O Ano da Fé.

Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Porta Fidei com a qual se proclama o Ano da Fé

(out/2012 – out/2013)



1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar aquela porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início com o Batismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos creem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude» (Homilia no início do ministério petrino do Bispo de Roma, (24 de Abril de 2005): AAS 97 (2005), 710). Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado (Cf. Bento XVI, Homilia da Santa Missa no Terreiro do Paço (Lisboa – 11 de Maio de 2010): L’Osservatore Romano (ed. port. de 15/V/2010), 3.). Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II, (Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 113-118) com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese (Cf. Relação final do Sínodo Extraordinário dos Bispos (7 de Dezembro de 1985), II, B, a, 4: L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/XII/1985), 650) e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca» (Paulo VI, Exort. ap. Petrum et Paulum Apostolos, no XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo (22 de Fevereiro de 1967): AAS 59 (1967), 196). Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar» (Ibid.: o.c., 198.). As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, (Paulo VI, Profissão Solene de Fé, Homilia durante a Concelebração por ocasião do XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, no encerramento do «Ano da Fé» (30 de Junho de 1968): AAS 60 (1968), 433-445) para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar» (Paulo VI, Audiência Geral (14 de Junho de 1967): Insegnamenti V (1967), 801), bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de Janeiro de 2001), 57: AAS 93 (2001), 308). Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja» (Discurso à Cúria Romana, (22 de Dezembro de 2005): AAS 98 (2006), 52).

6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen Gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, 8).

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando» (De utilitate credendi, 1, 2). O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus (Cf. Confissões, 1, 1). Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um patrimônio de riqueza incomparável e consentem ainda a tantas pessoas à procura de Deus de encontrarem o justo percurso para chegar à «porta da fé».

Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.

9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 10). Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada (Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 116) e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.

Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Batismo  Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele» (Sermo 215, 1).

10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.

A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (At 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente de ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.

Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.

A própria profissão da fé é um ato simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Batismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Batismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”» (Catecismo da Igreja Católica, 167).

Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor (Cf. Conc. Ecum. Vat. I, Const. dogm. sobre a fé católica Dei Filius, cap. III: DS 3008-3009; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Revelação divina Dei Verbum, 5)

Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre» (Bento XVI, Discurso no «Collège des Bernardins» (Paris, 12 de Setembro de 2008): AAS 100 (2008), 722). Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para se pôr a caminho ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele não tivesse já vindo ao nosso encontro (Cf. Santo Agostinho, Confissões, 13, 1). É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.

11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição Apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (…). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial» (João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 115 e 117).

É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.

Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.

12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.

De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade (Cf. João Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 34.106: AAS 91 (1999), 31-32.86-87).

13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.

Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigênito  mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egito a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).

Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.

Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).

Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).

Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.

Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).

A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).

15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.

Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1 Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.

À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.



Inicia-se o Ano da Fé.

Neste próximo dia 11 de Outubro a Igreja iniciará o Ano da Fé.



O Papa Bento XVI celebrará o 50º aniversário do Concílio Vaticano II, uma ruptura histórica em dois mil anos de cristianismo, e tentará dar um novo impulso à Igreja com o lançamento do Ano da Fé.

Para comemorar o Concílio inaugurado em 11 de outubro de 1962, o Papa convocou dois eventos: um sínodo de bispos sobre a “nova evangelização”, que será inaugurado no domingo, e a proclamação de um “Ano da Fé”.

Bento XVI insistiu na continuidade da Igreja pós-Concílio em harmonia com a tradição, insistindo que “a liturgia não pode ser modificada apenas pela comunidade ou especialistas e sim deve ser fiel às formas da Igreja universal”.

Segundo os estudiosos, para o Papa alemão, o Concílio Vaticano II sofreu inúmeros desvios e não deu todos os frutos que deveria, mas continua sendo para a Igreja Católica o principal acontecimento das últimas décadas.

O 21º Concílio da história católica permitiu a abertura de uma instituição imóvel em relação às realidades do mundo e permitiu um “aggiornamento” (“modernização”) sem precedentes da Igreja, segundo o termo escolhido pela pessoa que o convocou, João XXIII.Dirigido pelo chamado “Papa Bom” e depois por Paulo VI, o Concílio trouxe consigo várias mudanças, entre elas a missa em idiomas vernáculos, a liberdade religiosa, a colaboração com outros credos cristãos e o respeito absoluto de outras religiões.

Bento XVI restaura a comunhão de joelhos.



Diante de 70 mil pessoas, o papa Bento XVI fez história domingo durante a celebração de uma missa em Brindisi, cidade situada na região sudoeste da Itália. No momento da comunhão, o pontífice restaurou o costume de entregar a hóstia consagrada aos fiéis ajoelhados. Apenas os diáconos puderam comungar de pé, diante do líder da Igreja. O gesto, de forte apelo simbólico, resgatou uma tradição abandonada havia 43 anos, quando a reforma litúrgica definida pelo Concílio Vaticano II determinou que os peregrinos receberiam a hóstia de pé e nas mãos. A partir de agora, todos os católicos escolhidos pela Santa Sé para a comunhão com o papa terão de se ajoelhar diante de um reclinatório e receber a eucaristia diretamente na boca.

Bento XVI já havia feito o mesmo na missa de 22 de maio, celebrada na Igreja de São João Latrão, em Roma. Como o número de fiéis presentes era menor, a atitude teve pouca ou quase nenhuma repercussão. ‘‘Nós, os cristãos, nos ajoelhamos diante do Santíssimo Sacramento (a hóstia) porque, nele, sabemos e acreditamos estar na presença do único e verdadeiro Deus’’, afirmou o papa, naquela ocasião. ‘‘Estou convencido da urgência de dar novamente a hóstia diretamente na boca aos fiéis, sem que a toquem, e de voltar à genuflexão no momento da comunhão como sinal de respeito’’, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou ao Correio que ainda não recebeu qualquer comunicado do Vaticano sobre a inclusão dos 125 milhões de brasileiros católicos na mudança litúrgica. ‘‘Resta saber se essa é uma norma ou uma orientação do Santo Padre’’, declarou a entidade. Ainda que a determinação valha apenas para fiéis que comungarem diretamente das mãos do pontífice, ela reforça a tendência de Bento XVI em recuperar partes mais tradicionalistas do ritual, que caíram em desuso com o tempo.

Em três anos de pontificado, o papa manteve-se fiel ao antigo cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé: condenou o casamento homossexual e o aborto e exigiu que as pesquisas genéticas respeitem a vida. Mas a medida mais surpreendente até então foi o relançamento da missa em latim, com base no rito tridentino (em que o sacerdote fica de costas para os fiéis e faz a celebração no idioma milenar). Em vigor desde 14 de setembro, a norma foi bem recebida pela área mais conservadora da Igreja Católica.

Fonte: Biblia Católica On Line

18 junho 2008 Autor: Bíblia Católica | Postado em: Igreja

Fonte: Diário de Natal

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Há “coisas antigas e coisas novas” que pertencem ao mesmo tesouro da Igreja de sempre .

Antes de meditar nos temas

É Bom meditar em VALOR !





Parabens Professor Orlando Fedeli.

Os Bons e Maus Frutos da Montfort ?

Recebi um exelente comentário narrando o testemunho pessoal de um professor no rio de Janeiro a respeito das verdades que ele conheceu em compania do Professor Orlando Fedeli, eu prefiro não dar a minha opinião sobre o assunto, já que aquele que participou de dentro da Montfort pode testemunhar fatos que eu não participei pessoalmente, portanto este texto abaixo é de  total responsabilidade de seu autor que assina abaixo do texto.

Visita ao Papa João Paulo II

Visita ao Papa João Paulo II

Comentário Enviado em 24/04/2008 _às_ 8:00

É uma lástima ver que muitos caem nas garras fedelianas.

Estive junto a este grupo por 5 anos, mas sempre com lucidez, nunca me resvalando em damasia para este conciliábulo, pois, desde o início vi certos cacoetes peculiares ao grupo e por isso tinha minhas reticências.

Porém, sempre pensei que poderia salvar as coisas boas aí ensinadas, reter o que é natural e perfectivo para a inteligência humana, pois muitos dos componentes deste conciliábulo possuem boa formação e erudição.

Engano meu. Com o tempo fui vendo que o bem existente entre eles é apenas o suporte necessário, mínimo, para o mal, e que este, portanto, era a tônica destes senhores.

O que fazem e ensinam junto aos mais íntimos, e eu cheguei a ser um deles, é simplesmente destoante de qualquer ser humano que tenha o mais tênue pundonor.

Papas são achincalhados, como por exemplo São Pio X, reprovado por Fedeli por ter fundado o Sodalitium Pianum, que, segundo Fedeli, era uma sociedade secreta para vigilância dos modernistas. Leão XIII é visto como péssimo papa, devido a interpretação sadia que deu da democracia, na questão francesa. (Parece que Orlando não estudou a fundo Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, pois este, no seu livro ‘Elites…’ , explica magistralmente esta questão leonina). Outro papa recorrentes nos deboches fedelianos é Pio XII, que Fedeli afirma ter tido uma freira como amante, a Madre Pascoalina.

Enfim, este senhor, de que si mesmo faz uma alta imagem, pois certa vez me disse que seu e-mail é FEDELIORLAND@…, porque traduz-se por TERRA (land) MAIS FIEL (do latim fidelior), este senhor, patrocinado pelo Sr. Alberto Zucchi, um de seus fiéis, anda pelo Brasil a disseminar suas ideologias próprias, à semelhança de um guru, distorcendo e destoando as inteligências, que de muitos já estão distorcidas devido aos vícios da modernidade, corropendo as vontades, que, em vez de aderirem ao Bem, muitas vezes, aliciadas, aderem às figurações de bens propostas por estes sectários.

Rezemos à Nossa Senhora, Aquela que um dia esmagou a cabeça de Satanás, que esmague no presente todos aqueles que visam, mediante uma gnose barata, um conhecimento infundado, mas tido como libertador, destruir a Verdade, a Bondade e a Beleza das almas.

Prof. Paulo Babosa

Rio de Janeiro, 05 de junho de 2009 – 17:12

Salve Maria!

Paulo Barbosa disse

Junho 5, 2009 às 7:43 pm

Amanhã, sábado, 05 de junho de 2009, Orlando Fedeli estará mais uma vez no Rio, no bairro do Méier, e desta vez o tema de sua aula será caluniar aos que saíram de sua companhia. Como é farta a multidão dos imbecis… Ainda este tipo encontra elementos que o ouve e aplaude, mas por pouco tempo, pois, como os antigos dizem, o tempo é o senhor da história e um dia este contador de estórias ficará só…

Dom Orani deve providenciar aqui no Rio de Janeiro também a retirada deste senhor que mimeticamente, quando surpreendido pelas autoridades eclesiásticas, diz que apenas ensina história, e junto aos seus acrescenta: história da missa, do vaticano, etc etc… Veja a baixeza do baixinho e alopécico senhor…

Paulo Barbosa

Rio de Janeiro, 04 de junho de 2009.

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VEJA OS FRUTOS DE ORLANDO FEDELI

QUEM É PAULO BARBOSA ?

VEJA SUAS PROPRIAS DECLARAÇÕES

COHLIDAS EM UM BLOG SEDEVACANTISTA

DE SANDRO DE PONTES

Declaração Oficial

do ex-coordenador da Montfort, RJ

Prezados amigos, salve Maria.

O blog Parusia publicou declaração do ex coordenador da Montfort no Rio de Janeiro, o senhor Paulo Barbosa. Nela, este nosso irmão fala sobre dois assuntos: a relação com o prefessor Orlando Fedeli e a sua posição sobre a crise na Igreja. Eis o link:

Este Link citado foi retirado do ar:

http://parusiavr.blogspot.com/2009/02/declaracao-oficial-do-ex-coordenador-da.html

Um abraço a todos e rezemos pela unidade fundamentada na verdade de todos aqueles que amam e Igreja e rejeitam o Vaticano II e a missa nova, ou seja, os tradicionalistas e os sedevacantistas. (frutos de Fedeli)

Sandro de Pontes

Declaração Oficial do ex-coordenador da Montfort, RJ

O Sr. Orlando Fedeli, a quem muito estimo, meu compadre, padrinho de meu filho Gustavo Maria Mota Barbosa, a quem devo uma parcela considerável do meu conhecimento, vem a tempo enviando-me e-mails onde, numa atitude que ultrapassa sua estatura de leigo e professor de História erige-se em perscrutador do interior humano indagando qual ou quais proposições de fé fazem parte de minha adesão intelectual. Responderei-lhe sim, mas antes deixarei consignado que sempre o tive como mero professor, profundo em alguns tópicos de história, superficial em outros que não sejam da área histórica, como por exemplo filosofia e teologia, mas que mesmo assim dispunha-se a ensinar. Nunca passou por minha cabeça, durante os cinco anos em que me relacionei tanto com Orlando Fedeli, quanto com outros robustos membros da Associação Cultural Montfort, considerá-lo como superior de minha consciência a ponto de ter que lhe dar satisfação de minhas disposições interiores, em qualquer área que seja, mormente na de Fé. Diz o adágio: internis nec Ecclesia se nec Ecclesia. Quanto mais Orlando Fedeli. Porém fazendo uso de minha liberdade de arbítrio, sem coação de quem quer que seja, mas espontaneamente, faço a seguinte declaração:Declaro publicamente a todos que adiro firmemente ao Magistério universal da Igreja Católica, a Fé universal comum a clérigos e leigos, transcendente a todos os tempos e cabeças humanas. Pelo que não sigo o “critério próprio livre” do Concílio Vaticano II e de seus papas e bispos da “nova igreja católica” conciliar, mas sim a vacância da Sé Apostólica de São Pedro.

Paulo Barbosa (assinatura)

Ex- coordenador do “Grupo Amigos da Montfort”, do Rio de Janeiro, Brasil

O Prof. Paulo Barbosa é latinista e atualmente reside no Rio de Janeiro. Teve seu nome por muito tempo na página principal da Montfort como professor de Latim.

Meu próprio comentário:

Lamentávelmente postei este comentário que recebi do Professor Paulo Barbosa, primeiramente falando sobre seu afastamento da Montfort, que na verdade seria muito bom, mas evidentemente se tornar um sedevacantista possa ser ainda algo muito pior para ele como Católico, se bem que para nós é bem melhor, porque assume sua condição verdadeira que é não ser um verdadeiro Católico já que não aceita Bento XVI como seu Papa.

Como ele mesmo declarou, uma boa parcela de seus conhecimentos são oriundos dos ensinamentos de Orlando Fedeli, ensinamentos estes que culminaram em sua decisão de se tornar um Sedevacantista, somando-se a varios outros ex. Monfortinos como Sandro de Pontes, Rodrigo Antonio Maria Silva e Felipe Coelho e outros que não conheço.

Como o Sr. Fedeli ensina a divisão e a insubimissão aos verdadeiros pilares da Igreja Católica, acaba levando as pessoas a não crerem em mais nada e a não se submeterem a mais ninguém alem de si mesmas dando um grito de liberdade inclusive de seu próprio guru Orlando Fedeli.

Lamento lhe dizer isto professor Paulo, mas a sua decisão é um efeito dos conhecimentos que o Sr. absorveu do guru Orlando Fedeli, do qual acabou de se divorciar, abandone também os seus ensinamentos e volte para a Igreja verdadeira que é conduzida por Bento XVI, nosso verdadeiro Papa.

Caso contrário só posso lamentar que sua condição atual seja ainda pior que a anterior.

Deus te ama.

Maria Mãe de Deus.

(Martinho Lutero, ”Comentário do Magnificat”, cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista ”Jesus vive e é o Senhor”).

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Mãe de Deus

”Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade.” Martinho Lutero”Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe [para Maria] um carro de ouro e conduzi-la com quatro mil cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: ‘Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano’. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo e, apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria.” (Martinho Lutero – Comentário do Magníficat).

(Martinho Lutero, ”Comentário do Magnificat”, cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista ”Jesus vive e é o Senhor”).

Veja muitos detalhes sobre este assunto “Link aqui na Virgem

La Virgen Maria en las religiones no católicas.

La Virgen Maria.

Elbson do Carmo

Lendo as palavras acima, ditas por Martinho Lutero, o “reformador” protestante. Ficamos a nos perguntar quais as razões do tratamento dispensado pelo mesmo protestantismo a Nossa Senhora, Mãe de Deus. Haja vista, Lutero baniu a Igreja de sua confissão, mas não fez o mesmo com Maria, da qual se refere de forma devotada e amorosa em diversos de seus escritos:

”Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe [para Maria] um carro de ouro e conduzi-la com quatro mil cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: ‘Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano’. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo e, apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria.” (Martinho Lutero – Comentário do Magníficat).

O sentimento antimariano que presenciamos entre os protestantes não faz parte do verdadeiro ideal da Reforma, mas surgiu pelo falso receio de que o ”brilho” de Maria pudesse sombrear ou apagar a verdadeira Luz, que é Jesus Cristo. Graças a Deus, hoje podemos enxergar mudanças em alguns fiéis e teólogos evangélicos, reconhecendo o verdadeiro sentido e valor da Santa Mãe de Deus, tal como defende a Igreja Católica. Mas essa mudança ainda custa a se fazer sentir no nosso dia-a-dia.

O presente e-book (livro eletrônico), versa justamente sobre as contestações suscitadas a respeito da figura de Maria na história e na Vida da Igreja universal. Contestações que muitas vezes beiram o absurdo quando notamos um comportamento notadamente antimariano, onde se chega a “demonizar” a própria Mãe de Jesus, nosso Salvador. Outrossim, tais contestações são apresentadas de forma aparentemente fundamentada, com diversas citações bíblicas escolhidas convenientemente, com uma linguagem extremamente sedutora em tentar provar o contrário daquilo que o próprio Deus sacramentou como verdade. Deus não precisava de Maria, quis precisar. Não para qualquer tarefa, mas para ser a Mãe do Salvador de todos os homens, independentemente de credo desses últimos.

O autor do livro, o nosso jovem Carlão, nos conduz passo a passo, numa linguagem acessível e com uma objetividade notável, pelos caminhos desse estudar nos passos de Maria. Sua bem fundamentada resposta às proposições de um pastor protestante – autor de um livro intitulado “Caminhando nos Passos de Maria” – se vê robustecida pelo claro objetivo de elucidar ao invés de confrontar, de corrigir com caridade ao invés de desqualificar.

Receber a caridosa oferta do Carlão para que seu “pequeno grande” livro fosse veiculado através do Portal Universo Católico, foi alvissareira. Numa comunicação posterior, o mesmo me informava que aguardava a aprovação eclesiástica do livro, para que o mesmo me fosse remetido, o que despertou curiosidade. Mas de posse do material prévio para publicação, devidamente autorizada por D. Alano Maria Pena (Arcebispo de Niteroi – RJ), a emoção primeira se verteu num estado de graça, de alguém que recebia uma benção especial. Um verdadeiro presente de Jesus e Nossa Senhora. Uma grata oportunidade de levar a tantos de meus irmãos católicos e especialmente aos irmãos evangélicos, uma obra que certamente os ajudará a elucidar muitas dúvidas, ou a desfazer-se de vários preconceitos.

”Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (João Calvino, Comm. Sur l’Harm. Evang.,20)

Por fim, fica o meu convite a sua leitura. Você poderá solicitar do autor um exemplar impresso. Mas poderá também imprimir, copiar, enviar via e-mail aos seus amigos, tudo isso citando a fonte e o contato do autor. Seja bem vindo a esse estudo nos passos de Maria.

Fontes:

http://paroquiasaofrancisco.com/Diversos/MaedeDeusporMartinhoLutero.htm

MARIOLOGIA –

Paróquia São Francisco – Natal – Rn

Curiosidade:

Genebra – Suiça – parede dos Reformadores.

https://presentepravoce.files.wordpress.com/2008/05/terco.jpg
https://presentepravoce.files.wordpress.com/2008/03/ostia-043.jpg

Mais  alguns comentários do próprio Lutero que jamais abandonou Maria até o fim de sua vida.

(Martinho Lutero – Comentário do Magníficat).

 

“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle. Os ‘irmãos’ significam realmente ‘primos’ aqui: a Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de ‘irmãos’.” (Martinho Lutero, Sermões sobre João 1-4, 1534-39)

“Cristo, nosso Salvador, foi o fruto real e natural do ventre virginal de Maria. Isto se deu sem a cooperação de um homem, permanecendo virgem depois do parto.” (Martinho Lutero, idem.)

“Deus diz: ‘o filho de Maria é meu Filho somente.’ Desta forma, Maria é a Mãe de Deus.” (Martinho Lutero, Ibidem)

“Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja conseqüentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como o seu filho não são dois filhos… Mesmo que tenha duas naturezas.” (Martinho Lutero, “Nos Conselhos e na Igreja”, em 1539)

“É cheia de graça, proclamada para ser inteiramente sem pecado, algo tremendamente grande. Para que fosse cheia pela graça de Deus com tudo de bom e para fazê-la vitoriosa sobre o diabo.” (Martinho Lutero, Livro Pessoal de Oração, 1522)

A veneração de Maria está inscrita no mais profundo do coração humano.” (Martinho Lutero, Sermão em 1º de setembro de 1522.)

“Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo… Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)

“Nenhuma mulher é como tu! És mais que Eva ou Sara, sobretudo, pela nobreza, bem-aventurança, sabedoria e santidade!” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)

“Devemos honrar Maria como ela mesma desejou e expressou no Magnificat. Louvou a Deus por suas obras. Como, então, podemos nós a exaltá-la? A honra verdadeira de Maria é a honra a Deus, louvor à graça de Deus. Maria não é nada para si mesma, mas para a causa de Cristo. Maria não deseja com isso que nós a contemplemos, mas, através dela, Deus.” (Martinho Lutero, Explicação do Magnificat, em 1521.)

Lutero vai além: dá à Bem-Aventurada Virgem Exaltada a posição de “Mãe Espiritual” para os cristãos.

“É a consolação e a bondade superabundante de Deus, o homem pode exultar por tal tesouro: Maria é sua verdadeira mãe, Jesus é seu irmão, Deus é seu Pai.” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1522.)

“Maria é a Mãe de Jesus e a Mãe de todos nós, embora fosse só Cristo quem repousou no colo dela… Se ele é nosso, deveríamos estar na situação dele; lá onde ele está, nós também devemos estar e tudo aquilo que ele tem deveria ser nosso. Portanto, a mãe dele também é nossa mãe..” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1529.)

Fontes:

Veja mais em, com Prof. Felipe de Aquino:

Lutero, os Reformadores e Nossa Senhora
Publicado por Tht em 13/5/2008

 

TRADIÇÃO E “TRADICIONALISTAS”.

Dom João Wilk, Bispo da Diocese de Anápolis esclarece a seus fiéis sobre modernismo, tradição e Radicais-Tradicionalistas, publicando o texto de Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa no site oficial da Diocese de Anápolis, texto esse de grande aceitação e publicado também em diversos outros sites de cunho “apologético” que defendem a verdadeira fé e doutrina Católica aprovada pelo Magistério oficial da Igreja em Comunhão com o Papa Bento XVI e todo o clero brasileiro,


Tradição e “tradicionalistas”

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa,
sacerdote do clero secular
da Diocese de Anápolis,
15/12/2007


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Qualquer católico que se dedique a estudar essa questão através do Magistério da Igreja e a ação dos Romanos Pontífices, perceberá que o que se deseja é a unidade e a paz na Igreja. O católico sempre tem uma visão ampla das coisas; de fato a palavra “católico” significa “universal”. A Igreja sabe ser “santamente intransigente” no que é de fé e de moral, mas também sabe ser “santamente transigente” em tudo aquilo que pode ser ocasião de um diálogo aberto com o mundo sem abandonar o que Cristo lhe deixou para levar as pessoas ao céu.

É verdadeiramente doloroso ver o Papa e os bispos em comunhão com ele serem combatidos por “fiéis” que em nome da “fidelidade” ao que chamam “tradição” lutam contra os guardiães e autênticos intérpretes da própria Tradição.

Esse artigo, no seu título leva a palavra “tradicionalistas” entre aspas, porque sabemos que sob essa palavra há uma realidade concreta, muito ampla e complexa. Mormente nos referimos nesse artigo àqueles tradicionalistas que se afastaram da comunhão Católica e a ela não voltaram ou àqueles que, ainda que se dizem em comunhão com a Igreja, combatem-na.


1 – Movimento modernista

Uma ocasião de reflexão dentro da Igreja do que significa a Tradição foi sem dúvida, entre outros, o movimento chamado “modernismo”, que designa um movimento intelectual no âmbito eclesiástico e que influenciou bastante durante os séculos XIX e XX. Dois autores que representam esse movimento: os franceses Paul Sabatier e Alfred Loisy.

Contra o modernismo foram dirigidos os famosos documentos: o Decreto Lamentabili sane exitu, (03/07/1907) do Santo Oficio, e a Encíclica Pascendi Dominici Gregis (08/12/1907) do Papa São Pio X.

O Decreto Lamentabili condena e proscreve 65 proposições modernistas. Segundo o decreto, o modernismo defende que a leitura que a Igreja faz da Bíblia não é correta, conseqüentemente defendem esses autores uma oposição entre dogma e história. O Cristo da história seria um homem com simples ciência humana, que não teve a intenção de fundar uma Igreja. Dessa maneira, a Igreja não teria origem divina nem uma autoridade sobre-humana. A Moral e os Sacramentos nesse contexto também não teriam um grande valor já que seriam adaptações de fenômenos históricos com pretensão de ser imutáveis.

Com relação à Pascendi, é grande obra intelectual que pressupõe muita leitura por detrás. A primeira parte da encíclica expõe as doutrinas modernistas; a segunda, as reprova como inaceitáveis (são erros sobre Jesus Cristo, a Igreja e os Sacramentos, principalmente). A tradição, segundo os modernistas, protegida pela Igreja, é a comunicação de uma experiência religiosa original que, mais cedo ou mais tarde, acaba enfrentando-se com o progresso.

O decreto e a encíclica, ao entrar em luta contra o modernismo, queriam dar resposta a uma situação pontual, que responde a uma determinada época histórica. Logicamente, esses documentos continuam válidos. No entanto, não seria razoavelmente válido julgar a nossa época da mesma maneira que se fez no principio do século XX e usar a linguagem do documento para atacar e combater o Concílio Vaticano II, a bispos que estão em perfeita comunhão com o Papa e com o seu Magistério.


2 – O cisma de um bispo francês

Marcel Lefebvre (1905-1991) se opôs, durante o mesmo Concílio Vaticano II, à colegialidade episcopal, à relação da Igreja com o mundo, à liberdade religiosa. Não assinou a Constituição Dogmática Gaudium et Spes nem a Dignitatis Humanae. Em 1970 fundou em Friburgo, na Suíça, a “Fraternidade Sacerdotal S. Pio X”, que chegou até a ser aprovada pelo bispo do lugar como “pia união”.

Defendia vigorosamente que a tradição católica estava em perigo de perder-se a partir do Concílio Vaticano II. Esse Concílio representava para ele uma autêntica ruptura com a Tradição. O movimento tradicionalista devia opor-se a isso, inclusive frente à autoridade suprema do Romano Pontífice. O seminário de Êcone atuava como se não houvesse existido um Concilio e nesse seminário de Lefebvre se criticava duramente o Concílio Vaticano II e o Papa Paulo VI.

Numa declaração do dia 21 de novembro de 1974, Lefebvre fez pública uma declaração sua na qual atacava diretamente Roma e o Concilio Vaticano II. Insistiu em apelar ao “Magistério de sempre”, à “Igreja de sempre”, à “Liturgia de sempre”, à “Tradição”, que seriam a vida da Igreja anterior ao Concílio Vaticano II. Curiosamente, “adesão sem reserva à Santa Sé e ao Vigário de Cristo” não significa para Lefebvre submissão às medidas da Santa Sede e do Vigário de Cristo!

No dia 29 de junho de 1976, Lefebvre ordenou – apesar da proibição do Papa – 13 diáconos e 13 presbíteros. No dia 1º de junho do mesmo ano foi suspenso a divinis. Paulo VI escreveu-lhe novamente no dia 15 de agosto de 1976 convidando-o a retificar. Recebeu-o em audiência privada no dia 11 de setembro. Com todo esse esforço do Papa, nenhum sinal de submissão por parte do arcebispo, tão somente respostas vazias. O Papa Paulo VI morreu em 1978 e João Paulo II, no mesmo ano, recebeu o arcebispo Lefebvre em audiência.

Ainda que os gestos de bondade da Santa Sé tenham sido tantos, Lefebvre não depôs a sua atitude, não se submeteu. O mesmo cardeal Ratzinger, atual Papa Bento XVI, se aproximou tentando a reconciliação. Nada! Dia dramático: 30 de junho de 1988, Lefebvre ordenou bispos a quatro sacerdotes sem o mandato apostólico. Um ato verdadeiramente cismático!

Como se pode perceber, Lefebvre tem um conceito de tradição muito próprio. Para ele, a liturgia eucarística segundo o rito latino promulgado por S. Pio V, a liberdade religiosa tal como se compreendia até o Decreto Dignitatis Humanae, a formação sacerdotal, etc., têm validez tradicional única em quanto que são anteriores ao Concílio Vaticano II. A argumentação de Lefebvre é esta: já que o Concílio Vaticano II rompeu com a tradição, basta saber se uma coisa é anterior a esse Concílio para ter validez.

O conceito de tradição que manejou Lefebvre e seus seguidores fiéis não é católico e de fato os conduziu para fora da Igreja Católica. Esta, em resposta ao movimento integrista, se viu levada a refletir amplamente sobre o sentido verdadeiro da Tradição.



3 – O que é Tradição?

É preciso distinguir entre a Tradição Apostólica, ou “grande tradição”, das tradições teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais. A Tradição Apostólica está afetada pela temporalidade que dura, já que não pode existir interrupção entre o momento original da entrega (traditio) do Evangelho e o hoje da Igreja. Em quanto às tradições disciplinares, teológicas, litúrgicas etc., leva em si o critério da duração que lhe afeta apenas relativamente, não de uma maneira absoluta. Lefebvre insiste em conteúdos materiais e fixa, ele mesmo, um limite temporal: o anterior ao Concílio Vaticano II. Mas, perguntamos, com que autoridade?

Curiosamente, Lefebvre assinou a Constituição Dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, que explica o sentido da Tradição. Nesse documento se ensina que a revelação divina tem lugar não só na Palavra, mas também na história. Afirmar constantemente a imutabilidade de Deus é ficar em apenas um dos aspectos. É preciso também ressaltar que Deus falou com os homens na história. Essa locução de Deus na história faz com que esteja irremediavelmente afetada pelo elemento histórico. É preciso que tenhamos bastante presente que o Verbo de Deus se fez carne na nossa história e que se dirigiu ao ser humano com linguagem humana, com toda a limitação que essa linguagem leva consigo.

O movimento “tradicionalista” tem uma visão de tradição que se confunde com o “tradicional”, de tal maneira que o tradicional acaba sendo o critério para julgar a própria verdade de fé, tem um sentido de tradição que reclama ser um critério absoluto, e, com esse critério, muitos membros desse movimento têm a ousadia de enfrentar até mesmo a autoridade do Papa e dos Bispos em comunhão com ele. Ora, tal visão distorcida do verdadeiro sentido da tradição da Igreja se transforma em destruidora da mesma Igreja indestrutível.

O conceito de tradição que Lefebvre tem é muito perigoso, já que desde um ponto de vista eclesiológico não reconhece a presença do Espírito Santo na Igreja do Concílio Vaticano II, dando a entender que a Igreja falhou na sua missão de guardar a doutrina verdadeira e de guiar os fiéis na verdade de Cristo. Há uma ruptura no tempo. A impressão que temos é que, segundo alguns setores tradicionalistas, a Igreja parou em Pio XII, e que vale apenas deste Papa para trás e que todo o posterior a João XXIII e o Concílio Vaticano II, como estaria, segundo essa visão, contaminada de modernismo, não seria válido, já que não é tradicional. Que absurdo!


Ecclesia reformanda.

A Igreja necessita de continua reforma, de dois tipos:
1 – necessita de reforma porque tem em seu seio os pecadores; sendo santa deve buscar sem parar a santidade que só terá em plenitude na escatologia;
2 – necessita de reforma porque é um organismo vivo afetado pela história. Quanto a este segundo tipo, é lógico que não se pode estar sempre e em contínuas reformas, já que ininterruptas reformas levariam a uma perda de identidade, mas – também é lógico – a Igreja não pode fechar-se a toda mudança em nome de uma “identidade” falsamente entendida; se assim fosse, a Igreja seria mero objeto de museu.

Ainda que a eleição dos meios determinados de uma reforma por parte da autoridade da Igreja não seja objeto de fé, pede dos fiéis a obediência que exige a comunhão eclesial. Essa obediência não impede que determinado fiel bem formado possa ter um juízo pessoal sobre se é adequado ou não determinadas medidas para conseguir a reforma que se pretende. Esse juízo, no entanto, não pode estabelecer-se de modo absoluto, nem ser comunicado indiscriminadamente; se ficasse dessa maneira afetada a comunhão na Igreja.


4 – João Paulo II e Bento XVI

Como já dissemos, a trajetória de Lefebvre tem um dia bastante dramático, 30 de junho de 1988, por causa da ordenação episcopal de quatro sacerdotes que aconteceu naquele dia. Foi um ato cismático já que para consagrar um bispo é necessário o mandato pontifício, que Lefebvre não tinha. Eles ficaram, portanto, fora da comunhão da Igreja Católica.

Esse acontecimento deu lugar à Carta Apostólica de João Paulo II em forma de “Motu Proprio”, Ecclesia Dei adflicta, de 02 de julho de 1988.


Nesta Carta o Papa fala da aflição da Igreja ao tomar conhecimento da ordenação episcopal do dia 30 de junho, feita pelo arcebispo Marcel Lefebvre. A ordenação “foi uma desobediência ao Romano Pontífice em matéria gravíssima e de importância capital para a unidade da Igreja”. Foi um ato cismático. Lefebvre e os quatro ordenados incorreram em excomunhão.


O Papa diz, ademais, que se maneja nesse ambiente tradicionalista uma noção incompleta e contraditória de Tradição. “Incompleta, porque não tem em suficiente consideração o caráter vivo da Tradição”. Depois, o Papa dá uma ênfase especial ao falar da contradição que tal noção implica: “Mas é sobretudo contraditória uma noção de Tradição que se opõe ao Magistério universal da Igreja, do qual é detentor o Bispo de Roma e o Colégio dos Bispos. Não se pode permanecer fiel à Tradição rompendo o vinculo eclesial com aquele a quem o próprio Cristo, na pessoa do Apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja”.


O Papa fala também do grave dever que têm todos os fiéis de permanecer unidos ao Vigário de Cristo na unidade Católica e que não podem apoiar o movimento de Lefebvre. Além do mais, “a adesão formal ao cisma constitui grave ofensa a Deus e comporta a excomunhão estabelecida pelo Direito da Igreja”.


A bondade dos Papas nessa questão, tanto de Paulo VI em seu tempo, quanto de João Paulo II e de Bento XVI se faz notar. João Paulo II constituiu a Comissão Ecclesia Dei para que os fiéis ligados a essas tradições litúrgicas e espirituais possam continuar unidos ao Sucessor de Pedro conservando ao mesmo tempo tais tradições. Bento XVI foi também generosíssimo: concedeu o recente “Motu Proprio” Summorum Pontificum, no qual diz que a forma de celebrar os Sacramentos segundo o Missal de 1962 (Missa de Pio V retocada por João XXIII) é a forma extraordinária do único Rito Romano, enquanto permanece como forma ordinária a liturgia querida por Concílio Vaticano II e promovida pelo Papa Paulo VI.

O que o Papa João Paulo II já tinha previsto no “Motu Próprio” Ecclesia Dei sobre o uso da edição típica do Missal Romano de 1962, Bento XVI aplica generosamente para toda a Igreja. Será que ainda assim há pessoas descontentes? A resposta parece ser afirmativa!

Também não se pode dizer que Summorum Pontificum é simplesmente um “voltar atrás”. O cardeal Dario Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Ecclesia Dei, fez uma intervenção na V CELAM em Aparecida no dia 16/05/2007, apresentando a situação atual da Comissão. Dizia o cardeal que o intuito do Papa ao conservar e manter o valor da liturgia dita de São Pio V não é voltar aos tempos anteriores à reforma de 1970, mas de “uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr à disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos.” Trata-se, como diz o Papa, da forma extraordinária do Rito Romano sendo que a forma ordinária é a liturgia celebrada conforme o Missal de 1970 ou de Paulo VI. Penso sinceramente que o Papa Paulo VI não foi compreendido e espero vê-lo um dia elevado à glória dos altares. Foi um homem que sofreu muito e muito lutou pela Santa Igreja!


Extraímos, a partir de agora, e comentamos alguns trechos do discurso que o Papa Bento XVI fez no dia 22 de dezembro de 2005 à Cúria Romana no qual reconhece o drama da recepção e da situação do pós-concilio Vaticano II, mas “por que – pergunta o Papa – a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil?” O Papa fala de dois tipos de interpretação, uma que seria a hermenêutica da descontinuidade e da ruptura, que “corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar”, e a outra seria a hermenêutica da reforma, que seria “renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, porém, sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho”.


A hermenêutica da descontinuidade e da ruptura seria a maneira de pensar tanto no chamado “progressismo” quanto no chamado “tradicionalismo” dentro da Igreja. O argumento é igual nas duas tendências: ambas não aceitam o Concílio Vaticano II. O “progressismo”, porque ao apoiar-se num falso “espírito do Concílio”, realiza o que o Concílio não disse nem teve intenção de dizer. O “tradicionalismo”, ainda que queira ser fiel à Tradição, o que faz é “inventar” um conceito de tradição, que não é o da Igreja.
O Papa Bento XVI, ao contrário dessas duas tendências, fala da importância da “dinâmica da fidelidade”, e continua: “num Concílio, dinâmica e fidelidade devem tornar-se uma só coisa.” O Papa, aceitando que é preciso continuar progredindo, sempre em fidelidade, diz: “É claro que este cuidado de exprimir no modo novo uma determinada verdade exige uma nova reflexão sobre ela e uma nova relação vital com a mesma; é claro também que a nova palavra pode maturar somente se nasce de uma compreensão consciente da verdade expressa e que, por outro lado, a reflexão sobre a fé exige igualmente que se viva esta fé. Neste sentido o programa proposto pelo Papa João XXIII era extremamente exigente, como também é exigente e dinâmica a síntese de fidelidade.”


O programa proposto pelo Bem-aventurado João XXIII é um programa exigente. Alguns não querendo seguir esse programa preferem ficar ancorados num passado cômodo, sem exigência. Ainda é a voz do Papa: “Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce todavia, e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.”


Em concreto, “O Concílio Vaticano II – continua Bento XVI –, com o Decreto sobre a liberdade religiosa, reconhecendo e fazendo seu um princípio essencial do Estado moderno, recuperou novamente o patrimônio mais profundo da Igreja. Ela pode ser consciente de encontrar-se assim em plena sintonia com o ensinamento do próprio Jesus (cf. Mt 22, 21) como também com a Igreja dos mártires, com os mártires de todos os tempos.”


“ Assim podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar ao Concílio Vaticano II: se o lemos e recebemos guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja” – a avaliação ainda é de Bento XVI.


5 – Ainda sobre o verdadeiro sentido da Tradição


No dia 26 de abril de 2006, numa audiência geral, o Santo Padre Bento XVI continuava explicando o verdadeiro sentido da Tradição: “A Tradição apostólica da Igreja consiste nesta transmissão dos bens da salvação, que faz da comunidade cristã a atualização permanente, na força do Espírito, da comunhão originária. Ela é chamada assim porque surgiu do testemunho dos Apóstolos e da comunidade dos discípulos no tempo das origens, foi entregue sob a guia do Espírito Santo nos textos do Novo Testamento e na vida sacramental, na vida da fé, e a ela, a esta tradição, que é toda a realidade sempre atual do dom de Jesus, a Igreja refere-se continuamente como ao seu fundamento e à sua norma através da sucessão ininterrupta do mistério apostólico.”


Como se pode observar, a Tradição é “transmissão dos bens da salvação”. Não se trata de elementos históricos mutáveis; esses seriam “tradições”, que a Igreja pode mudar se assim vê oportuno e mais adequado às circunstâncias históricas. O mesmo Concílio de Trento, na sua XXI Sessão (16/07/1562), capítulo II, deixava bem claro este principio: a Igreja sempre tem poder de estabelecer ou mudar aquilo que segundo as circunstâncias, tempos e lugares, julgue conveniente à utilidade dos fiéis ou à veneração dos mesmos sacramentos, contanto que fique salvo o essencial deles (salva illorum substantia). Acaso não foi isso que o Concílio Vaticano II fez com relação a reforma litúrgica?!


Além do mais, os que pretendem colocar a chamada Missa tridentina como única possibilidade, não estão, por acaso, excluindo todos os demais ritos católicos?


A Tradição – continua Bento XVI – “não é a simples transmissão material de quanto foi doado no início aos Apóstolos, mas a presença eficaz do Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado, que acompanha e guia no Espírito a comunidade por ele reunida.” Relaciona, portanto, Tradição e historicidade da Igreja. Tradição é também comunhão: “A Tradição é a comunhão dos fiéis à volta dos legítimos Pastores no decorrer da história, uma comunhão que o Espírito Santo alimenta garantindo a ligação entre a experiência da fé apostólica, vivida na originária comunidade dos discípulos, e a experiência atual de Cristo na sua Igreja.”


E finalmente, apreciamos a beleza dessa comparação do Santo Padre “Tradição não é transmissão de coisas ou palavras, uma coleção de coisas mortas. A Tradição é o rio vivo que nos liga às origens, o rio vivo no qual as origens estão sempre presentes. O grande rio que nos conduz ao porto da eternidade.”


Queremos citar ainda um trecho da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Palavra de Deus, Dei Verbum. Tradição – segundo DV 8 – é o que foi “transmitido pelos Apóstolos, abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita.” Essa Tradição é susceptível de progresso na Igreja, isso sob a assistência do Espírito Santo: progride a percepção das realidades transmitidas.

Concluímos com aquelas palavras de Dom João Wilk, que penso que todo fiel deve tomá-las para si consciente ou inconscientemente e que resumem de uma maneira admirável o que queríamos dizer até agora. Estão tiradas de sua homilia de posse da nossa Diocese anapolina, no dia 15 de agosto de 2004:

“Permitam-me, irmãos e irmãs, um momento de sinceridade e franqueza. Há pessoas que perguntam se sou conservador ou progressista… Pessoalmente, acho inadequada tal distinção, porque a realidade da Igreja é muito mais ampla do que essas duas palavras. Se por conservadorismo se entende o amor e a salvaguarda dos valores humanos e religiosos, eu sou conservador. Se pelo mesmo se entende apego às coisas secundárias e já superadas, eu não o sou. Se por ser progressista se entende o compromisso de fé e de verdade com novas realidades e desafios, eu sou progressista. Mas se consiste em ter atitudes discordantes ou de simples contestação, eu não o sou.
“É -me muito cara a parábola do pedreiro. Para exercer bem a sua profissão, usa a linha e o prumo. Simples e eficaz. Linha e prumo levam o profissional à perfeição.
“ Tenho por prumo a fidelidade ao eterno e imutável depósito da fé, herdado dos apóstolos. Tenho por linha a fidelidade ao atual Magistério da Igreja. Com estas ferramentas, quero trabalhar e ajudar a Igreja a crescer.”


OBSERVAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:

Parte considerável dessa pequena investigação se deve ao professor César Izquierdo, doutor em Teología pela Univesidade de Navarra e professor na mesma, ao qual agradecemos o material cedido. Há dois textos desse autor nos quais me apóio bastante: um livro publicado em 2006, Parádosis – estúdios sobre la Tradición (EUSA – Pamplona); o capítulo IV estuda diretamente o caso Lefebvre; um artigo que está publicado na página web da Universidade de Navarra pelo “Anuário de Historia de la Iglesia” (Año 2007, nº16), Como se há entendido el “modernismo teológico”: discusión historiográfica ( http://www.unav.es ). Muitas expressões usadas são simples traduções do espanhol ao português.


Outra boa parte desse trabalho tem sua fonte na Carta Apostólica em forma de “Motu Proprio” Ecclesia Dei, de 02-VII-1988, de João Paulo II, de um discurso de Bento XVI à Cúria Romana do dia 22/12/2005 e de uma audiência geral do mesmo Papa (26/04/2006).


Além do mais, foram consultados o Denzinger, a página web do CELAM (http://www.br.celam.info) e a página web da Diocese de Anápolis (http://www.diocesedeanapolis.org.br).


Pe. Françoá Costa



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http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/eucaristia.jpg

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Orlando Fedeli Apagou um pedaço da Carta porque citava um texto bíblico que lhe deixava numa saia justa.

Porque será que o Prof. Orlando Fedeli da Montfort evita citar textos da Bíblia Católica ?

Porque será que os seguidores de Dom Lefebvre dizem que Batismo no Espírito Santo Não existe, mesmo quando se lê na Bíblia que Jesus nos Batizará no Espírito Santo, com fogo e com poder ?

Leia o texto que simplesmente foi deletado e nem ao menos citado.

O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, 2- de hipócritas e impostores que, marcados na própria consciência com o ferrete da infâmia, 3 – proíbem o casamento, assim como o uso de alimentos que Deus criou para que sejam tomados com ação de graças pelos fiéis e pelos que conhecem a verdade. 4 – Pois tudo o que Deus criou é bom e nada há de reprovável, quando se usa com ação de graças. 5 – Porque se torna santificado pela palavra de Deus e pela oração. 6 – Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão. 7 – Quanto às fábulas profanas, esses contos extravagantes de comadres, rejeita-as. 8 – Exercita-te na piedade. Se o exercício corporal traz algum pequeno proveito, a piedade, esta sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da vida presente e da futura. 9 – Eis uma verdade absolutamente certa e digna de fé: 10 – se nos afadigamos e sofremos ultrajes, é porque pusemos a nossa esperança em Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, sobretudo dos fiéis. 11 – Seja este o objeto de tuas prescrições e dos teus ensinamentos. 12 – Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade. 13 – Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. 14 – Não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembléia dos anciãos te impôs as mãos. 15 – Põe nisto toda a diligência e empenho, de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento. 16 – Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem.

I Timóteo, 4

Segue minha declaração:

Prof. Orlando Fedeli voltando das aulas proferidas em Anápolis decidiu denegrir a pessoa de nosso bispo a qualquer custo, inventando que foi proibido de proferir suas aulas aqui na cidade, se referiu em suas acusações à um certo panfleto que foi disdriduído nas ruas da Cidade o proibindo de dar suas aulas.

Ninguem viu este panfleto, Creio Eu que nem mesmo ele tenha visto, porque tal panfleto nunca existiu. O que foi publicado em seu site seria um e_mail que circulou entre amigos de minha paróquia, onde Pe. Françoá era o Paroco até o mes de Setembro de 2007, entre esses paroquianos, havia um musico que é cunhado daquele que agendou as aulas com o Sr. Orlando Fedeli, este email chegou até mim, no qual incluí; “Sizenando, estou apenas repassando”, ele continha o texto acima vinculado.

Neste texto havia sim um conselho claro dizendo: “Rejeita-as” as Fábulas de Pessoas, que sem comunhão Plena com a Igreja, decidem instruir os Católicos no Caminho Correto. Sem Comunhão Plena são aqueles que defendem as posições de Dom Lefebvre, Bispo Frances Excomungado pelo Papa João Paulo II. Citado no e_mail do Bispo. Mas como tal e_mail continuu circulando, acabou sendo “ele” o que foi publicado na Montfort, que continha o texto de “Timoteo 4” descrito acima, e que foi abolido.

Falei com a pessoa que repassou o e_mail para a Montfort, ele negou a princípio, mais depois admitiu que este texto estava lá. No mesmo e_mail havia uma outra carta de minha autoria me dirigindo à pessoa que me enviou o Convite para as aulas de HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA, Carta essa que já está em meu blog intitulada Carta a Nicodemos., me dirijo a eles desta forma porque o evento estava camuflado e secreto sem o conhecimento de nosso bispo assim como Nicodemos Falou com Jesus na proteção da noite, e nem eu poderia imaginar tamanha complicação que eu estaria me metendo, no dia 03/02/08 em um encontro da RCC, de manhã, recebi a notícia que meu nome estava no site Montfort, pensei que fosse a minha Cartinha a Nicodemos Que Teria se encontrado com Jesus em Segredo., mas não, era o e_mail de Pe. Fançoá e do bispo. O Prof. Orlando Fedeli estava em Anápolis e 18 pessoas estavam lá com ele no local marcado para as aulas, nenhum de nós tentou impedí-lo. Pe. Françoá está na Europa desde Setembro de 2007 e foi citado como um leão de chácara na porta de nossa cidade Impedindo pessoas de dar aulas na UEG. Meu nome, que fora copiado por outro site, e está lá ainda, foi apagado do site Montfort quando comecei a escrever em todos os blog’s que encontrei pela frente a verdade sobre o maior fofoqueiro da internet, que ganha até mesmo, do Leão Lobo e do Poparazzo, pois tem, segundo ele mesmo, mais de 500,000 acessos de internet por més em seu site.

Uma pessoa que tem tantos assessos assim em seu proprio site, deveria pelo menos tratar com mais carinho, educação e respeito os seus próprios leitores, o que não é o caso, pois todo o Brasil conhece e comenta pela internet a grosseria que este tal “Dotô” em estória responde suas cartas, até mesmo as mais humildes. Nem seria necessário citar link’s, basta fazer uma busca na WEB por “Orlando Fedeli” e voce poderá conhecer o outro lado da moeda entrando nos site’s que não são a Montfot, na verdade existem textos lá também que o condenam muito mais que os outros, bastaria entrar em uma pagina chamada “homenagemfedeli.k6“, só ela diz tudo, toda grosseria e todos os link’s adversários com comentários ridículos.

Um outro site copiou da Montfort tudo que o condena, ordenando de uma forma correta e compreenssível, li um comentário lá hoje que perguntava o nome de quem escreveu aqueles textos, e o chamava de covarde. Mas que engraçado, pessoas que copiam as Textos do site Montfort escritos por Orlando Fedeli e colocam em seus Blog’s chamando o copiador da Montfort de covarde. Se são cópias da Montfort, logicamente o Autor só pode ser o Fedeli o grande covarde que se esconde atras de cartas com nomes alheios, terceiros ou simplesmente inventados mesmo, veja as cartas do Pe. Françoá e as minhas, nunca foram publicadas, e nem serão, até meu nome que estava lá foi apagado.

Neste caso ouvir os conselhos de São Paulo, um dos Padroeiros de nossa Paróquia, seria a ação mais sábia, ou o melhor caminho a seguir.

O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, 2- de hipócritas e impostores que, marcados na própria consciência com o ferrete da infâmia…

Quanto às fábulas profanas, esses contos extravagantes de comadres, REJEITA-AS, a carta de Pe. Françoã que vinha na seguencia nada mais dizia que um eco destas palavras de São Paulo nos aconselhando a não ir nas tais aulas do famosos Profesor de estória.

In Corde Jesu Semper.

A carta de Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa que Orlando Fedeli da Montfort não publicou.

Sou Françoá Costa, como é de conhecimento público no “site Montfort” foram publicadas a carta de Dom João Wilk e a minha, a ambas o prof. Fedeli respondeu agressivamente (cf.). Enviei uma outra, que não foi publicada até agora e não sei se publicará. Dou a conhecer aqui o conteúdo da carta enviada e não publicada. Para entender melhor o contexto seria preciso ler a carta do prof. Fedeli no site montfort dirigida ao meu bispo e a mim. Que pena que haja pessoas tão decididas a atacar sistematicamente o Concilio Vaticano II como esse senhor e seu séquito!

Confira: as cartas Clicando nos Links em azul.

Este texto foi retirado do site => entitulado: tres Links abaixo luterofedeli.wordpress.com.br

A carta que Fedeli não publicou

Mensagem do Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa, da diocese de Anápolis

Mensagem de Dom João Wilk, se defendendo de Orlando Fedeli e seu grupo

TRADIÇÃO E “TRADICIONALISTAS”.

Carta de Padre Fançoá ao:

Prof. Orlando Fedeli

Terminei ontem o meu jejum de quarta-feira de cinzas lendo a sua carta, dessa maneira a penitência foi completa.
Não lhe escreverei argumentando teologicamente, ou seja, como uma “fidens quaerens intellectum”, porque sei que o senhor já tem todas as suas idéias e são os outros que devem prostrar-se diante do senhor, inclusive o Papa: na sua cabeça, parece que todos estão errados menos o senhor e aqueles que estão de acordo com o senhor. Dá a impressão que o senhor é o seu próprio magistério.
Eu lhe agradeceria muito se tivesse jogado a minha “cartinha” na lixeira do seu computador, aliás, nem eu nem meu bispo lhe pedimos ou permitimos que a publicasse. Realmente, minha cartinha tem um tom bastante informal, está escrita para amigos e não para o site “montfort”. Não! Não é uma honra para eu sair no seu “quadro de honra”, nem mesmo peço para sair no último lugar da sua página. É sim uma honra sair ao lado do meu bispo, a quem tanto admiro.
Dessa vez lhe peço que publique essa minha “cartinha”, não é necessário que seja no quadro de honra, mas peço que a publique por uma questão de justiça. Ademais, essa é a última vez que peço que publique algo meu porque já não pretendo escrever-lhe: pessoas como o senhor não estão abertas ao diálogo! E eu, como sacerdote, tenho muito que fazer. E isso porque eu gosto de entrar em diálogo com as pessoas, em primeiro lugar com os meus irmãos católicos, mas não só, de fato, – e não se escandalize – tenho até amigos protestantes, já conversei com mulçumanos e tenho um carinho especial pelo povo judeu (Jesus Cristo, Nossa Senhora e os Apóstolos eram judeus!).
Além do mais, parece que o seu encontro em Anápolis não foi muito numeroso! Creio que as nossas cartinhas, a do bispo e a minha, não serviram de publicidade: nisso, como em outras muitas coisas, o senhor se equivoca.
Uma observação em prol do meu bispo: Dom João Wilk, como Pastor da grei que a ele foi confiada, tem o direito de avisar os seus fiéis sobre os perigos que determinadas idéias implicam para a fé e para a moral católicas.
O senhor pode dizer o que o senhor quiser, é livre – de fato ninguém em Anápolis exerceu violência para que o senhor não falasse – e pode se expressar. O Bispo Diocesano, sem ir contra a liberdade de expressão nem contra a liberdade religiosa G(liberdades essas verdadeiramente amadas por nós que nos empapamos com o Concilio Vaticano II, Concilio esse onde o Espírito Santo atuou maravilhosamente), pode e deve, como autêntico detentor de Magistério na Igreja, mostrar aos fiéis onde estão os erros, os desvios e as deformações presentes em determinadas maneiras (livres) de se expressar: foi o que Dom João fez ao pronunciar-se contra as suas palestras.
Avisar as pessoas sobre perigos contra a fé e a moral é o que faz também a Congregação para a Doutrina da Fé quando emite alguma nota sobre determinados escritos de teólogos, por exemplo, John Sobrino ou Leonardo Boff, famosos pela teologia da libertação. Na verdade, eu me alegraria se alguma nota da referida Congregação avisasse aos católicos sobre os perigos que representam os escritos do senhor!
Também, e por último, se referiu à minha vinculação ao Opus e à RCC. Para que fique bem claro: sou vinculado ao Opus, não sou vinculado à RCC (ainda que eu admire muito esse movimento aprovado pela Igreja Católica Apostólica Romana), e, por último, meus pronunciamentos não são em nome do Opus.
Que Deus o abençoe e lhe abra a mente e o coração para acolher a Igreja tal qual ela é, e não fazendo escolhas dentro do Magistério. Desejo-lhe tudo de bom.

Pe. Françoá Costa

(o senhor acertou, o meu nome se escreve assim mesmo!) – 07-II-2008

Lamento estar nessa polêmica, mas… me pareceu necessário. Que Deus abençoe a todos.

É só clicar aqui e Conferir outros Textos apologéticos de:

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa No Veritatis Splendor.

PODE-SE ADORAR A SANTA CRUZ?

Vida Nova » PODE-SE ADORAR A SANTA CRUZ?

Texto Publicado no jornalzinho de Circulação Paroquial.

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“TEMPERATURA DA SANTIDADE”

Na pagina da diocese contém outros Textos.

Obras Sociais

O Post que segue no Link Abaixo Mostra o Texto que estava no E_mail que circulou entre os paroquianos de Pe. Françoá, o qual foi repassado por mim a outros amigos, sendo que este foi uma das cópias que acabou chegando às Mãos de Orlando fedeli.

Orlando Fedeli Publicou o email de Pe. Françoá, mas Apagou um texto Biblico que não lhe agradou, Leia o Texto que foi deliberadamente deletado do e_mail original. clic neste Link! somente uma pergunta para meditar: Porque Orlando Fedelia apagaria esta parte do email sem comentá-la?





http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/dons-do-espirito.jpg
http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/eucaristia.jpg

https://presentepravoce.files.wordpress.com/2008/03/sagrada-familia-jmj.jpg
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Veja Também: Testemunho de Um Padre

Pe. Wemerson de Uruaçu – Go, Deus Fez Maravilhas em Minha Vida.

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Haverá um só rebanho e um só Pastor.


Um assunto muito controvertido nos dias de hoje, se bem que, quando a Igreja começou, tinha como objetivo se tornar universal abrangendo todas as pessoas deste planeta, mas o que se assiste hoje nesta terra são ovelhas espalhadas por todos os lados, afastadas, desgarradas, machucadas, feridas, famintas, desunidas, concorrentes e algumas nem se parecem mais com ovelhas se assemelhando mais a lobos vorazes.


ovelha-3064[1]


Mediante esta situação

O que nós poderíamos fazer ?

Jesus, é o Bom Pastor.


Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? (São Mateus 18,12)

Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. (São João 10,16)

Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. (São Mateus 25,32)

Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. (São Marcos 6,34)


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12 – Haverá um só rebanho e um só pastor.



“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste rebanho; também a elas eu devo conduzir: e elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16).



A ovelha, um animal macio no corpo e na lã, é chamada em latim “óvis”, de oblação, oferta, porque no início não se ofereciam em sacrifício touros e sim ovelhas.

Ovelhas são os fiéis da Igreja de Cristo que todos os dias sobre o altar da paixão do Senhor e no “sacrifício” do coração arrependido oferecem-se a si mesmos qual hóstia pura, santa e agradável a Deus. “Tenho outras ovelhas”, isto é, os gentios, os pagãos, “que não são deste rebanho”, não são do povo de Israel; “também a estas eu devo conduzir” por meio dos apóstolos e “haverá um só rebanho e um só pastor”. E esta é a Igreja reunida e formada por ambos os povos. Esta é a mulher de que fala o Apocalipse; “Apareceu no céu um sinal grandioso: uma mulher vestida de sol, com a lua sob seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava pelas dores e trabalho de parto” (Ap 12,1-12). Sentido alegórico. Esta mulher representa a Igreja que de bom alvitre é chamada “mulher”, porque fecunda de muitos filhos que gerou pela água e pelo Espírito Santo. Esta é a mulher vestida de sol . O sol é assim chamado por que ele aparece sozinho, depois de ter obscurecido com o seu fulgor todas as demais estrelas. O sol é Jesus Cristo! Ele habita numa luz inacessível cujo esplendor vela e obscurece os frágeis raios de todos os santos, se forem comparados a Ele, porque “não há santo como o Senhor” (1R 2,2). Diz Jó: “Mesmo que eu me lavasse com as águas da neve e minhas mãos brilhassem como nunca, assim mesmo tu me jogarias no lodo e minhas próprias roupas teriam horror de mim (Jó 9,30-31).

Nas águas da neve é representada o arrependimento das lágrimas e nas mãos que brilham a perfeição do agir. Diz, pois: mesmo se eu me lavasse com as águas da neve, isto é, do arrependimento, e minhas mãos brilhassem com o esplendor de uma conduta perfeita, mesmo assim me jogarias no lodo, isto é, me farias ver que sou ainda sujo e teriam horror de mim, isto é, me tornariam abominável, as minhas vestes, quer dizer, as minhas qualidades ou os membros do meu corpo, se quisesses tratar-me com rigor: mas, ajuda-me, tu, ó Senhor! Diz Isaías: “Todos nós nos tornamos sujos”, isto é, como um leproso; “todas as nossas justiças são como o pano de mulher menstruada; todos nós caímos como folhas e as nossas maldades nos levaram como vento” (64,6). Por isso o único bom, o único justo e santo é aquele sol de cuja fé e de cuja graça a Igreja é vestida. “E com a lua sob seus pés”. A lua, por causa das variações de seu aspecto. Está indicando a instabilidade da nossa mísera condição. Daqui o dito: “O jogo de sorte muda que nem a lua: cresce e diminui, nunca fica a mesma”. Por isso o Eclesiástico diz: “O estulto muda como a lua” (27,12). O estulto, isto é, o seguidor deste mundo, passa dos “chifres” (forma da lua no primeiro e último quarto) da soberba à “forma arredondada” da concupiscência carnal e vice-versa. Esta inconstante prosperidade das coisas caducas deve ser posta sob os pés da Igreja. Os pés da Igreja são todos os prelados que devem conduzí-la como os pés conduzem e sustentam o corpo. E sob estes pés devem ser pisados como esterco todas as coisas temporais. Por isso lemos em Atos: “Todos os que possuíam campos ou casas os vendiam, traziam a importância daquilo que tinha sido vendido e a depositavam aos pés dos Apóstolos” (4,34) porque consideravam como esterco todas aquelas coisas. “Tinha sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. As doze estrelas são os doze Apóstolos que iluminam a noite deste mundo. “Vós sois – diz o Senhor – a luz do mundo” (Mt 5,14). A coroa, assim chamada porque é como uma roda em volta da cabeça, de doze estrelas é a fé dos doze apóstolos; e é coroa porque não tolera acréscimo ou diminuição, como todo círculo: e isso porque é completa e perfeita.

          A Igreja tem filhos, concebidos como a semente da palavra de Deus, grita pelas dores nos penitentes e sofre no parto pelos esforços de converter os pecadores. Por isso ela, com as palavras de Baruc, diz:

“Fui deixada sozinha; me despojei da estola da paz e me vesti com o saco da súplica e gritarei ao Altíssimo por todos os meus dias. Animai-vos, filhos, gritai ao Senhor e ele vos livrará das mãos e do poder dos inimigos. Ele vos fez partir no luto e no choro, mas vos reconduzirá a mim, o Senhor, na alegria e exultação” (4,19-23).

E isto acontece no dia das Cinzas quando os penitentes são convidados a ficarem fora da igreja e no dia da Ceia do Senhor quando são ali acolhidos. Sentido moral. “Uma mulher vestida de sol”. É a alma fiel de quem diz Salomão: “Quem encontrará uma mulher forte? Seu valor é como aquele das coisas trazidas de longe e da extremidade da terra” (Pv 31,10). Feliz a alma que, revestida pela força do alto, resiste impávida na adversidade e na prosperidade e derrota com coragem os poderes do ar. O valor, o preço desta mulher foi Jesus Cristo que por sua redenção veio de longe; do seio do Pai, em sua divindade e da extremidade da terra, quer dizer, de parentes paupérrimos, em sua humanidade. Ou ainda: por “preço” entendam-se as virtudes. Com este preço se é resgatado, redimido. Diz Salomão: o resgate do homem são suas riquezas (Pv 13,8), isto é, as virtudes (riquezas espirituais) . As virtudes vêm de longe, isto é, do alto; os vícios, ao invés, são nossos familiares, porque provêm de nós mesmos. Esta mulher é vestida de sol. Observe-se que no sol existem três qualidades: candura, esplendor e calor. Na candura é significada a castidade, no esplendor a humildade e no calor a caridade. Com estas três virtudes se confecciona o manto da alma fiel, da esposa do celeste esposo. Sobre este manto diz Booz a Rute: “Alarga o manto com que te cobres e segura-o com todas as duas mãos. Ela o estendeu e o segurou estendido e ele colocou seis medidas de cevada e pôs-lhe nos ombros” (Rt 3,15). Booz quer dizer “forte”, Rute “que se vê e tem pressa”. Vejamos o significado da extensão do manto, as duas mãos e as seis medidas de cevada. Rute é a alma que, vendo a miséria deste mundo, a falsidade do diabo, a concupiscência da carne, apressa-se na direção da glória da vida eterna. Alarga este manto quando atribui não a si mas a Deus a sua castidade, a humildade e a caridade e mostra estas virtudes unicamente para a edificação do próximo. E, para não perdê-las, segura-as com as duas mãos, isto é, com o temor e com o amor de Deus. Nós Vos pedimos, Senhor Jesus, Vós que sois o bom pastor: Guardai-nos como vossas ovelhas, Defendei-nos dos mercenários e do lobo E coroai-nos no vosso Reino Com a coroa da vida eterna. Dignai-vos conceder-nos Vós que sois bendito, glorioso, E digno de louvor por todos os séculos do séculos. E toda ovelha, E toda alma fiel diga: Amém. Aleluia!

(Sermões, vol. I, p. 272 e ss, Ed. Mess. Padova, 1979 –
II Domingo de Páscoa)
Tradução: Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv


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