Quem observou a eleição no Congresso Nacional dia 17/04/16 contra ou a favor do Impeachment de Dilma Rousef deve ter observado a enorme quantidade de homenagens e dedicações de voto à FAMÍLIA.
Houve quem criticasse e acusasse de cinismo ou hipocrisia dos Srs. Deputados, outros também pronunciaram que este não seria o local e nem o momento propício para se homenagear a Família em particular pois se tratava de um assunto político fundamental para o futuro da nação.
Constatamos então que: queira ou não queira, quando a coisa aperta mesmo prá valer, seja em qualquer área de sua vida, recorreremos sempre ao socorro Familiar e por assim dizer também a Família estará sempre em prioridade quando se tratar de socorre-la nas dificuldades do dia a dia. Por isso a Família foi tão lembrada naquele instante decisivo. Será dentro de sua casa que você sofrerá as maiores dificuldades do desemprego e será também com a sua Família que você comemorará um bom aumento de salário e uma boa colocação no emprego.
Seja na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, será na Família que você passará os dias mais felizes e ou será socorrido nos dias de maior tristeza.
A Família nunca foi tão desvalorizada e menosprezada como neste ultimo governo do PT e talvez seja por este motivo que mesmo sem querer os nossos deputados acabaram por homenagear as suas Famílias na hora de fazer uma escolha que fosse melhor para o futuro do Brasil.
Por incrível que pareça, aqueles que reclamaram das homenagens familiares na sua maioria votaram contra o “GOLPE”, que na verdade não é um “GOLPE” e sim um instrumento de defesa da democracia contra a autocracia e o populismo que engana principalmente os mais pobres oferecendo-lhes um pedaço de pão com a mão direita enquanto lhes tomam com a mão esquerda o trabalho e o direito de se produzir o seu próprio sustento .
Não existe diferenças entre Filhos educados por Pais héteros e homonexuais?
Hoje repetimos esta frase como uma interrogação depois de alguns estudos direcionados realizados nos EUA terem apresentado este resultado como definitivo à duas décadas atrás incentivando a adoção e formação de famílias compostas por Pais de mesmo sexo e hoje ainda utilizados por políticos de outros países inclusive o Brasil para proporcionar e promover a deturpação de que as FAMÍLIAS TRADICIONAIS não conseguem melhores resultados do que as “NOVAS” formações familiares que por estarem sendo incentivadas se multiplicam mais a cada dia.
Mas novas pesquisas realizadas de forma aleatórias e não direcionadas seguem o princípio da “VERDADE” e não são influenciadas pelo efeito Howthorne: (*1) (nota do tradutor: “Efeito Howthorne” ou “Efeito observador”), para entender melhor como a pesquisa demonstrou que a frase que antes era divulgada como a mais profunda verdade, agora não somente se colocou uma grande (?) interrogação, como já existem movimentos contrários a este tipo alternativo de formação familiar e favoráveis à valorização e fortalecimento da Família Tradicional, Leia o texto completo abaixo:
(*1) nota do tradutor: (“Efeito Howthorne” ou “Efeito observador”), é uma resposta de comportamento da pessoa por estar sendo observada. O estudo original, nas Indústrias Hawthorne, sugeriu que os operários, por serem o alvo da pesquisa e desfrutarem de mais atenção por causa disso, aumentariam temporariamente a sua produtividade.
Por Mark Regnerus
Muito além do debate sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, é fundamental a preocupação que devemos ter com as crianças. Os próprios pais e os defensores de certos tipos de igualdade se perguntam (e alguns se preocupam) sobre a possibilidade de que filhos de pais do mesmo sexo possam vir a se tornar “diferentes”. E as diferenças poderiam ser substanciais, não mero sinônimo de algo incomum ou estranho. Os acadêmicos que se dedicam a estudar a família, em particular, têm dado uma atenção às específicas dinâmicas familiares que podem afetar essas crianças, tais como o número de pais no ambiente familiar, o sexo dos pais, suas relações genéticas com as crianças, bem como quaisquer “transições domésticas” que as crianças tenham sofrido.
Até recentemente, a maioria dos estudiosos confirmava de maneira constante(e publica) a maior estabilidade e os benefícios sociais advindos das famílias compostas por pais e mães biológicos, casados e heterossexuais, em comparação com as mães solteiras, casais em união estável, pais adotivos, divorciados e, implicitamente, pais homossexuais. Por exemplo, no livro publicado em 1994 denominado “Growing Up With a Single Parent”(não publicado no Brasil: “Crescer com um único pai”, em tradução livre), os sociólogos Sara Mc Lanahan e Gary Sandefur escreveram: “Se fôssemos convidados a projetar um sistema para certificar que as necessidades básicas das crianças seriam atendidas, provavelmente chegaríamos a algo bastante semelhante ao modelo de pai e mãe”. Outras estruturas familiares foram amplamente vistas como insuficientes — às vezes muito aquém — em uma variedade de domínios do desenvolvimento, tais como desempenho escolar, problemas de comportamento e bem-estar emocional. Ainda que muitos de nós já tenhamos visto casos esporádicos ou tivemos experiências em contrário, a ciência que estuda o assunto permaneceu clara a respeito de um ponto: quando a mãe e o pai permanecem juntos, seus filhos tendem a ser “acima da média”, nas palavras de Garrison Keillor (autor de “Ainda Estamos Casados”). Pais e mães em segunda união e mães solteiras sempre ouviram o coro de vozes que lhes alertavam do desafio que seria, para eles, educar uma criança. O mesmo foi dito para os casais homossexuais.
Para este último grupo, no entanto, as coisas começaram a mudar em 2001, com a publicação de um artigo na revista American Sociological Review, em que estudiosos observaram que, embora pudesse haver disparidade de resultados nas crianças de famílias do mesmo sexo em comparação com filhos de pais heterossexuais, as diferenças não seriam tão profundas como acreditavam os estudiosos, e algumas delas — como a inclinação para experiências homossexuais — não deveriam mais ser interpretadas como deficiências, em uma sociedade esclarecida como a nossa. Desde então, o consenso tem sido de que “não há diferenças” relevantes nos resultados de crianças de pais homossexuais. Esta expressão, “não há diferenças”, já apareceu em dezenas de estudos, relatórios, depoimentos e artigos — e em incontáveis debates pelo Facebook ou por e-mail, desde então.
Dez anos depois, o discurso foi além, sugerindo que pais do mesmo sexo aparentemente seriam mais competentes do que pais heterossexuais. A segunda revisão da pesquisa afirma que pais “não-heterossexuais”, em média, desfrutariam de relacionamentos significativamente melhores com os seus filhos do que os pais heterossexuais e que as crianças de famílias do mesmo sexo não apresentam diferenças nos domínios do desenvolvimento cognitivo, bem-estar psicológico e identidade de gênero.Em outras pesquisas, teria sido verificada a inexistência total de abusos sexuais em famílias compostas de mulheres homossexuais, notícia esta que foi amplamente divulgada. Essa linha de argumentação resultou em um artigo, dessa vez sobre gênero e parentesco, publicado em 2010, em que os sociólogos Judith Stacey e Tim Biblarz afirmam abertamente que:
“Baseado estritamente na ciência atual, pode-se argumentar que duas mulheres são melhores pais, em média, do que uma mulher e um homem, ou pelo menos do que uma mulher e um homem com uma divisão de funções familiares tradicional. Duas lésbicas parecem superar a performance de pais e mães biológicos, heterossexuais e casados em diversas situações, mesmo que a elas tenham sido negados os privilégios substanciais de um casamento”.
O assunto foi considerado encerrado. Na verdade, já não era novidade para os psicólogos, uma vez que em 2005, a APA (Associação Americana de Psicólogos) havia emitido um texto sobre pais do mesmo sexo em que se afirmou que “em nem um único estudo foram encontrados filhos de pais homossexuais que estivessem em desvantagem, sob qualquer aspecto, em comparação com filhos de pais heterossexuais”.
É notável — e, francamente, um pouco suspeita, a rapidez com que mudou o discurso acadêmico sobre a competência dos pais homossexuais em comparação com os heterossexuais: do amplo reconhecimento dos desafios e dificuldades para o argumento de que “não há diferenças”, e em seguida para o consenso de que seriam até mais capazes do que famílias compostas de pais e mães. Verdades científicas raramente são revertidas em uma década.
Em comparação, os estudos sobre a adoção — um método comum em que pessoas do mesmo sexo (e mais ainda de sexos opostos) se tornam pais — têm revelado de maneira reiterada e firme a existência de diferenças importantes e abrangentes, em média, entre filhos adotivos e filhos biológicos. As diferenças são tão profundas e consistentes que especialistas em adoção agora enfatizam que o “reconhecimento da diferença” é fundamental para ambos os pais e também para os profissionais de saúde que trabalham com crianças e adolescentes adotados. Isto deveria dar aos cientistas sociais que estudam os resultados de uma família de pais homossexuais uma pausa para reflexões — ao invés de uma unanimidade incondicional. Afinal, muitos filhos de casais gays são adotados.
Muito mais numerosos, entretanto, são os filhos de pais e mães solteiros, concebidos pelo método tradicional. Foi o que concluiu o Estudo Sobre as Novas Estruturas Familiares (New Family Structures Study), um artigo que analisa a edição de julho da revista Social Science Research. Em vez de confiar em pequenas amostragens, ou nos desafios de se identificar a orientação sexual das pessoas analisando dados do censo, meus colegas e eu selecionamos aleatoriamente mais de 15.000 americanos com idades entre 18 e 39 anos e perguntamos a eles se seus pais ou mães biológicos já tiveram, alguma vez na vida, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo. Compreendo que um único relacionamento desses não faz uma pessoa ser necessariamente lésbica, por exemplo. Mas nossa equipe de pesquisa estava mais preocupada com o comportamento em si do que com as complicadas políticas de identidade sexual.
Os resultados básicos põem em xeque as conclusões simplistas de que “não há diferenças”, ao menos entre a geração que já se tornou independente e saiu da casa dos pais. Em 25 das 40 situações analisadas, os filhos de mulheres que tiveram relacionamentos homossexuais alcançaram resultados bem diferentes daqueles criados por famílias estáveis, biologicamente intactas, compostas de pais e mães, atingindo resultados muito aproximados das crianças com pais em segunda união e das que têm pais ou mães solteiros. Mesmo após analisarmos os resultados levando em conta a idade, raça, gênero, e situações adversas, como ter sofrido bullying na juventude, ou a forma com que o estado americano em que o entrevistado reside costuma lidar com a questão homossexual, ainda assim foi maior a proporção de filhos de casais homossexuais que relataram estar desempregados, menos saudáveis, mais deprimidos, com mais probabilidade de terem traído um cônjuge ou parceiro, mais propensos a usar maconha e a ter problemas com a lei penal, além de terem mais parceiros sexuais, estarem mais sujeitos à violência sexual e terem mais lembranças negativas a respeito da sua vida familiar na infância, dentre outras coisas.
Por que essas diferenças tão dramáticas? Só posso especular, já que os dados não estão preparados para identificar as causas. Uma situação constante entre os filhos adultos de pais homossexuais, no entanto, é a instabilidade das famílias, muito grande, por sinal. Os filhos de homens que tiveram relacionamentos com pessoas do mesmo sexo se saíram um pouco melhor, mas ainda assim, relataram com menos frequência terem vivido com seus pais por muito tempo e, em nenhuma vez nesta pesquisa, afirmaram que viveram com seus parceiros por um período que fosse superior a três anos.
Então por que este estudo surgiu com resultados tão diferentes dos anteriores? E por que um único estudo seria suficiente para alterar todos os anteriores? Basicamente, por ter usado melhores métodos. Quando se trata de avaliar como os filhos de pais gays estão se saindo, os métodos cuidadosos e com abordagem aleatória encontrados nos estudos populacionais não têm sido empregados frequentemente por estudiosos desse tema, devido, em parte — certamente — aos desafios em localizar e entrevistar as minorias aleatoriamente. Em seu lugar, a comunidade acadêmica tem frequentemente considerado estudos pequenos e “convenientemente” direcionados a mães lésbicas, brancas e com boa educação, incluindo grande esforço de coleta de dados nos quais os participantes sabiam que estavam contribuindo para estudos importantes, que possuíam potenciais consequências políticas, elevando a probabilidade de algo similar ao Efeito Hawthorne (nota do tradutor: “Efeito Howthorne” ou “Efeito observador” é uma resposta de comportamento da pessoa por estar sendo observada. O estudo original, nas Indústrias Hawthorne, sugeriu que os operários, por serem o alvo da pesquisa e desfrutarem de mais atenção por causa disso, aumentariam temporariamente a sua produtividade).
Dificilmente esse seria um ambiente ideal para a coleta de dados imparciais (e para dar crédito, vários dos próprios pesquisadores admitem esses desafios). Eu não estou alegando que toda a pesquisa anterior sobre esse tema não é verdadeira. Mas estudos pequenos ou direcionados não deveriam ser o padrão máximo de referência em pesquisa, ainda mais quando se trata de um tópico tão carregado de interesse público e importância.
Para avançar na ciência e testar a teoria da “não existência de diferenças”, o Estudo Sobre as Novas Estruturas Familiares coletou dados de uma larga e aleatória parcela de jovens adultos americanos — além do censo, o maior conjunto de dados de base populacional organizado para responder a pesquisas sobre famílias em que mães ou pais tiveram relações do mesmo sexo — e perguntou-lhes sobre a vida deles agora e à época em que estavam crescendo. Ao perguntarem breve e diretamente se suas mães e/ou seus pais haviam tido um relacionamento romântico do mesmo sexo, 175 disseram que suas mães o haviam tido e 73 disseram o mesmo sobre seus pais — números muito maiores do que tem caracterizado os estudos nesta área. Perguntamos a todos esses entrevistados (e a uma amostra aleatória de outros) sobre as suas próprias vidas e relacionamentos, como também lhes pedimos para refletir sobre sua vida familiar enquanto cresciam. As diferenças, ao que parece, eram inúmeras. Por exemplo, 28% dos filhos adultos de mulheres que tiveram relações do mesmo sexo estão atualmente desempregados, em comparação com os 8% das pessoas casadas de famílias tradicionais. 40% daqueles admitiam ter tido um caso enquanto casados ou em coabitação, em comparação com 13% destes últimos. 19% do primeiro grupo disse que esteve recentemente, ou ainda está, em psicoterapia por problemas relacionados com ansiedade, depressão, ou relacionamentos, em comparação com os 8% do último grupo. E essas são apenas três das 25 diferenças que notei.
Apesar de sabermos que as coisas boas tendem a acontecer, tanto no curto prazo quanto no longo prazo, quando as pessoas criam famílias que duram, pais no Estudo Sobre as Novas Estruturas Familiares que tiveram relações do mesmo sexo foram os menos propensos a apresentar essa estabilidade. Os filhos jovens de mulheres em relações lésbicas relataram maior incidência de tempo gasto na assistência social (14% do total), em comparação aos 2% para o restante da amostra. 40% passou um tempo morando com os avós (em comparação com 10% dos demais); 19% passou um tempo vivendo por conta própria antes dos 18 anos (em comparação com 4% entre todos os outros). Na verdade, menos de 2% de todos os entrevistados que disseram que suas mães tiveram um relacionamento homossexual relataram viver com sua mãe e seu parceiro durante os 18 anos de sua juventude.
Cabem elogios para aqueles pais homossexuais, como os de Zach Wahls, (nota do tradutor: Wahls tem duas mães, e se opôs a uma lei que acabaria com as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo no seu Estado), que têm feito um trabalho notável na criação dos filhos, agora jovens adultos. Tenho certeza de que os desafios foram significativos e o apoio social, muitas vezes, modesto. Há casos como os de Zach, mas não muitos. A estabilidade é crucial, mas incomum.
Existem limitações neste estudo, é claro. Nós não tivemos tantas famílias de lésbicas e gays intactas como gostaríamos para as avaliar, mesmo que elas sejam o modelo adotado nas deliberações públicas sobre a igualdade no casamento. Mas não foi por falta de esforço.
Deixe-me ser claro: não estou afirmando que a orientação sexual é a culpada aqui, ou que eu saiba tudo sobre as crianças que estão sendo criadas neste momento por pais gays ou lésbicas. Seus pais podem estar estabelecendo relações estáveis em uma época em que a união de casais de mesmo sexo é mais aceita e apoiada. Mas esse não é o caso da geração anterior, e, assim, os cientistas sociais, os pais, e os defensores da causa fariam bem daqui para frente, se evitassem simplesmente assumir que as crianças estão bem.
Este estudo surge em meio a uma temporada de grandes debates incisivos envolvendo o casamento de pessoas do mesmo sexo: 1) o DOMA (Defense of Marriage Act, um projeto de lei pró-casamento tradicional), 2) a perspectiva do presidente Obama sobre o assunto (nota do tradutor: antigamente o presidente se opunha a esse tipo de casamento, mas mudou de ideia e afirmou que a sua visão sobre o tema “evoluiu”), 3) a Prop 8 (Proposition 8, uma proposta de emenda constitucional elaborada na Califórnia, por grupos contrários ao casamento gay) e 4) iniciativas eleitorais estaduais encerradas ou que em breve serão postas em votação.
No entanto, a mensagem política para se levar em conta neste estudo não está clara. Por um lado, a instabilidade detectada poderia se traduzir num apelo para se estender a relativa segurança oferecida pelo casamento para os casais de gays e lésbicas. Por outro lado, pode sugerir que a instabilidade familiar revelada é excessivamente comum entre os casais do mesmo sexo para que se faça uma aposta social em que haja significativos gastos políticos e econômicos, que estimem e apoiem esta nova (mas pequena) forma de família, enquanto os americanos continuam a fugir da estável família tradicional, o carro-chefe da família americana, e pelo menos de acordo com os dados, o lugar mais seguro para uma criança.
Mark Regnerus, PhD, professor de sociologia associado na Universidade do Texas (Austin), pesquisador associado no Centro de Pesquisa Populacional da mesma instituição e co-autor do livro “Sexo Antes do Casamento nos EUA: Como os jovens americanos se conhecem, se relacionam e o que pensam sobre casamento”.
“Quem se descuida dos seus, e principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel.” (1Tm 5,8)
Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família (casa). (Atos 16, 31)
“Quem se descuida dos seus, e principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel.” (1Tm 5,8)
A realidade que mais nos aproxima da ideia do paraíso é nosso lar, disse alguém. Aos homens, como aos pássaros, o mundo oferece mil lugares para pousar, mas somente o seu lar é o seu verdadeiro ninho.
Podemos percorrer o mundo à procura do que desejamos ver e conhecer, mas nada é como o nosso lar; os filhos e netos nos mantém agarrados à vida. Há um provérbio persa que diz que “quem não tem irmão, tem as pernas fracas”. A criança é o amor visível. Cada criança, ao nascer, nos traz a mensagem de que Deus não perdeu ainda a esperança nos homens, disse Tagore.
Uma infância feliz é o maior presente que os pais podem dar aos filhos.
A maior alegria é colhida na família, a cada dia. Eu não trocaria por nada toda a vida que vivi em família.
A alegria de gerar e educar os filhos, de conviver com eles, faz a nossa maior felicidade. Infelizmente muitos estão enganados pensando que podem buscar a felicidade fora do lar, ou sem construir um lar. O egoísmo e o medo estão fazendo muita gente rejeitar o casamento e a família. Não faça isso. Faça a sua vida girar em torno da família. Nada nos faz tão felizes como aquilo que construímos com a nossa vida, com a nossa luta e com a nossa dedicação.
Até quando nos deixaremos enganar, querendo ir buscar a felicidade tão longe, se ela está bem junto de nós?
A família é o complemento de nós mesmos. Ela é a base da sociedade. Nela somos um indivíduo reconhecido e amado, e não apenas um número, um RG, um CPF.
É no seio da família que cada pessoa faz a experiência própria do que seja amar e ser amado, sem o que jamais será feliz. Quando a família se destrói a sociedade toda corre sério risco; e é por isso que temos hoje tantos jovens delinquentes, envolvidos nas drogas, na bebida e na violência. Muitos estão no mundo do crime porque não tiveram um lar.
Sem dúvida a maior tragédia do mundo moderno é a destruição da família. O divórcio arrasa com os casamentos e, consequentemente com as famílias. Os filhos pagam o preço da separação dos pais; e eles mesmos sofrem com isto. Quando as famílias eram bem constituídas, não havia tantos jovens envolvidos com drogas e com a violência, com o homossexualismo e com a depressão.
Mais do que nunca o mundo precisa de homens e mulheres dispostos a constituir famílias sólidas, edificadas pelo matrimônio, onde os esposos vivam a fidelidade conjugal e se dediquem de corpo e alma ao bem dos filhos. E é isto que dá felicidade ao homem e à mulher.
Infelizmente uma mentalidade consumista, egoísta e comodista toma conta do mundo e das pessoas cada vez mais, impedindo-as de terem filhos.
Não há na face da terra algo mais nobre e belo que um homem e uma mulher possam fazer do que gerar e educar um filho. Nada pode ser nem de longe, comparado à vida humana. Nem toda riqueza que há debaixo da terra vale uma só vida humana, porque esta é criada a imagem de semelhança de Deus, dotada de inteligência, liberdade, vontade, consciência, capacidade de amar, cantar, sorrir e chorar. O que pode ser comparado a isto?
Nada pode nos dar tanta satisfação do que ver o filho nascer, ensiná-lo a andar, falar, escrever, e seguir o seu caminho neste mundo.
A felicidade do lar está também no relacionamento saudável, fiel e amoroso dos esposos. Sem fidelidade conjugal a família não se sustenta. E esta fidelidade tem um alto preço de renuncia às tentações do mundo, mas produz a verdadeira felicidade. Marido e mulher precisam se amar de verdade, e viver um para o outro, absolutamente, sem se darem ao direito da menor aventura fora do lar. Isto seria traição ao outro, aos filhos e a Deus.
Não permita que o seu lar se dissolva por causa de uma infidelidade de sua parte. A felicidade tem um preço; temos de pagar o preço da renúncia ao que é proibido. Não se permita a menor intimidade com outra pessoa que não seja o seu esposo ou sua esposa.
Não brinque com fogo, para não queimar a sua felicidade e a dos seus caros.
A grande ameaça à família hoje é a infidelidade conjugal; muitos maridos, e também esposas, traem os seus cônjuges e trazem para dentro do lar a infelicidade própria e dos filhos. Saiba que isto não compensa jamais; não destrua em pouco tempo aquilo que foi construído em anos de luta.
Marido e mulher precisam viver um para o outro e ambos para os filhos. O casal precisa conversar se perdoar; se um não perdoa o outro em suas pequenas falhas, jamais desfrutará de suas grandes virtudes. A felicidade do casal pode ser muito grande, mas isto depende de que ambos vivam a promessa do amor conjugal. Amar é construir o outro; é ajudá-lo a crescer; é ajudá-lo a vencer os seus problemas. Amar é construir alguém querido, com o preço da própria renúncia. Quem não está disposto a este sacrifício nunca saberá o que é a felicidade de um lar. O homem não precisa trocar de mulher para ser feliz. É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a sua vida quanto dizer que um violonista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música. Se alguém não sabe tocar violino não adianta ficar trocando de violino.
Na sagrada missão de educar bem os filhos, o casal encontra a felicidade. Viva para os filhos e você será feliz.
Os pais precisam antes de tudo ter tempo para eles, e saber conquistá-los; sem isto, os filhos não os ouvirão e não seguirão os seus conselhos. Mas o filho deve ser conquistado por aquilo que você é para ele, e não por aquilo que você dá para ele.
Cada filho é como um diamante que Deus nos entrega para ser lapidado com carinho. Não há alegria maior para um homem do que encontrar alegria em seu filho bem formado e educado. Cada filho é a nossa imagem; “filho de peixe é peixinho”. O filho é educado muito mais pelo exemplo dos pais do que por suas palavras.
São Tomás de Aquino dizia que a família constitui para os filhos “um útero espiritual”. Os pais devem ser amigos e confidentes e não os tiranos dos filhos.
Na medida em que os casamentos vão se desfazendo, as famílias vão se destruindo, por falta de Deus, a felicidade dos homens vai aumentando. Fuja desta rota se quiser ser feliz e ter paz na alma.
A família é a “igreja doméstica”; é nela que os filhos devem aprender com os pais a maravilha da fé; é ali, no colo da mãe que a criança deve aprender a rezar e viver os mandamentos da lei de Deus para ser feliz.
O casal cristão se deseja ser feliz precisa cultivar uma vida de oração em casa e na igreja, de freqüência aos sacramentos, de meditação da Palavra de Deus, etc.
Mas, mesmo que sua casa já esteja desmoronada, você a pode reconstruir com Deus, porque para Ele nada é impossível. Não olhe para o passado, não fique pisando e culpando a sua alma; olhe para Jesus, crê no Senhor, e Ele abrirá um caminho novo em sua vida; creia nisso.
Mesmo que seu marido a tenha abandonado; mesmo que sua esposa o tenha traído, mesmo que seus filhos o tenham decepcionado… olhe para Jesus, creia Nele, e Ele lhe dará uma nova alternativa de vida. Jesus disse: “Se creres verás a glória de Deus”. (Jo 11,40) Não há uma vida na terra que esteja a tal ponto destruída que Deus não possa restaurá-la.
O fator mais importante na educação é conquistar os filhos.
Há alguns anos a polícia de Houston, no Texas, Estados Unidos, publicou o que chamou de “Dez Regras Fáceis de Como Criar um Delinquente”. É interessante refletir sobre elas, especialmente os pais e os educadores. Para isso, vamos transcrevê-las:
Comece na infância a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja.
Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.
Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos 21 anos, e “decida por si mesmo”.
Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a sua responsabilidade.
Discuta com freqüência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.
Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser.
Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.
Tome partido dele contra vizinhos, professores, policiais (Todos têm má vontade para com o seu filho).
Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: Nunca consegui dominá-lo.
Prepare-se para uma vida de desgosto.
Sem dúvida, esta é uma lista, fruto da experiência de quem trata com jovens “problemáticos” e que não pode ser desprezada. Fica cada vez mais claro que o aumento da delinquência juvenil é diretamente proporcional à destruição dos lares e das famílias. É muito fácil verificar que, na grande maioria dos casos, o “jovem problema” tem atrás de si “pais problemas”.
A vida familiar é o “arquétipo” que Deus instituiu para o homem viver e ser feliz na face da terra.
Quanto mais, portanto, as santas leis de Deus, em relação à família, forem desrespeitadas e pisadas pelos homens, tanto mais famílias destroçadas teremos, e tanto mais lágrimas rolarão dos olhos dos pais e dos filhos. Ninguém será feliz sem obedecer às leis de Deus. Antes de serem leis divinas elas são leis naturais. E a natureza não sabe perdoar quem se põe contra ela.
No capítulo 30 do Eclesiástico, a Palavra de Deus fala aos pais sobre a sua enorme responsabilidade na educação dos filhos. Ele diz: “Aquele que ama o seu filho corrige-o com frequência, para que se alegre com isso mais tarde” ( 30,1).
Infelizmente são muitos os pais que não corrigem os seus filhos: ou porque são relapsos como pais ou porque também precisam de correção, já que também não foram educados.
(*) É preciso abrir um parentese nesta questão porque as pessoas entendem como (correção) uma surra bem dada ou um castigo bem doloroso e na verdade para se fazer uma correção bem executada não precisa nem de surra e nem de castigo e sim uma questão de respeito e autoridade e é claro que os Pais devem demonstrar que estão dispostos a dar “punições” mais severas caso seja necessário, mesmo que não seja preciso tal aplicação prática no futuro.
Mais à frente esse mesmo livro diz: “Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes curar as feridas” (30,7). Essa palavra é pesada: “estraga com mimos”. A criança mimada torna-se problema; pensa que o mundo é dela e que todos devem servi-la. Não há coisa pior para um filho. Isso ocorre muito com o filho único, objeto de “todas” as atenções e cuidados dos pais, avós e tios. Aí é preciso uma atenção especial!
“Um cavalo indômito torna-se intratável, a criança entregue a si mesma torna-se temerária” (idem 30,8).
Não pode haver mal maior do que deixar uma criança abandonada, materialmente, mas principalmente na sua educação.
“Adula o teu filho e ele te causará medo”, diz o Eclesiástico (30,9).
“Não lhes dê toda a liberdade na juventude, não feches os olhos sobre as suas extravagâncias” (idem, 30,11).
Muitos pais, vendo os filhos errarem, não os corrigem. Temos que ensiná-los a usar a liberdade com responsabilidade. E não lhes dar “toda” liberdade.
Vi certa vez uma frase, em um adesivo de automóvel, que dizia: “Adote o seu filho, antes que o traficante o faça”. De fato, se não conquistarmos os nossos filhos com amor, carinho e correção sadia, eles poderão ir buscar isso nos braços de alguém que não convém. É preciso que cada lar seja acolhedor para o jovem, para que ele não seja levado a buscar consolo na rua, na droga, na violência… fora de casa.
O fator mais importante na educação é que os pais saibam conquistar os filhos; não com dinheiro, roupa da moda, tênis de marca, etc, mas com aquilo que eles são; isto é, a sua conduta, a sua moral íntegra, a sua vida honrada e responsável.
O filho precisa ter “orgulho” do pai, ter “admiração” pela mãe, ter prazer de estar com eles, ser amigo deles. Assim ele ouvirá os seus conselhos e as suas correções com facilidade.
Sobretudo é primordial o respeito para com o filho; levá-lo a sério, respeitar os seus amigos, as suas iniciativas boas, etc. Se você quer ser amigo do seu filho, então deve tornar-se amigo dos seus amigos e nunca rejeitá-los. Acolha-os em sua casa.
Diante dos filhos os pais não devem ser super-heróis que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os seus pais também erram e que também têm o direito de ser perdoados. E, para isso, os genitores precisam aprender a pedir perdão para os filhos quando erram. Não há fraqueza nisso, e muito menos isso enfraquecerá a autoridade deles de pais. Ao contrário, diante da humildade e da sinceridade dos pais, a admiração do filho por eles crescerá. Tudo isso faz o pai “conquistar” o filho.
O educador francês André Bergè diz que os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos. Parafraseando-o podemos afirmar também que as virtudes dos pais são os pais das virtudes dos filhos. Não é sem razão que o povo afirma que filho de peixe é peixinho. Isso faz crescer a nossa responsabilidade.
É importante que os pais saibam corrigir os filhos adequadamente, com firmeza é certo, mas sem os humilhar. Não se pode bater no filho, não se pode repreendê-lo com nervosismo nem o ofender na frente dos amigos e irmãos. Isso tudo humilha o filho e o faz odiar os pais. Conquiste o filho, não com dinheiro, mas com amor, vida honrada e presença na sua vida. E, sobretudo, leve-o para Deus, com você! São Paulo diz aos pais cristãos:
“Pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Efésios 6,4).
Autor: Felipe Aquino
fonte: felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Idéias”.