A Caminho de Emaús.



Eu também sou um discípulo a caminho de Emaús.




São Lucas conta o testemunho de dois Discípulos que acompanhavam Jesus. Logo após os acontecimentos de Jerusalém que se referem à Crucificação, morte, sepultamento e Ressurreição do Mestre Jesus estavam retornando para sua casa quando encontraram com Jesus pelo caminho.

Enquanto caminhavam em direção à Emaús lamentavam os últimos acontecimentos e lembravam-se das promessas, das profecias e principalmente sobre as expectativas que poderiam mudar a história de Israel. Encontraram com um certo homem que também caminhava na mesma direção, apesar de não reconhecê-lo conversaram com Ele sobre os acontecimentos no qual Ele lhes mostrou conhecer bem sobre o assunto e principalmente confirmou que Jesus prometeu que Ressuscitaria naquele dia, mas no entanto os mesmos Discípulos apesar de já terem recebido a notícia prévia de que Jesus não estava no túmulo, acharam que se tratava de um roubo, um engano ou apenas conversa de mulheres que não observaram corretamente o Túmulo.  Fato é que nem ao menos esperaram a confirmação dos novos  fatos porque todos viram com seus próprios olhos Jesus morrendo e entregando seu Espírito ao Pai na cruz e para confirmação de sua morte definitiva já não havia nenhuma gota de sangue em seu corpo.

Apesar das promessas de ressurreição de Jesus, ninguém jamais havia visto ou ouvido falar que algo assim teria acontecido e o que permanecia era mesmo a certeza da morte do Mestre que fora sepultado e se colocou uma enorme pedra sobre Ele à vista de todos.

Nossa atitude também seria a mesma mediante os fatos que foram testemunhados por aqueles homens, mas o que nos deixa inquietos é que eles como discípulos próximos a Jesus receberam diversas instruções a respeito de como agir, o que esperar e o que fazer logo após sua morte e, no entanto esta atitude demonstrava um abandono de tudo aquilo que acreditavam e esperavam tornando o sacrifício de Jesus naquela cruz totalmente em vão.

O sentimento de ardor no coração seria a confirmação de que eles no fundo da alma sentiam a presença de Jesus, mas a certeza das coisas materiais lhes impedia de reconhecer o obvio que estava de frente a seus olhos, aquele homem desconhecido era na verdade aquele mesmo que seus corações haviam denunciado, mas por uma lógica da visão lhes enganava dizendo ser alguém apenas parecido com o mestre porque um homem que estava morto e sepultado não poderia jamais estar caminhando e falando com eles.

Diz o testemunho que quando Jesus partiu o Pão eles o reconheceram, porque afinal de contas não poderiam existir duas pessoas totalmente iguais e aquilo que seus olhos não queriam ver agora não podiam mais ver porque Jesus simplesmente desapareceu de sua presença.


Representação da Ceia de Emaús – Caravágio


O paralelo da cegueira que fora curada no cego de nascença em Jericó (S. João 9) e da cegueira voluntária daqueles que não aceitaram a sua cura é a mesma coisa que dizer que devemos confiar muito mais na nossa fé que é capaz de ver e sentir o invisível do que sermos enganados por dissimulações que nossos olhos vêem e que não são realidade, principalmente em se tratando das coisas espirituais que não são visíveis aos olhos e sim apenas pela fé.   Com este ensinamento Jesus nos mostra que a partir daquele momento já podemos ter a certeza de sua presença em nosso meio mesmo quando não temos a confirmação da visão humana.   

Neste acontecimento Jesus também se revela mais uma vez na celebração da Ceia, ou seja no partir do Pão e confirma suas palavras anteriores de que devemos confiar na sua verdadeira presença na Eucaristia e de que jamais iria nos deixar sozinhos, mas estaria para sempre conosco, mesmo quando não fosse visualizado e até mesmo quando o mundo parecesse estar desmoronando sobre nossas cabeças.


Ruínas de Emaús – Wilkipédia


Atualmente não existe uma cidade chamada Emaús e os locais onde poderiam estar esta aldeia citada por São Lucas como este local que está descrito na foto acima não conferem com a distância narrada no evangelho, portanto se perdeu o sentido de local físico e ficou apenas o sentido simbólico do nome que significaria “EMAÚS”, no entanto também este significado diz coisas diferentes e para nós ficou mesmo o que realmente aconteceu naquele lugar, que não importa onde, quando ou o que significa, porque Deus quer falar com você em particular hoje, aqui e agora, seja lá onde você esteja.

A Revelação de Emaús na verdade é feita a cada um de nós hoje, porque nós também somos seus discípulos e somos nós que mais nos afastamos de Jesus quando passamos por momentos de escuridão e dificuldades.

Abra seus olhos e veja aquilo que seu coração te revela, porque é lá que o Espírito Santo habita e fez sua morada definitiva.


Semeando a cultura de Pentecostes



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2 Respostas

  1. […] Testemunho dos dois Discípulos de Emaus: […]

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  2. Apenas por este pequeno texto acima já é suficiente para se ter uma visão dos pontos mais importantes e da profundidade do assunto para bebermos da água pura ressaltando-se a fé autêntica do que se passou com Jesus. Emaus está onde nós moramos… basta meditarmos. Seremos os discípulos ao vislumbrarmos aquele que está caminhando ao nosso lado…
    Nota dez.

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