O Padeiro Espanhol.



Historia real que faz parte do texto de abertura do livro Ide e evangelizai os Batizados de Jose H. Prado Flores demonstrando que os Cristãos Batizados de hoje não tem um conhecimento pleno do significado desta palavra “BATISMO” e nem dos benefícios deste Batismo em nossas vidas. Nosso objetivo é redescobrir o significado deste primeiro anuncio do evangelho “O Kerigma” que culmina na preparação para o primeiro Sacramento da Igreja e a integração de cada um de nós como “VERDADEIROS” filhos e herdeiros de Deus.


O Padeiro Espanhol.


Rodrigo Lombardi

Rodrigo Lombardi – Padeiro



Objetivo do tema: Crer e experimentar o amor pessoal e incondicional de Deus, que é nosso Pai.


Durante a guerra civil espanhola, muitos espanhóis emigraram para o México.  Entre eles veio um jovem de 18 anos, Venâncio Fernandez.   O único problema que Fernando não teve durante a penosa travessia foi ter que pagar excesso de bagagem.  Trazia apenas duas camisas e uma calça remendada.

Chegou a Vera Cruz, onde começou a trabalhar em uma tenda de conterrâneos de um tio seu.   Anos após, casou-se e montou uma padaria na cidade de Puebla.   Com muito sacrifício, esforço e economias conseguiu juntar um pouco de capital e transferiu-se para a cidade do México com toda a sua família, onde continuou com seu trabalho de padeiro.   As pessoas já não mais o chamavam “Venâncio”.  Agora era “Senhor Venâncio”: pessoa honrada e respeitada que fumava um grosso charuto e poupava o máximo possível.

Ao completar 20 anos de sua chegada ao México, uma agência de viagens mostrou-lhe como seria econômico levar sua família até a Espanha de navio.  Havia uma promoção especial para famílias e ele não podia perder esta oportunidade.


Promoção_Viagem_famiulia_navio


A esposa do Senhor Venâncio, que aproveitava todas as ofertas, convenceu seu marido a gastar algumas economias em uma tranquila excursão pela Espanha.

Entretanto o Senhor Venâncio pretendendo economizar o mais possível no trajeto marítimo, antes de embarcar em Vera Cruz fez, na sua padaria, alguns pães bastante grandes, comprou uns 15 quilos de queijo e embarcou rumo a terra de seus antepassados.

No primeiro dia, todos comeram, com satisfação, o pão fresquinho com fatias de queijo novinho.  No dia seguinte, tão satisfeitos estavam que não fizeram qualquer restrição em repetir o mesmo cardápio de pão com queijo.   Depois, comeram queijo com pão, e, depois ainda pão com queijo.   No quinto dia, comeram pão, queijo e pão, e, no outro dia, pão e queijo.  No fim da semana, seus rostos tinham uma cor amarelada de queijo.  Ninguém chegava perto deles, crendo que estivessem com hepatite.

Por fim, no dia em que chegavam ao porto espanhol, deram-se conta de que o esforço para comer aquele pão mais os enfraquecia do que fortalecia.  A esposa do senhor Venâncio convenceu-o, então, de que deveriam celebrar a sua chegada à Espanha com um jantar delicioso e farto no restaurante de primeira classe do navio.  De uma coisa estavam certos; nessa noite não comeriam nem pão e nem queijo.

– Onde seria o restaurante da primeira classe?  Perguntou o senhor Venâncio ao comandante da tripulação.

– Permita-me ver sua passagem – pediu o oficial.

– Puxa! – reagiu o senhor Venâncio.  – Eu vou pagar, que para isso tenho me matado de trabalhar nesses vinte anos.

– Desculpe – respondeu o oficial.  – Mas no restaurante de primeira classe só podem entrar passageiros com bilhete de primeira classe.

Com o mau humor característico de um espanhol quando é contrariado, e com o rosto ainda mais amarelo, o senhor Venâncio tirou do fundo do bolso uma passagem toda amarrotada,  e que, ao ser desdobrada, soltou um forte cheiro de queijo.

O oficial leu-o lentamente: “Venâncio Fernández”.

E Depois, com uma cara de espanto, exclamou!

– Puxa! Senhor Venâncio, sua família tem uma passagem maravilhosa.

– O Senhor adquiriu a nossa Promoção e Oferta Especial para toda a Família com Todos os benefícios de Primeira classe inclusos.

– Sua passagem inclui três refeições diárias no restaurante de primeira classe durante toda a viagem para toda a família!


Primeira classe 2 Primeira classe

Conclusão:

O mesmo acontece conosco, Cristo já pagou para que tenhamos direito a uma Vida Nova.   Temos a “passagem” do Batismo bem guardado, e não vivemos como reis, sacerdotes e profetas, como deveríamos,  e é a isso que essa passagem nos dá direito.  Ao contrário, temos feito nossa parte: a mistura do pão duro da tristeza com o queijo da amargura e da monotonia, não aproveitando que Cristo já pagou por nós, com seu sangue precioso.  E, o pior, é isso que damos à nossa família e a todos que nos rodeiam, ignorando o nosso bilhete formidável.

Fonte: Ide e Evangelizai os Batizados


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Nossas Considerações:


“Tudo que é meu, é teu…”


Simples assim… disse a seu filho mais velho o Pai do filho pródigo quando ele se recusava a entrar em casa quando seu irmão festejava seu retorno para a casa do Pai.  Mas, qual era o motivo pelo qual o filho mais velho se recusava a festejar com seu irmão perdido?

– Ele respondeu: O Senhor jamais me deu um cabritinho sequer para que eu festejasse com meus amigos!

A quem pertencia este cabritinho?

– De acordo com a resposta do Pai no destaque acima, este “cabritinho” ou aquele Boi cevado, a casa e toda a propriedade pertenceria a seu filho mais velho e ele teria pleno poder de decisão sobre qualquer bem que ali existisse, e, neste caso ele poderia ter matado o cabritinho ou até mesmo aquele boi cevado para comemorar e se alegrar com seus amigos e ele nunca sequer teve coragem de tomar essa atitude ou de pedir a seu Pai que lhe concedesse essa graça e a pergunta que permanece no ar seria:

Por que o filho mais velho jamais usufruiu dos benefícios de seus bens materiais?

Ninguém saberia esta resposta, tanto porque, esta resposta não cabe ao filho mais velho pronuncia-la e sim a você!

Sim…

A você que vive triste e abatido, mendigando uma migalhinha de pão que cai da mesa de seu Senhor ou a você rico e poderoso que mesmo possuindo a melhor padaria da cidade jamais experimentou um pedaço de pão, ambos são iguais em um único ponto, a falta de pão em sua mesa, por motivos diferentes, mas o mesmo problema em comum.

Pelo primeiro ou pelo segundo motivo ambos os filhos precisavam do amor e da misericórdia de seu Pai para completarem o vazio e a necessidade que possuíam em suas vidas, assim como também na história do Padeiro Espanhol, mesmo ele comprando um pacote de viagem maravilhoso para sua Família não usufruiu de seus direitos por falta de conhecimento e por falta de generosidade para com sua Família e neste caso em particular o que mais lhe faltou foi mesmo a generosidade, pois se tivesse levado a sua Família ao restaurante de primeira classe no primeiro dia teria descoberto os seus direitos e os teria usufruído a viagem toda, sendo assim, precisamos abrir nossos olhos para entender o que Deus pede de nós ou simplesmente nos revela neste texto, para que possamos a partir de agora começar a usufruir os verdadeiros Dons de Deus em nossas vidas, sejam eles materiais ou espirituais, porque “Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.

Presentepravoce.


Seminário de Vida no Espirito
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ide_evangelizai José H. Prado Flores Ide e Evangelizai 17
Kerigma

PRADO FLORES

Loyola

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Alimento_Espiritual_Autêntico Sete_dons Batismo_Espírito
Oração_abre_as_portas_para_a_presença_de_Deus Presente_pra_voce o-presente-de-deus-ao-mundo1[1]

Seminário de vida no Espírito.


Primeira Experiência de Oração – SVE I.


fotografia: Sizenando – Vitral Cap. Com. Nova Aliança.

Dercides Pires da Silva

Data de publicação: 12/11/2008.

Considerações iniciais a respeito do Seminário de Vida no Espírito.

Para refletir: Errar menos na vida e acertar mais

Fonte: RCC Brasil.

Calma! Vou explicar o título deste artigo. Sei que você tem um ideal muito cristão: ser perfeito como nosso Pai celestial é perfeito. Sei que você não se contenta em ser meio santo; você deve ser daquelas pessoas decididas, que caminham incansavelmente rumo à santidade. Certamente seus pecados têm diminuído durante as confissões, pois com seu enorme esforço você tem pecado menos. Não!? Os pecados não diminuíram? Ah…! Diminuíram sim; os grandes pelo menos. Mas hoje você confessa muitas coisas que antes não confessaria? Por quê?

Francamente, há dias em que a gente se contentaria até em pecar menos; em errar menos e acertar mais.

Quantos erros!? Quantas opções erradas!? Quantos sobes e desces!? Quantos cais e levantas!? Ufa!

Cair e se levantar, errar e acertar… Isso faz parte da condição humana. Homens e mulheres são assim mesmo. Entretanto, quantos mal entendidos, quantas brigas, quantos ressentimentos, quantas quebras de relacionamentos seriam evitados se homens e mulheres errassem menos e acertassem mais; se optassem pelos melhores caminhos, e não caíssem nas armadilhas do erro.

Usando uma expressão muito em voga na Igreja nas últimas décadas do século passado, podemos indagar: alguém já teve sucesso ao ligar fé e vida? De fato, não é fácil para o homem comum ser santo cotidianamente.

A explicação pode ser encontrada nalguns trechos das cartas de Paulo. Um, é até muito conhecido por quem vai à missa aos domingos:

“Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu quem o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal (Rm 7,14-21).

De fato, em sua Carta o Apóstolo põe a descoberto este terrível drama da humanidade: mesmo querendo fazer o bem, consegue fazer o mal, para depois sofrer as agruras de um purgatório emocional interminável que poderá resultar em doenças emocionais.

É ao se ver em tal situação que homens e mulheres de boa mente, seres humanos construtores da paz, se agarram a um fio de esperança pensando: “Quisera, pelo menos, errar menos e acertar mais”.

Outro trecho paulino lança luz nesta realidade, outra vez desnudando a fragilidade humana, mas também indicando uma solução bastante conhecida pelos integrantes da Renovação Carismática:


Dercides Pires da Silva – Goiânia


“Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém. Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo” (1Cor 2,14-16).

Errar menos e acertar mais, exige do ser humano ser menos “mundo” e mais “céu”; menos “carne” e mais “espírito”. Isso tudo sem sair do mundo.

Certamente você poderá estar se indagando: Como pode se dar isso? A resposta a tal indagação exige tempo e papel. Além disso, é daquelas que se aprende na prática cristã mais genuína que existe e que remonta ao tempo dos Apóstolos: deixar-se conduzir pelo Espírito, como escreveu João Paulo II na Encíclica Redempotoris Missio, 87. Deixar-se conduzir pelo Espírito Santo pode exigir de muitos paciência, oração e meditação da Palavra de Deus.

Também ajuda a errar menos e acertar mais, ter a mente – o pensamento – de Cristo, como dito na passagem da Carta aos Coríntios, acima, e como nos exorta a Epístola aos Romanos:

“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12,1-2).

Todavia, irmãs e irmãos, quem de fato ajuda a errar menos e acertar mais na vida cotidiana, quem realmente contribui para que as pessoas façam opções santas e ainda as capacita a adotarem práticas dignas de filhos e filhas de Deus é o Espírito Santo; o Mesmo Espírito que faz o homem e a mulher nascer de novo “da Água e do Espírito”, como disse Jesus a Nicodemos.

A partir deste nascimento espiritual o ser humano recebe o dom da filiação divina com as virtudes necessárias para vencerem a carne e serem, enfim, homens e mulheres “espirituais”, no sentido de não serem mais do mundo, apesar de viverem no mundo; de não colocarem suas cabeças na forma do mundo, mas adotando o pensamento de Cristo. Assim, seguramente, é possível marchar praticando atos e virtudes cristãs no caminho da santidade, imitando Jesus e errando menos e acertando mais, até atingir a estatura do varão perfeito, que é Jesus Cristo.

No meio católico, sacramentalmente, todos já nasceram de novo da Água e do Espírito quando foram batizados. A graça do Batismo, que é o próprio Espírito Santo, já faz de todo católico filho ou filha de Deus, de fato. Entretanto, esta incomensurável graça parece se perder nos incompreensíveis mistérios da alma humana; alma tão cheia de melindres e meandros, mais afeita às dúvidas do que à fé. É exatamente neste ponto que entra o Seminário de Vida no Espírito Santo. Também por um mistério, desta vez da parte de Deus, uma das graças deste Seminário tem sido uma vida nova, no Espírito Santo, que desabrocha depois de aparentemente ter hibernado por anos, décadas até, na alma de católicos não praticantes da virtude da religião. Em poucas palavras é difícil descrever o que se experimenta num Seminário de Vida no Espírito Santo realizado com a metodologia correta: com nove semanas de duração, com pastoreio, com partilhas, com estudos bíblicos, com cada encontro semanal durando pelo menos quatro horas, e, principalmente, com muitas orações e cânticos ungidos e fervorosos, acompanhados de pregações ardorosas e também ungidas.

A opção por fazer o Seminário de Vida no Espírito Santo na forma proposta pela RCCBRASIL não é somente uma novidade, ou uma prática ousada, ou uma forma de preencher calendários; tal opção é, antes de tudo, uma decisão estratégica, pois ela se encontra na bifurcação do bom discipulado que se opõe ao mais ou menos, da conversão profunda que se opõe à superficial, da oportunidade de proporcionar a todos os servos um grande avivamento anual que se alimenta principalmente das semanas preparatórias para o Seminário, mas continua por ele e o ultrapassa acompanhando o pastoreio que segue pelos meses do ano.

Em certos casos, o Seminário de Vida no Espírito Santo beneficia mais os servos do que os próprios evangelizandos, pois nele os obreiros, servos do Senhor, têm oportunidade de unir formação, oração e missão que compõem o tripé do crescimento espiritual, dando a todos a oportunidade de receber de Deus as ferramentas espirituais para ser santos na vida cotidiana, mesmo que seja começando num simples errar menos e acertar mais no lar, no trabalho, na escola, no lazer, nos relacionamentos profissionais e afetivos.

Bom Seminário de Vida no Espírito Santo a todos. Deus os Abençoe. Muito obrigado.

Dercides Pires da Silva


A Partir de agora estaremos disponibilizando temas sobre o SVE I, material escrito, em vídeo e esquemas básicos para ensinos em grupos de oração ou encontros fechados, alguns dos quais já estão disponíveis em outros site’s.   Estaremos apenas organizando de uma forma que outras pessoas também possam se usufruir destes textos e videos para nossa formação pessoal e auxiliar outras pessoas a encontrar-se com Jesus e conhecer melhor o Espírito Santo de Deus.


Seminário de Vida no Espirito
ESTE TEMA
PRÓXIMO
PRÓXIMO


O vosso corpo é templo do Espírito Santo.




1. Todo o cristão é chamado à perfeição da santidade!


Parte I


Talvez que a maior novidade do Vaticano II tenha sido declarar que todo o cristão é chamado à perfeição da santidade: “Todos os fiéis, seja qual for o seu estado ou classe, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”. E o Concílio recorre a S. Paulo para fundamentar esta afirmação:


16 – Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?

(I Coríntios 3,16 e 17)

17 – Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós.

Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?                         (I Coríntios 6,19)



Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que Ele nos escolheu em Cristo, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença no amor.” Já o próprio Cristo tinha levantado a fasquia até ao ponto mais alto: “Sede perfeitos como o vosso Pai do céu é perfeito”.

Antes do Concílio, os caminhos da perfeição eram em geral reservados aos consagrados: papas, bispos, padres, religiosos. Eram os chamados “estados de perfeição”. E, de fato, em geral os santos canonizados pertenciam a estas categorias de pessoas: ou eram papas, bispos, padres ou religiosos. Os leigos e leigas, que tinham sido canonizados, só o foram não tanto pelo matrimônio, mas apesar do matrimônio. Em geral, eram viúvos ou viúvas, portanto depois de terem deixado o casamento, ou então por terem entrado na vida religiosa: S. Nuno Álvares Pereira, a rainha Santa Isabel, a princesa Santa Joana, etc.

Ora aconteceu que Gianna Bareta Molla, que João Paulo II beatificou em 1994 e canonizou em 2004, era uma mulher casada, médica, mãe de quatro filhos, que tinha falecido por se ter recusado a provocar um aborto: se o não provocasse, morreria. E deixou que Deus decidisse. Esta foi a credencial para ser proclamada santa. Abriu-se assim um novo espaço para os santos, os santos leigos — ou seja, para a vocação de todos os cristãos à perfeição da santidade.

E isto porquê? Porque todos os cristãos recebem o Espírito Santo. O primeiro grande momento da presença do Espírito Santo na vida do cristão acontece no Batismo. O Batismo é o grande Pentecostes de cada cristão. Pelo Batismo, nós tornamo-nos da família da Santíssima Trindade, filhos de Deus; e como no seio de Maria, só o Espírito Santo pode fazer esta filiação. No Batismo, todos recebemos o Espírito Santo em plenitude, tanto o leigo, como o padre, o bispo ou o Papa. Todos são chamados à perfeição da santidade. Não se recebe o Espírito Santo mais ou menos, a conta gotas. Uma hóstia não está mais ou menos consagrada. Cristo não está mais numa partícula que noutra. Está todo em cada uma. Mas os efeitos da comunhão não são iguais em todos. O Espírito Santo está todo em cada cristão, como Cristo está todo em cada hóstia consagrada, seja ela grande ou pequena. Diz S. João no diálogo com Nicodemos: Deus não dá o seu Espírito por medida. O Pai ama o Filho e entregou-lhe tudo nas suas mãos. Quem acredita no Filho tem a vida eterna” (No 3, 33-36).

Por isso, como nos ensina o Cardeal Suenens, após o Batismo, o Espírito Santo não está mais para vir. Ele está radicalmente presente no ponto de partida da vida cristã, mesmo se a tomada de consciência desta presença só acontece mais tarde, quando a criança, tornada adulta, ratificar as exigências dessa presença. O Espírito já está nele; ele é efetivamente morada da Santíssima Trindade. Por isso, a santidade não é uma escalada em direção a um pólo longínquo, inacessível. A santidade cristã é nos dada inicialmente, na sua plenitude, no dia do nosso Batismo. O batizado torna-se o berço, o cenáculo da Santíssima Trindade. Segue-se daí que, rigorosamente falando, precisamos não de nos tornarmos santos, mas de deixarmos que a santidade de Deus nos envolva. Pelo Batismo, recebemos o Espírito de santidade; o que é preciso é desenvolver as suas riquezas latentes.

No decurso da nossa vida cristã, cada sacramento alargará o raio de ação do Espírito que já está em nós. Cada sacramento é um curso de água que brota da fonte batismal. É uma fonte com água sempre a nascer. O nosso batismo é uma fonte da Santíssima Trindade, sempre a jorrar. Nós dizemos que imprime “caráter”, quer dizer: é um sacramento permanente, sempre em atividade. Não é necessário nem tem sentido batizar-se uma segunda vez. Quando recebemos o sacramento da Confirmação, o bispo diz: “Vais receber o Espírito Santo”. Ele poderia acrescentar: “vais receber o Espírito Santo que já tens.” Trata-se, não de receber um suplemento do Espírito Santo, mas de uma confirmação desta presença, ou melhor, de confirmar e de assumir esta presença. Pelo batismo recebe-se o Espírito Santo todo. O Espírito Santo não se recebe aos bocadinhos, por esmola. O Espírito Santo entrega-se todo. Ele é o grande dom do Pai.

Na liturgia do Pentecostes, são numerosas as orações em que se pede ao Pai que envie o seu Espírito, como se ele ainda não tivesse sido enviado. Mas, na verdade, não se trata de pedir que o Espírito Santo venha, mas sim de pedir que o deixemos atuar na nossa vida. A fome faz sentir a necessidade do pão. Se não se tem fome, podemos morrer à míngua com a dispensa cheia. O Espírito permanece em nós: somos nós que, sob a ação conjugada da graça e da nossa liberdade, lhe damos uma nova possibilidade de ação.

Quando a ação do Espírito se intensifica em nós, não é o Espírito que acorda e volta, como um vulcão que de vez em quando entra em erupção depois de um longo sono; nós é que despertamos diante da sua presença e, sob o impulso da sua graça, por uma fé acrescida, nos abrimos a uma esperança renovada, uma caridade mais viva.

Diz-nos o Livro dos Reis que, habitualmente, o Espírito Santo entra na nossa vida como uma brisa suave, de que mal nos apercebemos, como aconteceu com Elias. Elias esperava a vinda do Senhor com grande alarido, como um terramoto ou como um incêndio, ou como um temporal como contavam as teofanias do Antigo Testamento. E Ele veio como uma brisa suave, de qual mal se dá conta. Libermann diz que devemos ser como uma leve pena ao sopro do Espírito. Esta presença do Espírito Santo manifesta-se na vida da comunidade e na vida pessoal de cada um. Na vida de comunidade pelos seus dons e carismas e na vida pessoal de cada um pelos seus frutos.


Pe. A. Torres Neiva C. S. Sp.

http://www.pneuma-rc.pt/


Leia Também os complementos:

1. Todo o cristão é chamado à perfeição da santidade!

2. Os dons do Espírito Santo parte II

3. Os frutos do Espírito Santo Parte III

4. O grande dom é o próprio Espírito Santo



O ESPÍRITO SANTO ENTRE NÓS


Outros temas relacionados


Semeando a cultura de Pentecostes



És Precioso a Meus Olhos.



“E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou Jacó, e te formou, Israel: nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu… És precioso aos meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti”

(Is 43, 1 – 4).



O QUE É O AMOR ?




A palavra amor é um vocábulo que, por diversas vezes, é mal empregado, uma vez que, muitas pessoas não sabem, ao certo, o que ela significa. Quando tomamos a Palavra de Deus, encontramos definições e características, tanto para a palavra amor quanto para o ato de amar.

O amor é algo divino, pois cremos que o amor, em sua essência, vem de Deus, sendo que, na Bíblia, o amor verdadeiro e Deus constituem as mesmas coisas, como bem expressa São João: “Deus é amor!” (I Jo 4, 16b). Partindo desta definição, podemos fazer um paralelo entre esta belíssima citação bíblica e o conhecido trecho da primeira carta de São Paulo aos Coríntios, onde o Apóstolo procura dar atributos do verdadeiro amor, considerando-o a razão de toda e qualquer boa ação (I Cor 13, 1 – 7). A partir deste trecho da Sagrada Escritura, poderemos fazer um exercício: fazer uso das palavras direcionadas ao amor, atribuindo-as ao próprio Deus.

São Paulo vai ainda mais longe e declara: “A caridade é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14). Quer dizer: só no amor, só em Deus a perfeição é real. Neste paralelo entre Deus e o amor, não podemos ainda nos esquecer que o Deus Verdadeiro é uma comunidade de amor: o Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai, sendo que, deste amor partilhado procede o Espírito Santo.


DEUS, POR SER O PRÓPRIO AMOR, AMA


Mesmo diante de toda a beleza sobre Deus e sobre o amor, ainda não nos aprofundamos sobre aquilo que este estudo quer transmitir: Deus, por ser o próprio amor, ama. Deus me ama: esta é uma expressão que o meu ser precisa ouvir. Deus ama você: esta é uma verdade que cada ser humano precisa tomar posse.

Deus, sendo amor, não se fechou em si mesmo, mas transbordou este amor ao criar todas as coisas (Gn 1). Ele não tem outra razão para criar, a não ser o Seu amor e a Sua bondade. O mundo procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participarem do Seu ser, da Sua sabedoria e da Sua bondade. Portanto, Deus não nos criou por uma necessidade, mas por amor.


CARACTERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS


No decorrer de toda a história do povo de Deus, o Senhor vai revelando as características do seu amor. O amor de Deus, portanto, é:

– Pessoal – estamos acostumados a ser uma multidão. Isto, muitas vezes, nos leva a crer que Deus nos vê e considera assim: uma multidão. Porém, isto não é verdade: DEUS AMA A CADA UM COMO FILHO ÚNICO. Deus conhece você, suas necessidades, seus anseios, suas qualidades e dificuldades. O amor de Deus por você é tão pessoal, único e tão apaixonado, que o Senhor “tem o seu nome gravado na palma de Suas mãos e tem você sempre diante de Seus olhos” (Is 49, 16);

– Misericordioso – ao ler as diversas passagens bíblicas sobre a misericórdia de Deus, constatamos que ela é sempre um socorro ao pecador. Quando o homem peca, a misericórdia de Deus é infinita para derramar-se sobre ele, fazendo com que venha em seu auxílio todo o mistério da ternura divina que o socorre e reconduz. A Palavra de Deus nos mostra que DEUS NÃO LEVA EM CONSIDERAÇÃO OS PECADOS DOS QUAIS JÁ NOS ARREPENDEMOS E CONFESSAMOS (Is 43, 25). Deus espera ansiosamente nosso arrependimento, nossa volta para os seus braços (Lc 7, 36 – 47);

– Eterno – o amor de Deus nunca teve começo e nunca terá fim. DEUS SEMPRE AMOU VOCÊ E SEMPRE O AMARÁ (Jr 31, 3);

– Gratuito – Deus não nos ama em troca do que fazemos ou do que somos. DEUS ACEITA E AMA VOCÊ DA MANEIRA COMO VOCÊ É (Jo 8, 1 – 11). Você não precisa fazer esforço ou ser bom para merecer o amor de Deus, porque Deus não ama “em troca de”, mas “apesar de”. Deus ama gratuitamente. O meu esforço para ser santo deve ser uma prova do meu amor e da minha gratidão ao amor com Deus me amou primeiro (I Jo 4, 19);

– Fiel e constante – a Palavra de Deus nos mostra que o amor de Deus para conosco não muda, não oscila. MESMO QUE FOSSE POSSÍVEL UMA MÃE ESQUECER O SEU FILHO, DEUS NÃO NOS ESQUECERIA (cf Is 49, 15). Deus não abandona a sua criação (Is 54, 10) e está sempre voltado para as necessidades de Seu povo (Is 58, 9; Is 65, 24).


A GRANDE PROVA DO AMOR DE DEUS


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Deus manifesta seu amor na criação e em toda a história de Israel, agindo com misericórdia na vida daquele povo que, muitas vezes, era infiel ao Seu projeto. Mesmo diante de infidelidades, Deus continuava a dar provas de amor. Chegada a plenitude dos tempos, Deus dá à humanidade uma prova definitiva do Seu amor: envia seu Filho Unigênito ao mundo. DEUS PAI PROVA SEU AMOR POR NÓS EM JESUS (cf Rm 8). O Pai entregou Jesus, na alegria de, por sua entrega, nos conquistar a todos para Ele.

O Salmo 138 canta o amor de Deus, apresentando o ser humano como a maravilhosa obra saída das mãos do Criador. O Verdadeiro Deus é onisciente (tudo sabe e tudo vê), Onipotente (tudo pode) e Onipresente (está em todo lugar).

Portanto, Deus é amor, e cria todas as coisas por amor, sendo que homem e mulher são criados à imagem e semelhança de Deus, isto é, à imagem e semelhança do Amor. É sabendo desta realidade que o Senhor Jesus coloca o amor ao próximo como o segundo maior mandamento (Mt 22, 37 – 40). Os discípulos e todos aqueles que quiserem seguir o Senhor e dar testemunho de Sua Palavra, deverão, além de viver o amor de Deus, amar o próximo como a si mesmo (Jo 13, 34s; Rm 13, 8 – 10).


Autores: Grupo de Formadores da RCC Camocim Postado por Helton Silva


Seminário de Vida no Espirito
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