar da pessoa. (39) No centro desse chamado a amar, está o chamado de Deus: “Sede fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1, 28). A união esponsal dos cônjuges por intermédio do corpo também é, portanto, pela própria natureza, um chamado para viver como pai e mãe. (40)

44. Por justo motivo percebemos júbilo nas palavras de Adão à primeira visão de Eva: “Desta vez sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (Gn 2, 23). O Catecismo da Igreja Católica observa que desde o início: “O homem descobre a mulher como um outro ‘eu’, da mesma humanidade”. (41) Homem e mulher partilham de idêntica dignidade que provém de Deus, o Criador. No plano de Deus, semelhança e alteridade de homem e mulher coincidem na complementaridade sexual como masculino e feminino. Criados juntos (cf. Gn 1, 2627), homem e mulher são destinados um para o outro. (42) A diferença sexual é uma advertência primordial de que somos feitos para doarmo-nos aos outros guiados pela virtude e pelo amor de Deus.

45. São João Paulo II muitas vezes falou sobre “o significado nupcial ou esponsal do corpo”. (43) Fez ressoar o ensinamento do Concílio Vaticano II que a “união [entre homem e mulher] constitui a primeira forma de comunhão entre pessoas”.(44)  A diferença sexual, todavia, marca todos os relacionamentos, mesmo para os que ainda não são casados, já que ingressamos na vida como filho ou filha. Somos chamados a ser irmão ou irmã, não só para a nossa família, mas também para com os mais necessitados, para as comunidades e para a Igreja. Nossa identidade como homens e mulheres está na base de nossa vocação à paternidade ou à maternidade, natural ou espiritual. Dessa maneira, a diferença sexual tem importância universal.

46. Por ser um componente central de nossa identidade, a sexualidade não pode ser isolada do significado da pessoa humana. O sexo nunca é, simplesmente, um impulso físico ou emocional. Sempre encerra algo mais. O desejo sexual mostra que nunca somos autossuficientes. Almejamos uma amizade íntima com outrem. A relação sexual, não importa quão fortuita, nunca é apenas um ato biológico. De fato, a intimidade sexual é sempre, em certo sentido, conjugal, porque cria um laço humano, pouco importando o quanto seja intencional. Um ato conjugal propriamente ordenado nunca é simplesmente um ato erótico autônomo, voltado para si mesmo. Nossa sexualidade é pessoal e íntima, mas sempre tem uma dimensão e consequência sociais. Um matrimônio sacramental nunca é um bem privado, mas algo descoberto na relação com a aliança maior com Deus.

Temos uma ética sexual porque o sexo tem um significado espiritual

47. Duas vocações diferentes fazem justiça à convocação de ser homem e de ser mulher no plano de Deus: matrimônio e celibato. Ambas as disciplinas convergem na premissa comum de que a intimidade sexual entre homem e mulher é parte e desabrocha no contexto de uma aliança. O celibato é o caminho pelo qual as pessoas não casadas confirmam a verdade e a beleza do matrimônio. Ambos, celibato e matrimônio, se abstêm de ter relações sexuais que usem outras pessoas de modo condicional ou temporário. A autêntica abstinência do celibato, certamente, não é o desdém pelo sexo, mas, ao contrário, significa honrar o sexo por insistir que a intimidade sexual serve à promessa divina e é servida por esta. Ao viver à luz dessa aliança, os casais unidos em matrimônio e os celibatários oferecem, igualmente, a sexualidade à comunidade, para a criação de uma sociedade que não tem por base a concupiscência e a exploração.

48. Os três capítulos a seguir abordarão, em detalhes, o matrimônio (capítulos 4 e 5) e o celibato (capítulo 6). Ambas as modalidades, no entanto, estão baseadas no mandamento divino para viver a masculinidade e a feminilidade de modo generoso, fazendo dom de si. Esses dois estados de vida voltam o olhar para a promessa divina e experimentam, no fato da criação como homem e mulher, uma ocasião de alegria. A disciplina que se impõe ao amor – a disciplina dos que observam a aliança – às vezes é sentida como um fardo; todavia, essa disciplina honra e revela, precisamente, o verdadeiro significado do amor criado à imagem de Deus.

49. Nossa criação como homem e mulher à imagem de Deus é o motivo pelo qual todos somos chamados à virtude da castidade. A castidade é expressa de maneiras diferentes, caso sejamos casados ou não. Entretanto, para todos, a castidade encerra a recusa a utilizar o próprio corpo ou o corpo de outrem como objetos de consumo. A castidade é o hábito, sejamos casados ou não, de viver nossa sexualidade com dignidade e graças à luz dos mandamentos de Deus. Concupiscência é o oposto de castidade. A concupiscência inclui olhar para o próximo de modo utilitário, como se o corpo do outro existisse simplesmente para satisfazer um apetite. A verdadeira castidade “não despreza o corpo”, mas o vê nas dimensões plenas da pessoa. (45) A castidade é um grande “sim” à verdade da humanidade criada à imagem de Deus e chamada para viver na aliança.

50. Compreendida dessa maneira, a castidade é o que todos são chamados a praticar: “Todo o batizado é chamado à castidade. […] As pessoas casadas são chamadas a viver a castidade conjugal; as outras praticam a castidade na continência.” (46) O amor matrimonial casto situa o eros no contexto do amor, do cuidado, da fidelidade e da abertura aos filhos. O celibato casto, pela continência, afirma que a intimidade sexual pertence ao contexto do amor, do cuidado e da fidelidade.

51. As raízes desse ensinamento cristão são antigas. Como escreveu Santo Ambrósio, no Século IV: “Existem três formas da virtude da castidade: uma, das esposas: outra, das viúvas; a terceira, da virgindade. Não louvamos uma com exclusão das outras. […] É nisso que a disciplina da Igreja é rica.” (47)

52. Saber como viver esse ensinamento concretamente, seja no matrimônio ou no celibato e nas circunstâncias difíceis dos dias de hoje, é a tarefa que nos servirá de guia na continuidade desta catequese.

53. Deus criou todo o mundo material por amor a nós. Tudo o que podemos ver e tocar, até mesmo nossos corpos femininos e masculinos, foi criado para a aliança com Deus. Nem sempre amamos como deveríamos, mas o amor exemplar de Deus nos protege e nos faz retornar às nossas devidas naturezas. Matrimônio e celibato são dois modos de estar juntos como homem e mulher à luz das promessas de Deus e, por isso, tanto o matrimônio quanto o celibato são considerados modos de vida castos.

Questões para partilha

  • Por que os católicos apreciam e valorizam tanto o mundo físico, tangível? Pense em alguma coisa bela, como a natureza, os corpos, a comida ou a arte – por que essas coisas são tão importantes na tradição católica?
  • Qual é o propósito da criação? O mundo físico é um livro em branco que somos livres para reger e explorar conforme nossos próprios desejos?
  • Descanso, comida, prazer e beleza são atraentes. Mas, às vezes, temos desejos e apetites profundos além daquilo que é bom para nós. Como sabermos quando um desejo é legítimo e bom? Como podemos cuidar e desfrutar da criação e de nosso corpo na vida diária?
  • Por que você acha que a prática católica inclui, tradicionalmente, festas e jejuns? Celibato e matrimônio?

Fonte em PDF: http://www.worldmeeting2015.org/

Observações Notas Finais do texto:

(33). Cf. CIgC, 1602. 34. Santa Hildegard de Bingen, Explanatio Symboli Sancti Athanasii in Patrologia Latina 197, 1073. Cf. 1Cor 6, 19. 35. CIgC, 2331 e FC, 11. 36. Papa Francisco, Homilia, “The Pope’s Mass at Santa Marta – When a love fails,” L’Osservatore Romano, (28 February 2014). 37. Cf. CIgC, 362. 38. Cf. Papa João Paulo II, Audiências das Quartas-feiras, Teologia do corpo (TdC) (9 de Janeiro, 1980). 39. Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta sobre a Colaboração entre homens e mulheres , (2004), 8. 40. Cf. Papa Paul VI, Encíclica Humanae vitae (HV) (1968), 12. 41. CIgC, 371. 42. Cf. CIgC, 371. 43. Cf. TdC (2 de Janeiro, 1980). 44. GS, 12. 45. Cf. Karol Wojtyla, Love and Responsibility (Amor e Responsabilidade) (Ignatius Press, 1993), 171. 46. Cf. CIgC, 2348 e 2349. 47. CIgC, 2349.


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