Um Mundo Onde a fé é a última Esperança.


Por Betânia Soares:


Cartaz do Filme – Livro de Eli


Nos últimos anos, o que não faltam são campanhas e propagandas que promovam a preservação do planeta, mostrem o descaso do homem para com o meio ambiente e mesmo nossa destruição total conseqüente da ação humana desmedida. No cinema não é diferente. Este assunto está em Um dia depois de Amanhã (The Day after Tomorrow, 2004), Eu sou a Lenda (I am legend, 2007), na animação Wall-E (2008), também no filme 2012 (2009) e no ganhador de três estatuetas no Oscar 2010, Avatar (2009).  Este último, por exemplo, atraiu com muito agrado os olhos da senadora do Partido Verde, Marina Silva, que até desejou conhecer o diretor do filme, James Cameron. Para ela, a produção é um grande exemplo de ativismo ambiental.

Nos filmes com esse roteiro o que se vê, geralmente, são grandes catástrofes que surpreendem de tão impressionantes que são os efeitos especiais, capazes de fazer o público sentir medo do que vê e provocar reflexões e discussões. As cidades mais famosas do mundo se empilham em ruínas na tela, países são devastados e a sociedade, praticamente extinta. O filme dos irmãos Albert e Allen Hughes, no entanto, abordando este mesmo tema, revela um olhar diferente sobre ele. Em O Livro de Eli (The book of Eli, 2010), as grandes revoltas da natureza contra a ação humana não estão na tela com efeitos de computador mirabolantes. Elas já aconteceram e o planeta como é conhecido hoje não existe mais.


Eli ensina Solara um pouco sobre a antiga Fé.


Denzel Washington é Eli, um dos poucos sobreviventes que conhecem o planeta pré e pós-apocalíptico. Nesse novo mundo, 30 anos depois da destruição, gerações nasceram e cresceram sem conhecer a Terra de antes, suas culturas, suas línguas, seus costumes e crenças. Agora, o planeta é terra de ninguém, onde forasteiros andam pelas estradas saqueando e matando pessoas para roubar água, um bem muito valioso, ou qualquer coisa boa para escambo. Sem lei, sem governo, sem regras. A não ser a da sobrevivência a qualquer custo. Eli, porém, leva consigo um livro capaz que trazer de volta civilidade a essa sociedade, e sua missão é transportá-lo até o oeste dos EUA arruinados, onde uma esperança de recomeço está nascendo. O livro em questâo é a Bíblia Sagrada, um dos mais fortes símbolos cristãos do nosso mundo.  O vilão Carnegie, interpretado por Gary Oldman, também acredita no poder transformador do livro. Para o personagem, ele é o segredo que deu poder e fortuna a Impérios, desencadeou guerras movidas pela fé e  manteve as sociedades sob controle. O ator, que fez Sirius Black na série Harry Potter e o Comissário Gordon nos últimos fimes de Batman (Batman Begins, 2005, e The Dark Knights, 2008), mostrou um talento grandioso para personagens malvados e disse para a revista Preview que se divertiu fazendo Carnegie, e que seu personagem e o de Denzel são “dois homens guiados por crenças e obsessões”. 

Outra boa interpretação foi a de Mila Kunis, a Solara, que faz a filha de Claudia, interpretada pela atriz Jennifer Beals, escravas de Carnegie. Ray Stevenson também está no elenco, como o braço direito do vilão, e deu à produção um toque de faroeste ao gosto de Allen Hughes. O diretor fez até um bar que remete a esse gênero na pequena vila organizada e governada por Carnegie.

O mundo devastado e em cinzas dos irmãos Hughes ficou fácil de imaginar com as gravações feitas no Novo México. A paisagem desértica, algumas poucas casas solitárias que resistiram à guerra nuclear, que destruiu a camada de ozônio e obriga os personagens a sempre usarem óculos quando estão expostos à luz do dia, e os personagens aos trapos e sujos foram filmadas na cor sépia, que também ajuda a reforçar a impressão de miséria.



A peregrinação de Eli e a saga do livro mostram que o foco do filme realmente não está sobre a destruição da Terra em si. Mas sim no que o livro representa: a fé. Esta movia a antiga civilização e a mantinha segura sob as crenças que garantiam o mínimo de ordem. É este mundo que Eli sonha ajudar a restaurar. O livro de Eli não chega a ser uma trama muito rebuscada, mas consegue prender a atenção durante todos os 118 minutos, com cenas de lutas com a calma e precisão de Bruce Lee encarnadas por Denzel acompanhado de sua espada, mesmo que as cenas, às vezes, pareçam um pouco ensaiadas, certinhas demais. E o final entra para a lista dos filmes com finais surpreendentes.


 


Saiba mais! Denzel Washington fala sobre religião e poder que ela tem.

http://noticias.gospelmais.com.br/o-livro-de-eli-denzel-washington-entrevista-religiao-biblia-arma.html



Uma resposta

  1. Boa dica, numa época em que temos tanta “porcaria” nas telas, que apenas incentivam à violência e depravação termos um filme de ficção que além de divertir leve à reflexão! Que mostre o mundo feito e comandado por Deus para o ser humano e não um mundo jogado ao acaso! O acaso é o maligno disfarçado!

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