CRF-2010 – 1ª Reflexão.
Senhor, ensinai-nos a viver o amor Fraterno.
São João, 14, 15 a 21
15. Se me amais, guardareis os meus mandamentos. 16. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. 17. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. 18. Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós. 19. Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, me tornareis a ver, porque eu vivo e vós vivereis. 20. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós. 21. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.
Reflexão:
Uma das missões de Jesus neste mundo foi exatamente ensinar as pessoas a viverem conforme um novo modelo de vida e não usou apenas de palavras, mas principalmente com seus próprios exemplos.
Dizer ensina-nos a Amar é fácil, difícil mesmo é Amar de verdade e o Amor de Jesus foi daqueles que durou até o fim culminando com sua entrega na cruz por amor de mim e de você perdoando todos nossos erros e pecados.
Jesus não nos mandava fazer coisas difíceis e impossíveis, Ele pedia que fizéssemos apenas o que Ele fazia, “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei…”, logo não era um bicho de sete cabeças ou algo desconhecido ou impossível, mas sim fazer exatamente como Ele fazia.
A poucos dias li em um livro com exemplos de orações escritas por crianças, que por ser crianças agem inocentemente e expressam seus pensamentos e sentimentos sem se preocupar muito com o que estão dizendo, o garotinho escreveu assim:
“Senhor Jesus, é verdade que você me ama e ama também o mundo inteiro ?
Porque é muita gente e aqui em casa sou só eu, Papai, Mamãe e meu irmãozinho e eu não consigo amar a todos !”
O garotinho expressou em sua oração nada mais e nada menos do que um sentimento que muitas vezes reprimimos dentro de nós dizendo que “Eu amo a todos”, quando na verdade eu odeio o meu “irmãozinho” e se fosse possível eu o esganaria na primeira oportunidade, vejamos que um exemplo desta verdade já estava escrito na Bíblia quando Moisés fala sobre Caim ter matado Abel por causa de seu ciúme e inveja.
Amar é em primeiro lugar apagar este tipo de egoísmo que existe em nós, precisamos nos afastar do orgulho, da inveja e do ciúme para evitar o ódio que gera o crime o pecado e a morte.
Uma vez afastados destes pecados graves iremos analisar o segundo passo que seria Amar verdadeiramente o irmão, que neste caso não o seria o seu “irmãozinho” filho de seu Pai e sua Mãe que as vezes é até mais difícil de ser amado, mas queremos falar do amor Fraterno na comunidade que é a Igreja, na Família como um todo e também na sociedade onde vivem os irmãos necessitados que nem conhecemos e aqueles exploradores que estão sempre em evidência e não se tocam a respeito deste assunto.
Este amor é aquele que pede o nosso desprendimento interior, o abandono completo de nosso eu e a compreensão efetiva daquela oração que Jesus nos ensinou “O Pai Nosso”, uma das grandes novidades do evangelho do Reino pregado por Jesus é que Ele ensina na coletividade e na unidade perfeita.
Por exemplo, Ele formou uma pequena comunidade de amor com seus discípulos os quais aprenderam com Ele todas as coisas e ficaram responsáveis de nos ensinar tudo aquilo que Jesus queria que aprendêssemos, logo que a Igreja se iniciou, formou-se uma grande comunidade de Amor que dividiam todos os bens em comum e viviam como uma só família, isto fluiu naturalmente da vivência dos ensinamentos de Jesus, esta comunidade é o que Chamamos hoje de Igreja.
Vemos que o mundo hoje e a Igreja estão longe de alcançarem aquele objetivo inicial, mas ao mesmo tempo se compararmos a vida na sociedade de hoje com as daquele tempo, diríamos que ela espelha verdadeiramente os planos de Deus, o que nos falta é sermos mais fiéis aos nossos princípios Cristãos, só não alcançamos melhores resultados na sociedade é porque não seguimos 100 % tudo o que Jesus nos ensinou, queremos sempre o que é bom, mas na hora de oferecer o bem, o amor para as outras pessoas sempre os oferecemos com reservas e egoísmo.
Jesus disse que quando mais doamos, mais receberemos e que quanto mais amarmos o nosso irmão mais seremos amados por eles e pelos outros e isto se chama reciprocidade, uma troca e oferta continua que supre todas as necessidades e gera o que mais procuramos em toda a nossa vida, que é a FELICIDADE, ou nunca ouviu aquela frase que diz “existe muito mais alegria em dar do que em receber.?”
São Francisco de Assis foi o Santo que mais viveu esta verdade e vivia sempre feliz e contente, cheio da alegria e da Paz que vem do Senhor.
Na nossa vida prática podemos nos dispor a aprender o que Jesus nos ensina com seus exemplos, aprender o que os Santos puseram em prática em suas vidas e foram bem sucedidos já que eram homens comuns e não Deus como Jesus e assim serve de espelho para nós, precisamos compreender que quando uma pessoa faz um bom propósito de viver como Jesus viveu ela automaticamente contagia aqueles que vivem ao seu redor e estendem os benefícios à toda a comunidade e todos começam a experimentarem mais amor e mais alegria em suas vidas.
A começar em Mim, devemos olhar para nós mesmos e não esperar que os outros tomem a iniciativa, porque a proposta é para mim e para você, a promessa de Deus é para nós e não para os outros, eles serão atraídos a viverem também este chamado à medida que observarem os frutos que produzimos, ao observarem que somos pessoas felizes e alegres e que é muito melhor estar em Jesus e na Igreja do que perdidos no mundo sem rumo e sem direção, neste ponto caberá a nós com muito amor saber acolher os recém convertidos e ensinar a todos o que aprendemos de Jesus.
Para que tudo isso aconteça em nosso meio, Jesus enviou o seu Espírito Santo para estar conosco, nos auxiliando e conduzindo nos momentos mais difíceis e confusos, nos dando força para suportar as perseguições e nos inspirando em tudo o que devemos viver e ensinar.
Resta-nos ainda a alegria da certeza da Vitória, porque Jesus nos revela que suas palavras e seus ensinamentos jamais passarão até que tudo se cumpra, isto para nos mostrar que nada do que Ele nos ensinou é impossível de ser vivido na comunidade além de nos dar a imagem de um mundo novo que não refletirá mais toda a tristeza e desordens originadas do pecado e da injustiça, mas será sim aquele mundo que todos tem sonhado, mas que porém nem sempre trabalhamos para que possamos alcança-lo.
Perguntas para Partilha:
1 – Baseados nos ensinamentos de Jesus como podemos conciliar a vivência do Amor e a exigência de Justiça ?
Na verdade o Amor é aquele que produz a perfeita Justiça, sem amor não haverá uma justiça justa, como se diz, neste caso estamos analisando a Justiça humana e não a Justiça Divina, porque pelo que conhecemos das leis civis elas sempre prejudicam os mais fracos e nunca os mais fortes e assim mantém-se uma situação de desequilíbrio na face da terra, mas a Justiça Divina esta julga o pecador com a mesma medida com que ele julga seu irmão ou aquele que lhe é inferior, não que seja uma Justiça de dois pesos e duas medidas, mas é por isso que Deus nos diz que devemos sempre optar pelo perdão e pela misericórdia e não pelo julgamento e a condenação, porque todos nós precisamos de muito perdão e muita misericórdia para conseguirmos entrar no céu e se atuarmos neste mundo como Juizes que condenam tudo na verdade condenamos os nossos próprios pecados e defeitos que vemos nas outras pessoas, por isso o Amor é sempre a melhor opção porque é com ele que somos capazes de perdoar assim como Jesus nos Perdoou.
Este amor jamais entrará em conflito com a Justiça Divina, mas muitas vezes ele entra em conflito com a Justiça humana quando condenamos alguém injustamente a pagar por um erro que não cometeu ou deixamos alguém que cometeu erros graves sem pagar por seus crimes, muitas vezes condenamos alguém como um Bandido enquanto outro que comete o mesmo erro é um grande e fiel amigo e merece todo nosso perdão.
Por outro lado, todos aqueles que cometem pecados, erros e crimes são merecedores de uma punição, isto porque toda causa tem seu efeito e quando cometemos um crime, sabemos que este crime tem uma punição, logo é uma aceitação consciente desta punição, um ladrão quando atira em alguém ou até mesmo quando assalta alguém com arma em punho, isto é porque ele sabe que pode matar alguém e que este crime será punido e não terá perdão, isto porque um criminoso não pode ficar livre para cometer outros crimes contra outras pessoas inocentes que nada de errado fizeram contra a sociedade, neste caso a lei social não se dá perdão a crimes cometido e sim impõe-se uma pena a cada um deles, o que precisamos é que esta lei funcione para todos os que cometem crimes e não apenas para alguns.
2 – Como entendemos esta frase: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.”?
Eu entendo como uma opção de exclusão, sendo ao escolher uma opção AUTOMÁTICAMENTE excluímos a outra, isto significa caminhos diferentes ou direções opostas, sendo que para me aproximar de Deus eu preciso me afastar do Dinheiro.
Veja bem, estamos falando de serviço e não de posse.
Servir aqui se entende como prestar serviço, ser empregado, prestar obediência, ser dependente e etc. e num sentido utilizado por Jesus, que seria bem mais grave, deixar o dinheiro ser como se fosse um deus aquém você ama em primeiro lugar.
Alguém pode justificar que Dinheiro não é uma pessoa e nem poderia exercer tal domínio sobre alguém, na verdade é o que mais acontece, mesmo sendo uma matéria física que representa algo virtual e inexistente, algo que valoriza e desvaloriza dependendo da maré de expectativa geral do planeta, muitos vivem e respiram ter e possuir e acabam se escravizando e perdendo toda a vida por este motivo.
O dinheiro não é uma pessoa, logo não pode ter ou possuir alguém, mas podemos dizer que pessoas agem como se toda a sua vida dependesse de ajuntar uma boa quantidade de Dinheiro para que depois possa aproveitar dele para viver bem tranqüilamente sem trabalhar, o que muitas vezes ocorre é que nunca se alcança o objetivo desejado, ou quando se alcança sempre se busca um mais além, é neste ponto que você deixa de ser o Senhor de sua própria vida que passa a ser dominada, direcionada e motivada por uma posse desenfreada de alguma coisa.
O dinheiro é muito bom desde que seja possuído por você, que o usa como bem lhe entender principalmente quando você não tem problema em segura-lo sem necessidade.
Este é um princípio contra a poupança, é verdade, pode ser mesmo, porque a poupança hoje se faz necessária justamente por causa dos juros que o crédito lhe cobra, que na verdade lhe empresta o seu próprio dinheiro depositado e mesmo assim lhe cobra juros por ele.
O mundo de hoje deixou de ter dinheiro circulante e passou a ter crédito, que nada mais é que uma promessa de pagamento futuro e você passa a dever o trabalho que ainda fará amanhã e não o que já fez, esta forma de funcionamento da economia é ainda mais prejudicial ao homem, porque o escraviza ainda mais, porque ele passa a penhorar todo o seu futuro em troca de um pequeno benefício no dia de hoje.
A culpa destes acontecimentos está exatamente no desejo do homem de querer sempre mais e assim os outros incentivam esta necessidade lhe dando agora um pouquinho para tirar mais que o dobro depois aos pouquinhos, se o homem não fosse conduzido ou movido pela anciã de ter e possuir este mal não aconteceria, porque não acharia quem caísse na armadilha e nem morderia a isca.
Quando nos entregamos a Deus e confiamos em seu nome não nos submetemos às conseqüências deste mal, mas mais importante seria que todos tivessem este mesmo objetivo porque é um bem comunitário que deveria ser buscado pela comunidade toda ao mesmo tempo.
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