Por que fracassam tantas famílias?


 Assunto – Famílias Fracassadas


Quando começa o Divórcio?

– Ter ao invés do Ser

O  ‘’ter”  é  importante e indispensável para a nossa sobrevivência. Alguns contudo, só pensam no “ter”  se esquecem de  “ser”. Dificilmente alguém nos fala que fulano é virtuoso, é um santo, é caridoso, mas muitos nos falam que sicrano é rico, tem muitas casas, fazendas, e ganha milhões por mês!

Se de um lado é bom ter, mais importante é ser um cidadão correto, solidário, educado. O cidadão que “é” que possui os predicados atrás, é preferível ao que “tem” posses, mas desvestido de valores morais.

Quando a família inverte essas prioridades e só pensa em acumular, embora esteja solida materialmente falando, sua estrutura poderá estar sendo corroída, seus membros corrompidos,  seu caráter fragilizado, pois não exercitou a solidariedade e a partilha. Podendo, contudo, aliar  posse de bens com posse de virtudes, e partilha de ambas (posses e virtudes), essa família passara, então, a ser exemplo.


Egoísmo


2- Egoísmo

Quem  só pensa em “ter”, deixando se “ser”, acaba se isolando, torna-se avarento e egoísta. O egoísmo é um dos piores pecados, visto que a pessoa  enrosca-se em si mesma, patina e não sai da crosta que ela formou. Procurou proteger-se tanto que se perdeu na atribuição e distribuição de valores perenes.

O próximo, para o egoísta, esta muito distante. Ele não sente e nem pressente a necessidade alheia. Interessa-lhe tão somente o seu bem estar. Uma família, onde medra o egoísmo, não pode subsistir, e o seu esfacelamento é iminente.


Discussão é falta de diálogo.


3- A falta de dialogo

     Aquele que não privilegiou o “ser”, que se atola no egoísmo, emudece-se, visto que evita dialogar, já que o dialogo para ele representa alguma perda. Fechando, assim, os canais de comunicação, que lhe poderiam abrir a mente e o coração, não lhe resta outra alternativa senão falar consigo mesmo.  

Vitima de um monologo indecifrável, sua família é pré-falimentar material  e espiritualmente falando, pois não havendo troca de ideias, não se trocam e nem se eliminam as dificuldades, que tendem a aumentar causando a ruína da família.


Dificuldades.


4- Dificuldades financeiras

A família também se esboroa por causa de dificuldades financeiras. Casa em que falta pão, todos gritam e ninguém tem razão. É preciso que todos colaborem para o sustento do lar e não somente o pai ou a mãe. Os filhos não podem se acomodar e sim se incomodar, estudando, economizando e participando das despesas do lar, sob pena de retrocesso e ruptura dos laços familiares.


Oração

Falta de Deus em sua casa.

5- A falta de DEUS,  e de oração

Esta é a principal causa de esfacelamento da família, pois, casa sem oração e sem Deus, e vitima inevitável dos poderes do mal. E quais são esses poderes? Egoísmo, consumismo, falta de respeito e de amor, decadência moral e perda de princípios éticos e idolatria do mercado.  

      Quando  mais ostentação e consumo supérfluo, menos família se é, mais distante de Deus se torna. Os valores do espirito já não são prioritários para o consumista, e Deus, para ele é uma entidade distante, ou talvez entidade nenhuma. A família sem fé e sem obras é uma família falida e infeliz.

A família bem constituída, sem os vícios ora abordados, é o sustentáculo da fé. A fé sustentável é alicerçada em valores familiares elevados. A fé sustenta a família, que por sua vez sustenta a fé. Uma engendra e solidifica a outra. Sem fé e sem obras, a família paradigma que estamos comentando não medra, não viceja. Com fé, rompe barreiras, aprimora o caráter, gerando paz, amor e harmonia familiar.


cristo_disfarçado

Autor: J. Marques fonte:  Texto de A família como vai?

Destruir_família


Amalgama

A família continua sendo o melhor modelo de Sociedade.



A família não é um modelo antiquado e os católicos deveriam defendê-la não só das estruturas de pecado hostis a ela que colocam em dúvida a tradicional cultura familiar e muitas vezes a destrói,

assinalou o Relator Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Peter Erdo na sua “Relatio ante disceptationem”.



seguro-total-santander364326


Postado em 8 de outubro de 2014

O Cardeal dividiu este documento que introduz os trabalhos do Sínodo em quatro partes: O Evangelho da Família no Contexto da Nova Evangelização, o Evangelho da família e a pastoral familiar, as situações pastorais difíceis, e a família e o Evangelho da vida.

Do mesmo modo, na conferência de imprensa de ontem, 6 de outubro, o Cardeal indicou que foram levadas em consideração as respostas dadas ao questionário preliminar que foi enviado às conferências episcopais, assim como as intervenções enviadas pelos padres sinodais.

O Arcebispo de Budapeste (Hungria) também compartilhou com os jornalistas que a renovação da metodologia do sínodo se expressa também no fato de que já está sendo elaborada “a relação posterior à discussão, sobre a base das intervenções escritas dos padres sinodais, embora ainda temos que considerar o que sai do debate”.

Por sua parte, o Secretário Geral do Sínodo, Dom Bruno Forte, explicou aos jornalistas que “houve uma maturação no caminho sinodal ao longo dos anos”. Acrescentou que “como os temas mais importantes do Concílio Vaticano II foram discutidos no meio das sessões, as não formais, espero que os resultados mais importantes do sínodo dos bispos cheguem das discussões livres, que o Papa Francisco quer que sejam francas”.

O texto, lido pelo Cardeal Erdo, ofereceu também alguns dos temas a serem tratados durante estas duas semanas:

Educação

O documento indica que “a família certamente hoje encontra muitas dificuldades; mas não é um modelo antiquado, pelo contrário, entre os jovens em geral se constata um novo desejo de família”.

De acordo com o Cardeal “entre os cristãos católicos a substância do ensinamento do Novo Testamento e do Catecismo da Igreja Católica sobre o matrimônio parece ser bastante conhecida. Entretanto, os aspectos específicos da doutrina e do Magistério da Igreja sobre o matrimônio e a família nem sempre são suficientemente conhecidos entre os fiéis”.

Nesse sentido, destacou muitas vezes a necessidade de uma educação mais integral no ensino católico, fazendo-se eco das observações do “Documento de trabalho do sínodo dos bispos”. “Resulta especialmente útil oferecer aos pastores das comunidades locais diretrizes claras para ajudar todos aqueles que vivem em situações difíceis”, adiciona o documento.

Do mesmo modo, alerta as comunidades locais para que evitem “as improvisações de uma ‘pastoral caseira’, que acaba fazendo mais difícil que se aceite do Evangelho da família”.

O documento também assinala que “é preciso acompanhar os noivos prometidos para que tenham uma clara consciência do que é o matrimônio no intuito do Criador, aliança que entre os batizados sempre tem a dignidade sacramental”.

A misericórdia não se anula com a verdade

Dado que “o tema da misericórdia está cada vez mais em primeiro plano como um ponto de vista importante no anúncio do Evangelho”, a relação destacou que a misericórdia “não elimina a verdade e não a relativiza, mas leva a interpretá-la corretamente no contexto da hierarquia das verdades”.

“A misericórdia, portanto, tampouco anula os compromissos que nascem das exigências do vínculo matrimonial. Estes continuam subsistindo inclusive quando o amor humano se debilitou ou cessou”, assinala o texto.


Coração ferido


Divorciados em nova união, coabitação e matrimônios civis

Além disso, o documento aborda situações como a coabitação, os matrimônios civis, assim como os divorciados em nova união.

As duas primeiras, indicou, representam uma nova dimensão de cuidado pastoral e “a Igreja não pode não reconhecer inclusive em situações a primeira vista afastadas de critérios que respondam ao Evangelho, uma oportunidade para acompanhar as pessoas, para que cheguem a uma decisão consciente, verdadeira e justa a respeito de sua relação”.

No que diz respeito aos divorciados em nova união, o documento indica que a resposta a estas questões mostra que este tema tem diferentes matizes em diversas partes do mundo, mas que não põem em questionamento “a palavra de Cristo e a verdade da indissolubilidade do matrimônio, nem faz com que já não estejam em vigor”.

“Os divorciados recasados civilmente pertencem à Igreja” e têm direito a receber o cuidado de seus pastores, afirmou o Cardeal. “Por isso a necessidade de ter em cada Igreja particular pelo menos um sacerdote, devidamente preparado, que possa prévia e gratuitamente aconselhar as partes sobre a validez de seu matrimônio”, acrescentou.

“Com efeito, muitos esposos não são conscientes dos critérios de validez do matrimônio e menos ainda da possibilidade da invalidez. Depois do divórcio, é preciso realizar esta verificação, em um contexto de diálogo pastoral sobre as causas do fracasso do matrimônio anterior, averiguando as possíveis causas de nulidade. Ao mesmo tempo, evitando a aparência de um simples cumprimento burocrático ou de interesses econômicos. Se tudo isso for realizado com seriedade e buscando a verdade, a declaração de nulidade produzirá uma libertação das consciências das partes”, indicou.

As instâncias de uma “mentalidade do divórcio” na celebração do sacramento do matrimônio faz acreditar que muitos casamentos celebrados na Igreja poderiam ser inválidos.

“Para verificar a possível nulidade do vínculo de maneira eficaz e ágil”, indicou, muitos sentem que os procedimentos precisam ser revisados. Para isso, o Papa Francisco nomeou uma comissão especial que reforme o processo de nulidade de matrimônios.

Homossexualidade

O documento também aborda o tema da homossexualidade e assinala que há “um amplo consenso em relação ao fato que as pessoas de tendência homossexual não devem ser discriminadas”, mas ao mesmo tempo emerge “com igual clareza que de parte da maioria dos batizados —e da totalidade das Conferências episcopais— não se espera uma equiparação destas relações com o matrimônio entre homem e mulher”.

“As formas ideológicas das teorias de gênero tampouco geram um consenso entre a grande maioria dos católicos”, acrescenta.

“Muitos querem, em contrapartida, superar os tradicionais róis sociais, condicionados culturalmente, e a discriminação das mulheres, que continua presente, sem negar com isso a diferença natural e criatural entre os sexos e sua reciprocidade e complementariedade”.

O Evangelho da vida

Em conclusão, a relação assinala a importância do Evangelho da vida. Quer dizer a abertura à vida não alheia ao amor conjugal. “O amor esponsal, e mais em geral a relação, nunca deve construir-se como um círculo fechado”, além disso, “a acolhida da vida não se pode pensar como limitada unicamente à concepção e ao nascimento. Se completa na educação dos filhos, no sustento que se oferece ao seu crescimento”.

O documento também recorda que “a acolhida da vida, assumir as responsabilidades em ordem à geração da vida e ao cuidado que esta requer, só é possível se a família não for concebida como um fragmento isolado, mas se perceber inserida em uma trama de relações”.

Nesse sentido, a Igreja está chamada a proclamar e ser testemunha da dignidade suprema da pessoa humana, “por isso, é preciso cuidar de modo particular da educação da afetividade e da sexualidade”.

Para isso, a relação aponta à necessidade de propor novamente a mensagem de Paulo VI em sua encíclica Humanae Vitae sobre o controle da natalidade.

Conclusão

Finalmente, o texto conclui que o desafio do Sínodo é “propor de novo ao mundo de hoje, em certos aspectos tão parecido ao dos primeiros tempos da Igreja, o atrativo da mensagem cristã em relação ao matrimônio e à família, destacando a alegria que dá, mas ao mesmo tempo dar respostas reais e impregnadas de caridade aos numerosos problemas que especialmente hoje tocam a existência da família. Destacando que a autêntica liberdade moral não consiste em fazer o que se sente, não vive só de emoções, mas se realiza somente adquirindo o verdadeiro bem”.

“Em concreto nos pede acima de tudo nos colocar ao lado dos nossas irmãs e irmãos com o espírito do bom Samaritano: estar atentos a sua vida, em particular estar perto daqueles aos que a vida feriu’ e esperam uma palavra de esperança, que nós sabemos que só Cristo pode nos dar. O mundo necessita a Cristo. O mundo também nos necessita, porque pertencemos a Cristo”, concluiu.


Espiritualidade


O QUE É ESPIRITUALIDADE?




      Atualizado em 26/11/2014




A Espiritualidade cristã na Família.



A Espiritualidade é um componente Permanente na vida do Cristão, Seja ele um Jovem solteiro, Casado ou Consagrado ao Sacerdócio.   Foi escolhido  para meditar na campanha Nacional da Família deste ano de 2014 o tema:

“A Espiritualidade cristã na Família:

um casamento que dá certo”.

Hora da Família 18 – 2014

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA



Santos1[1]


No quinto capítulo da Lumen Gentium, lemos o título:

“Vocação universal à santidade”.

Quer dizer, ser santo não é um privilégio dos monges ou de uma elite, mas é algo destinado a todo e qualquer batizado e a tantos outros que nem são cristãos. 

“Todos os que, movidos pelo Espírito de Deus, obedecem a voz do Pai e adoram a Deus Pai em espírito e verdade, cultivam nos vários gêneros de vida e ofícios uma única santidade”. (Lumen gentium, 41)

No nº 56 da “Familiaris consortio” lê-se:

“Cumprindo à energia do sacramento, a própria missão conjugal e familiar, penetrados do espírito de Cristo que impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade avançam sempre mais na própria perfeição e mútua santificação e cooperam assim juntos para a glória de Deus”.

Jesus falou: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt. 5,48) e são Paulo lembra-nos o seguinte: “esta é a vontade de Deus: Vossa santificação” (Ts. 4,3). Também escreveu que Cristo amou a Igreja como se fosse sua esposa, a fim de santificá-la. Todos os fiéis cristãos são chamados à santidade e à perfeição da caridade. A passagem de imperfeitos para perfeitos se dá sempre a partir do amor (Fl. 3,12).

Durante muitos séculos foi pensado que só os consagrados e os religiosos estivessem obrigados a seguirem e a viverem os preceitos evangélicos, mas o Evangelho é para ser vivido por todos os cristãos. Devemos testemunhar Cristo pobre, humilde, carregado com a cruz.

Os casados não imitam um estilo de santidade que funciona para os monges e religiosos. Os casados devem se ajudar mutuamente a conservar a graça no decurso de sua vida.

O marido tem a responsabilidade de ajudar a sua esposa a se salvar e vice-versa. Cada cônjuge tem o direito de receber o apoio, a inspiração e a motivação necessários para alcançar a vida eterna.

Assim, todos os cristãos, nas condições, ofícios ou circunstâncias de sua vida, e através desse tudo, dia a dia mais se santificarão se, com fé, tudo aceitam da mão do Pai.

Os cristãos, diz o Concílio Vaticano II são convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição no seu próprio estado de vida.

O amor é o que dá sentido à vida, o que dá sentido ao casamento. A maior garantia para que o amor dos cônjuges não desapareça mas ainda se torne mais profundo, mais verdadeiro através dos anos é estar o casal constantemente em busca da sintonia entre seu projeto fundamental de vida e o projeto de Deus, fonte de toda a vida para nós.

Como agente de Pastoral somos missionários. O que sustenta esse nosso trabalho missionário é a experiência de Deus, ou seja, a espiritualidade.

A oração, esse relacionamento do ser humano com o seu Deus, está profundamente inscrita no coração de cada um, na forma de um desejo da criatura de encontrar-se com seu Criador, do filho querendo comunicar-se com o Pai. O batizado, à medida que vai crescendo na Igreja, recebe o apoio da comunidade nessa busca, por meio das liturgias, dos sacramentos, dos momentos reservados para esse encontro com Deus.

Uma das dificuldades que o cristão encontra quando casa, é a insegurança que sente diante dessa nova criatura de Deus que é o casal. Ao mesmo tempo em que cada um é chamado a conservar uma profunda identidade individual, o matrimônio busca fundir numa nova personalidade, numa nova espiritualidade, num novo ser muitas características e atitudes que passam a ser dois.

Assim, além do encontro individual do marido e da mulher com Deus, a nova criatura – o “ser-casal” – também tem necessidade de comunicar-se com Ele. E isso também será levado mais tarde, quando os filhos virão complementar essa unidade de amor e vida que é a família.


Espiritualidade


O QUE É ESPIRITUALIDADE?


Como estar em sintonia com Deus nosso Criador, fonte de Amor, num mundo de tanta violência, tão agitado, de tantas exigências? Busca-se a resposta nas diversas maneiras de expressão da fé, às quais damos o nome de espiritualidade.

A palavra espiritualidade vem do latim spiritus (espírito, alma, vida, sopro de vida).

Por espiritualidade entendemos ao mesmo tempo um determinado tipo de experiência e santidade cristãs, piedade ou vida espiritual.

Cada cristão é chamado a unir-se a Cristo, à configurar-se com Cristo. Neste sentido pode se dizer que existe uma única espiritualidade cristã. Mas como são diferentes os estilos de vida, há conseqüentemente diversas formas de espiritualidade. Os casados não se santificam do mesmo modo que os religiosos.

É sentida por todos a necessidade de uma força interior para sustentar nossas lutas do dia a dia. Nossa única tarefa será abrir nosso coração, nossa mente, para que Deus possa agir livremente em nós. Quando se dá espaço para Deus, Ele realiza infinitamente mais do que se pode imaginar.

Sabemos que estar em sintonia com Deus é graça, é dom, mas criar espaço para Ele em nós, é desafio e depende unicamente de nós.

O tempo que dedicamos a uma determinada coisa, nos mostra, em geral, o quanto ela nos vale. Achar tempo para Deus. De tanto nos entregarmos a preocupações deste mundo, deixamos cada vez menos espaço para Deus.

Tirar os entulhos do nosso coração, da nossa mente, para que Deus possa agir, é tarefa de cada dia, é uma tarefa constante.

O conhecimento pessoal é fundamental para uma espiritualidade sólida. Como edificar o Templo de Deus em nós se as bases humanas estão doentes, frágeis, estragadas por tantas preocupações inúteis.

É preciso reconstruir a base humana, o “eu” profundo, e só assim, será possível estar disponível para Deus e os irmãos.

Espiritualidade é o modo pelo qual buscamos conhecer, interpretar, discernir a vontade de Deus em nós, em nossa vida e a nossa resposta no caminho da santificação. No caminho para a santidade vamos nos transformando e toda transformação é evolutiva e muito lenta. Não há saltos, há passos…

Espiritualidade é viver sob a ação do Espírito Santo acolhendo suas inspirações e colocando-as em prática.

Às vezes se cria um quadro mental e se diz que Deus quer isso… È preciso trabalhar… Se eu não fizer, Deus não vai fazer em meu lugar.

A vida espiritual autêntica não dispensa o bom senso, a racionalidade, a coerência de comportamento e se harmoniza com as exigências fundamentais do ser humano considerado em suas situações concretas.

A verdadeira espiritualidade engloba todos os aspectos da vida. Ela integra na própria vida espiritual todos os elementos que compõem a trajetória humana.


Espiritualidade


A VIDA ESPIRITUAL EVOLUI


A vida evolui, isto é, não se fixa em um momento, não se repete. Ela se renova e gera novas conseqüências. Estagnar é condenar a vida e condenar a espiritualidade.

Evoluir significa variar conservando o mesmo sentido, permanecendo na mesma direção e mantendo os objetivos. Essa evolução passa por diferentes etapas em que diversificadas são as expectativas, novos os compromissos, outras são as solicitações internas, a distribuição do tempo varia, o lazer de ontem não mais satisfaz, o trabalho adquire um novo sentido; as satisfações, as frustrações, os conflitos e os desafios de amanhã serão diferentes dos de hoje.

Tudo isso conta na espiritualidade.

Essa evolução não é uniforme e nem sempre previsível. Há muitas surpresas no caminho, por mais que estejamos preparados e as tenhamos previsto como prováveis.

Uma verdadeira espiritualidade ajuda a família a viver o imprevisível e juntos, confiantes, caminhar para frente. O cristão não pode ficar parado na etapa infantil de sua fé. Ele é chamado a tornar-se adulto em Cristo e crescer na sabedoria divina (1Cor 13,11).


PRINCÍPIOS E ATITUDES


Apresentaremos aqui não um modelo teórico de espiritualidade familiar a ser seguido, mas ofereceremos uma pequena pedagogia para ajudar o casal e a família a viver, na realidade, às vezes difícil, o seu dia a dia no Espírito.

Trata-se de buscarem juntos, em família, uma convergência profunda, deixando-se todos eles, conjuntamente, levar-se pelo Espírito de Deus.

A espiritualidade sendo o caminho para Cristo que cada cristão inicia a partir de seu batismo vamos tratar de conhecer Jesus intimamente. Vamos conhecê-lo através da Palavra e fazer uma experiência com Ele.

Pode-se criar uma cena de nossa vida que temos certeza de que Deus falou conosco. Recompor a cena. Coloque Jesus nessa cena.

Estando com Jesus, capte as atitudes de Jesus e imagine o seu dia como Jesus estivesse vivendo a cena com você. Vá copiando os seus traços, suas atitudes. Contemplar Jesus para depois fazer como Ele.

Não se deve esperar resultado imediato, este virá com o tempo. A configuração de Jesus leva tempo.

A pergunta: “Que faria Jesus no meu lugar”? pode nos ajudar muito em nossas atitudes para enfrentar um problema, dar um conselho, ou repreender um filho.

Na espiritualidade conjugal, o homem e a mulher decidem copiar os traços de Jesus juntos.

Pode um casal ampliar sua espiritualidade conjugal e vivê-la em espírito de família? Pode uma família composta de tantas pessoas diferentes dar à sua vida uma mesma orientação ter um mesmo “espírito” deixando-se todos guiar juntos pelo Espírito de Cristo?

Como uma pessoa é única e irrepetível, cada membro da família pode ser completamente diferente dos outros membros, e assim não há um padrão. Cada família cristã pode e será provavelmente diferente das outras famílias cristãs. Cada família será única e irrepetível. Porém a espiritualidade não pretende oferecer um modelo, fazer viver a partir de um espírito, do Espírito. E isso sim pode ser comum, ainda que as opções de vida, o caminhar de cada um, as metas propostas em cada etapa sejam diferentes.

Todos nós conhecemos famílias, onde os filhos são, às vezes, completamente opostos, porém nas quais se nota um certo “ar de família”. Existe uma certa pedagogia básica de sua vida de família que os marcou para sempre e que irá marcar também uma nova família se eles mais tarde virem a formar.

Quando falamos de filhos, não relegamos os casais sem filhos que também são fecundos, que também são família, pois criam

algo novo com o seu amor recíproco e podem viver o seu amor conjugal com um coração de família aberto aos outros.

O projeto de uma espiritualidade familiar, tropeça em nossas fraquezas pessoais, no peso de nossa incoerência, na inércia do mundo. E não pode ser mais do que uma meta para a qual tendemos, um caminho que nunca percorremos totalmente.

O que Deus nos pede é que o desejemos e tentemos, que oremos e esperemos. É necessário ter muita paciência, perseverança e esperança.

Hoje se semeia, amanhã germina e só depois de muitos meses se colhe. Lembremos da obstinada perseverança que a criança tem para aprender a andar. Não desiste porque cai, não uma, mas muitas vezes.

Só a paciência dá a dimensão do profundo sentido da esperança. A caminhada para a glória e a santidade se faz com paciência.

Todos sabemos que o grande sacrifício que domina a história da humanidade é o sacrifício de Cristo na cruz. Na cruz Cristo não se contentou em oferecer seu corpo em seu nome, mas fê-lo em nome de todos os homens, ainda que, naquele momento, nem todos os homens estivessem ali.

Em cada Eucaristia, Cristo nos pede para ratificar o que Ele ofereceu naquele momento, seu corpo seu sangue. E cada um de nós associa-se a esse sacrifício, dizendo em nosso interior: “Deus meu eu te ofereço o corpo e o sangue do teu Filho em sinal da oferta de mim mesmo”. Essa oferta de si mesmo não termina quando a missa acaba. É uma oferta de si mesmo na vida; na vida pessoal, na vida conjugal, na vida de família e lembre-se:


Ressurreicao_Tumulo_luz


“JESUS CRISTO RESSUSCITADO É NOSSA ÚNICA ESPERANÇA”


Urge que tentemos descobrir na vida os sinais de esperança, que nos indica que o Espírito de Deus acompanha a história.

Ele não pode deixar que apenas o mal triunfe. Sabemos que existe corrupção, um grande relativismo quanto aos valores morais, individualismo, materialismo e intolerância, etc; porém não queremos ser como os cegos e os surdos de que fala o evangelho que “olharam mais não viram” e não chegaram a reconhecer os sinais da Boa Nova, não souberam ver o Cristo que atravessou suas vidas.

Em muitos setores da sociedade, em muitos jovens há atitudes de solidariedade incríveis. Em casais mais idosos, entre pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, há relações de grande fraternidade, de grande abnegação e de grande fidelidade.

Há um desejo crescente de preservar a natureza. Em todos os lugares há pessoas extraordinárias que vivem simplesmente com base na bondade. Em tantos lugares obscuros há pessoas de Igreja entregando suas vidas pelos outros.

Há tantas coisas boas para ver e imitar.

Aprendamos a escutar o nosso coração para podermos falar de nossas opções de fé, não a partir da teoria ou de princípios abstratos, mas a partir de nossa experiência feita reflexão.

Lembre-se como discípulos de Cristo o fruto é o Amor.

Jesus não quer uma adesão de servos que obedecem a um senhor mas quer uma adesão de amigos. Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos.

Temos que dar razão a nossa esperança.

Dizer o bem é saber dar razão a nossa esperança, em primeiro lugar perante nossos filhos, e depois perante os demais.

Saber dar a razão do porquê agimos de determinada maneira e não de outra, porque escolhemos essa ou aquela atitude e nos negamos a seguir outra, porque somos fiéis, porque continuamos a ser crentes praticantes. Não porque assim manda a Igreja, nem porque sempre foi assim. Temos que escutar o coração para podermos falar de nossas opções de fé, não a partir de teoria ou de princípios abstratos, mas a partir de nossas experiência com Jesus Cristo.

Temos que aprender a pensar nossa vida, a olhar para trás e a ver as mãos do Senhor sobre nossa vida.

Acolher com o coração ao filho cuja atitude desaprovamos a partir da fé, com humildade, com simplicidade e não aceitando qualquer coisa. Calar-se, pensar inclusive que talvez estejamos errados e deixar-nos arrastar pelas últimas correntes de opinião, não é atitude correta de pais cristãos. A partir da fé, devemos também escutar. Os filhos nos educam, nos revelam nossas incoerências. Nos dão razão para termos esperanças, embora a vida esteja repleta de momentos e circunstâncias nas quais nos sentimos partidos.

• A CURA

Descobriremos nossas feridas e as de nossa família ao deixar que os verdadeiros sentimentos, inclusive os negativos aflorem Se só falarmos com frases feitas, com lugares comuns, se dizemos coisas, porém não nos dizemos, será difícil que o casal cresça, que nossos filhos nos falem de sua verdade mais íntima, de suas feridas e de seus medos.

Reconhecer o que se passa, defini-lo, já é um primeiro passo para se curar. Descobriremos nossas feridas, as de nossos filhos, as de nossa família e as curaremos com o carinho e a valorização, sabendo no entanto, que seremos curados mais profunda e realmente pelo sacramento do perdão.

Há muitas coisas dolorosas que atingem a muitas famílias cristãs, tais como:

– Os filhos vão viver com seus parceiros, sem casar-se, incomodam-nos porém não vamos cortar

relações.

– Separam-se e nos deprimem, porém estamos a seu lado.

– Saem de casa e os esperamos.

– Caem na droga e nos dilaceram de dor, porém não os abandonamos.

Temos que perdoar para sermos perdoados, curar para sermos curados e encontrar novas formas e modos de amar.

Sem amor a família não pode viver, crescer e aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas. Deus é amor, Deus e seu Filho formam uma unidade. Aprendamos, pois, a amar com Jesus Cristo, com sua vida com seu Evangelho.

• A COMPAIXÃO

Que o sofrimento não nos separe, não nos empobreça, não destrua nossa família. Se a dor não nos encerrar em nós mesmos, se conseguirmos vivê-la unidos à cruz de Cristo, se não apagar em nós a ternura, surge dela uma maturidade misteriosa, uma solidariedade mais humana e uma compreensão mais profunda.

Em vez de, simplesmente justapor nossas solidões, nossas angustias, nossas penas, ficarmos em silêncio, fechar as portas dos nossos quartos, isolarmo-nos, podemos viver nosso sofrimento unido ao sofrimento dos outros membros da família, solidários com aquele que passa por momentos difíceis.

Em tempo de crise deve prevalecer o espírito de oração. A crise não deve interromper o diálogo com Deus, pelo contrário, intensificar mais a vida de oração, os sacramentos e a contemplação de Palavra de Deus.

É muito mais cômodo não ver, não pensar “isto não pode acontecer com os nossos filhos”.

Independentemente dos sentimentos agradáveis ou desagradáveis, o que importa é nossa decisão de amar. Isso se manifesta nas ações concretas e não nos sentimentos.

• A FORÇA INTERIOR

A vida de família exige muita energia, muita disponibilidade para a abnegação. A vida de família é o reino do imprevisto, e rompe qualquer acomodação, qualquer rotina. É preciso estarmos sempre dispostos a mudar os nossos planos. É preciso estarmos dispostos a saber acolher o inesperado. Não é possível fazer tudo isso com ânimo, com fortaleza, se não recorremos a nossa força interior que somente Deus pode nos dar.

Quando bebemos dessa fonte na oração, quando nos deixamos inundar por ela, quando deixamos que trabalhe o Espírito de Deus que habita no mais profundo de nós, o quebra cabeça de nossa vida ordena-se em clareza e confiança. Continuará partindo-se o coração e esgotando-se o corpo, porém no mais profundo haverá um espaço de calma que manterá firme o leme de nossas opções.

Faremos, talvez, as mesmas tarefas intermináveis e incansáveis, enfrentaremos os mesmos sofrimentos, porém a segurança de nos sentirmos habitados nos sustentará.


Family Praying Before Dinner


• A ORAÇÃO EM FAMÍLIA


A fé é um dom de Deus. O que podemos fazer é criar as condições necessárias para que esse encontro se produza. Não se trata de transmitir aos filhos a ideia de Deus, mas sim de realizar juntos a experiência da presença do amor de Deus. Somente podemos conhecer a Deus a partir do coração, a partir da relação interpessoal profunda com Cristo, através da oração, da escuta de sua Palavra, dos sacramentos.

Para a oração em família são importantes:

– Que em nossa família o “diálogo” seja uma realidade.

– Que Deus seja suficientemente importante para nós, não só em palavras, mas de fato, para que deixemos para Ele um vazio que Ele possa ocupar, um tempo em nossa vida.

– Encontrar um método e propô-lo. Se partilharmos, com simplicidade, em família, na presença de Deus, o que somos e sentimos, o que falamos e o que desejamos, se escutamos e partilhamos a Palavra de Deus, se temos alguns momentos de silêncio, nos quais a presença de Deus nos palpita, se aprendemos a contemplar juntos as maravilhas da natureza, se a compaixão pelos outros, além de sentimentalismos, compromete-nos em gestos concretos, pouco a pouco, nos descobriremos realizada um mesmo caminho de fé, diferente para cada membro da família, porém que nos convoca a uma mesma meta.

A oração em família é um grande fator de graça e de formação para os filhos. Desperta vocações.

Elemento fundamental da educação para a oração é o exemplo concreto, testemunho vivo dos pais: só rezando em conjunto com os filhos o pai e a mãe entram na profundidade do coração dos filhos, deixando marcas que os acontecimentos futuros da vida não conseguirão fazer desaparecer.



Casamento


EFEITO DO SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO NA IGREJA E NO MUNDO


Quando Paulo nos fala, na epístola aos Efésios (Ef 5,21 – 33), que os maridos têm de “amar as mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” e as mulheres devem estar sujeitas a seus maridos, como a Igreja está sujeita a Cristo, ele define claramente nosso papel perante a Igreja e a sociedade em geral. O casal é sinal do amor de Cristo pela Igreja. Mostra ao mundo a dimensão do amor que se doa e, ao fazer isso, cria uma nova vida.

Se analisarmos o mundo de hoje, e dentro dele a Igreja, veremos que a maior carência existente é desse amor misericordioso, vivificante e generoso (que inclui até doar a própria vida) mostrado por Jesus e que o casal sacramentado luta por viver. Somente esse testemunho da luta pela unidade, através de um amor que eleva e dá vida, é suficiente como influência em um mundo que, como todos sabemos, precisa experimentar a civilização do amor.

A sociedade de hoje é o fruto da ausência desse amor evangélico. Em grande medida, as tremendas injustiças sociais, a corrupção e os contra valores que se vêem na sociedade devem-se fundamentalmente à ausência da formação, que poderia ser recebida numa família que se assume como sinal de amor. As grandes manifestações de desequilíbrio, presentes em parte importante de nossa juventude, como o uso de drogas e a falta de significado para a vida, em muitos casos, vêm da desestruturação familiar em que os jovens têm sido criados.

A família possui vínculos vitais e orgânicos com a sociedade, porque constitui seu fundamento e seu alimento contínuo, por meio de sua função de servir à vida. De fato, dela nascem os cidadãos, que encontram nela mesma a primeira escola das virtudes sociais, que são a alma da vida e do desenvolvimento da própria sociedade.

Assim, a família por sua natureza e vocação, ao invés de se fechar em sí mesma, numa atitude de egoísmo, alienação e descompromisso, deve abrir-se às demais famílias e à sociedade, assumindo sua função social. Porém, nada disso será possível como experiência profunda e real, sem a presença marcante e coerente de um sinal sacramentado, que tenha as graças e a força da espiritualidade.

O sacramento dá ao casal a persistência e a solidez de que precisa sua luta pela unidade. É através do exemplo dos pais que os filhos aprendem os valores que depois levarão para a sociedade, na qual haverão de se empenhar, para produzir transformação.

Na família, pelo exemplo dos pais, as crianças aprendem o verdadeiro sentido da comunhão e da participação. O compromisso total do casal sacramentado ensina-lhes o compromisso para com os outros: a doação, da qual tanto carece nossa sociedade atual. A “Familiaris consortio” lembra: “A família constitui-se no lugar natural e no instrumento mais eficaz de humanização e de personalização da sociedade: colabora de maneira original e profunda na construção do mundo, fazendo possível uma vida propriamente humana e, em particular, transmitindo as virtudes e os valores” (FC 43).

É possível pretender (respeitando o jeito particular de cada um e procurando se organizar e formar uma vida própria) que o exemplo e os resultados reconhecidos da família cristã, originada e baseada numa relação sacramental, possam novamente ser paradigmas e referências. Lembramos, por exemplo, quantos casais não sacramentados existem, cujas vidas matrimoniais

se destroem, enquanto outros, com as graças do sacramento, conseguem, perante problemas iguais, não só superar-se, como também crescer em seu relacionamento. Esse tipo de exemplo transmitido às crianças cria pessoas mais estáveis e comprometidas.

Nada é mais motivador que um casal vivendo uma espiritualidade forte. Sua capacidade para enfrentar problemas e sua fé ajudam outros casais a lutar e a acreditar que é possível vencer.


Recem Casados2


DIFICULDADES E OBSTÁCULOS PARA UMA VIDA DE ORAÇÃO EM FAMÍLIA


Em primeiro lugar, o que dificulta uma vida de oração para os casais é o problema de horário, ou melhor dizendo, a falta de um horário.

Rezar bem pede um horário fixo cada dia. E é exatamente em cima deste princípio que a maior parte dos casais diz que não é possível organizar a vida como um monge solteiro no seu mosteiro. Existem tantos apelos que se torna difícil marcar um horário certo para rezar.

As ocupações e preocupações de um lar nunca terminam. Uma mãe está de plantão vinte e quatro horas por dia. Sempre tem mais alguma coisa para fazer. Como criar um ritmo de oração, quando não existem dois dias consecutivos iguais?

O pai está atento aos apelos da família, disponível para atender as necessidades das pessoas na hora que precisam. Talvez queira rezar, mas logo vem algo imprevisto que lhe tira seu tempo.

A vida familiar exige que cada um esteja pronto a atender os pedidos dos outros membros da família ou dos amigos. Como orar, quando existe alguém doente? Um jovem a ser orientado? Um serviço na cozinha? Uma roupa a ser lavada? Uma mesa ou cadeira a ser consertada?

A formação intelectual e cultural pode criar barreiras na hora de planejar uma oração familiar. O outro está em outra fase de crescimento. Nem todos pensam igual, nem enxergam do mesmo jeito. Parece que quando já tem idade e maturidade para rezar juntos, já está na hora de irem embora ou para continuar seus estudos ou para formar sua própria família Oração conjugal e familiar pressupõe uma vida de oração pessoal da parte de cada membro da família. Se cada um chega pobre e vazio, como enriquecerá o outro? Não tem nada a oferecer. Se cada um não se abastece antes, com que vai contribuir para o crescimento do outro? Ninguém pode dar aquilo que não tem.

Quando falamos em oração, não pensamos em apenas em fórmulas mais ou menos fixas. Antes e por detrás do exercício da oração, precisa existir uma atitude de oração. Isso é fundamental. Oração tem muito a ver com vida e com o amor.

Oração, amor e vida se interligam.

Outro obstáculo ou dificuldade é que um membro não se interessa por oração ou santidade. Não quer acompanhar o outro nesta busca. Será que para a maioria não faltou motivação suficiente? Ou será que o projeto de uma espiritualidade conjugal não foi explicitado com clareza suficiente?

É fundamental que um desejo forte os motive, que acreditemos no valor de uma união cada vez mais íntima com o Senhor. Posso ter todo o tempo disponível do mundo, mas não se quer rezar e conversar com Deus, nada acontecerá.

Outro obstáculo para a família e para a espiritualidade conjugal é a miséria e a pobreza existentes na América Latina.

Como organizar uma vida de oração, quando é necessário levantar às cinco horas da manhã para trabalhar, às vezes chegando às dez da noite? A luta pela sobrevivência não deixa muitas energias sobrando no fim do dia ou da semana.

Existem muitas outras barreiras: falta de uma fé mais atuante; medo de mudanças, sabendo que oração pede conversão.

Será que estou disposto a largar certos velhos hábitos? Espiritualidade gera ação, e certas pessoas estão acomodadas.

Começando a rezar descobriremos que vale a pena descobrir tempo e criar condições para rezar cada vez mais e melhor.



Rezar-em-familia


ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR. COMO VIVÊ-LA?


A vivência da espiritualidade conjugal e familiar se constitui numa busca que perdura o tempo de vida do casal, e do casal junto com os filhos.

E como realizar essa busca? Quais os esforços a serem feitos? Como ordená-los?

Esses esforços podem ser ordenados em três direções.

6.1 – Conhecimento da vontade de Deus.

Importa estar constantemente à procura do conhecimento da vontade de Deus sobre nós mesmos, sobre nossa vida. Para isso é preciso:

• Estar atentos às manifestações de Deus em nossa vida, atentos a nós mesmos, ao cônjuge, aos nossos filhos, atentos à realidade que nos cerca.

• Saber escutar, saber calar o nosso “eu”, saber fazer silêncio interior, saber esvaziar-se de si mesmo para poder ouvir o que Deus lhe fala , principalmente através de sua Palavra (a Bíblia), mas também através da liturgia, das pessoas, dos acontecimentos. Deus anuncia sua presença e seu cuidado nos acontecimentos corriqueiros.

• Reservar com assiduidade, se possível todos os dias, um tempo para um encontro com o Senhor na oração individual.

Essa prioridade à oração, esse reservar um tempo de nosso dia, essas pequenas paradas dentro de nossa habitual agitação, irão pouco a pouco nos colocando em maior sintonia com o essencial: a vontade de Deus que nos vai sendo desvelada.

Deus vai sendo cada vez mais Deus em nós e consequentemente em nossas famílias.

É importante que esses momentos sejam vividos também em casal e algumas vezes em família. Assim cada membro da família vai, ao mesmo tempo, conhecendo a vontade de Deus para si próprio, para o outro e para a família. Os membros da família vão se ajudando mutuamente e ao mesmo tempo vão se conhecendo melhor.

Falamos da importância da oração. Vejamos agora algumas orientações para a oração individual.

6.1.1. – Santa Teresa d’Avila disse: a oração é um “diálogo” de amor e intimidade com Alguém que sabemos que nos ama.

– A oração é um encontro pessoal e amigo com o Senhor. Ele está presente, o conhece e o ama.

– Quanto mais íntimo ficamos, mais aprendemos sobre o outro, mas também mais aprendemos sobre nós mesmo e parte do que aprendemos não é agradável.

– Em um relacionamento em processo, experimentamos tanto atração como repulsa. Pode ser que tenhamos receio de sofrer uma rejeição, de sermos considerados inferiores.

– No que diz respeito a Deus o que mais receamos é ser consumidos em sua imensidão , é perder nossa identidade, bem como as exigências que ele poderá nos fazer.

– A revelação não acontece de repente. Também nós só nos revelaremos ao Senhor gradativamente e precisamos ser pacientes conosco mesmos.

– Os relacionamentos se aprofundam à medida que as pessoas se tornam mais transparentes umas às outras.

– Os relacionamentos se deterioram quando se ocultam da outra pessoa alguns afetos intensos, consciente ou inconscientemente.

– Um dos maiores impecilhos ao progresso na oração é o desejo de parecer “bom” diante do Senhor. Nosso relacionamento com Deus se expandirá quanto mais pudermos simplesmente admitir quem somos, embora desejando ser diferentes.

– Trate com Deus com simplicidade e sobre o assunto que lhe interesse e toca sua vida ou a dos irmãos.

– Em determinados momentos, sua oração será de louvor, de agradecimento, de busca, em outros momentos você se questionará, silenciará … Dois amigos tem muito a se dizer e partilhar.

6.1.2. – Condições prévias que podem ajudar a rezar

– Escolha uma postura que o ajude a refletir.

– Coloque-se na presença de Deus e peça a sua luz e sabedoria.

– Concentre-se no assunto com paz e tranqüilidade.

6.1.3. – Indicações para interiorizar a Palavra

– O que o texto diz?

– Tome um texto bíblico. Faça uma leitura pausada, lenta.. Leia mais de uma vez, até entender o seu sentido.

– O que o texto me diz?

– Assimile o que leu e traga-o para dentro de sua vida, de sua família, de sua comunidade.

– O que o texto me faz dizer a Deus?

– É a oração. Oração de louvor, de súplica, etc.

– Tome consciência das ressonâncias que o texto suscita em você: sentimentos, questionamentos, interpelações, dúvidas, desejos.

– O que vejo melhor e vou fazer?

É o compromisso. É a ação nova que surge da oração.

Pode-se questionar sempre uma oração que não leve a uma mudança de vida. A oração questiona a vida e a vida questiona a oração.

Tome nota no seu caderno espiritual seguindo o roteiro para a revisão.

6.1.4. – Revisão da oração

a) Quais os sentimentos que você experimentou na sua oração?

Consolação: paz, alegria, confiança, ânimo, coragem, proximidade de Deus, experiência do sentido da vida.

Desolação: angustia, tristeza, desconfiança, desânimo, obscuridade, confusão, silêncio de Deus.

b) Quais versículos da Palavra de Deus que mais lhe impressionaram? (anotar)

c) Quais os apelos, impulsos e desejos que você percebeu na oração? (anotar)

d) Sentiu resistência ou medo, diante desses apelos, impulsos e desejos? Por que?

e) A partir desta revisão, o que ficou mais claro para o seu discernimento, sobretudo com relação a vocação que você deseja realizar? Por que?

6.2 – Conhecimento de nós mesmos

Tomar conhecimento de nós mesmos, ter consciência de nossa realidade, de nossa verdade para podermos trabalhar e construir a partir dela e não a partir de meias verdades, da imaginação, da imagem que construímos de nós mesmos é um fator fundamental da espiritualidade.

Muitas vezes é difícil deixar que Deus nos veja com certos sentimentos e atitudes. Relutamos em deixar alguém que amamos nos ver ciumentos, enraivecidos ou rancorosos.

Nossas imagens de nós mesmos e de Deus estão enraizadas dentro de nós e não mudam facilmente. Elas são fontes de resistência ao desenvolvimento de nosso relacionamento com Deus.

Se mantivermos o relacionamento com Deus, gradativamente deixando-o conhecer quem somos realmente e permitindo que Ele nos deixe saber quem ele é realmente, veremos mudanças em nós mesmos e também em nossa imagem de Deus. A medida que percebermos que Deus é tolerante, seremos mais tolerantes com nossas fraquezas e limitações; mas também seremos mais capazes de evitar nossos piores pecados, mais clementes conosco e com os outros. Aos poucos acreditamos na verdade fundamental do cristianismo, que Deus ama o mundo, sim, mas que este mundo inclui a mim com todas as minhas imperfeições e muitas outras pessoas, mesmo aquelas com quem não me importo à primeira vista.

No processo, minha imagem de Deus fica cada vez mais parecida com a imagem de Deus que Jesus parece ter tido. Esses desenvolvimentos são outro sinal de que nossa oração está indo na direção certa.

É necessário sermos mais transparentes com esse nossos aspectos vitais e fundamentais.

Precisamos nos conhecer para podermos crescer, para podermos nos santificar. E como podemos nos conhecer?

Conhecemo-nos estando muito atentos a nós mesmos, à nossa vida. Mas nos conhecemos verdadeiramente através do outro, perguntando àqueles que nos conhecem bem: Deus, a família, a comunidade…

Deus nos revela a nós mesmos, principalmente naqueles momentos de oração em que nos colocamos diante d`Ele numa postura de escuta.

Nosso cônjuge nos ajuda a nos conhecermos melhor, principalmente nos momentos de verdadeiro “diálogo conjugal” sem máscaras e subterfúgios.

Nossos filhos nos ajudam a nos conhecermos melhor, se temos o hábito de pelo menos uma vez por semana , ou pelo menos uma vez por mês sentarmos e fazermos uma revisão de nossa caminhada num verdadeiro diálogo familiar. Devem se permitir esse tempo para se ajudarem mutuamente a se construir como pessoas. A comunidade nos propicia um maior conhecimento de nós mesmos, através da troca de idéias, da confrontação dos pensamentos, de opiniões e no trabalho em conjunto.

À medida que vamos nos conhecendo melhor, vamos aprendendo a superar nossas limitações, a valorizar nossos dons, nossas virtudes e vamos crescendo.

Podemos fixar algumas metas a atingir. Alguns pontos sobre os quais julgamos ser mais urgente fazer incidir nosso

esforços, uma fraqueza a superar, uma aptidão a cultivar, um dom a tomar consciência e passar a utilizá-lo.

6.3 – Vivência do encontro e da comunhão

– Viver a comunhão com o outro é viver a plenitude do amor, imagem do amor que existe entre o Pai e o Filho; é ser um como o pai e o Filho são um.

– Tudo o que lembramos aqui converge para essa comunhão.

– Temos que ter um ideal longínquo a perseguir para crescermos sempre em direção a Ele. Se nosso ideal é pequeno, nos tornamos medíocres.

– Necessitamos porém de metas atingíveis e de meta em meta vamos caminhando rumo ao nosso ideal.

– Como já dissemos não há saltos e sim passos. Toda transformação é evolutiva, porém muito lenta.

SUGESTÕES PRÁTICAS

Para que os pais possam manter em casa um clima de vida espiritual, eis algumas sugestões práticas.

Mais importantes do que palavras ditas ou conteúdos transmitidos serão as atitudes e o comportamento dos pais no campo da fé. É importante que os pais criem em casa um clima religioso.

• Fazer, uma vez por mês, uma revisão de como vai a família. Para isso os pais invocam a presença de Deus e com tranqüilidade analisam o que está bem e o que precisam melhorar. Trocam opiniões sobre a educação, o caráter e as atitudes dos filhos. Em nosso diálogo familiar aconselha-se a começar sempre pelos pontos positivos. Que tal apontar o que cada um vê de bom, o que mais admira no outro.

• Organizar momentos de oração em família e mostrar que é importante a participação de todos os membros da casa.

• Fazer sua oração pessoal baseada na Palavra de Deus, conforme sugestão feita no item 6.1, e incentivar os filhos a fazer o mesmo.

• Participar ativamente da celebração Eucarística ou da celebração da Palavra e colaborar nos serviços da comunidade. A família cristã gosta de participar juntos da mesa da Eucaristia. Seus membros sabem que ali são particularmente convidados para o banquete nupcial do Cordeiro

• Instruir-se no conhecimento da religião e falar sem medo de sua fé.

Estas sugestões, são apenas alguns meios, mas certamente vão ajudar as famílias a fixarem seus alicerces em valores

verdadeiros, isto é, no amor de Deus e na fraternidade humana.

A dignidade e a responsabilidade da família cristã como “igreja doméstica” só podem pois ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração.

A família que descuida da dimensão espiritual de seus membros está mais exposta à degradação.

www.magnificat.srv.br

BIBLIOGRAFIA

1) FEHR, Maria Aparecida Noronha e FEHR, Igar. Falando de espiritualidade conjugal. 2a ed.- Petrópolis, RJ. Vozes.
2) GUIMARÃES, Frei Almir Ribeiro. Projeto de vida a dois – construção da conjugalidade – Petrópolis, RJ. Vozes, 1993.
3) HEINZMANN, J. Chamados para o amor. 2a edição — Vozes.
4) DUARTE, Luiz Miguel. Creio na família – propostas para casais.–São Paulo, SP: Paulinas, 1986.
5) CNBB. Setor Família. Casamento: ternura e desafio.–Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
6) CNBB. Setor Família. Casamento e família no mundo de hoje.–Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
7) GOMEZ- FERRER, Álvaro e GOMEZ- FERRER, Mercedes. A espiritualidade da família – Cadernos da Equipe de Nossa Senhora.
8) BARRY, Willian A. S.J. Deus e você – a oração como relacionamento pessoal.– Loyola.
9) KIRCHNER, Luiz. Rezar juntos (na cama) faz bem – uma espiritualidade conjugal para os dias de hoje Aparecida, SP. Santuário, 1991.
10) A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje – “Familiaris Consortio” – Paulinas.
11) Compêndio do Vaticano II (constituições, decretos, declarações) – “Lumen Gentium” – Vozes


“A família é a célula Máter

da Sociedade”

Sem Família não existe Sociedade



A Família é um

Projeto de Deus.


      Atualizado em 01/07/2014




A família é a célula Máter da Sociedade.



O homem é um ser social, como disse o Senhor Deus ao nos criar:

“NÃO É BOM QUE O HOMEM ESTEJA SÓ”

Ou seja, Nossa criação e formação é indiscutivelmente social e sem a sua formação mínima que seria um casal da mesma espécie e sexos diferentes não há como manter a continuidade da espécie, logo, esta formação mínima é insubstituível mesmo que a ciência venha criar seres humanos em laboratório. 

“A família é a célula Máter da Sociedade,

sem a convivência Familiar não existe convivência social.”


Familia_grafico_sociedade



O homem é um ser social, que nasce e vive em sociedade. Ao nascer, já é parte de uma família, principal meio social humano, que costumamos chamar de célula máter da sociedade – o espaço primeiro e mais importante para o estudo e desenvolvimento de sociedades.

A primeira vivência do ser humano acontece em família, independentemente de sua vontade ou da constituição desta. É a família que lhe dá nome e sobrenome, que determina sua estratificação social, que lhe concede o biótipo específico de sua raça, e que o faz sentir, ou não, membro aceito pela mesma. Portanto, a família é o primeiro espaço para a formação psíquica, moral, social e espiritual da criança.

A criança é muito dependente ao nascer. Dentre todas as espécies é o homem que tem o mais longo período de imaturidade e dependência física. Cabe à família o cuidado com a saúde e segurança de seus membros, seja com o bebê ou com o idoso.

Há o papel desempenhado pela família, mesmo que muitas vezes ela não o perceba, que é o de educadores. À família cabe a formação do caráter, dos valores, das regras morais – que posteriormente serão internalizadas pelos indivíduos como um código pessoal de conduta e ética. A chamada “educação de berço” continua sendo de suma importância e jamais pode ser conseguida em outros espaços sociais como colégio ou até mesmo igrejas.

Na esfera psíquica, o homem só pode conhecer e reconhecer adequadamente o mundo e a si mesmo a partir de suas relações com os demais. Ele apreende o mundo imitando os outros, desde os primeiros sorrisos até regras sociais externas e maios elaboradas, como usar adequadamente os talheres à mesa. Mais do que isto, moldamos nossa personalidade por volta de seis anos de idade, e é especialmente através de vivências em família que formamos, ou não, a auto estima, o senso de responsabilidade e segurança, o respeito pelo outro e pelas regras sociais estabelecidas, a capacidade de acreditar em nosso potencial e conhecer nossos defeitos e limitações, entre tantos outros aspectos de nossa vida intimista.

Em nossa sociedade, a família é que introduz a criança no meio social; é a família que escolhe – ou em parte seleciona, a partir de seus próprios referenciais – as pessoas com as quais a criança vai relacionar-se, bem como dirige o modo e onde esta relação se dará. Assim, como instituição social, a família reflete as transformações culturais dos povos: valores, usos e costumes, hábitos, pensamento religioso e político, etc. Consequentemente, os problemas sociais serão sempre frutos de uma desestruturação familiar.

Isto fica evidente quando olhamos para os grandes problemas sociais que enfrentamos hoje. Assistimos crianças abandonadas por pais que não souberam planejar sua família ou administrar os conflitos, maiores ou menores, mas sempre existentes na vida a dois. Vemos adolescentes mergulhados em drogas ou prostituição, na sua maioria frutos de lares frios, carentes de afeto e de diálogo. Sofremos ao assistir fatos como as revoltas em abrigos para menores, ou o uso de armas de fogo por jovens instigados pela violência, que nos mostram o quanto nossas famílias têm deixado de trabalhar o respeito pelo próximo e a aquisição de padrões morais rígidos para uma boa consciência pessoal e vivência social.

Não pode haver dúvidas: se queremos mudanças sociais, devemos começar a investir mais no cerne da sociedade, na sua célula máter. Precisamos nos voltar às famílias, num esforço conjunto entre o Estado e a Igreja. Esta é também um espaço social, portanto possui o poder de formar opiniões, onde famílias se reúnem e podem ter seus valores pessoais transformados.

Precisamos nos lembrar que, mais do que ir `a igreja, freqüentando templos caríssimos ou simples, nós somos Igreja, e estamos Igreja especialmente em nossos lares, onde somos mais íntimos e singulares. É por esta razão que a Igreja começa em casa – cuidar da família é mais importante do que cuidar de não familiares ou da obra de Deus. É exatamente isto que Paulo enfatiza quando escreve o capítulo 5 de sua primeira carta a Timóteo, especialmente o versículo 8: Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.

A família é a célula máter da sociedade – e saber isto implica entender que famílias abençoadas implicam em igrejas abençoadas, que famílias equilibradas implicam em uma sociedade sadia.

Doutora Elaine Cunha 24/02/2012

http://www.cpadnews.com.br/blog/elainecruz/?POST_1_3_FAM%EDLIA:+C%E9LULA+M%E1TER+DA+SOCIEDADE?.html


“A família é a célula Máter

da Sociedade,

Sem Família não existe Sociedade



A Família é um

Projeto de Deus.

 


Semana_Família_2009_BN


CHÁCARA JEUS CURA



Temas para palestras de Encontro para Casais.


Encontro de casais com Cristo ECC


O Plano de Deus


O Testemunho

Do Plano de Deus


HARMONIA CONJUGAL


Diálogo com os Filhos


Fé nos Revezes da Vida


O Sentido da Vida


Oração_conjugal

ORAÇÃO  CONJUGAL


ORAÇÃO

Diversos temas


Oracao_dos_casais

Oração dos Casais.

Texto para meditação ou Lembrancinha de encontro


O_casal_Cristão_no_mundo_de_hoje

O Casal Cristão

No Mundo de Hoje


A Vivência do

Sacramento  do Matrimônio.


2. etapa

CO-Responsabilidade


Fazei_o_que_Ele_disser

Nossa Senhora

Na Vida da Família.

“Fazei tudo que Ele vos disser”


Temas de Reflexão

Sobre Maria.

DIVERSOS


Iporá_Casais_120820 (33)

SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO PARA ENCONTRO DE CASAIS 3 DIAS OU UM DIA APENAS.


Quebra_gelo_dinamica

DINÂMICAS

QUEBRA GELO – CASAIS



Dinâmicas de interação em Grupos

DINÂMICAS  DE ENTROSAMENTO  CASAIS


Temas de palestras

para formação de Famílias



Outras indicações para reflexão e dinâmica


Dinâmicas para Meditação.

Aplicação em Palestras


Parábolas

& Reflexões


sgdafamilia2[1]

Wallpaper’s e papel de parede da

Sagrada Família.


Palestras_para_encontro_de_casais ECC_Encontro_de_casais-_com_Cristo_Catolico Família_Rezando_3

Semana_da_Familia

OUTROS TEMAS COMPLEMENTARES


Casa_sobre_a_rocha

Construindo uma

Casa Sobre a Rocha


Família_Conduzida_3

A Família Conduzida

pelo Espírito Santo.


Família_projeto_de_Deus

Família,

Projeto de Deus.


Eu e minha Casa Serviremos ao Senhor.

 Eu e Minha Casa

Serviremos ao Senhor

Josué 24,15b


Creia_no_Senhor_Jesus_e_seras_Salvo_Tu_e_Tua_Casa_3

 Crê no Senhor Jesus

e serás salvo, tu e tua família.

(casa). (Atos 16, 31)


Paraíso_Adão_Eva_Eden

A Família Segundo a Bíblia.

A formação da Família segundo a vontade do Pai.


Espiritualidade_Cristã_familia

A Espiritualidade

Cristã na Família.

Uma relação de vários pontos a serem observados para uma boa espiritualidade familiar.


Familias_restauradas

Família Restaurada. – Palestra de Padre Léo.

Uma das melhores palestras de Padre Léo sobre a  família

que leva o tema de seu livro.


Iporá_Casais_120820 (33)

SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO PARA ENCONTRO DE CASAIS 3 DIAS OU UM DIA APENAS.


A Família, Primeira e Principal Transmissora da Fé.


Catequeses preparatórias para o V Encontro Mundial das Famílias

PRIMEIRA CATEQUESE

A FAMÍLIA, PRIMEIRA E PRINCIPAL TRANSMISSORA DA FÉ


Família_Bíblia


1. Cântico inicial.

2. Oração do Pai Nosso.

3. Leitura bíblica: Mt 11, 25-30.

4. Leitura do Ensino da Igreja:

1. O eterno desígnio de salvar os homens, em e por Cristo, foi revelado e realizado plenamente pelo Verbo Encarnado, especialmente pelo mistério pascal de sua morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito Santo. Em Cristo, portanto, a revelação do mistério de Deus foi tornada perfeita e definitiva, de maneira que já não haverá nenhuma outra revelação. “Porque ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é uma Palavra sua, que não tem outra, tudo nos disse de uma só vez nesta única Palavra”

(São João da Cruz).

2. Esta revelação foi entregue à Igreja, que é sempre assistida pelo Espírito Santo a fim de levar, de modo verdadeiro e indefectível, a salvação de Deus a todos os

homens de todos os tempos e culturas. A Igreja não deixou — nem nunca deixará — de anunciar este mistério, sobretudo pelo ministério do Papa e dos Bispos, como principais responsáveis. Desta responsabilidade participam também todos os fiéis cristãos, em virtude da missão profética que receberam de Cristo no Batismo.

3. Quando este anúncio é acolhido, provoca a conversão e a fé. Esta é sempre um dom gratuito de Deus, mas requer a resposta e a colaboração humana de abertura e acolhimento. De um modo geral, a fé não é possível sem um anúncio explícito dos conteúdos revelados; só em casos excepcionais é que Deus infunde num adulto a fé diretamente sem anúncio prévio de seu mistério. O normal é que se dê esta sequência: anúncio explícito do mistério de Deus, acolhimento do mesmo, conversão,

Profissão de fé o Batismo.

4. A família cristã, pelo sacramento do matrimônio e pelo batismo dos pais e dos

filhos, é “Igreja doméstica” e participa dessa missão. Enquanto geradora dos filhos converte-se na primeira e principal instituição encarregada de transmitir aos filhos o mistério salvífico de Deus. Assim, os pais são para os filhos os autênticos transmissores da fé que professam. De um modo geral, os grandes santos nasceram no seio de famílias profundamente cristãs. É um facto que, nos países onde a fé foi perseguida durante muito tempo, esta foi conservada e transmitida pelo ministério dos pais.

5. Na transmissão da fé aos filhos, a família não é uma instituição auto-suficiente nem autônoma; precisa de estar em íntima relação com a paróquia e a escola, sobretudo se for católica, que os filhos frequentam. O modo informal (por vezes também deve ser formal) da catequese familiar é complementado com a catequese paroquial e as aulas de religião da escola.

6. Já no início do cristianismo, a família cristã aparece como lugar de transmissão da fé dos pais, como mostra a prática de levar as crianças a receber o batismo e o acolhimento dessa proposta por parte do Bispo, responsável da comunidade. O testemunho dos pais desempenhou um papel decisivo, a ponto de a família se tornar o lugar por excelência onde a Igreja transmitia a fé. Assim acontece nos países de missão, enquanto em outros países de grande tradição cristã a família perdeu muitas vezes este protagonismo, com a consequente deterioração da fé e da prática religiosa.

7. A recuperação de uma Igreja pujante e evangelizadora passa pela restauração da família como instituição de base para a transmissão da fé. Por isso, nesses países, a família cristã tem hoje um campo de ação especial, sobretudo para com outras famílias não cristãs ou afastadas da prática religiosa. Os avós, os filhos e outros familiares cristãos são instados a transmitir a fé aos pais e parentes.

5. Reflexão do orientador.

6. Diálogo:

• Percebem os esposos de hoje que a família é a primeira e principal transmissora da

fé? Ou desconhecem essa missão e abdicam dela?

• As famílias cristãs estão conscientes de que o cumprimento da sua missão precisa de um contínuo contacto e diálogo com os formadores e a paróquia? Em que consiste esse diálogo?

• Como pode a família de hoje anunciar Jesus Cristo a seus filhos?

7. Compromissos.

8. Oração da Ave Maria e invocação: Rainha da família – Rogai por nós.

9. Oração pela família: Ó Deus, que deste à família cristã a honra e a responsabilidade de transmitir a fé a seus filhos: concede-lhe a tua fortaleza para que realize com fidelidade a tarefa que lhe confiaste. Por Jesus Cristo Nosso Senhor…

© Pontifício Conselho para a Família e Arcebispado de Valência 2005. Autoriza-se a reprodução para os fins próprios destas catequeses.
Tradução revista pelo Departamento Nacional de Pastoral Familiar (Portugal)

http://pastoralfamiliarporto.planetaclix.pt/Catequeses_ficheiros/catequese1.pdf



FAMÍLIA



Semana_N_Família