Card. Odilo P. Scherer fala sobre a Pedofilia.

As notícias sobre pedofilia, envolvendo membros do clero, difundiram-se de modo insistente. Tristes fatos, infelizmente, existiram no passado e existem no presente; não preciso discorrer sobre as cenas escabrosas de Arapiraca… A Igreja vive dias difíceis, em que aparece exposto o seu lado humano mais frágil e necessitado de conversão. De Jesus aprendemos: “Ai daqueles que escandalizam um desses pequeninos!” E de S.Paulo ouvimos: “Não foi isso que aprendestes de Cristo”.


As palavras dirigidas pelo papa Bento XVI aos católicos da Irlanda servem também para os católicos do Brasil e de qualquer outro país, especialmente aquelas dirigidas às vítimas de abusos e aos seus abusadores. Dizer que é lamentável, deplorável, vergonhoso, é pouco! Em nenhum catecismo, livro de orientação religiosa, moral ou comportamental da Igreja isso jamais foi aprovado ou ensinado! Além do dano causado às vítimas, é imenso o dano à própria Igreja.

O mundo tem razão de esperar da Igreja notícias melhores: Dos padres, religiosos e de todos os cristãos, conforme a recomendação de Jesus a seus discípulos: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus!” Inútil, divagar com teorias doutas sobre as influências da mentalidade moral permissiva sobre os comportamentos individuais, até em ambientes eclesiásticos; talvez conseguiríamos compreender melhor por que as coisas acontecem, mas ainda nada teríamos mudado.

Há quem logo tem a solução, sempre pronta à espera de aplicação: É só acabar com o celibato dos padres, que tudo se resolve! Ora, será que o problema tem a ver somente com celibatários? E ficaria bem jogar nos braços da mulher um homem com taras desenfreadas, que também para os casados fazem desonra? Mulher nenhuma merece isso! E ninguém creia que esse seja um problema somente de padres: A maioria absoluta dos abusos sexuais de crianças acontece debaixo do teto familiar e no círculo do parentesco. O problema é bem mais amplo!

Ouso recordar algo que pode escandalizar a alguns até mais que a própria pedofilia: É preciso valorizar novamente os mandamentos da Lei de Deus, que recomendam atitudes e comportamentos castos, de acordo com o próprio estado de vida. Não me refiro a tabus ou repressões “castradoras”, mas apenas a comportamentos dignos e respeitosos em relação à sexualidade. Tanto em relação aos outros, como a si próprio. Que outra solução teríamos? Talvez o vale tudo e o “libera geral”, aceitando e até recomendando como “normais” comportamentos aberrantes e inomináveis, como esses que agora se condenam?

As notícias tristes desses dias ajudarão a Igreja a se purificar e a ficar muito mais atenta à formação do seu clero. Esta orientação foi dada há mais tempo pelo papa Bento XVI, quando ainda era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Por isso mesmo, considero inaceitável e injusto que se pretenda agora responsabilizar pessoalmente o papa pelo que acontece. Além de ser ridículo e fora da realidade, é uma forma oportunista de jogar no descrédito toda a Igreja católica. Deve responder pelos seus atos perante Deus e a sociedade quem os praticou. Como disse S.Paulo: Examine-se cada um a si mesmo. E quem estiver de pé, cuide para não cair!

A Igreja é como um grande corpo; quando um membro está doente, todo o corpo sofre. O bom é que os membros sadios, graças a Deus, são a imensa maioria! Também do clero! Por isso, ela será capaz de se refazer dos seus males, para dedicar o melhor de suas energias à Boa Notícia: para confortar os doentes, visitar os presos nas cadeias, dar atenção aos abandonados nas ruas e debaixo dos viadutos; para ser solidária com os pobres das periferias urbanas, das favelas e cortiços; ela continuará ao lado dos drogados e das vítimas do comércio de morte, dos aidéticos e de todo tipo de chagados; e continuará a acolher nos Cotolengos criaturas rejeitadas pelos “controles de qualidade” estéticos aplicados ao ser humano; a suscitar pessoas, como Dom Luciano e Dra. Zilda Arns, para dedicarem a vida ao cuidado de crianças e adolescentes em situação de risco; e, a exemplo de Madre Teresa de Calcutá, ainda irá recolher nos lixões pessoas caídas e rejeitadas, para lavar suas feridas e permitir-lhes morrer com dignidade, sobre um lençol limpo, cercadas de carinho. Continuará a mover milhares de iniciativas de solidariedade em momentos de catástrofes, como no Haiti; a estar com os índios e camponeses desprotegidos, mesmo quando também seus padres e freiras acabam assassinados.

E continuará a clamar por justiça social, a denunciar o egoísmo que se fecha às necessidades do próximo; ainda defenderá a dignidade do ser humano contra toda forma de desrespeito e agressão; e não deixará de afirmar que o aborto intencional é um ato imoral, como o assassinato, a matança nas guerras, os atentados e genocídios. E sempre anunciará que a dignidade humana também requer comportamentos dignos e conformes à natureza, também na esfera sexual; e que a Lei de Deus não foi abolida, pois está gravada de maneira indelével na coração e na consciência de cada um.

Mas ela o fará com toda humildade, falando em primeiro lugar para si mesma, bem sabendo que é santa pelo Santo que a habita, e pecadora em cada um de seus membros; todos são chamados à conversão constante e à santidade de vida. Não falará a partir de seus próprios méritos, consciente de trazer um tesouro em vasos de barro; mas, consciente também de que, apesar do barro, o tesouro é precioso; e quer compartilhá-lo com toda a humanidade. Esta é sua fraqueza e sua grandeza!

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

PEDÓFILOS ESTÃO FORA DA IGREJA, Enfim a frase que todos esperavam!

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“Os pedófilos serão totalmente excluídos do sacerdócio”, assegurou o Papa…”

A BORDO DO VÔO PAPAL – Bento XVI confirmou que fará todo o possível para que não se repitam os casos de sacerdotes pedófilos, os quais feriram a Igreja Católica nos Estados Unidos.

English Text in zenit.org

Os pedófilos serão totalmente excluídos do sacerdócio“, assegurou o Papa em uma coletiva de imprensa com os 70 jornalistas que o acompanhavam no Boeing 777 de Alitália, para Washington.

Bishops listen as Pope Benedict XVI addresses the U.S. hierarchy in the crypt church of the Basilica of the National Shrine of the Immaculate Conception April 16 in Washington.

CNS | NANCY WIECHEC

“Nós nos envergonhamos profundamente e faremos todo o possível para que isso não se repita no futuro”, disse.

O Santo Padre assegurou que a Igreja procurará selecionar os candidatos ao sacerdócio “de maneira que só as pessoas verdadeiramente íntegras possam ser admitidas. É mais importante ter bons sacerdotes que ter muitos sacerdotes”, sublinhou.

“Quando leio as histórias dessas vítimas, para mim é difícil compreender como foi possível que os sacerdotes tenham traído dessa forma sua missão de dar o amor de Deus a essas crianças”.

O Papa respondeu a cinco perguntas dos jornalistas durante aproximadamente 20 minutos, e nelas, como confirma “L’Osservatore Romano”, o jornal da Santa Sé, antecipou os temas que tratará em sua viagem aos Estados Unidos.

Click here for the Florida Catholic's Web Special coverage of Pope Benedict XVI's Journey to the United States.

Destacou o caráter eminentemente religioso e pastoral de sua viagem, suas esperanças para seus encontros com os católicos norte-americanos, com representantes judeus e de outras Igrejas e confissões cristãs, a visita às Nações Unidas no 60º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos.

Por último, analisou a crescente presença nos Estados Unidos de imigrantes procedentes de países da América Latina, sublinhando que sua presença representa um desafio para a Igreja, chamada a acompanhá-los com grande solicitude pastoral, com a consciência do risco de desagregação que suas famílias correm.

Fonte: www.zenit.org

Há “coisas antigas e coisas novas” que pertencem ao mesmo tesouro da Igreja de sempre .

Termos como ‘pré-conciliar’ e ‘pós-conciliar’ me parece que pertencem a uma linguagem que já foi superada.

O Papa continuará distribuindo comunhão de joelhos e na boca ?


Explica o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 26 de junho de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI distribuirá habitualmente a comunhão aos fieis de joelhos e na boca, anunciou o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.

Em uma entrevista concedida a edição italiana de 26 de junho do «L’Osservatore Romano», Dom Guido Marini responde a quem pergunta se o Papa manterá esta prática que pôde ser vista em sua última viagem à Itália, às localidades de Santa Maria de Leuca e Brindisi.

«Creio realmente que sim – considera –. Neste sentido, não se deve esquecer que a distribuição da comunhão na mão continua sendo ainda, do ponto de vista jurídico, um indulto à lei universal, concedido pela Santa Sé às conferências episcopais que o tenham pedido».

«A modalidade adotada por Bento XVI tende a sublinhar a vigência da norma válida para toda a Igreja», declara.

Esta modalidade de distribuição do sacramento, diz, «sem tirar nada da outra, sublinha melhor a verdade da presença real na Eucaristia, ajuda à devoção dos fiéis, introduz com mais facilidade no sentido do mistério. Aspecto que em nosso tempo, pastoralmente falando, é urgente sublinhar e recuperar», declara.

A quem acusa Bento XVI de querer impor modelos pré-conciliares, o mestre das celebrações litúrgicas explica que «termos como ‘pré-conciliar’ e ‘pós-conciliar’ me parece que pertencem a uma linguagem que já foi superada e, se são utilizados com o objetivo de indicar uma descontinuidade no caminho da Igreja, considero que são equivocados e típicos de visões ideológicas muito redutivas».

«Há ‘coisas antigas e coisas novas’ que pertencem ao tesouro da Igreja de sempre e como tais devem ser consideradas. Quem é sábio sabe encontrar em seu tesouro tanto umas como outras, sem ter outros critérios que não sejam evangélicos e eclesiais».

«Nem tudo o que é novo é verdadeiro, como tampouco o é tudo que é antigo. A verdade atravessa o antigo e o novo e a ela devemos tender sem preconceitos».

«A Igreja vive segundo essa lei da continuidade, em virtude da qual, conhece um desenvolvimento arraigado na tradição. O importante é que tudo esteja orientado a uma celebração litúrgica que seja verdadeiramente a celebração do mistério sagrado, do Senhor crucificado e ressuscitado, que se faz presente em sua Igreja, reatualizando o mistério da salvação e chamando-nos, segundo a lógica de uma autêntica e ativa participação, a compartilhar até suas últimas conseqüências sua própria vida, que é vida de dom de amor ao Pai e aos irmãos, vida de santidade».

Enzo de Almeida Gallafassi, “menino do milagre”
Crédito: Rádio Vaticano

© Innovative Media, Inc.

A reprodução dos serviços de Zenit requer a permissão expressa do editor.

ZP08062612 – 26-06-2008
Permalink: http://www.zenit.org/article-18871?l=portuguese

SEDE-VACANTISTAS, ELES EXISTEM MESMO?

Sede + Vacante ou Vaga, vazia.

É o período que ocorre após a morte de um Papa até a posse do próximo Papa eleito, ou seja o curto período que a Igreja fica sem um líder até que o escolhido assuma seu lugar.

0 TEXTO A SEGUIR FOI ESCRITO E DIVULGADO PELA FSSPX, PARA SE JUSTIFICAR QUE NÃO SÃO SEDE-VACANTISTAS, MAS …

Mas o que diz sobre o sede-vacantismo é correto.

Dom Lourenço Fleichman OSB – Permanência http://permanencia.org.br/sedevacantistas.htm

Para os que nunca ouviram esta expressão eu explico: são aqueles que afirmam que o papa não é papa. Não tem papa. A sede está vacante, ou seja, vazia. Esta tese baseia-se no fato de que a teologia católica não exclui a possibilidade de um papa perder o papado por pecado formal de heresia. Porém, isto que é uma possibilidade teológica, não pode ser afirmado categoricamente por ninguém neste mundo, pois também é doutrina católica que o papa só pode ser julgado pela Igreja, o que exige um outro papa legitimamente eleito, devidamente escolhido pelo Divino Espírito Santo.

Aqui aparece o erro contrário, afirmado pelos legalistas: se o papa só pode ser julgado por outro futuro papa, porque vocês julgam o que o papa afirma e ensina? [em amarelo a defesa de seus erros que não concordamos e não fazem parte do tema sedevacantistas …]

Ora, o que nós fazemos não é julgar o papa, mas sim as afirmações e ensinamentos dele. O que ele diz é certo ou errado? Julgar o papa seria afirmar que determinada ação ou ensinamento mostra que ele perdeu a fé, tornou-se um herege formal. Mas dizer que o ecumenismo ou a liberdade religiosa, ou qualquer outro erro ensinado pelos papas depois de Vaticano II é heresia, não significa dizer que a alma do papa esteja formalmente em pecado de heresia.

Só Deus sabe. Daí a necessidade de se abster de afirmar que o papa não é mais papa ou nunca o foi. Alguém pode desconfiar disso, por causa dos escândalos contrários à fé.,

mas não se tem meios de saber, na fase atual do combate.
Quando Lutero quis casar com a freira, inventou uma nova religião sem sacerdócio, e disse que a religião católica romana era obra de satanás. Saiu e bateu a porta. Declarou sua heresia publicamente. Mas os papas de Vaticano II continuam usando a autoridade dos papas, afirmando ser o Vigário de Cristo, sendo reconhecidos como bispos de Roma. Daí a dificuldade de se saber se aderem formalmente aos erros de Vaticano II ou se são fantoches nas mãos dos inimigos de Cristo, cegos, imprudentes, desobedientes, mas ainda católicos.

Os sede-vacantistas são a gente mais orgulhosa que eu conheço, pois são movidos pela cegueira espiritual. Herdeiros daquele primeiro orgulho que elevou o espírito de Eva a ouvir uma palavrinha mágica, e querer mudar o mundo! Sereis como deuses! Quiseram ser mais do que eram na realidade e sairam empurrando a tudo e a todos que estavam na frente, ou seja, precipitaram simplesmente toda a humanidade no pecado! Pois os sede-vacantistas são assim. Cegos para a realidade, empurram todos que se encontram à frente e saem por aí, aos bandos, dizendo que só eles são verdadeiros católicos, só eles encontraram a solução da crise da Igreja.

Querem ver alguns exemplos do que são capazes? Nos Estados Unidos, nos anos oitenta, um grupo de nove seminaristas da Fraternidade S. Pio X, no dia seguinte da ordenação sacerdotal, traíram a Mons. Lefebvre, deixando a Fraternidade. Eram sede-vacantistas escondidos que só esperaram a ordenação sacerdotal para tirar a máscara. Pensam que formaram um clero sólido e coerente? Ao contrário. Como toda obra fundada na opinião e movida pelo amor-próprio, foram brigando uns com os outros, em puro espírito sectário, dividindo-se em pequenos grupos. No meio do turbilhão, o demônio suscitou um bispo vietnamita, que saiu pelo mundo sagrando bispos, inclusive nas seitas com falsos papas, como Palmar de Tróia. A falta de vergonha na cara é tamanha que alguns destes bispos, hoje, alegam o estado de necessidade para chamar leigos casados para serem ordenados e sagrados.

Dirão as más linguas: Mons. Lefebvre e a Fraternidade S. Pio X também se fundamentam neste estado de necessidade. É verdade, e por uma razão simples. Ele existe, pois não temos acesso à autoridade para a recepção dos sacramentos

isentos dos erros de Vaticano II.

Mas a diferença entre a nossa posição e a dos sede-vacantistas é enorme. Mons. Lefebvre sempre agiu dentro da norma católica, baseado na doutrina e na lei canônica. O estado de necessidade, para a Fraternidade, é razão para ela agir de modo forte,

mas segundo o Direito: ordenação de jovens em plena condição de serem ordenados, segundo o Direito canônico. A própria sagração dos bispos, em 1988, para quatro padres já experimentados na doutrina e sabedoria, e após esgotar todos os meios para obter de Roma as autorizações necessárias.

Do lado dos sede-vacantistas, vendo que conseguem mais adeptos entre leigos imprudentes e exagerados, não hesitam em subverter as bases do direito para alcançar seus objetivos. Querem agora formar um clero de velhos avôs de báculo e mitra. É patético.

Pois é a essa gente que alguns dos nossos resolveram se ligar. Jovens guiados por velhos inescrupulosos, cegos e imprudentes. Jovens que agem hoje como aqueles seminaristas traidores, que ferem compromissos assumidos diante do padre, que tentam aliciar pessoas à sua volta, arrogantes e orgulhosos. Que fique aqui a denúncia: se nossos leitores, fiéis, amigos, receberem propostas de listas de e-mails, blogs, orkut etc. para discutir a matéria, não aceitem. Eles não querem discutir, mas tão somente manipular as consciências com textos antigos dos papas que, lidos de modo isolado, parecem lhes dar razão. Fogem da linha segura e constante que Mons. Lefebvre sempre seguiu, no profunda catolicidade do seu combate pela fé. Rezemos por esse pobres rapazes.

Não abaixem a guarda, não deixemos de denuncia com todo o rigor, os erros perversos deste diabólico concílio que tantos males trouxe à Igreja; mas tenhamos prudência e humildade, para que a luz da fé não seja a nossa própria luz, mas a daquele Verbo que veio a esse mundo e habitou entre nós.


Vejam meus caros leitores, Dom Lourenço escreveu este texto, para se defender dos ataques da Associação Montfort, “antigos Companheiros e defensores de Lefebvre” que os acusava de não aceitarem os Papas após o Concílio Vaticano II, para assim ganharem seus seguidores. Olhe bem, quando lemos os textos advindos de Lefebvre e seus seguidores inclusive a Montfort, nunca compreendemos bem se eles afinal aceitam o Papa ou não, porque mesmo dizendo que o aceitam sempre contrariam tudo que o Papa diz, em total insubmissão, dizendo que tudo ele le faz ou diz está errado, o que daria no mesmo, porque não o seguem e nem o obedecem de uma forma ou de outra. Este texto nada mais é que uma justificativa defendendo Dom Lefebvre de ter desobedecido o Papa por uma extrema necessidade, por necessidade ou não, o fato é que ele foi excomungado por esta desobediência. Quanto ao fato de que ele não conseguiu autorização para ordenar seus bispos, isto se deve ao fato de que ele jamais quis se dobrar e obedecer ao Papa, nem ceder um milimetro sequer em suas prerrogativas cismáticas.

Dom Lourenço citou um fato ocorrido dentro da FSSPX, onde vários padres ordenados por Lefebvre se viraram contra ele desobedecendo o seu próprio formador, isto porque seu formador os formou dentro do erro da desobediência e foi o que eles aprenderam de melhor, não obedecem nem a seu próprio mestre e tutor. Veja que isto é semelhante ao que Jesus se refere quando retrata a pessoa de seu inimigo maior, quando diz “Todo Reino dividido sobre si mesmo desaparecerá”, por isso o inimigo jamais conseguirá vencer a Igreja, porque ele é incapaz de fazer o que é bom, “O Amor e a União são dons de Deus”, um dos principais dons do inimigo é justamente a divisão e a desobediência, por isso sentem tanto prazer em atacar aquele que lhes é mais semelhante “Martinho Lutero”, porque jamais pretendem estar juntos em um mesmo lugar compartilahando a mesma graça Divina como Irmãos e ovelhas do único Pastor que é Jesus, seguem o exemplo do Irmão mais velho do filho pródigo, exemplo este que Jesus contou a Parábola justamente para aprendermos que não deveriamos tomar aquela atitude jamais.

Dialogando com um Tradicionalista de Portugal, discutiamos o fato de que eles falam mal de todos os seminários formadores de padres no mundo, mesmo aqueles que nem conhecem, e dizia ele que todos seguem o modernismo que contaminou a Igreja atual, sendo assim jamais teremos bons Padres. Por outro lado faz questão de demonstrar um modelo de Padre que segundo eles seriam o ideal, “Na Visão de um leigo Tradicionalista o Padre deve ser um Santo irrepreenssível”, logo qualquer seminário seria incapaz de executar este feito, uma vez que um Santo é formado por Deus e é fruto da mais profunda fé e Amor do homem a seu Criador, não é, e nem jamais será um fruto da capacidade humana de aprender alguma coisa na teoria de letras que estão escritas em um livro ou na sabedoria de seu formador. É a vida, a obra, a pregação, a missão, o trabalho, as dificuldades e as perseguições que levam o perseverante na fé a se tornar um verdadeiro Santo, mesmo que seja um Santo esquecido ou desconhecido jamais reconhecido pela Igreja ou por quem quer que seja.

coração

Vendo que realmente estava errado denegrindo a imagem dos seminários, incluido o da FSSPX “que dizia ele: era o melhorzinho de todos, sem nem ao menos conhecê-lo de perto”, desabafou e me disse tanta coisa, dizendo que eu não sabia nada de nada, e que deveriamos aprender o que é certo, “APRENDER DE QUEM ? JÁ QUE, QUEM SABE NÃO FORMA QUEM NÃO SABE, e quem sabe nem sequer indica um formador capaz de ensinar a sua verdade”, certamente ele jamais conseguirá seus objetivos, porque são estéreis e morrerão com ele, e todos irão para o cemitério, Dom Lefebvre, a FSSPX, os Tradicionalistas e a Igreja que eles tanto defendem, porque não formam vocações maldizendo tudo com pessimismo exagerado.

Dito isto ele declarou ter se decidido ir para um seminário da FSSPX, porque era a única opção a fazer, dar um exemplo e um testemunho de que tudo quando defendia valia a pena ser vivído, primeiramente por ele mesmo e depois por aqueles que dele aprenderem a verdade em seus testemunhos de vida.

Dizia ele não ser sedevancantista, mais em seu desabafo, afirmou que para seguir até o fim a sua decisão, até isto ele faria, vejo que ser tradicionalista é sinônimo de ser desobediente, e desobediência não é sinônimo de Santidade nem de verdadeira união com o corpo de Cristo, logo ele terá que fazer escolhas difíceis quando descobrir que suas teorias e preconceitos não fazem parte da verdade de Jesus.

Espero que nossos amigos Tradicionalistas que declaram não ser Sede-vacantistas e se defendem quando acusados, voltem a estar ligados à Igreja com Sede em Roma, conduzida pelo Papa Bento XVI, acabando de vez com este tal de Cisma, que nada mais é que o sedevacantivismo disfarçado de desobediência, com obediência não haverá sedevacantivismo nenhum e a Igreja será Una Católica e Apostólica Romana em Plenitude para sempre até a volta de Jesus.

TRADIÇÃO E “TRADICIONALISTAS”.

Dom João Wilk, Bispo da Diocese de Anápolis esclarece a seus fiéis sobre modernismo, tradição e Radicais-Tradicionalistas, publicando o texto de Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa no site oficial da Diocese de Anápolis, texto esse de grande aceitação e publicado também em diversos outros sites de cunho “apologético” que defendem a verdadeira fé e doutrina Católica aprovada pelo Magistério oficial da Igreja em Comunhão com o Papa Bento XVI e todo o clero brasileiro,


Tradição e “tradicionalistas”

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa,
sacerdote do clero secular
da Diocese de Anápolis,
15/12/2007


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Qualquer católico que se dedique a estudar essa questão através do Magistério da Igreja e a ação dos Romanos Pontífices, perceberá que o que se deseja é a unidade e a paz na Igreja. O católico sempre tem uma visão ampla das coisas; de fato a palavra “católico” significa “universal”. A Igreja sabe ser “santamente intransigente” no que é de fé e de moral, mas também sabe ser “santamente transigente” em tudo aquilo que pode ser ocasião de um diálogo aberto com o mundo sem abandonar o que Cristo lhe deixou para levar as pessoas ao céu.

É verdadeiramente doloroso ver o Papa e os bispos em comunhão com ele serem combatidos por “fiéis” que em nome da “fidelidade” ao que chamam “tradição” lutam contra os guardiães e autênticos intérpretes da própria Tradição.

Esse artigo, no seu título leva a palavra “tradicionalistas” entre aspas, porque sabemos que sob essa palavra há uma realidade concreta, muito ampla e complexa. Mormente nos referimos nesse artigo àqueles tradicionalistas que se afastaram da comunhão Católica e a ela não voltaram ou àqueles que, ainda que se dizem em comunhão com a Igreja, combatem-na.


1 – Movimento modernista

Uma ocasião de reflexão dentro da Igreja do que significa a Tradição foi sem dúvida, entre outros, o movimento chamado “modernismo”, que designa um movimento intelectual no âmbito eclesiástico e que influenciou bastante durante os séculos XIX e XX. Dois autores que representam esse movimento: os franceses Paul Sabatier e Alfred Loisy.

Contra o modernismo foram dirigidos os famosos documentos: o Decreto Lamentabili sane exitu, (03/07/1907) do Santo Oficio, e a Encíclica Pascendi Dominici Gregis (08/12/1907) do Papa São Pio X.

O Decreto Lamentabili condena e proscreve 65 proposições modernistas. Segundo o decreto, o modernismo defende que a leitura que a Igreja faz da Bíblia não é correta, conseqüentemente defendem esses autores uma oposição entre dogma e história. O Cristo da história seria um homem com simples ciência humana, que não teve a intenção de fundar uma Igreja. Dessa maneira, a Igreja não teria origem divina nem uma autoridade sobre-humana. A Moral e os Sacramentos nesse contexto também não teriam um grande valor já que seriam adaptações de fenômenos históricos com pretensão de ser imutáveis.

Com relação à Pascendi, é grande obra intelectual que pressupõe muita leitura por detrás. A primeira parte da encíclica expõe as doutrinas modernistas; a segunda, as reprova como inaceitáveis (são erros sobre Jesus Cristo, a Igreja e os Sacramentos, principalmente). A tradição, segundo os modernistas, protegida pela Igreja, é a comunicação de uma experiência religiosa original que, mais cedo ou mais tarde, acaba enfrentando-se com o progresso.

O decreto e a encíclica, ao entrar em luta contra o modernismo, queriam dar resposta a uma situação pontual, que responde a uma determinada época histórica. Logicamente, esses documentos continuam válidos. No entanto, não seria razoavelmente válido julgar a nossa época da mesma maneira que se fez no principio do século XX e usar a linguagem do documento para atacar e combater o Concílio Vaticano II, a bispos que estão em perfeita comunhão com o Papa e com o seu Magistério.


2 – O cisma de um bispo francês

Marcel Lefebvre (1905-1991) se opôs, durante o mesmo Concílio Vaticano II, à colegialidade episcopal, à relação da Igreja com o mundo, à liberdade religiosa. Não assinou a Constituição Dogmática Gaudium et Spes nem a Dignitatis Humanae. Em 1970 fundou em Friburgo, na Suíça, a “Fraternidade Sacerdotal S. Pio X”, que chegou até a ser aprovada pelo bispo do lugar como “pia união”.

Defendia vigorosamente que a tradição católica estava em perigo de perder-se a partir do Concílio Vaticano II. Esse Concílio representava para ele uma autêntica ruptura com a Tradição. O movimento tradicionalista devia opor-se a isso, inclusive frente à autoridade suprema do Romano Pontífice. O seminário de Êcone atuava como se não houvesse existido um Concilio e nesse seminário de Lefebvre se criticava duramente o Concílio Vaticano II e o Papa Paulo VI.

Numa declaração do dia 21 de novembro de 1974, Lefebvre fez pública uma declaração sua na qual atacava diretamente Roma e o Concilio Vaticano II. Insistiu em apelar ao “Magistério de sempre”, à “Igreja de sempre”, à “Liturgia de sempre”, à “Tradição”, que seriam a vida da Igreja anterior ao Concílio Vaticano II. Curiosamente, “adesão sem reserva à Santa Sé e ao Vigário de Cristo” não significa para Lefebvre submissão às medidas da Santa Sede e do Vigário de Cristo!

No dia 29 de junho de 1976, Lefebvre ordenou – apesar da proibição do Papa – 13 diáconos e 13 presbíteros. No dia 1º de junho do mesmo ano foi suspenso a divinis. Paulo VI escreveu-lhe novamente no dia 15 de agosto de 1976 convidando-o a retificar. Recebeu-o em audiência privada no dia 11 de setembro. Com todo esse esforço do Papa, nenhum sinal de submissão por parte do arcebispo, tão somente respostas vazias. O Papa Paulo VI morreu em 1978 e João Paulo II, no mesmo ano, recebeu o arcebispo Lefebvre em audiência.

Ainda que os gestos de bondade da Santa Sé tenham sido tantos, Lefebvre não depôs a sua atitude, não se submeteu. O mesmo cardeal Ratzinger, atual Papa Bento XVI, se aproximou tentando a reconciliação. Nada! Dia dramático: 30 de junho de 1988, Lefebvre ordenou bispos a quatro sacerdotes sem o mandato apostólico. Um ato verdadeiramente cismático!

Como se pode perceber, Lefebvre tem um conceito de tradição muito próprio. Para ele, a liturgia eucarística segundo o rito latino promulgado por S. Pio V, a liberdade religiosa tal como se compreendia até o Decreto Dignitatis Humanae, a formação sacerdotal, etc., têm validez tradicional única em quanto que são anteriores ao Concílio Vaticano II. A argumentação de Lefebvre é esta: já que o Concílio Vaticano II rompeu com a tradição, basta saber se uma coisa é anterior a esse Concílio para ter validez.

O conceito de tradição que manejou Lefebvre e seus seguidores fiéis não é católico e de fato os conduziu para fora da Igreja Católica. Esta, em resposta ao movimento integrista, se viu levada a refletir amplamente sobre o sentido verdadeiro da Tradição.



3 – O que é Tradição?

É preciso distinguir entre a Tradição Apostólica, ou “grande tradição”, das tradições teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais. A Tradição Apostólica está afetada pela temporalidade que dura, já que não pode existir interrupção entre o momento original da entrega (traditio) do Evangelho e o hoje da Igreja. Em quanto às tradições disciplinares, teológicas, litúrgicas etc., leva em si o critério da duração que lhe afeta apenas relativamente, não de uma maneira absoluta. Lefebvre insiste em conteúdos materiais e fixa, ele mesmo, um limite temporal: o anterior ao Concílio Vaticano II. Mas, perguntamos, com que autoridade?

Curiosamente, Lefebvre assinou a Constituição Dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, que explica o sentido da Tradição. Nesse documento se ensina que a revelação divina tem lugar não só na Palavra, mas também na história. Afirmar constantemente a imutabilidade de Deus é ficar em apenas um dos aspectos. É preciso também ressaltar que Deus falou com os homens na história. Essa locução de Deus na história faz com que esteja irremediavelmente afetada pelo elemento histórico. É preciso que tenhamos bastante presente que o Verbo de Deus se fez carne na nossa história e que se dirigiu ao ser humano com linguagem humana, com toda a limitação que essa linguagem leva consigo.

O movimento “tradicionalista” tem uma visão de tradição que se confunde com o “tradicional”, de tal maneira que o tradicional acaba sendo o critério para julgar a própria verdade de fé, tem um sentido de tradição que reclama ser um critério absoluto, e, com esse critério, muitos membros desse movimento têm a ousadia de enfrentar até mesmo a autoridade do Papa e dos Bispos em comunhão com ele. Ora, tal visão distorcida do verdadeiro sentido da tradição da Igreja se transforma em destruidora da mesma Igreja indestrutível.

O conceito de tradição que Lefebvre tem é muito perigoso, já que desde um ponto de vista eclesiológico não reconhece a presença do Espírito Santo na Igreja do Concílio Vaticano II, dando a entender que a Igreja falhou na sua missão de guardar a doutrina verdadeira e de guiar os fiéis na verdade de Cristo. Há uma ruptura no tempo. A impressão que temos é que, segundo alguns setores tradicionalistas, a Igreja parou em Pio XII, e que vale apenas deste Papa para trás e que todo o posterior a João XXIII e o Concílio Vaticano II, como estaria, segundo essa visão, contaminada de modernismo, não seria válido, já que não é tradicional. Que absurdo!


Ecclesia reformanda.

A Igreja necessita de continua reforma, de dois tipos:
1 – necessita de reforma porque tem em seu seio os pecadores; sendo santa deve buscar sem parar a santidade que só terá em plenitude na escatologia;
2 – necessita de reforma porque é um organismo vivo afetado pela história. Quanto a este segundo tipo, é lógico que não se pode estar sempre e em contínuas reformas, já que ininterruptas reformas levariam a uma perda de identidade, mas – também é lógico – a Igreja não pode fechar-se a toda mudança em nome de uma “identidade” falsamente entendida; se assim fosse, a Igreja seria mero objeto de museu.

Ainda que a eleição dos meios determinados de uma reforma por parte da autoridade da Igreja não seja objeto de fé, pede dos fiéis a obediência que exige a comunhão eclesial. Essa obediência não impede que determinado fiel bem formado possa ter um juízo pessoal sobre se é adequado ou não determinadas medidas para conseguir a reforma que se pretende. Esse juízo, no entanto, não pode estabelecer-se de modo absoluto, nem ser comunicado indiscriminadamente; se ficasse dessa maneira afetada a comunhão na Igreja.


4 – João Paulo II e Bento XVI

Como já dissemos, a trajetória de Lefebvre tem um dia bastante dramático, 30 de junho de 1988, por causa da ordenação episcopal de quatro sacerdotes que aconteceu naquele dia. Foi um ato cismático já que para consagrar um bispo é necessário o mandato pontifício, que Lefebvre não tinha. Eles ficaram, portanto, fora da comunhão da Igreja Católica.

Esse acontecimento deu lugar à Carta Apostólica de João Paulo II em forma de “Motu Proprio”, Ecclesia Dei adflicta, de 02 de julho de 1988.


Nesta Carta o Papa fala da aflição da Igreja ao tomar conhecimento da ordenação episcopal do dia 30 de junho, feita pelo arcebispo Marcel Lefebvre. A ordenação “foi uma desobediência ao Romano Pontífice em matéria gravíssima e de importância capital para a unidade da Igreja”. Foi um ato cismático. Lefebvre e os quatro ordenados incorreram em excomunhão.


O Papa diz, ademais, que se maneja nesse ambiente tradicionalista uma noção incompleta e contraditória de Tradição. “Incompleta, porque não tem em suficiente consideração o caráter vivo da Tradição”. Depois, o Papa dá uma ênfase especial ao falar da contradição que tal noção implica: “Mas é sobretudo contraditória uma noção de Tradição que se opõe ao Magistério universal da Igreja, do qual é detentor o Bispo de Roma e o Colégio dos Bispos. Não se pode permanecer fiel à Tradição rompendo o vinculo eclesial com aquele a quem o próprio Cristo, na pessoa do Apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja”.


O Papa fala também do grave dever que têm todos os fiéis de permanecer unidos ao Vigário de Cristo na unidade Católica e que não podem apoiar o movimento de Lefebvre. Além do mais, “a adesão formal ao cisma constitui grave ofensa a Deus e comporta a excomunhão estabelecida pelo Direito da Igreja”.


A bondade dos Papas nessa questão, tanto de Paulo VI em seu tempo, quanto de João Paulo II e de Bento XVI se faz notar. João Paulo II constituiu a Comissão Ecclesia Dei para que os fiéis ligados a essas tradições litúrgicas e espirituais possam continuar unidos ao Sucessor de Pedro conservando ao mesmo tempo tais tradições. Bento XVI foi também generosíssimo: concedeu o recente “Motu Proprio” Summorum Pontificum, no qual diz que a forma de celebrar os Sacramentos segundo o Missal de 1962 (Missa de Pio V retocada por João XXIII) é a forma extraordinária do único Rito Romano, enquanto permanece como forma ordinária a liturgia querida por Concílio Vaticano II e promovida pelo Papa Paulo VI.

O que o Papa João Paulo II já tinha previsto no “Motu Próprio” Ecclesia Dei sobre o uso da edição típica do Missal Romano de 1962, Bento XVI aplica generosamente para toda a Igreja. Será que ainda assim há pessoas descontentes? A resposta parece ser afirmativa!

Também não se pode dizer que Summorum Pontificum é simplesmente um “voltar atrás”. O cardeal Dario Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Ecclesia Dei, fez uma intervenção na V CELAM em Aparecida no dia 16/05/2007, apresentando a situação atual da Comissão. Dizia o cardeal que o intuito do Papa ao conservar e manter o valor da liturgia dita de São Pio V não é voltar aos tempos anteriores à reforma de 1970, mas de “uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr à disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos.” Trata-se, como diz o Papa, da forma extraordinária do Rito Romano sendo que a forma ordinária é a liturgia celebrada conforme o Missal de 1970 ou de Paulo VI. Penso sinceramente que o Papa Paulo VI não foi compreendido e espero vê-lo um dia elevado à glória dos altares. Foi um homem que sofreu muito e muito lutou pela Santa Igreja!


Extraímos, a partir de agora, e comentamos alguns trechos do discurso que o Papa Bento XVI fez no dia 22 de dezembro de 2005 à Cúria Romana no qual reconhece o drama da recepção e da situação do pós-concilio Vaticano II, mas “por que – pergunta o Papa – a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil?” O Papa fala de dois tipos de interpretação, uma que seria a hermenêutica da descontinuidade e da ruptura, que “corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar”, e a outra seria a hermenêutica da reforma, que seria “renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, porém, sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho”.


A hermenêutica da descontinuidade e da ruptura seria a maneira de pensar tanto no chamado “progressismo” quanto no chamado “tradicionalismo” dentro da Igreja. O argumento é igual nas duas tendências: ambas não aceitam o Concílio Vaticano II. O “progressismo”, porque ao apoiar-se num falso “espírito do Concílio”, realiza o que o Concílio não disse nem teve intenção de dizer. O “tradicionalismo”, ainda que queira ser fiel à Tradição, o que faz é “inventar” um conceito de tradição, que não é o da Igreja.
O Papa Bento XVI, ao contrário dessas duas tendências, fala da importância da “dinâmica da fidelidade”, e continua: “num Concílio, dinâmica e fidelidade devem tornar-se uma só coisa.” O Papa, aceitando que é preciso continuar progredindo, sempre em fidelidade, diz: “É claro que este cuidado de exprimir no modo novo uma determinada verdade exige uma nova reflexão sobre ela e uma nova relação vital com a mesma; é claro também que a nova palavra pode maturar somente se nasce de uma compreensão consciente da verdade expressa e que, por outro lado, a reflexão sobre a fé exige igualmente que se viva esta fé. Neste sentido o programa proposto pelo Papa João XXIII era extremamente exigente, como também é exigente e dinâmica a síntese de fidelidade.”


O programa proposto pelo Bem-aventurado João XXIII é um programa exigente. Alguns não querendo seguir esse programa preferem ficar ancorados num passado cômodo, sem exigência. Ainda é a voz do Papa: “Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce todavia, e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.”


Em concreto, “O Concílio Vaticano II – continua Bento XVI –, com o Decreto sobre a liberdade religiosa, reconhecendo e fazendo seu um princípio essencial do Estado moderno, recuperou novamente o patrimônio mais profundo da Igreja. Ela pode ser consciente de encontrar-se assim em plena sintonia com o ensinamento do próprio Jesus (cf. Mt 22, 21) como também com a Igreja dos mártires, com os mártires de todos os tempos.”


“ Assim podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar ao Concílio Vaticano II: se o lemos e recebemos guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja” – a avaliação ainda é de Bento XVI.


5 – Ainda sobre o verdadeiro sentido da Tradição


No dia 26 de abril de 2006, numa audiência geral, o Santo Padre Bento XVI continuava explicando o verdadeiro sentido da Tradição: “A Tradição apostólica da Igreja consiste nesta transmissão dos bens da salvação, que faz da comunidade cristã a atualização permanente, na força do Espírito, da comunhão originária. Ela é chamada assim porque surgiu do testemunho dos Apóstolos e da comunidade dos discípulos no tempo das origens, foi entregue sob a guia do Espírito Santo nos textos do Novo Testamento e na vida sacramental, na vida da fé, e a ela, a esta tradição, que é toda a realidade sempre atual do dom de Jesus, a Igreja refere-se continuamente como ao seu fundamento e à sua norma através da sucessão ininterrupta do mistério apostólico.”


Como se pode observar, a Tradição é “transmissão dos bens da salvação”. Não se trata de elementos históricos mutáveis; esses seriam “tradições”, que a Igreja pode mudar se assim vê oportuno e mais adequado às circunstâncias históricas. O mesmo Concílio de Trento, na sua XXI Sessão (16/07/1562), capítulo II, deixava bem claro este principio: a Igreja sempre tem poder de estabelecer ou mudar aquilo que segundo as circunstâncias, tempos e lugares, julgue conveniente à utilidade dos fiéis ou à veneração dos mesmos sacramentos, contanto que fique salvo o essencial deles (salva illorum substantia). Acaso não foi isso que o Concílio Vaticano II fez com relação a reforma litúrgica?!


Além do mais, os que pretendem colocar a chamada Missa tridentina como única possibilidade, não estão, por acaso, excluindo todos os demais ritos católicos?


A Tradição – continua Bento XVI – “não é a simples transmissão material de quanto foi doado no início aos Apóstolos, mas a presença eficaz do Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado, que acompanha e guia no Espírito a comunidade por ele reunida.” Relaciona, portanto, Tradição e historicidade da Igreja. Tradição é também comunhão: “A Tradição é a comunhão dos fiéis à volta dos legítimos Pastores no decorrer da história, uma comunhão que o Espírito Santo alimenta garantindo a ligação entre a experiência da fé apostólica, vivida na originária comunidade dos discípulos, e a experiência atual de Cristo na sua Igreja.”


E finalmente, apreciamos a beleza dessa comparação do Santo Padre “Tradição não é transmissão de coisas ou palavras, uma coleção de coisas mortas. A Tradição é o rio vivo que nos liga às origens, o rio vivo no qual as origens estão sempre presentes. O grande rio que nos conduz ao porto da eternidade.”


Queremos citar ainda um trecho da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Palavra de Deus, Dei Verbum. Tradição – segundo DV 8 – é o que foi “transmitido pelos Apóstolos, abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita.” Essa Tradição é susceptível de progresso na Igreja, isso sob a assistência do Espírito Santo: progride a percepção das realidades transmitidas.

Concluímos com aquelas palavras de Dom João Wilk, que penso que todo fiel deve tomá-las para si consciente ou inconscientemente e que resumem de uma maneira admirável o que queríamos dizer até agora. Estão tiradas de sua homilia de posse da nossa Diocese anapolina, no dia 15 de agosto de 2004:

“Permitam-me, irmãos e irmãs, um momento de sinceridade e franqueza. Há pessoas que perguntam se sou conservador ou progressista… Pessoalmente, acho inadequada tal distinção, porque a realidade da Igreja é muito mais ampla do que essas duas palavras. Se por conservadorismo se entende o amor e a salvaguarda dos valores humanos e religiosos, eu sou conservador. Se pelo mesmo se entende apego às coisas secundárias e já superadas, eu não o sou. Se por ser progressista se entende o compromisso de fé e de verdade com novas realidades e desafios, eu sou progressista. Mas se consiste em ter atitudes discordantes ou de simples contestação, eu não o sou.
“É -me muito cara a parábola do pedreiro. Para exercer bem a sua profissão, usa a linha e o prumo. Simples e eficaz. Linha e prumo levam o profissional à perfeição.
“ Tenho por prumo a fidelidade ao eterno e imutável depósito da fé, herdado dos apóstolos. Tenho por linha a fidelidade ao atual Magistério da Igreja. Com estas ferramentas, quero trabalhar e ajudar a Igreja a crescer.”


OBSERVAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:

Parte considerável dessa pequena investigação se deve ao professor César Izquierdo, doutor em Teología pela Univesidade de Navarra e professor na mesma, ao qual agradecemos o material cedido. Há dois textos desse autor nos quais me apóio bastante: um livro publicado em 2006, Parádosis – estúdios sobre la Tradición (EUSA – Pamplona); o capítulo IV estuda diretamente o caso Lefebvre; um artigo que está publicado na página web da Universidade de Navarra pelo “Anuário de Historia de la Iglesia” (Año 2007, nº16), Como se há entendido el “modernismo teológico”: discusión historiográfica ( http://www.unav.es ). Muitas expressões usadas são simples traduções do espanhol ao português.


Outra boa parte desse trabalho tem sua fonte na Carta Apostólica em forma de “Motu Proprio” Ecclesia Dei, de 02-VII-1988, de João Paulo II, de um discurso de Bento XVI à Cúria Romana do dia 22/12/2005 e de uma audiência geral do mesmo Papa (26/04/2006).


Além do mais, foram consultados o Denzinger, a página web do CELAM (http://www.br.celam.info) e a página web da Diocese de Anápolis (http://www.diocesedeanapolis.org.br).


Pe. Françoá Costa



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Radicais Tradicionalis criticam a Pregação de Frei Raniero Cantalamessa em Roma.

O pregador pontifício Frei Raniero Cantalamessa.

Na ultima Sexta Feira Santa, Frei Raniero

Fez a homilia oficial da Missa no Vaticano.

Frei Raniero Cantalamessa em “A túnica era sem costura”.

Site tradicionalista crítica sua homilia da sexta feira Santa.

Os Radicais Tradicionalistas não conseguem conter sua fúria ao ver um expoente Carismático falando à todo mundo oficialmente em nome da Igreja. O Blog acima quis expressar em sua crítica que; Frei Raniero estaria mais preocupado com a união dos povos Cristãos do que com a Tradição da Igreja Católica, aliás este é o unico assunto que falam em seus site’s e Blog’s, disse que sua homilia “teria sido um desabafo de descontentamento” frente às concessões efetivadas pelo Papa tentando trazer os Radicais tradicionalistas de Volta à plena comunhão com a Igreja Católica. Leia o texto e veja que se refere a união do Corpo de Cristo e nada de ressentimentos contra tradicionalistas.

Frei Raniero, nesta homilia em particular, falou sobre a “Túnica Indivisível de Cristo”, num breve relato do descontentamento do Senhor nosso Deus, ao assistir seus Filhos divididos entre si, um dos raros momentos que vimos Jesus chorando, quando observou aquela multidão parecendo ovelhas sem Pastor, disse Ele ali mesmo, preciso conduzir as minhas ovelhas… existem ovelhas que estão fora desse aprisco… preciso conduzí-las também… haverá enfim um só rebanho e um só Pastor. Se este é o desejo de Jesus, como poderemos ser contra ele? E promover Cismas dentro da Igreja, logicamente estariamos lutando contra a vontade de Deus.

Na Verdade, o que acontece é que; os Radicais Tradicionalistas Brasileiros liderados pelo Prof. Orlando Fedeli dono do Site Montfort, ficaram de fora desta integralização promovida pelo Papa, porque se recusam a dialogar e ceder posições na referida batalha contra o Concílio Vaticano II, por isso intitulam de “Traidores” aqueles que se reintegraram ao Vaticano, no caso o Instituto Bom Pastor e a Fundação João Maria Vianey, que abandonando seus discursos difamatórios anti-Concílio Vaticano II, voltaram à plena Comunhão com a Verdadeira Igreja Católica com sede no Vaticano. Logo os que não abandonaram tais atitudes, “como a Fundação Pio X de Lefebvre e a Associação Cultural Montfort de Fedeli” continuam fora da Igreja, sendo seus ensinamentos não considerados como doutrina Católica Verdadeira, apesar de proclamarem que estão defendendo a Igreja de ataques Modernistas, Maçonicos, gnosticos e etc…

Aqueles que continuam combatendo a Igreja, tentando derrubar documentos efetivos e largamente aprovados pelos Papas, querem ter o direito a ter voz ativa dentro da Igreja, anunciando a todo mundo seus pensamentos preconceituosos, limitando a evangelização a apenas um convite “VINDE A MIM, TODOS VÓS QUE ESTAIS CANÇADOS E SOBRECARREGADOS E EU VOS ALIVIAREI…”, desprezando a ordem de Jesus “IDE E EVANGELIZAI A TODA CRIATURA, QUEM CRER E FOR BATIZADO SERÁ SALVO”. Não temos o direito de limitar a atuação MISSIONÁRIA do Espírito Santo neste Mundo, muito pelo contrário, temos que desmistificar os Carismas e voltar a utilizá-los largamente como no princípio da Igreja, pois é uma das maneiras de mostrar ao mundo pecador que Jesus continua VIVO e agindo no meio de seu povo. Somente assim conseguiremos atingir as massas, onde quer que elas estejam, realizando a grande Colheita do Pentecostes Profético.

Criticar a unidade dos filhos de Deus é a mesma coisa que criticar Jesus em suas atitudes e seus mandamentos. A Videira verdadeira é Jesus e nós somos os ramos unidos à esta única videira. Faço parte das 99 ovelhas seguras no aprisco do Senhor, ou sou aquela umazinha perdida nos campos deste mundo? Seja qual for a resposta, não deveriamos estar todos juntos no mesmo aprisco de Cristo, nos amando como Jesus nos amou? ou deveriamos agir como o irmão mais velho do filho pródigo? que recusou entrar no banquete celestial que seu Pai preparou, porque lá dentro estava presente o seu irmão mais moço, aquele que gastou os bens do Pai com as meretrizes, e agora goza dos benefícios da misericórdia e do perdão eterno do Pai. Se agirmos assim, quem ficará de fora do Reino de Deus? seremos nós! que trabalhamos arduamente na vinha do Senhor, mas quando veio o filho do dono, acabamos crucificando-o novamente em outra Cruz de egoismo, desamor, orgulho e o Pecado da falta de Perdão. Esta afinal foi uma das ultimas palavras de Jesus.

“PAI, PERDOA-LHES… PORQUE,

NÃO SABEM O QUE FAZEM…”