E o Pastor decidiu ir à Missa.


O banquete do Cordeiro [tweetmeme]


"Testemunho de um Pastor Evangélico que se converteu ao Catolicismo."


(São Mateus 22,4)



Scott Hahn

Ali estava eu, incógnito, um ministro protestante à paisana, esgueirando-me nos fundos de uma capela em Milwaukee para participar pela primeira vez da missa. A curiosidade me arrastara até lá e eu ainda não tinha certeza de que fosse uma curiosidade saudável. Ao estudar os escritos dos primeiros cristãos, encontrei inúmeras referências à “liturgia”, à “Eucaristia”, ao “sacrifício”. Para aqueles primeiros cristãos, separada do acontecimento que os católicos de hoje denominam “missa”, a Bíblia – o livro que eu mais amava – era incompreensível.

Eu queria entender os cristãos primeiros, mas não tinha nenhuma experiência de liturgia. Por isso, persuadi a mim mesmo a ir ver, como uma espécie de exercício acadêmico, mas jurando o tempo todo que não ia me ajoelhar nem participar de idolatria.

Sentei-me na obscuridade, em um banco bem no fundo daquela capela no subsolo. À minha frente havia um número considerável de fiéis, homens e mulheres de todas as idades. Impressionaram-me suas reflexões e sua evidente concentração na oração. Então um sino soou e todos se levantaram quando o padre surgiu de uma porta ao lado do altar. Hesitante, permaneci sentado. Durante anos, como calvinista evangélico, fui instruído para acreditar que a missa era o maior sacrilégio que alguém poderia cometer. Tinha aprendido que a missa era um ritual com o propósito de “sacrificar Jesus Cristo outra vez”. Por isso, eu seria um espectador, ficaria sentado, com a Bíblia aberta ao meu lado.

Entretanto, è medida que a missa prosseguia, alguma coisa me tocou. A Bíblia não estava só ao meu lado. Estava diante de mim – nas palavras da missa! Um versículo era de Isaías, outro dos Salmos, outro de Paulo. A experiência era prodigiosa. Eu queria interromper tudo e gritar: “Ei! Posso explicar o que está acontecendo a partir das Escrituras? Isso é maravilhoso!” Não obstante, mantive minha posição de espectador à parte até que ouvi o sacerdote pronunciar as palavras da consagração: “Isto é o meu corpo… Este é o cálice do meu sangue”.

Eu senti todas as minhas dúvidas se esvaírem. Quando vi o sacerdote elevar aquela hóstia branca, percebi que uma prece subiu de meu coração em um sussurro: “Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!”

A partir daquele ponto, fiquei, por assim dizer, tolhido. Não imaginava uma emoção maior que a que aquelas palavras provocaram em mim. Porém a experiência intensificou-se um momento depois, quando ouvi a congregação repetir: “Cordeiro de Deus… Cordeiro de Deus… Cordeiro de Deus”, e o sacerdote responder: “Eis o Cordeiro de Deus…”, enquanto elevava a hóstia.

Em menos de um minuto a frase “Cordeiro de Deus” ressoou quatro vezes. Graças a longos anos de estudos bíblicos, percebi imediatamente onde eu estava. Estava no livro do Apocalipse, no qual Jesus é chamado Cordeiro nada menos que vinte e oito vezes em vinte e dois capítulos. Estava na festa de núpcias que João descreve no final do último livro da Bíblia. Estava diante do trono do céu, onde Jesus é saudado para sempre como o Cordeiro. Entretanto, não estava preparado para isso – eu estava na missa!

Voltei à missa no dia seguinte e no outro dia e no outro. Cada vez que voltava, eu “descobria” mais passagens das Escrituras consumadas diante dos meus olhos. Contudo, naquela capela escura, nenhum livro me era tão visível quanto o da revelação de Jesus Cristo, o Apocalipse, que descreve a adoração dos anjos e santos do céu. Como nesse livro, vi, naquela capela, sacerdotes paramentados, um altar, uma assembléia que entoava: “santo, santo, santo”. Vi a fumaça de incenso, ouvi a invocação de anjos e santos; eu mesmo entoava os aleluias, pois me sentia cada vez mais atraído a essa adoração. Continuei a me sentar no último banco com minha Bíblia e mal sabia para onde me voltar – para a ação no Apocalipse ou para a ação no altar, que pareciam cada vez mais ser exatamente a mesma.


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Mergulhei com vigor renovado em meu estudo do cristianismo antigo e descobri que os primeiros bispos, os Padres da Igreja, tinham feito a mesma “descoberta” que eu fazia a cada manhã. Eles consideravam o livro do Apocalipse a chave da liturgia e a liturgia a chave do livro do Apocalipse. Alguma coisa intensa aconteceu com o estudioso e crente que eu era. O livro da Bíblia que eu achava mais desconcertante – o do Apocalipse – agora elucidava as idéias mais fundamentais de minha fé: a idéia da aliança como elo sagrado da família de Deus. Além disso, a ação que eu considerava a maior das blasfêmias – a missa – agora se revelava o acontecimento que ratificou a aliança de Deus: “Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança”.

Eu estava aturdido com a novidade de tudo aquilo. Durante anos tentei compreender o livro do Apocalipse como uma espécie de mensagem codificada a respeito do fim do mundo, a respeito do culto no céu distante, a respeito de algo que, em sua maioria, os cristãos não poderiam experimentar aqui na terra. Agora, depois de duas semanas de comparecimento diário à missa, eu me via querendo levantar durante a liturgia e dizer: “Ei, pessoal. Quero lhes mostrar onde vocês estão no livro do Apocalipse! Consultem o capítulo 4, versículo 8. Agora mesmo vocês estão no céu”. 

No céu agora mesmo! Os Padres da Igreja mostraram que essa descoberta não era minha. Pregaram a respeito há mais de mil anos. Entretanto, eu estava convencido de que merecia o crédito pela redescoberta da relação entre a missa e o livro do Apocalipse. Então descobri que o Concílio Vaticano II tinha me passado para trás. Reflita nestas palavras da Constituição sobre a Sagrada Liturgia:

Na liturgia terrena, antegozando, participamos da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial entoamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste, e nós apareçamos com ele na glória. 

Espere um pouco. Isso é céu. Não, isso é a missa. Não, é o livro do Apocalipse. Espere um pouco: isso é tudo o que está acima. 

Esforcei-me bastante para ir devagar, cautelosamente, com o cuidado de evitar os perigos aos quais os convertidos são suscetíveis, pois eu estava depressa me convertendo à fé católica. Contudo, essa descoberta não era produto de uma imaginação superexcitada; era o ensinamento solene de um concílio da Igreja Católica. Com o tempo, descobri que era também a conclusão inevitável dos estudiosos protestantes mais rigorosos e honestos. Um deles, Leonard Thompson, escreveu que “até mesmo uma leitura superficial do livro do Apocalipse mostra a presença da linguagem litúrgica disposta em forma de culto… A linguagem de culto desempenha importante papel na coerência do livro”. Bastam as imagens da liturgia para tornar esse extraordinário livro compreensível. As figuras litúrgicas são essenciais para sua mensagem, escreve Thompson, e revelam “algo mais que visões de ‘coisas que estão por vir’”. 

O livro do Apocalipse tratava de Alguém que estava por vir. Tratava de Jesus Cristo e sua “segunda vinda”, a forma como, em geral, os cristãos traduziram a palavra grega parousia. Depois de passar horas e horas naquela capela de Milwaukee, em 1985, aprendi que aquele Alguém era o mesmo Jesus Cristo que o sacerdote católico erguia na hóstia. Se os cristãos primitivos estavam certos, eu sabia que, naquele exato momento, o céu tocava a terra. “Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!”. 



Scott Hahn

O Banquete do Cordeiro

A missa segundo um convertido

Pgs 21-25. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

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Artigos neste Blog



Jesus é Misericordioso


Igreja Católica.

A Igreja É Una, Santa,

Católica e Apostólica Romana.

Pe. Françoá Costa

Os Padres da Igreja gostavam muito de comparar a Igreja à lua, pois assim como a lua recebe toda a sua luz do sol, assim também a Igreja recebe toda a sua luz de Cristo (cfr. Cat.748).


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Nosso esquema:

1. O mistério da Igreja. Sua origem, fundação e missão

2. Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo

3. Una, Santa, Católica e Apostólica

4. Os fiéis de Cristo: Leigos, Vida Consagrada, Hierarquia

5. A “Communio Sanctorum”

6. Maria, Mãe de Cristo e da Igreja


1 – O Mistério da Igreja. Sua origem, fundação e missão.

“Para perscrutar o mistério da Igreja, convém meditar primeiro sobre sua origem no desígnio da Santíssima Trindade e sobre sua realização progressiva no curso da história” (Cat.758).

Podemos falar do mistério da Igreja, isto é, considerando-a, ela mesma, como um mistério; também podemos falar da Igreja do mistério, enquanto que ela é depositária do Mistério de Cristo.

O Catecismo da Igreja Católica fala da Igreja como um projeto nascido no coração do Pai, prefigurada desde a origem do mundo, preparada na Antiga Aliança, instituída por Jesus Cristo, manifestada pelo Espírito Santo e consumada na glória (cfr. Cat.759-769). Diz ainda: “A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina” (Cat.770).

Podemos observar que a Igreja vê-se a si mesma como um mistério que vai se mostrando pouco a pouco até que chegasse a plenitude dos tempos (cfr. Gal 4,4) e Cristo Jesus – que é a plenitude e o mediador da Revelação – a fundasse.Vamos contemplar esse mistério. Em primeiro lugar, a Igreja é um projeto nascido no coração do Pai. E como o Pai é eterno, podemos dizer que a Igreja existe desde toda a eternidade no coração do Pai.

Mas, o que é a Igreja? É mistério de comunhão dos homens com o Pai no Filho pelo Espírito Santo. Esse elemento é central para compreender a Igreja: Comunhão.

“A palavra “Igreja” [“ekklésia”, do grego “ekkaléin” – “chamar fora”] significa “convocação”. Designa assembléia do povo, geralmente de caráter religioso. É o termo usado freqüentemente no Antigo Testamento grego para a assembléia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembléia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus seu povo santo… O termo “Kyriakä”, do qual deriva “Chrch”, “Kirche”, significa “a que pertence ao Senhor”… “A Igreja” é o povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembléia litúrgica sobretudo eucarística. Ela vive da Palavra e do Corpo de Cristo e se torna assim, Corpo de Cristo” (Cat.751-752).

Qual é a origem da Igreja? Ela tem sua origem, como diz o Catecismo, no Coração do Pai, tem sua origem no mistério da Santíssima Trindade. Esta é a origem mais profunda da Igreja: o Coração do Pai apaixonado pela humanidade.

O amor da Trindade pela humanidade fez com que a Igreja fosse prefigurada desde a criação do mundo. Deus criou o ser humano para fazê-lo participante de sua vida divina, não existe um só ser humano que não tenha esse fim sobrenatural. O que acontece é o que o meio através do qual esse fim sobrenatural se realiza é a Igreja, já definida como mistério de comunhão dos homens com Deus. Ao mesmo tempo que a Igreja é o meio pelo qual se realiza essa comunhão com Deus, ela também é – com relação ao mundo – a finalidade de todas as coisas (cfr.Cat 760).

Quando o homem e a mulher pecam, o Senhor já promete a salvação (cfr. Gn 3,15).A partir daí começa o tempo de preparação da Igreja. Alguns Padres da Igreja falaram até da Ecclesia ab Adamo, a Igreja desde os tempos de Adão, e da Ecclesia ab Abel, a Igreja desde os tempos de Abel. “A preparação longínqua do Povo de Deus começa com a vocação de Abraão, a quem Deus promete que será o pai de um grande povo. A preparação imediata tem seus inícios com a eleição de Israel como povo de Deus” (Cat.762).

Quando chegou o momento Cristo instituiu a sua Igreja. “O Senhor Jesus dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Há antes de tudo a escolha dos Doze, com Pedro como seu chefe. Representando as doze tribos de Israel, eles serão a pedra de fundação da nova Jerusalém. Os Doze e os outros discípulos participam da missão de Cristo, de seu poder, mas também de sua sorte. Por meio de todos esses atos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja.

“Mas a Igreja nasceu primeiramente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na Cruz. “O começo e o crescimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado.” “Pois do lado de Cristo dormindo na Cruz é que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja”. Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na Cruz.” (Cat.765-766).

Podemos observar que o Catecismo já nem fala de uma só passagem – como a clássica: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16,18) – para provar que Cristo quis fundar uma Igreja e que esta Igreja foi fundada de fato, ainda que essa passagem continue mantendo toda a sua importância, pois trata-se de uma promessa do Senhor, já realizada, pois a Igreja foi fundada. O Catecismo da Igreja fala de “atos fundacionais de Cristo”: a reunião de discípulos à sua volta, a escolha dos Doze, a primazia de Pedro no grupo dos Doze, a instituição da Eucaristia, o Mistério Pascal. Como tudo o que Deus faz ad extram, ou seja, o que acontece fora da vida íntima de Deus, são ações comuns às três divinas Pessoas da Trindade, compreenderemos também o papel importantíssimo do Espírito Santo, que é Espírito do Pai e do Filho, em Pentecostes e nos primeiros anos da Igreja neste processo fundacional.

A Igreja foi manifestada pelo Espírito Santo. “Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo para santificar a Igreja permanentemente” (Cat.767). Esta Igreja também será consumada na glória quando Cristo volte em sua glória (cfr.Cat.769). Então haverá a Igreja resplandecente de santidade.

A missão da Igreja é a mesma de Cristo: a salvação da humanidade. Ela, a Igreja, continua a missão de Jesus Cristo. “Por ser “convocação” de todos os homens para a salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos” (Cat.767).

2 – Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo

Outrora Deus fez para si um povo, o povo de Israel. Ele enviou o seu Filho para salvar esse povo, o qual não aceitou – em sua maioria – o Messias enviado. Deus formou para si um novo povo, a Igreja, formado pelos que nascem pela fé e pelo Batismo; este povo tem por Chefe Jesus Cristo; como condição, a dignidade da liberdade dos filhos de Deus; como lei, o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou; como missão, ser sal da terra e luz do mundo; como meta, o Reino de Deus, do qual a mesma Igreja já é germe (cfr. Cat.782). O Novo Povo de Deus é um povo sacerdotal, profético e régio, já que todo e qualquer batizado participa dessas três funções de Cristo (cfr. Cat.783).

A Igreja é também o Corpo de Cristo. Distingamos: o corpo físico do Senhor é aquele que ele tem agora no céu, corpo glorioso; o corpo eucarístico do Senhor é o que nós temos no Sacramento da Eucaristia, trata-se de uma presença substancial, não física; o corpo místico do Senhor é a Igreja. É São Paulo quem usa essa bela imagem: “Com efeito, o corpo é um e, não obstante, tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo. Assim também acontece com Cristo. Pois fomos todos batizados num só Espírito para ser um só corpo” (1 Cor 12,12-13).

“A comparação da Igreja com o corpo projeta uma luz sobre os laços íntimos entre a Igreja e Cristo. Ela não é somente congregada em torno dele; é unificada nele, em seu Corpo.” (Cat.789). O “Christus totus – Cristo total” é Cristo-Cabeça e a Igreja-Corpo. Santo Agostinho expressou-se assim: “Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendeis, irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como Cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros. O que significa isto: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja” (Ev.Jo.21,8). Esta união tão grande existente entre Cristo e sua Igreja não impede a distinção que há entre os mesmos; daí a importância de outra bela imagem: a Igreja é a Esposa de Cristo. “Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado, a qual Cristo “amou, pela qualse entregou, a fim de santifica-la” (Ef 5,26), que associou a si por uma Aliança eterna e da qual não cessa de cuidar como de seu próprio Corpo” (Cat.796).A Igreja, Templo do Espírito Santo. “Quod est spiritus noster, id est anima nostra, ad membra nostra, hoc est Spiritus Sanctus ad membra Christi, ad corpus Christi, quod est Ecclesia – o que é o nosso espírito, isto é, a nossa alma em relação a nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao corpo de Cristo que é a Igreja” (S.Agostinho, Serm.268,2:PL 38,1232). O Espírito Santo habita no Corpo de Cristo, que é a Igreja, a vivifica e a santifica, Ele é o “Dominus et Vivificans – Senhor e Doador de vida”, é Ele quem distribui os dons da Cabeça, Cristo, ao Corpo, Igreja. “O Espírito Santo é “o Princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do corpo”” (Cat.798).

3 – Una, Santa, Católica e Apostólica

Una. A Igreja é UNA por sua Fonte, a Trindade Beatíssima, um só Deus em três Pessoas; por seu Fundador, Jesus Cristo; por sua Alma, o Espírito Santo (cfr. Cat.813). A diversidade que há na Igreja não impede a unidade, pois há uma grande variedade de povos, culturas, espiritualidade etc. Não pode faltar, porém, os vínculos da unidade. O vínculo invisível é a graça de Deus, que faz com que haja “a caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14). Além do vínculo invisível e correspondente à nossa natureza corpórea-espiritual, também existem os vínculos visíveis: a profissão de uma única fé recebida dos apóstolos, a celebração dos Sacramentos, a sucessão apostólica (através do Sacramento da Ordem, que mantém a concórdia na família de Deus). Classicamente, isso tem sido expressado assim: comunhão na Fé, nos Sacramentos e no Regime (cfr. Cat.815).

“A única Igreja de Cristo (…) é aquela que nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para que fosse seu pastor e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la… Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na (“subsistit in”) Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele” (LG 8).

Com o movimento ecumênico, a Igreja tem feito realidade esse desejo de Cristo de que todos sejam um (cfr. Jo 17,21). Apesar de ser um trabalho difícil, o ecumenismo precisa ir adiante. O primeiro gesto ecumênico a ser feito, porém, é o da oração; precisamos rezar muitas vezes a oração que Cristo rezou: “que todos sejam um.” É preciso evitar também todo e qualquer falso ecumenismo, confuso e sem metas, que não persegue a verdade, que é pressuposto para uma autêntica unidade.

Santa. “A Igreja… é aos olhos de Deus, indefectivelmente santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo é proclamado o ‘único Santo’, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou a fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom Espírito Santo, para a glória de Deus.” A Igreja é, portanto, “o Povo santo de Deus”, e seus membros são chamados “santos”” (Cat.823).Como explica-se, por tanto entanto, a existência de membros pecadores dentro da Igreja? É preciso distinguir a Igreja enquanto Corpo de Cristo, intimamente unida ao seu Senhor, totalmente santa, e os membros desse Corpo, santos e pecadores. Essa distinção, porém, oferece uma dificuldade clara: já que o corpo está formado pelos membros do mesmo, como pode acontecer que esse corpo seja santo e os membros desse corpo sejam também pecadores? Assim explica J.-H. Nicolas: “A Igreja é santa porque ela é o Corpo de Cristo, o meio de sua presença no mundo e na história depois da Ascenção. Essa santidade é total porque não depende da santidade dos seus membros, mas da santidade de Cristo, que Ele faz presente. Mas, nós não podemos dizer que Ele faça uma abstração total da santidade dos seus membros (…)

“ A santidade objetiva da Igreja pode crescer? Parece que de duas maneiras: quantitativamente, à medida que a Igreja se espalha pelo mundo; qualitativamente, segundo a clareza e a força do seu testemunho. Desde este ponto vista existe sem dúvidas fases de progresso e de regresso, de acordo com as épocas e com os lugares. Cada vez que um membro da Igreja peca, na medida que ele peca, ele se separa da Igreja ao mesmo tempo que de Cristo. Existem graus nesta separação: exceto no caso de cisma ou heresia, a separação não é completa, e o pecador continua a pertencer à Igreja, como nós veremos. Mas se tal pessoa é membro da Igreja, não o é em razão de seus pecados, nem mesmo com seus pecados, mais apesar dos seus pecados [Mais si quelqu’un est membre de l’Eglise, ce n’est ni en raison de ses péchés, ni même avec ses péchés, mais malgré ses péchés]” (Synthése Dogmatique, 3ª ed., 1991, pp.699-700).

Desta maneira nós entendemos que a Igreja pode ser sempre reformada, renovada e, de fato, o Espírito Santo faz isso constantemente em seu Templo Santo.

Católica. “A palavra “católico” significa “universal”… A Igreja é católica em duplo sentido. Ela é católica porque nela Cristo está presente. “Onde está Cristo Jesus está a Igreja Católica.” Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe “a plenitude dos meios de salvação” que ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes e o será sempre, até o dia da Parusia. Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano” (Cat.830-831).

A este novo Povo de Deus todos os homens “são chamados a pertencer” (LG 13). Continua válida aquela verdade: extra Ecclesiam nulla salus – fora da Igreja não há salvação, já que toda salvação vem de Cristo, e Cristo sempre leva consigo a sua Igreja, que é o seu Corpo. Será que a Cabeça anda por aí separada do Corpo? Cabeça fora do corpo ou corpo fora do corpo significa morte. De fato, o Concílio Vaticano II afirmou: “não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (LG 14); afirmou também: “Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna” (LG 16). Essa salvação, no entanto, se dá por Cristo e na Igreja, mas de uma maneira misteriosa. Com tudo isso fica sempre firme o dever o direito da Igreja de evangelizar todos os homens (cfr. Cat.848)

Apostólica. “A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, e isto em um tríplice sentido:
– ela foi e continua sendo construída sobre o “fundamento dos apóstolos” (Ef 2,20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo;
– ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que ela habita, o ensinamento, o depósito preciosos, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos;
– ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos, “assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja”. (Cat.857).

4 – Os fiéis de Cristo – Leigos, Vida Consagrada, Hierarquia

O ser humano torna-se um fiel de Cristo ao ser batizado, este Sacramento é a porta, por ele se entra na Igreja de Cristo: “Entre todos os fiéis de Cristo, por sua regeneração em Cristo, vigora, no que se refere à dignidade e à atividade, uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo a condição e os múnus próprios de cada um, cooperam na construção do Corpo de Cristo” (in Cat.872).

Os leigos são aqueles aos quais é específico “por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus… A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenara de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e Redentor” (LG 31). “Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra” (in Cat.900).


A vida consagrada.
“Os conselhos evangélicos, em sua multiplicidade, são propostos a todo discípulo de Cristo. A perfeição da caridade à qual todos os fiéis são chamados comporta para os que assumem livremente o chamado à vida consagrada a obrigação de praticar a castidade no celibato pelo Reino, a pobreza e a obediência. É a profissão desses conselhos em um estado de vida estável reconhecido pela Igreja que caracteriza a “vida consagrada” a Deus” (in Cat.915).

A Hierarquia da Igreja. “Para apascentar e aumentar sempre o Povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois o ministros que são revestidos do sagrado poder servem a seus irmãos para que todos os que formam o Povo de Deus…cheguem à salvação” (LG 18). A hierarquia da Igreja está constituída pelos Bispos, Presbíteros e Diáconos.

Os Bispos são os sucessores dos apóstolos, o Papa, que também é um Bispo – o Bispo de Roma – é sucessor do apóstolo Pedro, apenas ele sucede individualmente a um apóstolo, já que a sucessão que está nos demais é colegial. Todos os bispos têm o múnus de ensinar, santificar e reger a Igreja de Deus, em comunhão com o Bispo de Roma, que tem a primazia, como S.Pedro também a tem entre os apóstolos.

Os Presbíteros são os cooperadores dos Bispos. Recebem também o múnus de ensinar, santificar e reger o Povo de Deus a eles confiados em comunhão com o Bispo.
Os diáconos são aqueles que servem o Povo de Deus na “diaconia” da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seu presbitério (cfr. Cat.875).
“Segui todos o Bispo, como Jesus Cristo [segue] o Pai, e o presbitério como aos apóstolos; quanto aos diáconos, respeitai-os como a lei de Deus. Que ninguém faça sem o Bispo nada que diz respeito à Igreja.” (Sto. Inácio de Antioquia, Smyrn.8,1)

5 – A “Communio Sanctorum” (Cat.946-962)

“A comunhão dos Santos é precisamente a Igreja” (Cat.946). Essa comunhão se dá nos bens espirituais: na fé, nos sacramentos, nos carismas, na caridade etc; também se dá entre a Igreja do céu e a da terra, que se manifesta especialmente com a intercessão dos santos e com a comunhão com os mesmos. Encontramo-nos na “única família de Deus. “Todos os que somos filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos comunicamos uns com os outros em mútua caridade e num mesmo louvor à Santíssima Trindade, realizamos a vocação própria da Igreja.” (in Cat.959)

6 – Maria, Mãe de Cristo e da Igreja

Maria Santíssima é Mãe de Cristo, portanto Mãe de Deus, e Mãe da Igreja, já que esta é o Corpo de Cristo. Ela é Mãe da Cabeça e dos membros. “Por sua adesão total à vontade do Pai, á obra redentora de seu Filho, a cada moção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso, ela é “membro supereminente e absolutamente único da Igreja”, sendo até a “realização exemplar (typus)” da Igreja. Mas seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça”” (Cat.967-968).

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa,
sacerdote do clero secular
da Diocese de Anápolis,
15/12/2007

Fonte: e outros temas.

Site da Diocese de Anápolis – Goiás

http://www.diocesedeanapolis.org.br/leitura/igreja.php



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O Batismo no Espírito Santo seria apenas uma Teoria ?


Batismo_no_Espírito


Teoria absurda é afirmar que uma verdade Bíblica seria apenas uma teoria Carismática.

MAS FOI ESTA A AFIRMAÇÃO QUE ENCONTREI NESTE LINK

CLICK E LEIA

Este texto abaixo é uma resposta a uma afirmação do Jovem Responsável pelo Blog “Pacientes na Tribulação”, porque lançou um Desafio aos Carismáticos para que lhe provem que Deus realmente nos Batiza com seu Espírito Santo, Porém o mesmo apaga todo e qualquer comentário que lhe é enviado como se nenhum carismático ou qualquer outra pessoa lhe tivesse dito qualquer coisa a este respeito.

Mantendo assim a sua palavra como suprema e portanto imbatível.

Um desafio não respondido e portanto declarando o oponente como perdedor.

veja as minhas respostas neste Blog, já que meus comentários a este respeito em outros blog’s foram apagados, CLICK  e leia diversas respostas para este tema.

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO É REAL !

https://presentepravoce.wordpress.com/?s=batismo+no+espirito+santo

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COMENTÁRIO POSTADO

como resposta

On Outubro 12, 2008 at 4:52 pm presentepravoce Said:

Your comment is awaiting moderation.

[…]…Os textos grifados entre colchetes são afirmações do Blog em questão no qual este comentário foi postado no link que o redireciona ao texto chave…[…]

Sizenando
Olá amigos, é um prazer Vê-los novamente.

[…] – a fim de demonstrar o quanto é absurda a teoria do “batismo no Espírito”.[…]

Vamos falar de “TEORIA”

Teoria é algo que não existe, mas pelo que vejo todos nós concordamos que o Batismo no Espírito Santo é algo bem real, o que difere em nosso pensamento é então a sua Criação.

Você diz que os protestantes inventaram o Batismo no Espírito Santo, logo não seria Divino e sim totalmente humano e portanto execrável.

Concordo em numero e grau que tudo que for invenção humana, devemos abolir da Igreja.

Porém estas palavras são Bíblicas e aparecem nas sagradas escrituras, pela primeira vez quando São João Batista diz:
(São João 1,33)

[…] Este é quem Batiza no Espírito Santo. […]

Se é Jesus quem Batiza com o Espírito Santo, logo não seria uma invensão humana, muito menos dos tais protestantes.

Mas de onde João Batista tirou estas palavras?

Disse ele:

[…] Aquele que me mandou batizar em água…[…]

Quem seria este “AQUELE”, certamente João Baptista estava falando do próprio Criador de todas as coisas, que falou com ele em particular sobre algo que nunca tinha sido dito antes, porém entendiam-se claramente que ele falava de estar mergulhados na presença da graça de Deus, porém, o resultado desta atitude ninguém sabia o que seria.

Mesmo havendo citações bíblicas no velho testamento, Jesus explicou como isto aconteceria a seus Discípulos desde o primeiro dia até o ultimo “Dia de Pentecostes”.

Porque começaram a segui-lo com a promessa de serem Batizados no Espírito Santo, logo é o que buscavam em Jesus e terminou no Pentecostes que realmente foi o cumprimento desta promessa para eles.

Então podemos resumir a sua “teoria” em algo que os discipulos de Jesus buscaram e queriam desde o momento que João os mandou segui-lo, até o momento que aquela chama de fogo repousou em seus corações.

Uma teoria tão real como a Igreja que existe hoje, porque se aqueles discipulos não tivessem acreditado em João e não tivessem seguido Jesus, não teriam recebido nada e não existiria Igreja hoje.

Teoria meu caro Márcio é dizer que Deus é uma Teoria, Vejo que você não tem a minima fé, porque diz que uma ação Divina é apenas teoria, pobre Nicodemos, tanta sabedoria humana, mas acabou rejeitando a sabedoria Divina que lhe daria a salvação.

[…] No “batismo no Espírito” não se usa óleo nenhum […] –

Logo não devemos confundir uma simples oração invocando a presença de Deus em minha vida e de meus Irmãos, desejando permanecer sempre submersos na graça de Deus com a administração de um Sacramento único que simboliza apenas o princípio de uma vida inteira plena da presença de Deus.

O que fazemos é simplesmente o que foi proposto no sacramento do crisma, nos tornamos soldados de Cristo que vão a luta todos os dias.

Treinam quando não estão em batalha, se alimentam, saciam a sede, preparam suas armas ou então serão presas fáceis para seus inimigos.

Leia a Bíblia, e por favor não faça uma afirmação absurda como esta, de dizer que um texto bíblico aceito pela Igreja como inspirado e base de toda a nossa fé, e que faz parte até mesmo do “CREDO” que professamos, seria apenas uma “TEORIA” carismática.

Está é muito simplória, pra não dizer herética.
uma negação de uma verdade Bíblica é heresia e se você negar a Bíblia será mais heresia ainda.

Eu até aceitaria o que você disse sobre os Carismáticos terem copiado o Batismo no Espirito Santo dos protestantes, desde que voce aceite que os protestantes copiaram o Batismo no Espírito Santo dos Católicos que viveram a palavra de Deus como ela é “AINDA HOJE” por mil e quinhentos anos antes de Lutero existir.

E jamais aceito que digam que as palavras de Deus são uma “TEORIA”.

(Hebreus 4,12)

Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.

http://www.bibliacatolica.com.br/busca/01/1/juntas+e+medulas

Fique com Deus.

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MESMA HISTÓRIA.


http://mongefiel.files.wordpress.com/2008/05/frutos-do-espirito.jpg?w=100&h=93

Quais são os Frutos

Do Espírito Santo?


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